A Viagem Dos Novos Argonautas escrita por O Coração Negro


Capítulo 35
Capítulo 35 A Loucura de Eric – POV Eric Beilin




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Capítulo 35 A Loucura de Eric – POV Eric Beilin

Quando Eric encontrou com as Amazonas, a briga começou por uma simples besteira, um esbarrão sem pedidos de desculpas, palavras ditas desnecessariamente e por fim a única coisa que ele sabia fazer que era revidar; Eric não tinha um real motivo para enfrentar aquelas garotas, não se lembrava de ter alguma desavença com elas, mas afinal como poderia? Então apenas demonstrou quem mandava e foi seguir as ordens de Juno encontrar Pico. Eric se sentia cansado não dormia a três noites, porém sabia que se dormisse não teria certeza do que se lembraria e suas únicas bases atualmente eram Gaia ser uma inimiga, Hera era sua mãe, Percy, Jason, Hazel, Frank, Piper e Leo pessoas que ele tinha que confiar.

Para Eric o mais assustador em não ter memória era não saber exatamente o que podia fazer, ele sabia lutar e usar seus poderes, mas não tinha certeza de onde havia aprendido, em algum lugar de sua mente achava que apenas havia aprendido sozinho, porém era impossível aprender a lutar sem ser ensinado por alguém.

Logo após ouvir a profecia de Pico, Eric sabia que devia viajar com os outros seis, porém não queria se aproximar, seria sempre hostil, o mal visto afinal não queria ser descoberto, seu segredo era sua fraqueza e seus instintos diziam que não devia parecer fraco, isso era importante, como se fosse a razão de outras pessoas não atacá-lo, razão esta que ele sempre inconscientemente agiria indiferente a eles, sabia que assim ficaria bem.

Eric dormiu durante grande parte da viajem de volta ao acampamento meio-sangue, quando acordou havia se esquecido de onde estava, não sabia ao certo o que fazia ali, sabia apenas que se viajasse com os outros seis enfrentaria sua inimiga, Gaia; teria que ser um ator e ler a situação de maneira a que todos achassem que ele entendia o que estava acontecendo, fingir que se lembrava de tudo de maneira que ninguém percebesse, não poderia ser ele mesmo, porém poderia agir por impulso e gostava disso, acreditava que seus instintos eram ótimos guias.

Quando chegaram ao acampamento meio-sangue Eric foi obrigado a participar de algo que parecia se chamar de caça a bandeira, sentia que era uma grande estupidez, porém participou das decisões sobre estratégia dizendo apenas que ficaria fora do caminho; Eric sentia que não devia participar, como se não fosse justo e tudo fosse coisa de criança, apenas não tinha importância para ele, então quis sair do caminho, porém encontrou Percy...

Se foi capricho ou simplesmente curiosidade nem o próprio Eric pôde dizer, mas ele se revelou sob o véu da noite e no meio da conversa por algum motivo decidiu ajudar, disse como vencer as caçadoras, era como se sempre soubesse os pontos fracos das competidoras e a memória tivesse surgido do nada, vindo dos instintos, então usou seu poder e cancelou os poderes de todos os meio-sangues na área, inclusive os seus próprios e avançou; quando encontraram a bandeira ele lutou com algumas caçadoras, mas não reagiu, achava injusto, os movimentos das mesmas eram cheios de aberturas e desviar dos golpes dava uma sensação de nostalgia, também se sentia revigorado, como se a própria luta o alimentasse. Depois do caça a bandeira Eric havia pedido as caçadoras para ser um membro, não se lembrava de alguma vez ter passado maior vergonha, porém também não lembrava de nada, foi a primeira vez que foi dormir de boa vontade com a intenção de esquecer.

