Fui carinhosamente acordada pelo doce som da voz de Eleanor berrando como se unicórnios pernetas estivessem sendo incendiados.

Abri os olhos e vi alguma coisa vermelho sangue passar voando até acertar o rosto de Els.

–Cala a boca! –ouvi Perrie resmungar.

–Bom dia pra você também Perrie querida. –disse sarcástica jogando a almofada na loira. –Levantem suas manés! Chega de vadiagem. E se arrumem porque nós vamos ao Starbucks.

–E por que faríamos isso? –perguntou Danielle ainda deitada.

–Porque vocês têm duas opções, concordar comigo ou estar erradas.

Ela caminhou até a janela e abriu as cortinas. Nós gememos em protesto e cobrimos o rosto.

–Será que você pode respeitar nossa opinião pelo menos uma vez? –reclamou Perrie.

– Respeito à opinião de todos que concordam comigo. –respondeu com a voz doce.

Desistimos de tentar vencer a discussão e arrumamos a sala.

–Coloquem tudo menos moletom. –ela advertiu enquanto procurávamos algo para vestir. –E sumam com essas caras de zombie. Maquiagem!

–E porque não podemos colocar moletom e temos que passar maquiagem às sete e meia da manha?! –perguntei olhando o relógio na mesa de cabeceira do quarto de Eleanor.

–Lei da vida: Você sai na rua toda arrumada linda e poderosa, aparece o Zé da padaria, formigas, cachorros e passarinhos. Agora, se você sai na rua parecendo uma mendiga aparece o Taylor Lautner, as patricinhas da escola para tirarem fotos suas, o menino mais bonito da rua, a paixão da sua vida! –explicou Lucy. Por isso é sempre bom prevenir.

–Finalmente alguém que me compreende! –Eleanor deu um abraço dramático em minha amiga que riu.

–Estamos perdidas. –escutei Danielle murmurar baixo e ri.

–Com certeza. –respondi seu murmúrio e foi a vez da morena rir.

Depois de nos aprontarmos fomos em direção à cafeteria favorita de Eleanor.

Fizemos o pedido e decidimos ir a um parque que ficava próximo a casa de Eleanor já que o dia estava atípico para Inglaterra.

–Sol, céu azul e sem nuvens, calor. Nem acredito que estamos nas terras da rainha. –murmurei inclinando meu corpo para trás a fim de receber um pouco de vitamina C.

–Nem me diga. –concordou Perrie retirando os óculos.

Ficamos por um bom tempo no parque jogando conversa fora.

Não poda acreditar no quanto estava me divertindo.

Quando aceitei aquela proposta maluca achei que o único benefício que receberia seria o de retribuir tudo que meu tio havia feito para mim e o sua permissão para que eu estudasse na America, mas eu havia ganhado mais que isso.

Eu havia ganhado sete amigos e, talvez, o primeiro garoto por quem eu estava apaixonada.

–Acho que é melhor voltarmos para casa. –Eleanor estava com os olhos pregados no meio das árvores que deviam ficar a uns oito metros de nós.

Virei à cabeça ligeiramente na direção e avistei um homem com uma câmera apontada para mim e as garotas.

–Paparazzi?! –Lucy disse surpresa.

–Bem vida ao mundo das estrelas. –Daniele respondeu com a cara fechada.

–Mas achei que eles só tirassem fotos quando estamos com os garotos. – estava irritada com a falta de privacidade. Nenhum dos garotos estava e mesmo assim eles vinham atrás de nós.

–Ás vezes eles nos seguem mesmo estando sozinhas. –Eleanor respondeu levantando. –Vamos meninas.

Levantamos e recolhemos nossas coisas e saímos a passos rápidos do parque.

Fiquei calada o caminho todos. Achava que quando estivesse longe de Harry voltaria a ser uma garoto comum que podia sair na rua sem ser notada, mas esse paparazzi se escondeu provou que eu estava terrivelmente enganada.