Strange Love. escrita por Milena


Capítulo 23
Please, don't go - Part II


Notas iniciais do capítulo

Suspense é sempre bom, enjoy :)



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Justin’s P.O.V On

Scooter falava, falava e falava. Realmente não estava dando a mínima pro seu sermão alto naquela sala de reuniões, na verdade, nem me dei ao trabalho de saber sobre o que era o seu sermão.

- Você entende, Justin? – acho que ele faz algum tipo de magia negra pra entrar nos meus pensamentos e descobrir que eu não estava o ouvindo, pois sua voz soou mais alta que antes e muito mais autoritária.

- A mídia quer uma resposta sólida e você não pode dar isso agora, você não pode assumir que está com ela!

Finalmente, prestei atenção no que ele falara. Sua voz era clara e objetiva, como se tivesse sido ensaiada diversas vezes antes de ser praticada.

- Você está falando pra eu negar que eu estou com a Sky? – essa possibilidade me deixou irritado, muito irritado, tanto que demorei um pouco pra conseguir falar.

- Ótimo, você entendeu – ele abriu os braços sorrindo e quando estava pronto pra sair, eu o parei.

- Eu não vou fazer isso – falei pausadamente, como se aquilo fosse o fazer entender.

- Como? – ele se virou pra mim – Você ouviu o que eu falei?

Fiquei calado, ele já sabia a resposta.

- Foi o que eu pensei – seu sorriso que costumava ser de um amigo meu agora virara um sorriso de um frio calculista – Você sabe o que vai acontecer quando você assumir que está com ela? – ele deu alguns passos a frente da enorme mesa no centro da sala – CD’s sobrando, revistas com o seu rosto mofando nas bancas, músicas ignoradas e o melhor: sua fama por água a baixo.

Ele terminou dando a chance pra eu poder, ao menos, falar algo. Eu não consegui pensar direito, e falei o que veio a minha mente: - Eu a amo.

Esperei que Scooter fosse entender e dizer que estava tudo bem, mas sua risada sarcástica tirou essa idéia de minha mente.

- Você não sabe o que é amar, garoto – sua voz saiu e seus lábios se curvaram em um sorriso frio, o mesmo de minutos atrás.

- Não vou fingir que eu não tenho nada com ela quando eu tenho, eu já fiz isso uma vez, você lembra? – Me levantei ignorando a tensão do meu corpo, e falei o que queria falar – Eu não vou deixar de dizer que ela é minha namorada nas entrevistas, na rua, nas músicas ou em qualquer lugar que você queira que eu faça isso. Que se foda a mídia, que se foda o que vão pensar, que se foda você, que se foda tudo, eu não me importo com isso e você já deveria saber.

Hesitei antes de sair, esperando que ele fosse brigar comigo ou jogar na minha cara que era isso que a mídia queria, mas sua voz não saiu. Ele permaneceu calado, entendi que aquilo era o fim da nossa “reunião”, peguei meu casaco que havia jogado em cima da cadeira e sai daquela sala.

Quem Scooter pensava que era? Meu pai? Ah, caralho, nem meu pai cuida de mim, ele que não vai. Talvez em algum momento da minha vida, eu possa o ter deixado tomar decisões por mim, mas agora... Quem é Scooter agora? E eu achava que o monstro calculista e interesseiro da história era eu.

Andei até a porta da saída e logo no estacionamento, entrei no carro rapidamente e já estava nas ruas daquela enorme cidade, olhei pelo retrovisor e notei que o mesmo carro que estava atrás do meu a minutos atrás, ainda continuava lá.

Ri pela minha paranóia, passar tanto tempo com Sky causa isso. Sky. Sorri ao pensar nela. Nunca me imaginaria nesse estado, mas estou.

Aumentei a música, fazendo o carro parecer pequeno a tanto som.

Olhei o relógio e batiam 11h, eu já estava com fome, poderia ir até o restaurante onde ela trabalhava, mas não queria bancar o namorado pegajoso, apesar de já ser. Pelo menos, ela não mostrava se incomodar com isso.

Parei no restaurante mais próximo e almocei lá mesmo, tive que lidar com a mesma situação de sempre. Terminei rápido tentando me livrar daquele falatório de pessoas falsas, paguei a conta – depois de insistir, e só quando me mostrei irritado, deixaram – e voltei até o meu carro.

Talvez teria uma continuação, se a dor em minha cabeça não fosse tão insuportável ao ponto de não me permitir pensar e minha visão não se tornasse apenas um lugar vazio.

xx

Sky’s P.O.V On

- Eu já disse que não! – falei já irritada com a mesma proposta de Bethy de me levar a sua casa e conhecer sua família.

- Mas... Vocês iriam se dar bem, eu juro, querida, vamos – ela continuou a insistir, e eu respirei fundo tentando não ser grossa com ela.

- Eu gosto de você Bethy, e não é de todo mundo que eu gosto – olhei pra ela, séria – mas eu não quero, só isso, não adianta insistir, porque eu não vou – soltei um suspiro pesado no final e acho que ela entendeu, pois deu um sorriso assentindo, mesmo sabendo que aquele sorriso não era o que ela costumava ter em seus lábios, dei por mim que ela estava satisfeita.

- Já vou indo, você fecha, né? – falei pegando minha mochila e já saindo, antes de esperar por sua resposta. Odiava ficar em clima tenso com as pessoas, qualquer uma que fosse.

Sai em direção ao edifício, algo me dizia que hoje Justin não estaria me esperando com uma surpresa, mas essa mesma coisa me dizia que tinha de encontrá-lo.

Cheguei no apartamento e disquei o número de Justin por impulso, esperando ouvir sua voz rouca falando “O que foi dessa vez?” ao invés de palavras normais que todo cara falaria pra sua namorada.

Mas não foi o que aconteceu.

A única voz que ouvi foi a da mulher da caixa de mensagem, desliguei antes de o sinal irritante do celular e passei a mão no meu rosto. Porque eu estava tão preocupada, afinal? Ele devia estar no estúdio, jantando com a mãe ou sei lá o que.

Olha, Sky, você está paranóica. Muito paranóica.

Entrei no banheiro e me despi, tomando um banho rápido. Logo depois, enrolei a toalha no corpo e fui até meu celular, tentando ver se havia chegado uma mensagem ou sei lá, uma simples ligação perdida de Justin. Mas, nada.

Coloquei a primeira roupa que encontrei e me deitei, pensando onde Justin estaria.

Sabe o que eu estou parecendo? Aquelas garotas mortas de amor que fariam tudo pelo namorado e que não podem passar um dia sem ele que parecen que vão morrer. Droga! Eu estava assim, realmente odeio admitir, mas era nesse estado que eu me encontrava.

Eu não posso depender de homem nenhum, pensei comigo mesma, você não vai depender dele. Pra nada. Absolutamente nada.

Fechei os olhos e tentei dormir naquela situação incomoda que eu me encontrava, não era nem 20h direito e eu já estava indo dormir? Confesso, eu fico paranóica sem Justin. Em pensar que antigamente, a minha única paranóia era as drogas.

xx


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Notas finais do capítulo

Eaí, gostaram??? Comentem :-)