Em meio a viajem a garota chamada Piper o havia provocado, simplesmente porque havia entrado no meio de sua conversa com Jason, Eric realmente não entendia a graça, era algo sobre ele se juntar as caçadoras, porém não sabia o que eram as caçadoras então instintivamente se preparou para lutar, devia reagir, pois era necessário mostrar que não deviam chegar perto dele; naquela vez a luta de Eric e Jason foi impedida pela chagada dos piratas do barba negra, instintivamente se afastou e deixou que os outros assumissem a liderança na luta, queria medir as forças deles, afinal não sabia se devia confiar naquelas pessoas.

Em meio a viajem encontraram o Kraken, Eric não tinha muito o que fazer, porém tentou manter os tentáculos ocupados e no fim quem deu cabo da criatura foi Jason, o preço havia sido alto, o navio ficou danificado e não tinham como consertar, no fim Percy e Jason ficaram encarregados de usarem seus poderes para impulsionar o navio, Eric realmente não queria ajudar, mas a viajem demorava e começou a se sentir vulnerável a alguma nova investida de Tritão então usou seu poder de amplificar os poderes dos outros em Percy, o custo foi alto ficou realmente fraco e precisaria descansar mais cedo, perderia suas memórias novamente dois dias antes do esperado.

Ao chegarem à ilha de Calypso, Eric soube de imediato que conhecia a moça, porém não sabia de onde, então apenas observou, teve a terrível impressão de que Calypso também se lembrava, porém ela foi discreta então ele fez o mesmo, foi dormir antes do esperado e quando acordou mais uma vez não sabia como havia chego na ilha, simplesmente odiava isso, ser forçado a esquecer de tudo devido a uma noite de sono era terrível e ainda saber que se lembraria de tudo enquanto dormir, era como uma tortura acordado e enquanto dorme, achava Gaia absolutamente cruel.

Ao ver Calypso de novo eles estavam sozinhos, os outros haviam ido consertar o Argo, a moça olhava para ele receosa como se lembrasse de algo, normalmente Eric se manteria indiferente para não demonstrar que não se lembrava dela, porém ela tinha uma aura de paz e pureza calma que foi difícil não tomar a iniciativa e começar uma conversa.

– Nos conhecemos? – perguntou ele para Calypso, a deusa olhou para ele receosa, porém ela forçou um sorriso.

– Quando foi que abandonou Gaia? Gosto mais das suas atuais companhias – disse Calypso, sem duvida ela conhecia seu passado, Eric instintivamente ficou pasmo.

– Não conte a ninguém! – disse Eric autoritariamente, não queria que parecesse uma ameaça, mas não sabia outra forma de dizer.

Aquela foi uma conversa estranha, Calypso contou a ele tudo o que havia acontecido entre eles, aparentemente ele vinha visitar a garota junto com os arautos e fazia sempre a ela a mesma proposta, então um tempo depois ele parou de vir e outra garota tomou seu lugar.

– Você realmente não se lembra? – disse Calpyso sempre gentil.

– Não – disse Eric tentando parecer firme, porém ele se pôs para frente e chorou feito um bebê, simplesmente sentiu que fazia anos que não conversava assim com alguém, então os sentimentos saíram de uma vez, por impulso e com o tempo acabou revelando tudo a Calypsoe por incrível que pareça se sentiu bem por isso, sabia que eventualmente se esqueceria dela de novo, mas ter posto tudo para fora simplesmente aliviou seu coração.

Quando finalmente partiram da ilha, Eric havia traído o segredo de Calypso e revelado aos outros que os arautos a visitavam, mesmo assim a moça não se vingou revelando o segredo dele, para Eric aquilo era absurdo, em algum lugar de sua mente queria que ela retaliasse, afinal era isso que ele faria e era isso que esperava dos outros, porém ela nada fez alem de jurar manter seu segredo; Eric sabia que Calypso nas histórias sempre convidava alguém para permanecer na ilha, mas dessa vez ela nada fez, se tivesse convidado-o não sabia se teria ido ou ficado, seria para ele um dilema entre vingança contra Gaia e a paz.

