- Agora temos que encontrar o covil das górgonas. – diz Noah, assumindo a sua posição de líder.

- Vamos repassar os passos da missão... O que temos que fazer? – fala Dani, que veio boa parte da viajem em silencio.

- Isso! – Noah concorda – Temos que chegar ao covil das cobras... A caverna de Medusa e suas irmãs.

- E onde isso fica? – quer saber Neto.

- Não faço ideia, mas aqui no submundo todos os caminhos levam a um só, o castelo de Hades. – explica Kelly – Provavelmente a caverna da Medusa está no caminho.

- Daí, é enfrenta-las e cortar a cabeça de Medusa. – fala Noah, até com certa empolgação.

- Depois, voltar para o mundo mortal e salvar o mundo da desgraça do Olimpo, o que ainda nem sabemos o que é. – diz Kelly.

- Para isso, uniremos nossas habilidades e trabalharemos como um só. – Iara diz com um sorriso motivador – Não é toa que oito semideuses tinham que ser escolhidos!

- E... a propósito, parabéns Thiane! – fala Dani.

- É mesmo! Você tem um dom incrível! – fala Walber.

- Gente, não é querendo acabar com o momento, mas... – Cibele puxa uma flecha da aljava e aponta para cima.

Os demais olham no mesmo instante para o alto e veem quatro abutres se aproximando. Logo, Netto percebe que se tratava de urubus com rosto e seios de mulher. Eram horrendos, e vinham em sua direção, muito rápido.

- Harpias! – Kelly se espanta.

Cibele dispara a flecha. Uma das harpias é atingida no peito e se transforma em pó.

Porém, antes que Cibele encontrasse uma nova flecha, as harpias chegaram ao grupo. Uma delas arranha o rosto de Walber com as garras das patas, fazendo cortes profundos na sua bochecha e testa.

Neto prepara sua espada e tenta golpear uma das feras. Noah e Cibele faziam o mesmo. Iara e Kelly atacam com as adagas, enquanto Walber, recuperado do susto, começa a disparar com a espingarda. Thiane e Dani, nervosas, não conseguem lutar, apenas ficam abaixadas.

Walber acerta um tiro e mais uma das harpias é morta. Restam duas. Neto consegue transpassar mais uma com a espada.

A última harpia tenta fugir. Iara move os braços de uma forma estranha. Um véu de escuridão encobre a harpia e ela acaba caindo. Quando a mulher-abutre chega ao chão, Noah dá um último golpe.

***

- Temos que nos apressar! – diz Noah.

O grupo continua meio que sem rumo, passando por sombras. Tentavam se concentrar em algo que não fosse os gemidos assustadores. De repente escutam três latidos simultâneos, e altos.

Um cão com quatro metros de altura e três cabeças furiosas se aproxima dos oito.

- Cérbero?! – Walber grita. Neto percebe que o garoto era um bom conhecedor da mitologia, mas aquele não era o momento de começar a pensar nisso.

O cão monstruoso agitava as cabeças em todas as direções. Das bocas escorriam gosmas verdes e malcheirosas, enquanto as presas batiam prontas para tortura-los.