Acordei cedo, desci e Ângela estava ainda preparando um café. Eram cinco horas da manhã.

- Bom dia, você deve ser a Sra. Swam a nova babá.

- Sim. – ela era muito nova também. Devia ter a minha idade.

- Acordou cedo.

- Queria ver o café da manhã de Charlotte com calma.

Ângela me olhou com uma cara suspeita.

- O que foi? – perguntei sentando num banco.

- O Sr. Cullen tem uma lista de alimentos que uma nutricionista mandou. A senhora deve seguir a risca. E o café dela é servido na cama as sete.

Que besteira, a menina não sai do quarto?

- Bom, vamos tomar café enquanto ela não acorda sim?

E eu e Ângela tomamos um café agradável na cozinha vazia, ela me falou que estudou na França e que assim que se formou recebeu várias propostas, mas não quis, e por enquanto ela estava aqui. Queria um pouco de paz depois dos dias movimentos de faculdade e aceitou trabalhar com a família Cullen por um contrato de um ano. O meu era só de cinco meses, não aceitava mais que isso. Depois Tânia se virava para achar outra pessoa. Olhei a lista que a tal nutricionista preparou, uma criança come aquilo tudo no café da manhã? Bom, com a ajuda de Ângela me achei na cozinha e olhei para a mesa pequena que estava no canto. Já eram seis e meia e subi para o quarto da princesa. Bati na porta não queria assustá-la e quando olhei ela já estava sentada penteando os cabelos.

- Bom dia meu amor, meu nome é Isabella e você pode me chamar de Bella tudo bem?

Ela parou e me olhou, seus olhos verdes curiosos. Sorri para ela.

- Bom, tomou banho sozinha. Acho que é uma menina muito independente Charlotte e isso é uma coisa muito boa.

Ela não falou, só me olhou.

- Sou sua nova babá e vamos nos dar muito bem eu espero. Já falei que você é linda?

Ela continuou penteando os cabelos.

- Quer ajuda? Posso fazer uma trança se quiser.

Ela me olhou e seus olhos brilharam. Ela queria um penteado.

- Vou fazer uma trança, mas preciso de um laço bonito e que combine com esse vestido amarelo.

Ela se levantou e abriu uma gaveta do seu armário, várias fitas de cetim arrumadas. Ela tirou duas amarelas. Uma mais clara e outra mais escura.

- Bom, vamos fazer tom sobre tom, seu vestido é amarelo escuro e um amarelo claro ia se destacar o que acha?

Ela assentiu com leve movimento tímido da cabeça. Ela se sentou na cama e deixou a escova do lado. Me aproximei e fui penteando aos poucos para não machucá-la.

- Sempre quis uma menina sabia? Mas quando tive Brian não pensei mais nisso. Ele era um menino lindo, e agora tenho você, uma menina fabulosa e linda. Seu cabelo é muito lindo, não deixem cortarem ele muito curto, minha mãe sempre dizia que o charme da mulher era o cabelo longo e bem bonito.

Terminei a trança, coloquei a fita no final e ela se levantou e olhou no espelho e me olhou.

- De nada. – eu disse e ela se assustou, acho que ninguém havia tratado ela como um ser humano que entende outro ser humano.  Santa ignorância. – Charlotte apartir de hoje vamos tomar café na cozinha sim? Uma moça não se esconde no quarto.

Ele me olhou com um tom um pouco preocupada, não sabia como mas imaginei que seria por causa do pai. Essa era uma ordem dele afinal.

- Não se preocupe com seu pai, depois nos entenderemos. Agora linda como está precisa também de ar fresco.

E estendi a mão e ela aceitou com um tímido sorriso, descemos as escadas de mãos dadas e dei graças a Deus por não encontrar o pai dela, por mim que ele passasse o dia enfiado no escritório. Ângela simplesmente paralisou quando viu a menina de mãos dadas comigo.

- Bom dia Sra. Cullen.

Ela não expressou nenhuma reação e eu olhei para ela.

- Não é educado não responder as pessoas. Ainda mais quando elas são gentis conosco.