Depois de saírem da ilha de Calypso, Eric não fez muito, quando encontraram Grover o senhor da natureza o sátiro disse a todos onde Gaia queria que eles estivessem, Eric deu sua opinião que era obvio alem de olhar para Percy, não sabia o porquê, mas achava que o filho de Poseidon era o alvo. Durante a busca por matérias na forja de Adamantis Eric e Hazel foram os responsáveis por vigiar o Argo, o trabalho foi fácil, mesmo o navio sendo atacado a filha de Plutão era uma excelente guerreira e Eric achava que ele mesmo não ficava muito atrás.

Quando saíram da ilha de Adamantis Eric foi interrogado, achou que a garota chamada Piper havia feito um truque muito sujo, afinal era injusto ela usar de seus poderes para ele revelar algo, até mesmo porque ele não sabia de nada, não tinha memória.

O encontro com Eros foi estranho, o deus do amor era enigmático e durante a visita ficava lhe dando olhares de lado, Eric não o culpava, também tinha uma sensação familiar perto dele como se fossem parentes, porém não pode dizer nada ou todos saberiam que não possuía memória o que era perigoso para ele, então no fim da viajem Eros lhe abraçou sem que os outros pudessem ver e disse que poderia visitar ele sempre que precisasse.

Finalmente chegaram a ilha de Atlântida, Eric mais uma vez e contra sua vontade foi obrigado a guardar a droga do navio, não pode agüentar talvez fosse intuição ou apenas vontade de lutar ou ainda não conseguisse confiar em Cassandra assim como não confiava em ninguém, mas ele instintivamente abandou Piper sozinha encontrou a entrada para algumas minas e... se perdeu.

Se perder nas minas foi fácil, porém seus instintos de sobrevivência foram afiados o bastante para logo a sorte (N/A: haha) ajudá-lo a encontrar a saída e talvez por capricho do destino se envolver diretamente na luta, que era o que mais desejava, porém a batalha não durou muito logo mergulhou no escuro que eram os labirintos de túneis novamente, não que o escuro incomodasse afinal podia ver perfeitamente à noite.

Ao mergulhar novamente na escuridão do túnel ele se sentiu ansioso, a escuridão não o assustava, era como se tivesse algum vinculo com a mesma e também poderia ter sorte e lutar separadamente contra os arautos, porém não foi isso que aconteceu, a primeira pessoa que encontrou foi Percy Jackson.

Andar no escuro com Percy foi absolutamente tedioso, Eric andava na frente guiando esperançoso que pudesse encontrar outra pessoa, porém encontrou Hercules, o único deus pelo qual guardava uma profunda antipatia (N/A: por Gaia é ódio mesmo); a luta era eminente, porém Eric apenas fez o que estava ansioso para fazer quando Percy reagiu, foi mais cômodo assim e não gerou perguntas, afinal nem mesmo ele sabia o porquê de não gostar de Hercules.

A luta com Hercules foi brutal, embora Eric tivesse o treinamento para lutar contra um meio-sangue, um deus estava em outro nível, a velocidade e força eram outras, porém ele lutou e ganhou tempo para Percy virar o jogo e ficou satisfeito com o resultado; depois da luta um sentimento de aflição se apoderou dele, sentia que o dia que seu segredo seria revelado se aproximava e estava certo.

Enquanto estavam presos na cela o momento chegou, sabia em seu consciente e inconsciente que se não contasse tudo ali agora não poderia mais viajar com os outros, não podia arriscar ficar de fora da viajem precisava de sua vingança para que talvez quando tudo terminasse ele finalmente pudesse ser curado.

Na sela ele revelou inicialmente parte de sua maldição, esquecer de tudo era apenas o começo, ele passava os dias com o pensamento de que quando dormisse esqueceria de tudo, era um medo constante e a noite seria forçado a rever tudo o que aconteceu com ele, sabendo que quando acordasse não se lembraria de nada, mesmo anos depois de amaldiçoado ele ainda não sabia quais dos dois momentos ele odiava mais; depois de revelar seu passado ele não se lembrou de nada, nem mesmo o fato de os outros já saberem sobre ele tudo aquilo que ele queria esconder.

