Nos interiores do quartel-general da SHIELD, o agente Rudolph Fuentes consultava atentamente sua lista e olhava para os lados de vez em quando, como se procurasse alguém.

Um ligeiro movimento numa ala superior descoberta da base de operações chamou a atenção do agente. Um olhar mais atento lhe mostrou que um outro agente, de uniforme preto com faixas roxas, estava sentado agachado naquela ala, observando atentamente a movimentação naquela parte da base.

Era um homem de estatura mediana, olhos verdes, cabelo curto cor de palha e pele levemente rosada. Um grande arco estava pendurado em suas costas, e um pequeno reservatório de flechas repousava ao lado do arco, preso à roupa do agente.

Rudolph percebeu que o outro agente havia notado sua observação.

— Ei, agente Barton! – chamou Fuentes, simpático. – Não está um pouco alto demais aí?

— Sou acostumado, Rudolph. Poderia observar todos vocês do topo do Empire State Building e ver todos vocês com a mesma exatidão.

— Espirituoso como sempre! Mas não quer descer um instante? Para conversarmos melhor?

— Estou bem aqui, Rudolph, e consigo vê-lo e ouvi-lo mais do que bem daqui onde estou. E ademais, eu já sei do que veio falar.

— Hm, ótimo, isso me poupa as explicações... Não que você precisasse, já que é um dos agentes mais sábios.

— Não exagere, Rudolph. Não preciso que fique massageando meu ego toda vez que conversamos.

O agente latino riu.

— OK. Então, serei direto. Está disposto a retornar à Iniciativa Vingadores?

— Claro, se não houver deuses nórdicos psicóticos do outro lado, eu topo.

Rudolph olhou curioso para o colega, mas Barton, o Gavião Arqueiro, fez um gesto de desprezo.

— Deixa pra lá.

— Deve ser uma piada nova sua. – Rudolph abriu um sorriso descontraído enquanto confirmava a presença do agente Barton em sua lista de recrutados. – Às vezes acho que você não tem como me surpreender mais... E sempre estou equivocado.

Dessa vez, Barton riu, ainda que sem sorrir.

— Se você diz...

— Bom, Clint, foi só isso, vou deixá-lo a sós por enquanto. Vejo você... Depois.

Rudolph começou a se afastar, mas o Gavião Arqueiro o chamou de volta.

— Ei, Rudolph, um conselho, se não se importar.

O agente Fuentes se virou de novo para o colega e ergueu as sobrancelhas.

— Sim...?

— Eu estava reparando na sua abordagem na Natasha. Se quiser um conselho de amigo, vá com calma nessas chegadas nela. Acho que você até tem chance, mas, vai por mim, ainda há o risco de que, quando você menos esperar, quando você achar que ela está no papo pra você, ela pode avançar sobre você e te jogar no chão com uma chave de braço, pressionar sua cabeça contra o chão, pedir pra você implorar por misericórdia ou algo pior. Só avisando.

Rudolph fez uma leve careta.

— Isso não seria muito legal. Mas eu tenho minhas habilidades.

— Disso eu sei – admitiu Barton. – Só estou falando porque já vi você lutando, mas também já a vi em ação várias vezes. Acho que você deve pensar duas vezes antes de tentar dar alguma outra cantada nela.

Rudolph coçou o queixo.

— Hm. Está bem, vou tomar mais cuidado da próxima... Obrigado.

— Por nada – disse Barton secamente, e voltou a contemplar o movimento dos demais agentes.