–Então vocês todos moram juntos. –perguntei quando estávamos quase chegando ao apartamento do qual Harry havia me falado.

–Não no mesmo apartamento. Cada um de nós tem o seu próprio, mas moramos no mesmo andar. –ele virou à direita e pude ver um prédio enorme.

Ele falou com o porteiro e gesticulou para mim, o homem sorriu e abriu o portão para que entrássemos.

–Somos tipo... os Teletubbies. –gargalhei com a comparação que ele havia feito.

–Os Teletubbies? –ri – Qual deles você é? O roxo.

–Essa doeu. –dessa vez até ele riu.

Ele parou o carro em uma das vagas, desceu e deu a volta no carro abrindo a porta do passageiro e estendendo uma das mãos para mim.

–Você é sempre tão cavalheiro? –perguntei aceitando sua ajuda.

–O que? –ele perguntou confuso enquanto trancava as portas.

–Você sempre abre portas de carro e ajuda damas a se levantarem ou só na primeira vez que as vê? –ele olhou para o meu rosto com confusão estampada nos lindos olhos verdes.

–Sou assim o tempo todo sempre fui. –ele me diz. –Por quê?

–Não é muito comum ver garotos fazendo isso depois do primeiro encontro. –respondo e ele sorri maroto.

–Então isso é um encontro?

–Não, não, Não! Claro que não! –ele ri do meu nervosismo enquanto sinto as bochechas esquentarem. –Podemos subir?

–Primeiro as damas. –ele gesticulou e eu fiz uma reverencia indo em direção ao elevador que era enorme.

Deve ter levado mais ou menos 15 segundos para que chegássemos ao nosso destino. Assim que as portas se abriram Harry indicou para que eu saísse na frente.

Meus olhos passearam pelo coredor. As paredes tem um tom claro de creme, pequenos lustres enfeitavam o teto e iluminavam o lugar, o chão tinha um carpete vermelho escuro que parecia ser tão macio que senti vontade de deitar nele. Havia apenas cinco portas de madeira branca e me lembrei de que Harry tinha dito que todos moravam no mesmo andar.

–Então vocês moraram praticamente juntos? –ele fez que sim. –Não consigo nem imaginar a bagunça que deve ser isso. –ele ri e vai em direção a uma das portas.

Número 560. Forcei meu cérebro a guardar esse número agora que nós éramos um “casal”.

A sala de estar do apartamento era enorme e muito bonita e, surpreendentemente, organizada.

–Bem vinda a minha humilde residência. –Harry largou as chaves na mesa ao lado da porta depois de tranca-la.

–Humilde? –cruzei os braços e ergui uma sobrancelha.

–Talvez não tão humilde, mas a sua é maior. –isso era verdade e eu não podia negar.

–Xeque mate. –brinquei e ele veio em minha direção sorrindo.

–Vamos, vou te mostra o lugar.

Eu não podia negar que Harry tinha bom gosto.

Além da enorme sala de estar havia ainda três suítes, um banheiro, uma sala de TV e uma de jogos. Mas o que realmente chamou minha atenção foi a sala de música.

Havia uma bateria, guitarra, baixo, violão, teclado, microfones e um enorme piano de cauda negro que ficava posicionado de modo que quem se sentasse para toca-lo teria esplendida a visão de toda a Londres.

–Você toca piano. –perguntei admirando aquele belo instrumento.

–Não, Liam. Nós ensaiamos aqui então. –ele deu de ombros. –E você?

–Sim, comecei a aprender com quatro anos. –respondi passando as mãos delicadamente pelas teclas marfim. –Tínhamos um piano assim em casa quando meus pais eram vivos.

Fechei os olhos e tive vislumbres dos rostos de meus pais acompanhados de uma música calma e envolvente.

–Me lembro dos seus rostos, das mãos de minha mãe deslizando pelas teclas, de estar no colo de meu pai e do amor que eles tinham por mim. –meus olhos, nariz e garganta arderam. –É a única lembrança que tenho deles.

–Sinto muito mesmo Julie. –Harry sussurrou. –Não sei o que faria se perdesse meus pais. –ele parecia bem sincero

–Tudo bem, foi há muito tempo e eu era apenas um bebe. –me afastei do piano e fui até a janela observando minha cidade natal. –Tempo demais.

As lágrimas venceram e eu não fiz força para escondê-las.

Senti Harry se aproximar, me virei olhando e seus olhos verdes alguns segundos antes de ser envolvida em seus braços.

