Meu (quase) Irmão De Holmes Chapel escrita por OrgulhoDD


Capítulo 5
Autobiografia


Notas iniciais do capítulo

desculpa demorar pra postar, mas como eu já tinha avisado nem sempre vai dar pra eu postar



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- Por onde eu começo?  Mudei-me do Brasil aos oito anos e fui para a Suíça, onde passei um ano em um internato porque meu pai achava que eu ficava muito sozinha em casa, mas eu não ligava, eu até gostava de ficar sozinha. Depois de um ano tentando convencê-lo de que eu não gostava do internato, nos mudamos para a Alemanha, onde ficamos seis meses. Voltamos para o Brasil, ficamos até meus 12 anos e fomos para o Egito, onde ficamos mais seis meses na cidade de Luxor. Saindo do Egito fomos para a Calábria, na Itália, onde ficamos dois anos e finalmente viemos para Holmes Chapel. Alguma pergunta até agora?

Harry levantou a mão.

- Harry.

- Quantas línguas você fala?

- Nunca parei para pensar.  Eu morei na parte da Suíça em que se fala francês, então uma, – comecei a enumerar com os dedos – alemão,
duas; árabe, três; italiano, quatro e inglês, cinco.

- Já pensou em abrir uma escola de línguas? Você ganharia um bom dinheiro.

Revirei os olhos.

- O que aconteceu com sua mãe?

- Harry! – Gemma chutou-o por baixo da mesa.

- Não, tudo bem. Minha mãe nos abandonou quando eu tinha um ano e minha irmã tinha nove.

- Sinto muito – disse Anne – Então, quem quer sobremesa?

Anne serviu um bolo delicioso de chocolate e Harry me fez ficar e ajudá-lo com a lição de Física.

- Você é a pessoa mais nerd que eu já conheci.

Meus olhos já estavam ficando cansados de serem revirados.

- Antes nerd do que uma idiota.

-Ai, rockeira.

Sorri ironicamente.

O sol já estava se pondo quando saí de lá, depois de Anne me fazer ficar para tomar um café e me obrigar a levar um pedaço de bolo para meu pai.

Gostei muito deles. Mais do que eu deveria. Eu não posso me apegar, caramba, senão quando eu me mudar de novo vou sofrer. Não, chega disso. A partir de agora, nada de Gemma, Anne e principalmente Harry.

Ouvi um barulho de porta, meu pai havia chegado de viagem. Desci correndo para abraçá-lo mas surpresa, ele estava acompanhado. Ainda bem, eu vivia dizendo para ele arrumar companhia, mas ele vivia dizendo que era muito ocupado e blá blá blá, e depois me dizia que se ele tinha que arranjar companhia eu também tinha que arrumar amigos. Voltei para meu quarto. Se ele não queria que eu conhecesse a mulher por enquanto, ele tinha suas razões. Ela era bem bonita, pele morena e cabelos pretos – não sei em que lugar da Inglaterra esse homem achou uma mulher morena – e tinha um sorriso lindo. Parecia simpática. Já eram oito horas da noite e eu fui tomar banho. Mudei a cor das minhas mechas de novo, agora estavam roxas. Havia esfriado bastante nessas duas semanas que eu havia ficado na Inglaterra e eu já estava de moletom e embaixo do edredom quando meu celular tocou. Número desconhecido.

- Alô?

- Oi, Marcela! Tudo bem? Fiquei com medo de você não me atender porque era um número desconhecido sabe? – Mary Jane falava sem respirar.

- Calma, menina. Respira. O que foi?

- Quer jantar comigo?

- Eu... Não sei... Daqui a pouco te ligo, ok?

- Mas ligue mesmo, senão eu ligo de novo.

- Tudo bem, tchau.

Analisei minhas opções. Mary Jane parecia uma menina legal, fofa e bem afobada. Minha perspectiva do que eu ficaria fazendo em casa não era muito promissora e, se eu saísse, meu pai teria mais privacidade. Se eu saísse, Mary Jane poderia achar que eu queria socializar... Mesmo assim, resolvi sair. Liguei para Mary Jane e perguntei aonde iríamos.

- Sabe uma lanchonete perto da sua casa? Com umas mesas vermelhas?

Eu disse que já havia passado lá na frente e qualquer coisa ligava para ela. Coturnos, dinheiro, uma bagunçada no cabelo e estava pronta para sair.

I
come home in the morning light

My
mother says when you're gonna live your life right

Oh
mother dear we're not the fortunate ones

And
girls they wanna have fun

Oh
girls just wanna have fun

Ao som de Girls Just Wanna Have Fun, regravação de Miley Cyrus, deixei um bilhete para meu pai dizendo que saí com uma amiga e fui para a lanchonete.

Chegando, quem estava lá junto com Mary Jane? Harry. Esse menino me persegue, não é possível!

- Olá, professora – Harry me cumprimentou.

- Oi Mary Jane, Harry – disse o nome dele de má vontade.

- Vamos comer? – perguntou Mary Jane.

Sentamo-nos.

- John, traga uns refrigerantes! – Mary Jane gritou para o homem atrás do balcão. Ele também era ruivo, cabelo estilo soldado, também com sardas, mas menos do que Mary Jane. E tinha olhos verdes, como os de Harry. Reconheci-o de minha aula de Cálculo.

- Você o conhece?

- Ele é meu irmão. Minha família é dona daqui.

- Ah.             
          - Então, Harry me contou que você é tipo poliglota.

Sorri amarelo.                
          - É, eu já morei em vários países.

- Não vou perguntar quais. Quero dizer, deve ser um saco ficar se mudando toda hora, tendo que se explicar para todo mundo, conhecer pessoas novas, ainda mais porque você não tem mãe, não que isso seja um problema, mas você me entendeu certo?

- Entendi sim – respondi sorrindo – Você não respira enquanto fala?

Harry riu e Mary Jane sorriu sem graça.

- Bebidas chegando – o maravilhoso irmão de Mary Jane, John, chegou trazendo uma bandeja com três copos do que eu deduzi ser ginger ale, um refrigerante de gengibre (é muito melhor do que parece).

- Obrigada, John. O que vocês querem comer?

- Vou querer um cheeseburger - disse Harry.

- E... Eu também – fiquei vermelha. Legal isso.

- Três cheeseburgers.

Contei a Mary Jane os lugares onde morei. A noite foi mesmo ótima. Mary Jane e Harry eram as melhores pessoas do mundo, engraçados e me tratavam muito bem, o que era uma droga, porque eu não queria fazer
amizades. Eles se conheciam desde pequenos e Mary Jane morava um quarteirão acima do meu. Ao nos despedirmos, senti um aperto no coração, porque um dia eu teria que dizer adeus a eles.


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Notas finais do capítulo

e aí, gostaram? não sei se amanhã consigo postar ok? me perdoem



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