–Hei, ve lá por onde andas, ou preciso arranjar-te uns óculos? – A força com que Tay havia sido empurrada para o chão fazendo-a embater de rabo nos frios e duros azulejos do corredor era enorme e bruta, porém distraiu-se assim que viu o fundo daqueles olhos de tom castanho avelã hipnotizantes entrando em tranze, ficou hipnotizada podendo até, se a deixassem ficar ali congelada para toda a eternidade, tranze este que foi interrompido momentos depois por uma resposta brusca e grosseira.

–Ái, coitadinha de mim que sou perfeita! Ve lá se da proxima vez não ficas ai feito poste, pode ser que não caias! – Afirmou imitando a sua voz de menina o rapaz alto e moreno, com uma imagem de fazer envejar qualquer outro rapaz e babar todas as raparigas enquanto ajudava Taylor a levantar-se e de seguida indo embora.

Porém o seu geito de mau era o que mais chamava a atenção de Tay.

–“Hmm, um rapaz mauzão logo para começar, estamos bem.” – Pensava Taylor.

–Obrigado pela atenção senhor diretor. – Elizabeth agradecia enquanto as suas filhas se dirigiam ao carro.

–Bem maninha agora já podemos ir para casa! – Disse Taylor tremendamente feliz por voltar a casa, com intenções de passar o dia numa prolongada perguiça que se estenderia noite dentro.

–Sabes mana, temos um vizinho muito bonito…- Disse Maddi já com intençoes de copido como era habitual.

Porém Tay não estava para a vida amorosa, neste momento, afinal ainda gostava de Harry, o seu ex namorado, apesar de ele a ter feito sofrer, ela não conseguia esquecê-lo, era algo que lhe envadia a mente repentinamente, algo incontrolavél mas que a magoava muito, e só queria seguir com a vida em frente, e esquecer rapazes por uns tempos, fazer uma espécie de abstinência masculina, mesmo sabendo que não iria conseguir, pois a sua personalidade de aventureira amorosa, com certeza não o iria permitir, porém a sua teimosia também não pretendia ser fraca.

–Ai é? – respondeu Taylor mostrando-se muito pouco interessada, no entanto sem vontade de ser antipática!

–É sim, ele é moreno e bonito, ele é tão simpático, estive a brincar com ele ontem ele chama-se… - Disse Maddi entusiasmada sendo interrompida pela irmã!

–Chega M. – disse com ar intransigente logo de seguida acalmando-se - Tu sabes que o Harry ainda mora cá, sabes bem que eu ainda gosto dele, sabes também o que ele significou e o quanto ainda me magoa, chega, se isso é uma tentativa de me juntares com esse tal rapaz então aviso-te já que é uma tentativa frustrada.

–Oh mana, tens de ultrapassar, o Harry é passado, não é presa ao passado que consegues disfrutar do presente! Só quero voltar a ver aquele sorrisinho que os teus olhos faziam! Quero ver-te voltar a ser feliz! – Disse Maddi ainda na esperança que Tay mudasse de opinião.

Taylor como sempre ficou a pensar no que a pequena mas sábia irmã, se calhar até demais para a idade, havia dito.

M rapidamente se apercebeu que apenas um rapaz mudaria a opinião da irmã, então teria de começar a observar os rapazes.

“Se eu conseguir o rapaz ideal e o fizer ir de encontro á minha …” - o seu pensamento foi cortado por sua mãe.

–MADDI! MADDI! OH MADDI, ANDA VAMOS PARA CASA!- Elizabeth berrava aos ouvidos de M tentando acordar a sua filha mais nova do tranze no qual esta estava a planear o “futuro” de Tay, tomando-o como certo!

–Pocha mãe, queres deixar-me surda? Que é isso? –Reclamou Maddi com a cabeça a latejar devido aos estridentes gritos que a sua mãe soltara junto aos seus delicados timpanos.

–Que é que queres Maddi? Tu estavas hipnótizada, não havia outra maneira! –Respondeu Eli. indignada e zangada com a resposta da sua filha, que em seu ponto de vista havia sido bastante rude, até demasaido.

–Bem, vamos mas é embora que temos coisas para organisar em casa, e aqui só estamos a desperdiçar tempo!

A minha mãe tinha a mania de gerir muito bem o tempo, isso ás vezes era até demasiado obsessivo fazendo-me a mim e Maddi chatear, pois ela não nos deixava repousar.

–--

Mas oh mãe se eu não tenho fome vais obrigar-me a comer porquê? –Disse Tay revoltada, a mania que a mãe tinha de a fazer comer começava a tornar-se extrema.