Sei que não deveria me sentir bem e nem mesmo dizer aquilo para um garoto que eu mal conhecia, mas algo nele me acalmava e parecia fazer com que a dor melhorasse. Talvez fosse seus braços fortes e seguros, ou o fato dele ter 21 centímetros a mais que eu o que só tornava o abraço melhor ou o sentimento de segurança, como se nada pudesse me acontecer enquanto estava sendo abraçada por ele.

Não eu não devia me sentir assim com alguém que mal conheço, mas mesmo assim me permito ficar em seu aperto até que as lágrimas cessem.

–Você está melhor? –ele perguntou parecendo preocupado.

–Muito, obrigada. –sorrio e ele me acompanha.

–Vamos, os meninos e as garotas estão nos esperando na cozinha. Devem estar achando que morremos no caminho. –eu concordo e nós saímos da sala de música, mas não antes que eu de uma última olhada no piano.

Depois de passar por duas portas Harry vira à direita e desce a escada comigo em seus encalços.

Caos. É a única palavra que conheço no dicionário para descrever aquele local.

Eleanor gritava com Louis que estava encolhido na banqueta enquanto segurava um pombo empalhado.

Zayn e Perrie estavam do outro lado do cômodo e parecia que o motivo da briga era um espelho e um tal de Jonny.

Daniele falava com Liam que estava mais concentrado em mexer o seu cereal com um garfo do que nas palavras da namorada.

E Niall, bem, Niall estava sendo o Niall. Nada poderia afetar sua calma quando ele estava comendo.

–Mas o que? –ouvi Harry praguejar enquanto olhávamos a confusão que se formara na cozinha.

O barulho das vozes, pratos e talhares eram quase insuportáveis, mas nem tanto quanto o assovio de Harry.

Todos os rostos se viraram em nossa direção surpresos.

–O que está acontecendo aqui? –todos começaram a falar ao mesmo tempo novamente.

–Está acontecendo o de sempre. –a voz de Niall foi ouvida a cima de todas. –Louis está dando mais atenção ao Kevin, o pombo que late, do que a Els. Zayn está ocupado demais com o reflexo do seu rosto de Deus grego no espelho para conversar com a Perrie. E Liam ficou assistindo a trilogia do Toy Story e a Dani não consegui dormir. –finalizou ele voltando a comer.

Absorvi tudo o que o irlandês havia dito.

O pombo na mão de Louis chamava-se Kevin, latia e parecia receber mais atenção do que Eleanor que estava com ciúme do animal de mentira.

Zayn parecia gostar mais de passar seu tempo encarando o seu reflexo no espelho do de conversar com sua namorada e parecia que o tal Jonny era o nome do objeto que reflete.

E, por fim, Liam que passara a noite assistindo Toy Story no volume máximo não permitindo que a namorada pregasse os olhos.

Pombos que latem, espelhos chamados Jonny e um marmanjo que gosta de varar a madrugada assistido desenhos animados de brinquedos que ganham vida. Como isso pode ser o “de sempre”?

–Pessoal será que vocês podem agir normalmente só por hoje? –Harry implorou apontando com a cabeça em minha direção.

Minha presença que até agora passara despercebida chamou a atenção dos presentes no cômodo.

–Por que, tem medo que ela tenha a impressão de somos completamente pirados? –perguntou Eleanor sorrindo para mim.

–Mas nós não somos mesmo pirados? –questionou Daniele também sorrindo.

–A primeira impressão é a que fica. Então vamos mostrar a ela quem somos realmente. –Perrie completou se juntando as outras duas que estavam encostadas na pia.

Observei as três e reparei no quão lindas elas eram e como ficavam incríveis juntas. Como se fossem melhores amigas desde sempre.

Fiquei pensando se em breve me tornaria uma delas ou se essa amizade valia apenas para namoradas de verdade.

–Tudo bem. –Harry murmurou mais alguma coisa que não consegui ouvi. –Bem, Julie você já nós conhece e as meninas agora é só uma questão de tempo de se acostumar com essa loucura.

Assenti e um silêncio incomodo sobrevoou cada um de nós que não sabia o que dizer.

–Ah, qual é galera, vamos dar boas vindas com classe para Julie. –gritou Louis vindo em minha direção e me dando um abraço de urso que me levantou do chão.

–O...Obri...Obrigada Louis. –todos riram da minha cara que devia estar formando uma careta nesse exato instante.