Logo após acordar, Eric teve que ouvir a conversa de Nico, ele realmente não se importava, porém ao ouvir Percy jurar pelo estige algo aconteceu, um estranho e irracional sentimento de que devia ajudar Bianca também, como se fosse um dever e por algum motivo se sentia atraído pela idéia de salvar a garota, em algum ponto conseguia se identificar com ela.



Eric acreditava estar louco, era como se a insanidade tivesse contaminado até o mais obscuro canto de sua mente, ele viu Bianca saltar para o Argo em meio ao chão que desmoronava e sabia que ela atingiria seu alvo e quando conseguisse não haveria escolha, seria matar ou morrer, então fez algo decidido apenas no calor do momento, algo que revelava sua mais estranha insanidade, ele tentou impedi-la.

Eric se jogou contra Bianca e ambos colidiram em pleno ar, a garota não estava preparada e tomou o impacto, mas se recuperou rápido o bastante para segurar nos pés do garoto, ficaram ambos por alguns minutos pendurados por uma corda, ele sabia que Bianca poderia escalar por ele e ainda chegar ao navio, então fez novamente uma coisa que não era característica.

– Ei Percy eu realmente comecei a gostar de você – disse Eric sorrindo, era como se sua razão tivesse perdido o controle de sua fala e corpo, em algum ponto ele achava que devia algo a Bianca? Ou talvez apenas a garota despertasse alguma memória oculta nele? Talvez de alguma garota que também não havia conseguido salvar, então ele fez o que normalmente não faria e soltou a corda -, você é um cara legal, tente conseguir a água para a garota sim?

Então Eric e Bianca caíram pela escuridão, ele agarrou Bianca no mesmo que ela o agarrou e ambos giraram caindo no emaranhado de túneis inclinados que haviam embaixo deles, ambos lutaram contra a força um do outro, Bianca tentava usar o corpo de Eric para amortecer a queda e Eric fazia outra coisa irracional tentava proteger Bianca da queda? O garoto não conseguia entender o que acontecia, devia estar louco, não... ele estava louco, afinal isso poderia custar sua vida.

Ambos rolaram e sentiram os corpos um do outro se chocando enquanto o ar gelado passava, Eric sentia a terra abrir suas feridas e criar novas, a queda foi realmente muito dolorosa e achava que se ambos não se separassem ele seria capturado quando tudo terminasse, mas ainda sim ele se manteve junto a ela enquanto pensava sobre o que estava fazendo.

Quando finalmente a queda amorteceu, Eric bufava exausto, se sentia dolorido e sem forças, Bianca também bufava, porém parecia mais revigorada do que ele, afinal havia ficado mais protegida da queda; os cabelos da garota estavam sujos e desarrumados, sua pele brilhante que antes parecia refletir a luz da lua estava suja de terra e um sorriso zombeteiro apareceu em seus lábios.

– Amoleceu Eric? – disse ela tripudiando levando uma das mãos até a bota provavelmente com a intenção de pegar sua pequena faca prateada, havia sido um erro, mesmo machucado Eric ainda teve forças para girar e eles rolaram novamente, dessa vez Eric ficou por cima e prendeu o corpo de Bianca firme.

– Nem um pouco – disse Eric tentando manter a compostura, seus instintos diziam que devia por um fim ali na vida de sua inimiga, mas ele não o fez, ao invés ficou olhando para ela, ambos respiravam pesado, ele manteve seu poder ativo, ambos não tinham poderes nem Gaia poderia encontrá-los, dessa forma ela não iria se curar tirando as forças da terra.

– Faça logo – disse Bianca resoluta, Eric não se moveu, olhou para aquela garota frágil e não entendia o que estava impedindo-o, então olhou melhor para o rosto de Bianca e sentiu uma onda de calor passar por ele, um tom vermelho coloriu sua face; então de dentro de suas vestes caiu uma carta vermelha que ele não se lembrava aonde havia conseguido.

