Thiane tinha 18 anos. Era uma garota romântica e emotiva, sempre vista com algum livro de romance nas mãos. Era branca e tinha cabelos lisos e claros. Era linda. Assim como se apegava fácil às pessoas, odiava com igual facilidade. O dia amanheceu lindo, ensolarado. Thiane estava pronta para ir para a faculdade. Pegou a bolsa, alguns livros e saiu.

Vê um velhinho no meio da rua, mendigando. Apiedou-se e foi lhe dar algumas moedas. O mendigo agradeceu com um sorriso meigo:

- Obrigado, bela filha de Eros.

- O que disse senhor? – pergunta Thiane.

- Você provavelmente não me conhece... – fala o mendigo, com voz rouca – Não tenha medo, pois não sou nenhum monstro... Apenas um velho mensageiro.

- Me desculpe, mas não faço ideia do que o senhor está falando.

- Meu nome é Hermes, sou o deus dos viajantes e dos comerciantes, além do mensageiro divino... Você tem que vir comigo. – o velho segura Thiane pelo braço. Ela se afasta, com medo. – Calma! Não vou te fazer mal.

O mendigo, Hermes, estalou os dedos e os olhos da menina pesaram. Ela piscou e quando abriu os olhos, não estava mais no mesmo lugar. O velho rejuvenesceu diante de seus olhos, se tornando um homem de belo porte físico, os cabelos cacheados e loiros caindo nos ombros.

Thiane teve vontade de gritar. E a vontade só aumenta ao notar que estavam num lugar cheio de jovens, todos olhando para ela. Tinham nas mãos papéis, pergaminhos, tablets e até espadas. Cada um parecia fazer algo antes dela surgir do nada no meio deles.

- Thiane? – alguém chama atrás dela. A garota imediatamente reconheceu a voz. Era Iara, sua melhor amiga. Thiane virou e as duas se abraçaram.

- Quer dizer que você também? – pergunta Walber, que se une ao abraço.

O homem que trouxe Thiane magicamente, fala para todos.

- Semideuses, atenção! Esses três últimos semideuses que aqui chegaram, além de mais um que ainda está por vir, serão muito importantes, lembrados daqui a séculos. Devem partir na missão dada pelo jovem filho de Morfeu. Esse é o recado dos deuses: Cuidem para os quatro novatos se deem bem na missão às górgonas e escolham mais quatro bons semideuses para acompanhá-los. – E some, da mesma forma que chegou.

- Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – quer saber Thiane.

- Bem, todos aqui somos filhos dos deuses. – fala Walber – É irado! Deuses tipo Zeus, Apolo, Afrodite, meu pai Hefesto... Eles existem!

- Que maluquice... – diz Thiane, descrente.

- Eu também achava isso, – fala Iara – mas você quer prova maior que esse deus mensageiro que te trouxe aqui?

Demorou, mas após muita conversa Thiane foi convencida. Foi apresentada a Noah, Tuca, Cibele, Ian e outros.

- Se você for mesmo filha de Eros, como lhe falou Hermes, – diz Cibele – Precisa saber usar isso! – e lhe entrega um arco e uma aljava com algumas flechas – Assim como os filhos de Apolo, como eu, as crianças de Eros também usam arco-e-flecha.

- Tem outros filhos de Eros aqui?

- Neste alojamento não, mas já conheci alguns por aí...

Noah se aproxima das duas. Cibele mostrava a Thiane como usar o arco, enquanto Iara olhava um livro de magias deixado pela última filha de Hécate do alojamento, e Walber aprendia a forjar sua própria armadura. Noah beija Cibele. Thiane percebeu que eles são muito apaixonados. Ele diz:

- Vou convocar todos para uma reunião! Precisamos decidir os quatro veteranos que irão à missão com os novatos... É claro que eu vou.

- Eu também quero ir! – afirma Cibele.

- Bem, isso nós vamos decidir na reunião... Será uma missão arriscada.

- Que missão é essa que todo mundo tanto fala? – pergunta Thiane.

- Oito semideuses devem ir ao submundo, matar a Medusa, arrancar sua cabeça e voltar vivos a tempo de salvar o mundo... – Cibele resume freneticamente os passos da missão.

- O quê? Isso não é perigoso?

- Você nem imagina o quanto. – fala Noah – Mas infelizmente nós não temos alternativas!