Depois do Louis todos vieram me abraçar.

–Falta apenas uma coisa para você ser iniciada no grupo. –Louis levantou o capuz da blusa e mexeu as mãos como se fizesse mágica.

–Lou, eles não podem fazer essa iniciação. –interrompeu Eleanor e o garoto parou para pensar.

–É verdade. Então com vamos inicia-la?

–Por que não podemos fazer a “iniciação”? –perguntei baixinho para Harry enquanto os seis discutiam como eu entraria para o grupo.

–Porque na iniciação das garotas elas tiveram que beijar os namorados por 15 segundo. –ele me respondeu e nós dois coramos com a ideia.

–É agora entendi por que. –sussurrei.

Ficamos quietos ainda constrangidos.

–Harry? –ele se virou para mim.

–Como vai ser?

–Como vai ser o que.

–Como vai ser quando... você se sabe. –com certeza fiquei vermelha.

–Quando tivermos que nos beijar? –eu assenti e ele sorriu. –Não sei.

–Nós já decidimos. –todos pareciam segurar o riso. –E decidimos que um beijo na bochecha não mata ninguém, entretanto ele terá o dobro do tempo que o beijo na boca.

Assim que Louis termina de falar virou meu corpo em direção a Harry esperando ele dar o primeiro passo. E ele o faz.

Segura o meu queixo com uma das mãos e levanta meu rosto pra que eu olhe em naqueles lindos olhos e beija minha bochecha direita.

Meu coração deu uma leve acelerada como sempre acontecia quando um garoto me beijava na bochecha ou abraçava.

Os 30 segundos passaram e Harry parou de me beijar sem prolongar o mesmo.

Algo que eu não esperava aconteceu, todos bateram palmas e as meninas me abraçaram ao mesmo tempo em que os garotos bagunçavam os cachos de Harry.

–Bem vinda ao grupo Juliet!!! –berrou Louis e eu sorri verdadeiramente feliz por fazer novos amigos.

–Eu estou com fome. –reclamou Niall.

–Mas que grande novidade. –ironizou Liam revirando os olhos.

–Você come demais Nialler. –disse Harry.

–Não normal. –completou Zayn

–Já pensou em procurar um médio? –perguntou Lou.

–Tô nem ai pro que vocês acham, a Katy Perry disse que eu sou Firework. Sou perfeito do meu jeitinho. - nós, garotas, rimos da declaração de Niall em sua defesa.

Depois da minha iniciação no grupo fomos até os apartamentos de Liam, Louis, Niall e Zayn, eu conversei e conheci melhor Els, Dani, Perrie e os garotos. Agora estávamos na sala de TV da casa de Harry mais preocupados em conversar do que assistir qualquer coisa que estivesse passando na programação.

Fazia apenas três horas que Harry havia me trazido para seu apartamento, mas eu podia dizer que foram algumas das melhores horas da minha vida. Zayn, Perrie, Liam, Daniele, Louis, Eleanor, Niall e Harry eram pessoas incríveis, engraçadas, espontâneas e às vezes meio infantis o que fazia com que eu me divertisse muito. Nunca havia rido tanto na minha vida.

Eu conhecia os meninos desde 2010, vi o começo da carreira deles quando ainda eram cantores solos, depois se tornarem uma banda e explodirem no mundo. Mas mesmo assim nunca fui muito próxima a eles e depois de passar esse pouco tempo no apartamento de Harry percebi que me arrependi muito porque os garotos e suas namoradas são simplesmente incríveis.

E Harry?

Some cavalheirismo, educação, carinho, uma dose cavalar de beleza, olhos verdes, um sorriso de tirar o fôlego, malicia, covinhas, cachos castanhos e o resultado descrevera perfeitamente o que eu conheço de Harry Edward.

–E onde você quer comer? – perguntou Zayn a Niall.

–MacDonald´s!!!! –gritou pulando nos sofá.

–Oh, Deus, não pode ser outro lugar? –Liam perguntou apertando a ponte do nariz.

–Não! –disse cruzando os braços e fazendo bico.

–O que tem de mau em ir ao MacDonald´s? –perguntei para Dani que estava sentada ao meu lado.

–Esses lugares geralmente estão cheios de adolescentes querendo tirar fotos e alguns postam no twitter e os paparazzi acabam descobrindo e isso causa tumulto. Na maioria das vezes temos que sair de lá com a ajuda da polícia.

–Caramba. –digo perdendo o fôlego só de pensar na confusão.