– Gah? – disse Eric se sentindo estranhamente bobo e fraco, seus instintos mudaram instantaneamente e diziam para se afastar, como se envergonhado, ele não entendia e não conhecia aquele sentimento, então Bianca olhou para ele com olhos grandes e sérios, um sorriso maligno apareceu em sua face no mesmo que os pés da garota se moveram e Eric sentiu uma dor aguda e incomparável entre as pernas que o fez ficar sem ar, solta-la e cair de lado.

– Venci – disse Bianca tentando parecer triunfante, mas ela parecia estranhamente hesitante, nem de longe ela era aquela líder rígida que havia guiado os arautos até ali, então ela tirou sua espada negra e apontou para ele.

– Faça – disse Eric, porém Bianca não se mexeu.

– Gaia quer você de volta como prisioneiro – disse Bianca fazendo ele se levantar, a garota recolheu o cartão sem demonstrar nenhuma abertura –, tire suas armas e ande.

Eric removeu as armas (menos as adagas reservas) enquanto isso Bianca leu o cartão com um sorriso no rosto que dava a entender que iria tripudiar, porém assim que ela terminou de ler o mesmo se desintegrou em confete, eles se olharam confusos e com o rosto vermelho, algo havia acontecido, ele sentiu a ardência no rosto aumentar e um calor no peito que não lembrava ter sentido antes (mas como poderia?); andaram pelos túneis, ele sabia que a garota esperava encontrar seus companheiros e então ele seria novamente capturado, Bianca não parecia feliz, ela a todo momento o espetava nas costas com a ponta da espada como se disse quem é que mandava.

– Que silêncio – comentou Eric, Bianca olhou para ele intrigada e Eric a olhava pelo canto dos olhos, barulho era ruim para ele, pois podia alertar os outros arautos.

– Quer conversar? – perguntou a garota tentando manter uma voz zombeteira.

Eric não respondeu, aquele não era seu normal, se sentia como um garotinho indefeso e estranhamente envergonhado, porém seu cérebro ainda trabalhava tentando pensar em um plano para sair daquela situação, então na próxima vez que ela o espetou ele fingiu tropeçar e girou o corpo, a espada saiu de mira e ele segurou nas mãos de Bianca colidindo com ela ombro a ombro, a mão da garota soltou a espada ao mesmo que Eric colocava Bianca imóvel no chão com o joelho prendendo suas costas.

– Peguei – disse Eric, rasgando as mangas das suas roupas e das de Bianca – devia aprender que se não tem uma corda improvise uma.

– Eu vou me lembrar – disse Bianca fazendo força para se libertar, porém foi inútil, logo Eric amarrou ambas as mãos da garota, recuperou as próprias Katar’s e deixou Bianca desarmada.

– Ande – disse Eric se divertindo um pouco com a situação, eles andaram pelo túnel, Bianca tinha um rosto emburrado, como se acabasse de perder algo em uma brincadeira; então andaram alguns minutos pelo túnel, Eric esperava achar os arautos em cada curva. O mais assustador do lugar não era a escuridão em si, mas a mudança que Eric sentia que havia acontecido, o cartão virando confete, a proximidade de Bianca, ele sentia um desejo irracional de soltar a inimiga, simplesmente não queria lugar, não com ela.

– Você devia me soltar – disse Bianca olhando além, normalmente Eric não tinha dificuldade de olhar no escuro, porém algo estava errado, as sombras do túnel estavam se movendo em sua direção – quando vocês caíram aqui a primeira vez, soltamos Aracne, aquilo deve ser sua cria...

Eric entendeu de imediato o que ela queria dizer com cria, dezenas de aranhas grandes e peludas saíram da frente do túnel batendo as pinças, Eric imediatamente liberou as Katar’s e enfrentou os monstros peludos, mas eram muitos e ele tinha que proteger a si mesmo e por algum motivo Bianca.

