A day before tomorrow escrita por Gabrielle Reis


Capítulo 17
A Casa do Lago - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Dedicada a todas as minhas leitoras que carinhosamente deixam seus comentários, dando-me inspiração. Obrigado!
Trilha sonora do capítulo 17: A Thousand Years - Cristina Perri.
http://www.youtube.com/watch?v=rtOvBOTyX00



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Tudo estava saborosamente comestível, apesar de não ter quase comido. Cada palavra ou gesto ressaltava-me, estava atenta e entretida em nossa conversa, sua voz aveludada soava docemente aos meu ouvidos. O piercing em seu lábio inferior parecia adquirir luz própria, seus olhos astutos demonstravam honestidade.

As nuvens carregadas por toneladas de água deixava que caíssem pequenas e finas gotas de chuva, elevei meus olhos, sorrindo. Tom gritava meu nome para irmos para um abrigo, enquanto ainda não estávamos encharcados. No entanto, não me movi, a graciosidade da chuva fazia com que as sombras das árvores que nos rodeavam, dançassem. Girei, com os braços abertos fazendo alguns ruídos indecifráveis com os lábios, a esta altura Tom corria em minha direção.

– O que está fazendo? Vamos entrar, antes que congele. - Disse ele, puxando-me para dentro da casa, que neste momento, parecia irresistível. Quando adentramos a toda aquela escuridão, Tom buscava desesperadamente o interruptor. - Opa. Acho que temos um pequeno problema. - Estava tão eufórica que qualquer que fosse o problema, não me importava. Não havia eletricidade e a chuva que caía calmamente, agora, se tornara violenta. - Me espere aqui, vou procurar algo que ilumine. - Sua ausência fez-me sentir medo, depois de um algum tempo que parecia ter sido uma eternidade, ele voltara com três velas acesas, que pouco iluminavam, contudo, nos proporcionava reconforto. – Sinto muito, isso não estava programado, vamos esperar que a chuva faça uma trégua, para que eu possa levá-la para casa. - Encarei o céu, que não havia nenhum sinal de sequer, intervalo.

– Ei, tudo bem. - Existia uma certa distância entre nós que incomodava-me, encolhíamos, abraçando nossas pernas. - Eu adorei passar esse tempo, com você. - Senti meu rosto esquentar, provavelmente estaria corada. 

– Se estiver cansada, há um quarto no segundo andar. Durma, ficarei aqui, supervisionando o tempo. - Assenti, levantando-me abruptamente. Estava tensa, não conseguiria dormir, porém, deitar seria ótimo. Tom se levantou caminhando em minha frente, iluminando o caminho com uma das velas, até que parou, pondo suas mãos mais uma vez no interruptor. A luz se acendeu grandiosamente, sorri ao receber o alívio, a chuva ainda caía cruelmente. - Ótimo. Agora pode dormir. - Ele seguiu até um armário pegando alguns agasalhos. - Vista, é de minha mãe. Se continuar com esta roupa molhada poderá ficar doente. - Tom sorria calorosamente, deixando o quarto. Fechei a porta, assegurando-me de que estava sozinha, não pude deixar de agradecer, as roupas couberam perfeitamente.

Deitei na cama, não estava com meus remédios e por algum motivo não conseguia dormir. Meu coração não desacelerara um minuto sequer, às vezes sorria comigo mesma, tocando meus lábios onde os dele tocara, ainda sentido a sensação, Tom me respeitara a todo o momento, e isso fazia-me sentir especial. Não sabia o que estava fazendo, de qualquer forma não conseguiria dormir.

Abri a porta lentamente, meu corpo parecia pronto para explodir a qualquer instante, desci as escadas devagar, tendo o cuidado de não fazer nenhum tipo de barulho e parei, ao contemplá-lo deitado no sofá, apenas de calça, mordi o lábio inferior desejando-o. Se ele me visse pensaria que era louca, quem observa alguém dormir? Virei-me, com mesmo cuidado subindo os degraus silenciosamente, quando estava na metade da escadaria, um degrau velho fez um barulho estrondoso. Parei, prendendo a respiração, rezando para que ele não acordasse.

– Marie?- Sua voz foi imediata, soltei a respiração, controlando-me.

– Sim? - Disse eu, rindo baixo. Virei-me de volta, encarando-o.

– Há algo de errado? - Oh, Deus, ele estava lindo. Pisquei atônita, sorrindo abobada. Tom se levantava, vindo até mim. Aquele oblíquo...

– Não... Quer dizer, sim. Tem uma aranha, na cama. - Aranha?! Faça-me um favor, não tinha uma desculpa pior para inventar?! Ele procurava pela aranha por todos os lados do quarto, enquanto eu estava parada na porta, divertindo-me com a situação.

– Não tem aranha, aqui. - Ele se virou para mim, sua expressão estava confusa, nem eu sabia o que fazia, fixei meus olhos nos seus. Sentia-me estúpida, o que estava fazendo, seduzindo alguém? Não deveria ser ao contrário?

– Ah, desculpe incomodá-lo. Pensei ter visto uma... - Disse cabisbaixa, ele ainda não desgrudara seus olhos de mim, dando-me um sorriso torto. Abaixei a cabeça, decepcionada comigo mesma. Ele se aproximou de mim, seu rosto estava apenas há alguns centímetros do meu, sentia sua respiração.

– Não quero forçar as coisas. Porque creio que dessa vez, com você, será diferente. - Minha respiração se tornava irregular, pousei minhas mãos em seu peito.

– Não está forçando absolutamente nada. - Disse, em um sussurro. Suas mãos me envolveram segurando meus quadris, pondo-me em seu colo, carregava-me para cama. Seus beijos passeavam por meu corpo delicadamente, suas mãos prendiam as minhas acima de minha cabeça, logo em seguida, arrancando-me as roupas. Arranhei suas costas, distribuindo leves mordidas em seu ombro. Depois de nos excitarmos o suficiente, nossos corpos imploravam um pelo outro, nos encaixamos perfeitamente. Fizemos o que chamam de ''amor'', o que só nesta noite pude entender o significado. E abraçados, dormimos até que o sol surgisse.







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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? ;) ;) ;) Esta música vale a pena ver a tradução, achei que seria perfeita para esse capítulo.