–Vai se acostumando, por que os próximos três meses da sua vida vão ser assim. –disse Perrie sorrindo para mim como se me encorajasse.

–Pelo histórico de ex-namoradas do Harry algo me diz que essa confusão vai me seguir mais do que três meses.

As três ficam em silêncio e Eleanor aperta minha mão num gesto que realmente me conforta.

–Não se preocupe, estaremos aqui para o que precisar. –eu sorrio e agradeço as três pelo carinho.

–Vamos então. –Zayn chama e nós levantamos do sofá.

Niall está fazendo a dança irlandesa em comemoração.

–Nunca vi alguém ficar tão feliz de ir ao MacDonald´s. – disse para ninguém em especial.

–Vai se acostumando. –Harry sussurrou. –Niall ama comida

–Percebi. –nós sorrimos um para o outro.

– E que carro usaremos? – perguntou Niall enquanto íamos em direção à porta.

–Acho melhor pegarmos a van, chama menos atenção. –disse Liam que parecia ser o mais adulto de todos.

–E quem dirige?

–Pode deixar comigo. –Louis falou e Liam jogou a chave para ele.

Apertamos-nos dentro do elevador e escutei meu celular tocar Swagger Jagger. Os garotos sorriram.

–Gosta da Cher? –perguntou Harry levantando uma sobrancelha.

–Amo! –respondi sorrindo e pegando o objeto.

–Tio Simon? –perguntei preocupada ele geralmente não ligava muito para o meu celular. –Aconteceu algo?

–Não está tudo bem, só queria saber se você estava bem. –suspirei aliviada.

–Sim, sim, está tudo bem.

–Então gostou do pessoal?

–Sim, eles são maravilhosos. –sorri dando uma olhada de leve para as pessoas ao meu redor.

–Fico feliz. Onde vocês estão. –olhei para Harry movendo a boca sem emitir som e perguntando se podia dizer a ele que estávamos saindo. Se for tão confuso para os garotos saírem em publico podia ser que meu tio não gostasse e eu não queria causar problemas.

–Estamos indo ao MacDonald´s. –meu tio ficou alguns segundo em silêncio.

– Querida será que você pode por no viva voz?

–Claro. –apertei o botão, confusa. –Você está no viva voz tio.

–Primeiramente boa tarde. –todos o cumprimentaram e ele continuou. –Quero que me escutem bem. O nosso acordo começa agora, Julie e Harry tentem ficar o mais próximo possível e pareçam melhores amigos, mas só amigos. E não respondam nada deixem que a própria imprensa crie a estória. Vocês entenderam?

–Sim. –respondemos eu e Harry, juntos.

–Ótimo. Bom almoço para vocês.

–Para você também tio. –disse e desligamos.

As portas do elevador se abriram para garagem e todos saíram e eu e Harry ficamos por último.

–E ai, preparada para começar? –ele perguntou.

–Sim. –disse e caminhamos para o carro.

Louis e Eleanor se sentaram nos bancos do motorista e passageiro, atrás havia três bancos. Zayn e Perrie se sentaram no primeiro, Daniele e Liam no segundo, enquanto eu, Harry e Niall ficamos no último.

Louis ligou o rádio, tocava Domino da Jessie J. Começamos a cantar e dançar o máximo que carro nos permitia e quando a música chegou ao refrão nós pulávamos tanto que eu sentia o carro balançar de um lado para o outro.

O percurso durou mais ou menos dez minutos e quase quatro músicas.

Louis entrou no estacionamento que estava vazio.

–Bem, parece que hoje não teremos muitos problemas. –observou Perrie.

Antes que saíssemos do carro Liam chamou a tenção de todos.

–Tudo bem pessoal, parece que não vai ter ninguém além de nós aqui então procurem agir discretamente como se fossemos apenas um grupo de nove jovens se divertindo e matando tempo. Não queremos chamar atenção e nem causar problemas.

Todos concordaram e descemos do carro indo em direção ao estabelecimento.

O lugar estaria deserto não fosse a atendente do outro lado do balcão que mascava um chicletes de boca aberta e olhava as unhas vermelhas.

–O que desejam? –perguntou sem olhar para nossa cara.

Zayn, Harry, Liam, Louis, Eleanor, Perrie Dani pegaram seus pedidos e foram se sentar enquanto eu e Niall fazíamos os nossos. Paguei meu lanche e fique esperando enquanto ouvia Niall fazer sua escolha.

