Sonhos Reais escrita por Kagome_


Capítulo 2
Capítulo 2




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Depois que a Sango foi para a sala telefonar, nem tive a chance de escutar a conversa. Eu sei, vocês devem estar pensando “nossa, como ela é cara-de-pau!”. Mas poxa, eu tinha que ouvir, afinal ela estava na MINHA casa, usando o MEU telefone, mas tudo bem, amiga é pra essas coisas. Quando ela voltou, toda animada, tive de perguntar:

- Ué? Arranjou um namorado novo e nem me contou?

- Namorado? Kagome, acho que o café contaminou o seu cérebro. Não era nenhum menino, pra sua informação.

- Então era quem? O presidente? Por que pela demora deve ter sido alguém muito importante.

- Foi pra Rin que eu liguei. Desculpe se eu demorei, é que, você sabe...Quando a gente conversa, fica horas e horas falando.

E como... Cara, pude ver ligeiramente a orelha da Sango vermelha. Mais tudo bem. Quando quaisquer umas de nós nos falam via telefone, nossa, eu já perdi a conta de qual foi o recorde de mais tempo.

- Sei, mas porque você ligou pra ela justamente àquela hora?

- Bom, eu expliquei que você não poderia ir ao cinema, então eu a chamei para vir aqui pra nos ajudar a limpar o sótão. Aí, combinei também que depois da limpeza, iria fazer um lanchinho como recompensa.

- Ah... Eu amei a idéia do lanchinho, mas desancana vai Sango. Todo mundo odeia fazer faxina, e vocês duas não são diferentes, Vão curtir o cinema vocês duas que eu vou dar um jeito na limpeza sozinha. Não quero incomodar ninguém.

- Quem disse que é incomodo? E pode ir se acostumando com a idéia. Eu e a Rin vamos te ajudar, como sempre fizemos. E, com tudo que nós enfrentamos, uma faxina não vai ser tão difícil e chato assim.

Me lembrei de todas as coisas que nós aprontamos. Principalmente na escola. Se existem pessoas para entrar em frias na escola, essas são eu, a Sango e a Rin. Mas, tem razão também..a Rin é mais quietinha, mas eu e a Sango... Sempre armamos um monte. Me lembro de um dia, no 1º ano, a Sango tem ficado de saco cheio da escola, da aula, do dia dela. Aí, de repente, ela me manda um bilhete falando que iria se levantar e sair, porque não agüentava mais a repressão daquela escola. Eu assinei em baixo...estava louca pra sair da sala e ir fazer alguma coisa de útil. Bom, só sei que essa notícia foi se espalhando, e quando eu, a Sango e a Rin (não muito contente com a idéia), levantamos, pra nossa surpresa, a sala inteira também levantou e foi embora. Cara... Realmente, parecia que tinha sido uma armação perfeita, e eu e a Sango estávamos felizes por termos feito à boa ação daquele dia. Mas, isso rendeu muito ainda. Fomos, injustiçadas pela diretora e... bom, não quero nem lembrar. Melhor esquecer.

Mas, voltando a agora, abracei a Sango. Tinha perdido meu herói mas em troca, ganhei duas fadas loucas que me trazem tanta alegria, que nem sei como agradecê-las. Subi e fui ao meu quarto me vesti. Coloquei uma roupa bem típica de faxina, um short bem confortável azul, e uma camiseta que eu fazia academia. Não demorou nem uma hora, e a Rin já estava lá em casa. Desci e fui até ela.

- E aí coisa? Como você tá? Deve estar muito mal pra aceitar encarar uma faxina.

- Que isso. Eu estou muito bem e alegre em vir te ajudar, viu senhorita Kagome? E cadê a doida da Sango?

- Eu ouvi isso, viu? Estava preparando os apetrechos para a faxina.

- Que bom que você ouviu. Era pra ouvir e se tocar mesmo.

Caímos na gargalhada. Eu mereço amigas tão boas assim?

- Bom, chega de papo e vamos a faxina, não é Kagome?

E partimos para a luta.

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Eu acho que nunca tinha me divertido tão em uma faxina. A companhia dessas duas aqui deixam a coisa toda emocionante. Depois de muito limpar, tirar poeira, esfregar, tínhamos terminado tudo. Bem, praticamente tudo. Ainda faltava um baú que estava perto da janela. Fomos todas até ele, prontas para atacá-lo. Mas, de repente me veio a memória meu pai me dizendo algo a respeito daquele baú.

“Dentro do sótão existe um baú. Se eu ainda não estiver aqui, procure-o. Ele trará todas as respostas para as suas dúvidas mais intrigantes.”

Parei por um momento, antes de abrir o baú. Será que existia alguma coisa que marcaria minha vida profundamente dali por diante?

A Sango e a Rin estranharam a minha reação.

- Kagome? Você tá bem? Você não está com uma cara muito boa. E toda essa faxina, né? Deixou você cansada? – Falou a Rin, com a aparência preocupada.

- Sim, estou muito bem. Apenas me lembrei que o meu pai me disse sobre esse baú. Ele disse que eu iria encontrar muitas respostas nele. Mas, com tudo o que aconteceu até hoje, eu tinha me esquecido dele.

