Acordei do meu sono longo no avião, sabendo que ele iria pousar. Eu mal podia acreditar que finalmente estava em LA. Acho que não poderia ter escolhido lugar melhor para realizar minha vida completamente. Seria meio insano da minha parte vir tentar a tão famosa sorte grande, em um lugar com pessoas que nunca vi na minha vida e que até o clima é diferente do lugar onde cresci. Se minha mãe estivesse viva, ela diria que eu só posso estar louca. Mas no fim de tudo, ela estaria aqui me apoiando como ninguém. Afastei os pensamentos tristes e ruins da minha mente e me direcionei ao portão de desembarque. Gemi de frustração ao lembrar que eu não tenho lugar algum para ficar e precisaria procurar um. Tinha que ser pelo menos um mini apartamento de um quarto. Eu só não poderia ficar sem teto. Segui em direção pra fora do aeroporto, a fim de encontrar um táxi rapidamente. E graças aos céus, consegui um o mais rápido possível. Consegui achar um hotel bem confortável e de preço ótimo para o meu bolso. Vejamos, não tenho ninguém aqui e nem muito menos um emprego. Começarei a pensar com decência em procurar audições e um emprego para que possa me manter. Guardei todas as minhas coisas ou pelo menos uma parte delas, não tenho muitas coisas afinal. E escondi o dinheiro que “peguei” do John. Nunca se sabe nos planos daquele louco e não sei se poderia confiar nas camareiras e outros que possam passar por aqui na minha ausência. Olha só... Para um lugar de preço mínimo me dei bem ao ver que no meu quarto tinha uma banheira pequena. Uma divindade para quem nunca tomou banho em uma. No momento ela me pareceu tentadora e decidi que precisava relaxar e dormir o quanto antes. O vôo foi longo, entediante e me deixou cansada. Amanhã seria um novo dia para mim.

Acordei com a luz do sol queimando minha pele através das frestas da cortina esvoaçante e meio acabada da minha nova “casa”, por assim dizer. Levantei, fiz minha higiene matinal e fui atrás de algo para comer em algum lugar. Provavelmente o hotel não fazia este tipo de serviço. E eu estava certa. Seria bom demais pro meu gosto. Los Angeles era agitado, nada calmo e o trânsito conturbado. Achei uma Starbucks e fui até lá tomar meu café da manhã. Um amontoado de chocolate e açúcar pra começar bem o dia. Logo depois de tomar meu longo e reforçado café da manhã, segui em direção a uma banca de revistas e comprei um exemplar do dia de um jornal local. Precisava urgente achar um emprego ou qualquer outra coisa. Não poderia ficar sem dinheiro, até porque o dinheiro que eu peguei do bar, não daria para me sustentar à vida toda. Procurei, procurei, procurei por audições... vai que eles estejam precisando de uma cantora ou dançarina por aí. O pior de tudo é  que eu não encontrava. Bandas de rock e cabarés necessitando de novas strippers. Okay, isso aí não era pra mim.

POV Edward

- BAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAABY! – Ai meu Deus, não.

- Oi Tanya. – Minha adorável namorada. Daquelas que gritam sem parar e são espalhafatosas. Nem um pouco meu estilo, mas eu tentava ser no mínimo agradável.

- Edward? Quanto ao nosso jantar está  noite, hein neném? Você não vai desmarcar né? Pelo amor de Deus, estou no salão há horas porque você disse que iríamos fazer, ou melhor, ir a um jantarzinho romântico, só nós dois. Então por favor, não me decepcione! Estou gastando horrores aqui com manicure, pedicure e não que isso seja só porque vamos sair... – ah, fala sério? O quão supérflua e louca a Tanya é? Não suportava aquele tipo de conversa. Nem pra perguntar se eu estava vivo ela prestava. Sem falar no apelido ridículo que ela me colocou. Meu Deus acho que não mereço.

- Tanya... Não se preocupe. Nosso jantar ainda está de pé. Passo na sua casa às oito.

- Okay neném. Esteja lindo. – doida.

- Sério Edward, eu não posso entender como um homem, como você namora uma vadia nojenta e sem noção como a Tanya. – Minha irmã Alice. Sabia perfeitamente ser direta no assunto. Sem papas na língua.

- Alice, menos... A Tanya é uma boa companhia.

- Boa companhia? Só se for para você  dar os presentes caríssimos a ela. Ela é muito vadia, Edward. E você... É rico, lindo, inteligente e caiu nas garras dessa louca. Não falo isso pela profissão dela. Até porque acho belíssimo. – Conheci Tanya em uma das minhas várias idas ao Burlesque Lounge com Alice e Jasper, meu cunhado, namorado de Alice. Um bar muito agradável, onde dançarinas de primeira faziam apresentações contendo danças sensuais e cantando sucessos antigos de grandes cantoras. Tanya no momento era a dançarina principal. Fazia números belíssimos. Loira, alta, olhos azuis. Muito bonita, porém achava a beleza dela muito exagerada e além de tudo ela era... Nada sentimentalista. Nossa relação era puro comodismo e um pouco de sexo. Isso quando eu não ficava preso na agência, ou Tanya tinha que se apresentar. Ela gostava de se exibir por aí. Tenho que concordar com Alice. Voltando ao assunto... O burlesque era um lugar fino e fantástico.

- Alice, entendo que você odeie a Tanya, mas custa nada fazer um esforço e ser um pouco falsa na frente dela? – ela tirou os olhos do drink que bebia enquanto almoçávamos no Bouchon e olhou pra mim com aquela cara irônica. Uma das mil faces que Alice sabia e adorava fazer para exprimir seus sentimentos. Ela daria um livro. Ela realmente parecia a Alice que vivia nas maravilhas. Uma baixinha linda e adorável. Mas ‘ai’ de quem ousasse a dizer ou usar apelidos como “Anã de jardim”, porque ela virava uma fera.

- Edward Cullen... Você é terrível. – Falou rindo e depois batendo em mim com um guardanapo. –  Mas tudo bem, o que você pede que eu não faço, hein? Poderia ganhar um Oscar de tão boa irmã que eu sou. – Alice, como sempre exagerando...

POV Bella

Comprei comida e me dirigi ao hotel onde estava hospedada. Acabei andando muito e ficando cansada. Passarei a tarde livre, dormindo... Não sei o que é passar à tarde sem fazer nada. Quando morava em Forks passava boa parte do tempo, trabalhando. Mas aqui é outra coisa. Irei aproveitar para a noite ir a algum lugar, quem sabe... me divertir. Faz não sei quantos anos, que eu não dormia tão bem uma tarde inteira. Isso poderia soar ridículo. Meu Deus! Sempre fui tão acostumada nessa vida árdua e sempre trabalhando que tirar o luxo para dormir uma tarde inteira, parecia insano pra mim. Me arrumei e fui em direção à vida noturna de Los Angeles. Andei e acabei encontrando um lugar que me chamou bastante atenção. Burlesque Lounge. Este é o nome. Fiquei louca pra entrar e quando cheguei percebi que o ingresso custava 20 dólares. Tudo que eu tinha na carteira, ótimo. Mas espero que isso valha a pena.

Com toda certeza esse foi os 20 dólares mais bem pagos. O lugar era fantástico, tudo muito bem copiado daquela época maravilhosa. Entrar aqui me lembrou da minha mãe. O quanto ela gostava e o quanto ela sempre dançou, me deixando de herança a vontade de realizar o meu sonho. Caminhei em direção ao bar, encantada com o modo que as dançarinas se mexiam no palco principal. Algo lindo de ser ver. E com toda certeza do mundo... Eu queria e eu TINHA que estar lá.