A Corça escrita por Minene


Capítulo 17
The Secret (O Segredo)


Notas iniciais do capítulo

Hey Guys!
Bem-vindos de volta! E ai? Mais um capítulo, yay! Acho que nem demorei muito pra postar hein, como sou legal (:
Então, o que acharam da capa nova? Quem ainda não viu, dá uma passada lá no início da fic pra ver! Acho que não tenho mais nada pra flr, é... Até mais!



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O sinal bateu e todos saíram animados da sala pela aula prática, afinal, não é todo dia que isso acontece. Lilian parecia abaladíssima, e suas amigas conversavam ao seu lado, fingindo não saber o motivo dela estar assim. Tiago alcançou-a, um tanto preocupado.

- Lily? O que aconteceu? Aquele dementador te fez mal? Eu sei, a sensação é horrível! Mas, veja bem, tinham diversos Patronos lá e... Bom, bem desnecessário. E eu sei como você é forte, acho que foi alguma coisa. Você está assim desde ontem, estou ficando chateado...

Lilian o olhou com piedade, como um último pedido triste para que ele se afastasse, que ele não compreendeu.

- Não é nada, Potter - E apressou o passo sumindo entre os outros alunos, Louize encostou em Tiago e sussurrou pra ele.

- Eu sei acho que sei o que foi - Tiago olhou-a surpreso - Não tenho certeza, mas acho que ela ficou meio estranha porque o Patrono do Severo é igual ao dela. E isso... Acho que isso significa que ele tem um sentimento muito forte por ela. E com isso, Lily ficou surpresa pois eles tinham discutido e não haviam se falado há tempos. E ainda tem o beijo deles, que depois de um tempo foi esquecido. Você sabe... Essas coisas contam. E ainda tem você. 

Tiago deixou o queixo cair, demonstrando sua frustração.

- Tem como alguém sentir tudo isso?

- Claro que sim, seu tolo! - Ela se sentiu ofendida por Lilian, se afastando - Acho que deveria tomar mais cuidado com o coração da Lily, senão, do jeito que você anda, vai perdé-la para o Ranhoso. Beijinhos - E saiu, com as outras meninas. 

*   *   *

Ele deveria ter dito à ela, não é? Por quê, se ele sentia tudo isso por Lilian, não havia falado? Por quê ele não se abria com ela? Por quê, e até quando, ele teria esse orgulho interior, de ser o melhor, que precisar esconder tudo? Lilian atravessava os corrredores com pressa, tentando encontrá-lo. Resolveu procurar primeiro na biblioteca. 

Lilian sabia exatamente o que significava quando o Patrono de alguém é igual ao de outro. Pelo menos todas as férias lendo os livros escolares sempre ajudava. Como ele é ridículo. E bobo, é claro, ela pensava, aborrecida. 

Não o encontrou na biblioteca, o que indicava que provavelmente tinha ido para sua próxima aula. Lilian pensou... Herbologia, eles faziam separados. Suspirou. Teria que esperar o almoço...

*   *   *

- Preciso falar com você - Disse Lilian, completamente corada. Estava parada, em pé ao lado da cadeira de Severo, que almoçava quieto e de cabeça baixa. Os outros alunos da Sonserina a vaiavam e riam e ela tentava parecer forte. O terrível era que Avery, um garoto fortinho e perturbador da Sonserina, estava sentado do seu lado, e era possível ouvir suas piadinhas com os amigos. Severo a ignorou, fazendo-a se sentir mais rebaixada.

- Anda, Sev, preciso falar com você! - Ela insistiu, e os garotos riram do apelido, debochados. Lilian tentou puxá-lo e dessa vez cedeu, soltando os talheres bruscamente. Os dois foram para uma sala vazia perto do Salão Principal.

- Que que é? - Ele disse, grosso.

- Severo! Por quê está desse jeito comigo? Te fiz alguma coisa?

- Talvez! - Ele cruzou os braços e se apoiou numa carteira, as sobrancelhas franzidas.

- Eu.. Eu vim falar sobre a aula de Defesa.

- Sei o que vai dizer - Ele descruzou os braços - Mas não si porque aconteceu, ok? Não tem nada a ver com o que você pensa! 

- Não? - Ela ficou ofendida - Então quer dizer que toda a nossa amizade, não significou nada pra você? Nem meu beijo? Nem nada? Nem tudo que você me falou, nem todas as brincadeiras e nem todas as broncas não tiveram sentido? Você estava curtindo com a cara, Snape?

Severo se arrepiou com o seu sobrenome. Não, ele só queria parecer crescido, e não um garotinho mimado. Ele queria ser superior à Lilian, mas ao mesmo tempo não queria.

- N-não... - Sua voz falhou. Agora Lilian quem tinha as sobrancelhas franzidas e os braços cruzados. E também os lábios contraídos, como sempre.