Tu tens de comer Taylor, tu não tomas-te o pequeno almoço, achas mesmo que te vou deixar sem comer desde o jantar de ontem? – retomou Elizabeth o seu discurso de mãe galinha que era.

Oh mãesinha eu ontem jantei bem, tu viste, e quando tu não estavas eu fui ao bar da escola e comi! Posso ir agora? – Mentiu Tay já farta da conversa que começava a tornar-se repetitiva e cansativa.

Eli. sempre insistia com a filha mais velha para que comesse mais, mas Tay sabia que não o poderia fazer, ou nada restaria no seu estômago.

Vai lá – Disse Eli. reparando que dali não ia conseguir nada. – Mas não te escapas ao lanche! Hoje temos visitas as 17h, vê lá se não te atrasas e chegas imunda como da ultima vez –Disse Elizabeth ainda embaraçada com a vergonha com que Taylor a havia presenteado na ultima vez.

–Sim general. – Comfirmou divertida saindo porta fora, não fosse ela ter duas escassas horas para montar a sua adorada égua, animal fiel, que sempre a ouvia e lhe inspirava paz.

Ao fim de hora e meia a passear pela herdade com Trixie, Tay lembrou-se que tinha visitas, apressou-se a deixar a égua com um dos empregados da herdade e correu para seu quarto.

–*O que é que eu vou vestir?* - Deu consigo a especular sobre a roupa no fim do banho tomado, não queria parecer demasiado formal, mas também não demasiado solta, acabando por escolher um vestido que a mãe lhe havia comprado semanas antes, era preto simples mas com classe, e merecedor de um corpo perfeito como o de Tay bem delineado e cuidado, juntou-lhe umas sabrinas visto que ia andar por casa também pretas escolheu uns acessórios e desceu não se esquecendo do seu usual colar precioso.

Desceu ainda hesitante na escolha feita, mas assim que chegou a sala se orgulhou da escolha, pelo sorriso feito pela mãe, tinha sido bem sucedida!

Comprimentou o casal que se encontrava instalado no comfortavel sofá de cabedal beje, com um simples mas simpático –Olá , boa tarde – e um sorriso perfeito, como era já habitual nela.

–Olá Taylor, estas tão crescida – Comprimentou-a de volta e alegremente a senhora bem parecida dona dos seus 35 anos, idade que não fugia muito á de sua mãe.

–Pois é sabe como eles crescem- Complementou Eli. apercebendo-se da falta de palavras de Tay

Taylor apenas sorria, abstraida da conversa , e no fim de algum tempo e um ou dois biscoitos ingeridos lutava com a falta de imaginação para encontrar um motivo para escapulir-se daquele monótono reencontro, se é que se pode designar assim, visto que Tay não tinha memórias nenhumas vividas com aquele casal.

–Mas e conte-me lá como está o seu filho, ele também já deve estar enorme, há muito que já não o vejo! – Eli. Sorria e continuava a conversa reveladora da vida do casal seu amigo de longa data.

–Ah, ele está lá fora…-Respondeu desta e pela primeira vez o senhor que não se demonstrava muito interessado na prolongada, até de mais, conversa de mulheres, sendo interrompido por Taylor que possivelmente encontrara motivo para finalmente escapar a conversa extremamente “interessante” para a qual sua mãe a tinha arrastado.

–Mãe, onde está a Maddi? – Em situações normais não trataria a sua maninha pelo nome inteiro, mas esta não era, definitivamente, uma situação normal.

–Ela está lá fora no… -Foi imterrompida com a abrupta saida da filha.

–…jardim a brincar com o Zayn. – Eli. terminou a frase já no fim da sua filha ter ultrapassado a porta como se estivesse desesperadamente a necessitar de ar.

–Bem, eles crescem e depois é assim, são uma caixinha de surpresas- Declarou Elizabeth provocando concordancia no casal.
–--

–M? M? Onde andas maninha? – Taylor chamava pela irmã mas não havia sinal dela, o que andaria aquela peste a preparar desta vez…

Não obtendo respostas, Taylor decidiu-se a ir á procura de sua irmã para as estufas, lugar onde tinha quase a certeza que iria encontrar a irmã.

Chegada ás estufas, Tay reparou no casaco que a irmã estava a usar caido no chão, nada que fosse de admirar, devido a capacidade que Maddi tinha de perder ou deixar para trás as suas coisas, mas também devido ao calor que corriqueiramente se fazia sentir.

–M? M, estás ai? – continuava a chamar pela irmã, novamente não obtendo respostas, mas algo a chamou a atenção, o riso caracteristico da sua maninha…misturado com o riso de um rapaz.

–Oups, parece que a minha maninha me encontrou – Maddi respondeu aberta e divertidamente olhando Zayn e Taylor.