–O que deseja?

–1 big Mac, coca cola grande, batata frita também grande e um sorvete de chocolate, por favor.

–Vai comer aqui?”

–Aqui não vou comer ali na mesa. –ele disse como se fosse obvio.

–Eu quis dizer se o Sr vai levar. –a atendente perguntou sem paciência.

–Sim, vou levar ate a mesa. –vi a garota ficar vermelha e me intrometi antes que ela e Niall acabassem brigando.

–Nós vamos comer aqui. –ela assentiu e entregou nossos pedidos.

–Garota maluca. –Niall murmurou fuzilando a garota do caixa.

–Vem Nini, vamos comer. –puxei a manga da blusa dele para chamar sua atenção. – Todo esse mau humor é fome.

Ele se virou e sorriu para mim.

–Faz apenas três horas que me conheceu realmente e já sabe que quando estou de mau humor é fome. - ele parou por um segundo e sorriu mais ainda. –Acho que vamos virar melhores amigos.

Sorri para ele.

–Espero que sim.

–Nós vamos. –afirmou e continuamos andando.

É realmente estranho virar melhor amigo de alguém depois de apenas três horas, mas na verdade eu o conheço desde 2010 então não faz tão pouco tempo assim.

Voltamos a andar em direção a mesa.

Eu e meu novo melhor amigo.

Harry parou seu Audi R8 na entrada da minha casa e eu me virei para ele.

–Quer entrar? –perguntei.

–Hoje não dá, quem sabe outro dia. –ele respondeu avoado.

–Compromissos ou um encontro de verdade? –perguntei dando um soco de leve em seu braço. –Não estou a fim de ser traída.

Ele riu.

–Não tenho um encontro, não se preocupe. –ele parou de rir, mas continuou com um sorriso leve nos lábios. –Minha mãe e Robin vão voltar hoje para Holmes Chapel e quero passar um tempo com eles antes de pegarem o avião.

Sinto-me culpada por Harry ter ficado a tarde inteira comigo quando devia matar saudade da família.

–Hazza, sinto muito eu... – ele me interrompeu.

–Não peça desculpas, fiquei a tarde toda com você por que quis.

–Mas... –outra vez.

–Mas nada. Gostei de passar a tarde com você. –ele diz e eu coro.

–Agora sei por que você deixa até as mulheres mais velhas caidinhas por você.

–A é. E por quê? –ele levantou uma sobrancelha o que o deixava ainda mais bonito.

–Você é doce, gentil, cavalheiro, atrevido na medida certa, engraçado, sabe quando deve falar ou algo ou quando simplesmente deve abraçar. –falei gesticulando. –Você é maravilhoso.

–Você também é incrível. –ele me disse. –É inteligente, equilibrada, madura, engraçada, fofa, doce, carinhosa, relaxada. Você é perfeita.

Ficamos um tempo apenas olhando um nos olhos do outro até que o meu celular apita avisando que havia uma nova mensagem.

–É melhor eu entrar.

–Claro. Eu ainda tenho que levar minha mãe e Robin para o aeroporto.

Ele rapidamente da à volta no carro e abre a porta me ajudando a sair.

–Obrigada por hoje. Diverti-me muito. –sorrio - Todos são incríveis.

–São mesmo, meio malucos, mas incríveis. –ele também sorri.

– Nada vale mais do que uma amizade idiota. –ele me olha surpreso.

–Você assiste Bob Esponja?

–Ele é o melhor. –digo e ele concorda.

–Tchau Hazza. –digo e me viro indo em direção a minha casa.

–Boa noite minha pequena. –ele diz isso bem baixo, mas mesmo assim eu ouço e sorrio.

Assim que entro Mary, tio Simon me bombardeiam de perguntas. Respondo a todas e depois ligo para minha melhor amiga e conto tudo o que aconteceu no dia. A única coisa que não digo é que Harry meu chamou de minha pequena quero manter isso entre mim e ele. Ninguém mais precisa saber.

Depois de tomar banho e jantar vou até o computador dar uma olhada no que está acontecendo no mundo.

Minha boca se escancara ao ver o que está estampando a maioria dos sites de notícias. Fotos minhas com os garotos e as garotas e de mim e de Harry conversando em frente a minha casa algumas horas atrás. Somos a notícia do momento.

Suspiro e coço meus olhos sonolentos enquanto me dou conta do que está acontecendo.

Começam hoje os meus 90 Dias Com Ele.