- Ah Kagome! Abre logo ele. Estou ficando curiosa.

Aquilo que a Sango falou, foi como se fosse um tiro para eu dar a largada e descobrir todo o meu passado.

- Aii... esse troço ta difícil de abrir. Será que dá pra vocês me ajudarem um pouco aqui?

- Claro. Vamos Rin.

Sério. Nós três lá, o baú nem se mexeu pra abrir. Como que eu poderia descobrir as respostas se o baú não ajudava?

- Kagome, acho que, por o baú ter ficado muito tempo fechado, ele deve ter, sei lá, enferrujado, ou alguma coisa do gênero. Bom, será que você tem um pouco de óleo aí? – falou a Rin.

- Acho que sim. Vou dar uma olhada lá embaixo.

Desci e voltei tão rápido com o óleo que até me assustei. Mas também né, eu queria saber daquele mistério que rondava o baú. É muito bom ter uma amiga CDF. Não é que a história do óleo deu certo?

- Pronto Kagome. Agora vamos abrir isso.

E, com uma enorme força, apesar do óleo, conseguimos abrir o baú. Tinha tanta coisa dentro dele. Papéis velhos, fotos. Eu ia ter muito trabalho pra descobrir sobre tudo. Tiramos tudo lá de dentro, para dar uma olhada e uma organizada também. Mas, uma carta me chamou atenção. Era endereçada ao meu pai. Tinha uns 13 anos. Olhei quem tinha escrito, mas não tinha nome. Abri a carta, não sei por que, mas naquela carta, eu encontraria muitas coisas importantes. Vendo a minha curiosidade em relação a essa carta, Sango e Rin pararam imediatamente o que estavam fazendo.

- Alguma coisa importante nessa carta Kagome? – perguntou a Sango.

- Acho que é nela que eu vou encontrar aquilo que eu sempre queria descobrir.

Abri a carta, e para minha surpresa, ela era da minha mãe.

 “Querido Yudi. Minha vida está melhorando muito depois dessa viajem. Estou na faculdade e encontrei muitos amigos antigos. Estou tão feliz que mal posso escrever. Queria que você estivesse aqui comigo, para aproveitar a vida, mas você fez a sua escolhe e eu não pude interferir. Espero que também esteja tão feliz quanto eu. E a Kagome? Como ela está? Bem eu suponho. Com um pai como você, eu posso ficar despreocupada em relação a ela. Bom, minha vida está bem melhor assim. Meu erro parece ter sido reparado, graças a você. Te agradeço muito por isso. Comprei uma casa com o dinheiro que meu avô me deu. É linda. Acho que vou morar nela até formar minha família. Espero que venha me visitar. O endereço está logo abaixo. Mesmo depois de tudo que aconteceu, ainda te amo muito. Mas a vida não deixa esse sentimento se tornar real. Que tudo na sua vida seja mais que um sonhoMidoriko”

Depois que terminei de ler, não conti as lágrimas. Minha mãe. Minha própria mãe dizendo que eu fui um erro na vida dela. Sango e Rin, que também tinham acompanhado a leitura, vieram me acalmar. Eu senti que aquela fenda que eu tinha feito de tudo para cicatrizar, estava se abrindo de novo. Nunca me senti tão vazia assim, a não ser no dia que meu pai faleceu. Por mais triste que eu estava, percebi que o meu pai também deve ter ensinado para ela sobre os sonhos. Afinal, ela tinha realizado os seus, mas eu acho que ela não percebeu que tinha pisado no sonho de outra pessoa. O sonho de sua própria filha.

- Kagome, eu e a Rin vamos guardar tudo isso. Vamos lá pra baixo e você vai descansar. Depois de tudo isso, acho que você merece um descanso, ainda mais depois dessa descoberta.

Depois que ajeitamos tudo, descemos e a Sango preparou um chá pra mim. Bebi o chá e relaxei um pouco. Olhei para o relógio. Já eram quase cinco da tarde. Sango e Rin precisavam ir embora.

- Kagome, preciso ir. A noite eu te ligo pra saber como você está. Come alguma coisa. Vou ficar devendo o lanche, mas juro que quando puder eu faço qualquer comida que você pedir, ok?

- É Kagome. Eu também preciso ir. Toma um banho. Relaxa um pouco. Depois disso que você viu você precisa de um pouco de paz. Amanhã eu dou uma passada aqui, quem sabe a gente não saí um pouco pra se distrair?

- Nossa meninas. Muito obrigada por tudo o que vocês fizeram hoje. De coração mesmo. Vou seguir o conselho de vocês. Vou descansar, e depois converso com vocês.

Despedimos-nos. Fui para o sofá. Percebi que a carta ainda estava nas minhas mãos. Dei uma olhada melhor e vi o endereço da casa dela ali, como ela tinha dito ao meu pai. Era bem longe de onde eu morava atualmente. Resolvi subir e tomar um banho. Precisava relaxar, como a Rin disse. Mas, eu estava começando a ter uma idéia na minha cabeça que poderia mudar completamente a minha vida.


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