- Então? Só um "não" tremido você tem a me dizer? Eu fui até a mesa da Sonserina, perto daqueles seus amiguinhos tarados só pra você me dizer "não"? Qual o seu problema, garoto Snape? Você quer dizer que aquele Patrono é uma corça por coincidência? Precisa fingir tudo e esconder tudo de mim? Eu. Gosto. De. Você, Severo - Ela disse, dando um passo, ficando cada vez mais próximo dele, brava. Depois se afastou - Eu falo pra você, porque não tenho medo de nada ou de ninguém. Mas você sim. Você insiste em ser uma criançinha mesmo quando tem a pessoa que gosta aos seus pés. Pois agora não vou mais procurar você, ok? Se quiser voltar comigo, estarei aqui. Mas não vou dar um passo por você.

Ela deu as costas e saiu da sala. Severo tremeu e sentou no chão. Queria chorar, como uma criancinha mesmo. Deveria tê-la agarrado enquanto ela reclamava. Porém, ele não era um Tiago da vida, era um bobo. Agora, por culpa sua, partira seu coração e o de Lilian também. Realmente um bobo. 

*   *   *

- Lily, você tá bem? - Perguntou Tiago, abraçando Lilian, quando saiu arrasada da sala. Tiago chegara correndo logo depois.

- Relaxa... Tá tudo bem... - Ela tentou sair de seus braços, mas ele não deixou.

- Lilian Evans. Estou muito preocupado com você, e, caso você tenha esquecido, você deixou eu ser seu amigo! Vamos, me conte o que aconteceu. O que o Ranhoso te fez? Eu não disse que ele não era uma boa pessoa, Lily...

- Não, Potter... É o que ele não fez. Mas isso não importa.

- Lily...

- Me solta! - Ela exclamou, ameaçadoramente, e saiu para o lado contrário do Salão Principal.

*   *   *

A noite ia caindo devagar, mas a lua não ainda estava em cima de suas cabeças. Ainda era possível ver os poucos raios de sol que se escondiam nas colinas aos arredores de Hogwarts. Os Marotos estavam na Orla da Floresta, enquanto todos os outros alunos jantavam no Salão. 

- Ótimo, agora só falta um pouco disso... - Murmurou Sirius, jogando um pózinho azulado dentro de um caldeirão. Estavam terminando a poção que provavelmente os transformariam em animagos, e, como Sirius era o melhor dos quatro em poções, ficou encarregado de terminar a pior parte, a bebida - Voilà! Poção pronta. Aluado, me passa os cálices.

Remo estava temeroso e assustado, pois, a essa hora, ele já estava dentro da Casa dos Gritos, tomando seu último gole de poção para mansidade para outra de suas noites "tranquilas". Remexeu a mão dentro da mochila do amigo e retirou três cálices medianos, e o entregou. Sirius distribuiu a poção nos cálices e deu para Tiago e Pedro, que olharam a fórmula com nojo. 

- Não vou beber isso - Falou Tiago, esticando o braço com o cálice, o rosto contorcido. Era grossa, verde-musgo apodrecido borbulhante e com cheiro de peixe e abacate estragado.

- Vai sim, seu fresco - Disse Sirius - É para o Lupin, você precisa. Andem, coloquem os pêlos. 

Cada um deles retirou da mochila um frasco contendo dois ou três pêlos de algum animal. O de Sirius seria um cachorro, na qual eles já haviam decidido a muito tempo. Era um animal impotente e astuto, o melhor amigo do homem e sem contar que era bem fofinho. O de Tiago seria um cervo, o seu Patrono, na qual também vem o seu apelido "Pontas". Pedro não conseguira pensar em um animal bom o bastante e então Sirius pegou uma ratazana no chão e arrancou um punhado de seus pêlos. O menino não gostou da ideia e se sentiu ofendido, mas depois de Sirius lhe dizer que ele poderia fugir rápido das confusões, pois ficaria bem pequenino, ele aceitou. Colocaram os fios nos seus cálices e se entreolharam.

- Juntos? - Perguntou Sirius. 

- Sim, no três - Disse Tiago, engolindo em seco, olhando a poção de novo e se preparando - Um... Dois... Três!

Eles viraram os copos na garganta. Todos grunhiram. Sirius deixou cair o copo no chão e cuspiu, com muito nojo, se apoiando numa árvore próxima. Tiago fez o mesmo, se sentando o chão com o gosto ainda na língua. Pedro correu para o outro lado e vomitou. O gosto era igual ao aroma, talvez pior. Remo reprimia risos da cara dos amigos quando se lembrou. Lançou um feitiço em cada um deles, um feitiço de conclusão, para terminar a receita. Ouviu-se três estampidos, e logo os três estavam no chão, Remo guardando a varinha. Segundos depois, Sirius se levantou, acompanhado de Tiago, que tossia.

- Mas que... - Cuspiu - Que porcaria foi essa? E estamos com a mesmo jeito. A única coisa que sinto diferente é meu estômago embrulhando essa meleca. Urgh.