Depois da frase Charlotte olhou para Ângela e deu um sorriso.

- Obrigada Sra. Cullen. – Ângela disse surpresa.

- Agora se sente que eu vou servir seu café sim?

Charlotte o fez e eu coloquei uma mesa bonita e colorida. Frutas e Paes, suco e leite. Charlotte pareceu desinteressada e quase não comeu. Ela ia ficar com fome.

- Charlotte vou até meu carro se importaria de ficar na companhia de Angela por alguns segundos? Não me demoro.

Ela olhou para Angela e assentiu. Voei para meu carro abri a parte de trás e tirei dali algumas coisas que comprei no caminho para mim. Voltei para  a cozinha e Angela me ajudou com as bolsas. Peguei o cereal de chocolate, coloquei numa vasilha com leite e dei para ela. Ela só faltou pular de alegria, comeu tudo com muita vontade e eu sorri vendo a satisfação dela. A porcaria toda foi quando entrou e a viu sentada na mesa da cozinha.

- O que é isso Sra. Swam? Não ouviu quando disse que ela tem uma alimentação administrada por uma nutricionista?

- Sr. Cullen ela morreria de fome se continuasse a comer aquilo, ou melhor, a não comer aquilo.

- Sra. Swam não é paga para isso.

-Então vou embora.

E fui caminhando para a porta e Charlotte saiu correndo e pegou na minha mão. Gelei, a menina tinha se apegado. Nunca aconteceu antes. Olhei para ela e me abaixei.

- Charlotte o que foi?

Ela me olhou com os olhos brilhantes.

- Vamos esclarecer as coisas para o seu pai então e eu fico sim?

- Ela .... – Edward estava surpreso com a reação da filha.

- Você gosta da comida que é feita para seu café?

Ela olhou para Edward e depois para mim.

- Pode falar. – eu a encorajei.

Ela olhou para Edward e fez que não com a cabeça.

- Então, mas é uma comida importante para seu bem-estar e seu pai te ama e está preocupado com você. Então vamos combinar o seguinte, um pouco da minha comida... um pouco da comida da nutricionista.

Ela sorriu e aceitou fazendo que sim com a cabeça e olhei para Edward, ele estava surpreso demais para falar alguma coisa.

- ótimo, agora vamos para o jardim, está um dia lindo e podemos ler Alice no País da Maravilhas o que acha?

Ela sorriu.

- Achei que ia gostar, podemos ver algum lugar bom e colocar uma mesa, você desenha e eu leio.

Levantei e com Charlotte fui até seu quarto, pegamos algumas folhas e um estojo de desenho que ela tinha, o livro estava no meu quarto e fomos para o jardim na parte de trás da casa. Passamos uma manhã maravilhosa e ela riu com o livro e suas imagens.

- Era o livro favorito de Brian, ele amava quando a rainha pintava as flores, me fez comprar rosas brancas e pintá-las. – ri com lembrando das nossas mãos todas sujas de tinta vermelha no quinta da nossa casa.

Ela me olhou e eu não sabia como, mas eu a entendi.

- Ele era lindo Charlotte, tinha os cabelos castanhos como os meus, tinha o rosto do pai. Parecia um homem em miniatura, independente, falante... cheio de opiniões.

E vi seu olhar triste.

- Um dia  - disse olhando nos olhos dela – ouvirei sua linda voz e saberei exatamente qual a sua opinião sobre a vida. Tudo a seu tempo sim?

Ela assentiu. E eu percebi, ela não falava por insegurança, ela precisava ser estimulada. Mas principalmente de um ambiente seguro. O que aconteceu com ela? Olhei e vi uma trsietza conhecida. A tristeza do pai.

- Bom, está na hora do almoço e não podemos nos atrasar, a tarde você tem visitas.

Ela me olhou questionando.

- Sim, acho que alguém vai vir te contar uma história antes do seu sono de beleza princesa.

E ela riu com minha voz. Nos levantamos e olhei para a parte de cima da casa, Edward estava anos observar. O Sr.solitário era um fofoqueiro.