Então uma das aranhas o atacou por traz e prendeu suas pernas, as companheiras da aranha saltaram em cima dele e começaram a prende-lo em grossos fios de teia, então algo afiado começou a cortar as aranhas e ele estava mais uma vez na briga, era Bianca novamente armada com sua espada, ele não imaginou a forma como ela havia recuperado e se soltado, afinal isso não importava, ambos se olharam durante um segundo que pareceu ser horas.

– Trégua? – perguntou ela, a garota parecia mais normal e não o animal selvagem que Gaia havia convertido em nova líder para os arautos, Eric assentiu.

Ambos lutaram costas a costas durante alguns minutos e logo só havia restos de aranhas caídas no chão, ambos estavam completamente exaustos, Eric sentia suas feridas doerem mais do que nunca, ambos caíram de bunda no chão com as costas ainda coladas.

– Algo mais nos túneis que você devia me contar? – perguntou Eric para Bianca forçando um sorrido em meio aos suspiros pesados.

– Apenas um exercito de arautos... – disse Bianca, ambos sorriram, então Eric sentiu atrás de si a mão da garota apertar firme o cabo da espada, ele entendia um era o único inimigo que restava ao outro... mas Eric não queria mais lutar, não com ela, o seu rosto queimou e seu coração acelerou ainda mais, sabia que por algum motivo isso não era apenas a adrenalina, estava louco.

– Vamos nos separar – disse Bianca, Eric não entendia, ela como líder dos arautos devia tentar capturar ele a todo custo, aquilo era irracional, mas não discutiu – se eu encontrar os arautos primeiro virei atrás de você – ressaltou Bianca -, se você fugir... bem, restará apenas a batalha no templo... de acordo?

– De acordo – era irracional ele mesmo aceitar aquela proposta, achava que aquele momento em que a garota estava sozinha ela era um alvo mais fácil que devia ser eliminado.

Ambos se levantaram e se afastaram cada um tomando uma diferente direção, então ele ouviu a garota chamar seu nome e se virou.

– Eric – disse Bianca parecendo tomar coragem – Gaia tem um proposta para você.

– Uma proposta? – perguntou Eric sem entender.

– Ela me disse que se chegássemos a essa situação em que eu não conseguisse te capturar devia te entregar isso... – disse Bianca jogando para ele um pequeno saquinho vermelho que ele pegou e notou estar cheio de pó marrom – e dizer que se você entregar Percy Jackson ela irá te libertar de sua maldição, este saco contem pó de Morpheus, com ele você não precisará dormir, é como uma noite bem dormida instantânea, tem o bastante para sete dias e é o tempo que você tem para se lembrar da proposta e decidir aceitar ou não.

Eric ficou girando o pequeno saquinho vermelho na mão direta, isso lhe dava algo em que pensar, ele olhou para Bianca a garota apenas sorriu displicente, convidativa e normalmente, era tão diferente do sorriso maligno que ela mostrava perto dos arautos, ele sentiu o rosto enrubescer e notou que as bochechas da garota também adquiriram uma pequena tonalidade rosa.

Eles desviaram o olho ao mesmo tempo, Eric olhou para Bianca uma ultima vez pelo canto do olho e girou o pacotinho nas mãos, ali estava outra grande decisão devia trair sua vingança e se curar? Eric andou pelo corredor se sentindo estúpido, aquele havia sido um dia absolutamente anormal para ele, embora não pudesse comparar com os anteriores sabia que não devia ter feito nada daquilo do que havia feito, olhou para frente perdido em seus pensamentos sem conseguir imaginar até onde essa recém descoberta loucura o levaria.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado, esse foi um capítulo chato de escrever, porque tive que mostrar o que o Eric passou e sentiu durante a viajem, visto que este é o único capítulo pela perspectiva dele, postei mais cedo pois teve uma boa quantidade de reviews que me deixou satisfeito, amanhã devo postar o próximo.
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