- Que droga! - Grunhiu Sirius, furioso. Chutou uma árvore para expressar - Não funcionou! Tanto esforço pra nada! Três anos e meio pra nada!

Reinou o silêncio. Todos estavam chateados por o plano não ter dado certo. Remo, silenciosamente, apanhou na sua mochila um frasco maior com outra poção e tomou, pois já estava ficando escuro: A Poção da mansidade. 

- Vocês viram o Rabicho? Ele sumiu! - Exclamou, ao perceber, olhando em volta. Todos o imitaram. Realmente Pedro não estava mais caído no chão, nem entre as árvores da clareira. Procuraram um pouco quando Sirius levantou as duas mãos, pedindo que ficassem quietos.

- Estão ouvindo? - Perguntou, baixinho. Os outros pararam para escutar. Realmente, ouvia-se um pequeno chiado. Como um...

- Rato - Murmurou Tiago, começando a tatear o chão. Suas mãos se ergueram com um rato médio, tremendo. Os outros se entreolharam, formando sorrisos  - Rabicho, é você?

O ratinho se remexeu, como que confirmando. Sirius abriu a boca para falar alguma coisa, mas de repente caiu de quatro no chão, arqueando. Tiago tentou socorré-lo, mas, quando percebeu que não precisava mais. O amigo de repente começou a tossir, e de suas roupas brotaram pêlos negros. Um rabo surgiu entre suas pernas e seu rosto se alongou, deformando-se num focinho. Os olhos cresceram e seus joelhos e mãos viraram patas. Por fim, pequenas orelhas pularam de seu crânio pequeno, deixando vivo um grande e belo cão negro. Tiago urrou de surpresa, e Remo riu alto. 

- Preciso te pôr no chão, agora, Rabicho... - Murmurou Tiago, colocando cuidadosamente o ratinho na grama. Mal o fez e já caía de quatro como Sirius, seus poucos pêlos brotaram da roupa, um rabo surgiu, membros viraram patas, o rosto se transformou e, por fim, galhadas cresceram no topo de sua cabeça. Agora, havia um rato, um cão e um cervo em frente a Remo. 

- Caraca! - Ele exclamou - Conseguimos! Deu tudo certo! Agora voltem ao normal, precisamos entrar na Casa dos Gritos depressa!

Eles obedeceram, Tiago, Sirius e Pedro voltaram ao normal e cada um pegou suas mochilas, indo para o outro lado do terreno, no Salgueiro Lutador. 

*   *   *

Severo tremeu-se de agonia. Mal podia acreditar no que acabara de presenciar. Aqueles garotos safados tinham escondido suas mochilas em um canto de uma árvore, empurrado um nó no Salgueiro Lutador e entrado num buraco que ele nunca percebera! Como aquilo poderia ter acontecido? Ainda restava aquele Potter do lado de fora, observando se a "barra" estava limpa... Severo correu, atravessando os jardins.

- Potter! - Gritou. Tiago gelou e virou de costas. Porém, já tinha sido pego. Estava entrando no Salgueiro, já. 

- O que quer, Ranhoso? - Provocou, fingindo que nada havia acontecido.

- Você não me engana, sabichão! Vi seus amigos entrando na árvore! Ainda bem que desconfiei que vocês sumiram no jantar de hoje... Como toda lua cheia... - Severo fez cara de desconfiado.

- Não sei do que você está falando! - Disse Tiago, concentrado. Não ia deixar aquele babaca estragar o plano do seus amigos - Bisbilhoteiro! Vou contar tudo pro Prof. Dumbledore!

- Tá louco? Tenho provas, mocinho, o pior vai sair pra você. Porque eu acho que não tem nada demais dar uma olhada aqui fora... Afinal, nem deu o toque de recolher ainda! 

- O que estão fazendo aqui fora uma hora dessa!? - Exclamou outra voz. Os meninos ficaram pálidos. Era a vice-diretora, profª McGonagall que vinha arrastando sua capa esmeralda - Potter e Snape, obviamente! Não posso acreditar! 

Tiago se pôs na frente de Severo, já com um desculpa em mente.

- Professora! O Severo... E eu estavam dando um volta... Separados, é claro. E então ele quase caiu naquele buraco ali - Ele apontou para o Salgueiro, e, quando Severo olhou para trás, deu uma piscadela. Ela sabia sobre o caso de Remo, inclusive da Casa dos Gritos - Então o puxei. 

- Ora, mas que deliquente! Não foi nada disso! - Gritou Severo, se exaltando.

- Tem certeza? - Perguntou a professora - Deixe de besteira, Sr. Snape e entre comigo agora.

- Mas..

- Sem mas! Que coisa feia ficar culpando a pessoa que lhe salvou! - E os dois saíram, a professora carregando Severo, que praguejava contra Tiago.


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Notas finais do capítulo

Reviews! õ/



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