Past Vs Future escrita por letycia


Capítulo 60
Capítulo 59 - O virar de uma página (parte 2)




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Capítulo 59

O virar de uma página

Parte 2

Apressei-me na sua direcção, quando apareci à sua frente, Angel pareceu surpreendido com a minha presença ali tão perto dele.

-Caroline! – disse surpreso – Não estava a contar contigo aqui assim tão rápido.

Aquilo chocou-me, Angel conseguia acompanhar sempre a velocidade dos vampiros, ele estava demasiado absorto nos seus pensamentos, para não se aperceber que eu me aproximava.

-O que se passa Angel? Desde o teu regresso que estás diferente. Onde está a Jane?

-A Jane regressou ao ponto de encontro dos Volturi. Ordens do Jayden, eles não conseguem contestar, lembras-te? – tentou sorrir com algumas lembranças das coisas que Jayden aprontava quando estávamos no castelo.

-O que se passou Angel? O que queriam os Anjos contigo? – perguntei finalmente. Ele ainda não me tinha revelado nada do seu desaparecimento.

-Anda – disse por fim indicando-me a saída da casa.

Silenciosamente segui-o para o exterior, onde nos afastamos o suficiente para saber que estaríamos sozinhos e que ninguém nos iria conseguir ouvir.

-Eu estive lá em cima – disse apontando para o céu. – Na minha outra casa, com a minha família.

-A sério? E foi muito estranho estar de volta? – perguntei curiosa.

Angel cingiu-se ao silêncio, voltou a olhar para o céu. Parecia estar a pensar em algo, como se tentasse entender a sensação que tinha sentido lá em cima.

-Foi óptima, não sei explicar. – o sorriso e o brilho dos seus olhos não o deixavam mentir.

Foi então que me ocorreu algo, e irreflectidamente já estava atrás dele a tentar tocar-lhe nas costas, agora sem as suas cicatrizes.

Ao contrário do acontecia sempre que alguém tentava tocar-lhe nas cicatrizes, Angel permaneceu no mesmo local. Consegui ouvir uma gargalhada quando lhe alcancei o local onde agora nada tinha, a sua pele era lisa.

-O que aconteceu? – perguntei curiosa.

-Eu fui lá porque eles queriam falar comigo. – disse ele por fim, agora um pouco mais sério.

Voltei a sentar-me á sua frente, um pouco confusa. Porquê que eles queriam falar com Angel? Ele não tinha feito nada de errado. Aliás, porque de o levar para aquele local quando o poderiam ter feito aqui na terra.

-E raptaram-te apenas para falar contigo? – perguntei confusa.

-Eles não me raptaram, eles chamaram-me mais do que uma vez, por isso é que tive que te tirar dali. Sabia que eles viriam ter comigo.

-Chamaram-te? – Eu não ouvi o nome dele, aliás, a única coisa que sentia era o vento intenso que se fez no local e uma palavra que nem eu sabia o significado, “Laoviah” se não me engano.

-Sim, pelo meu verdadeiro nome. Tu ouviste-o, apenas não o conheces. – revelou Angel com um sorriso. – Laoviah é o meu verdadeiro nome Caroline.

O meu espanto era visível, desde os olhos esbugalhados, até a boca aberta. Era incrível como ao fim daqueles anos eu não saber que Angel não era realmente o seu nome.

Tenho que admitir, que Angel era um pouco inocente, visto querer apenas significar anjo. Certamente não seria aquele o nome dele, no entanto nunca me tinha ocorrido perguntar-lhe se aquele seria realmente o seu verdadeiro nome.

-Laoviah? – repeti, sempre pensei que aquilo fosse algum código de anjos, nunca o nome de Angel.

-Sim. Os seres protegidos por mim enfrentarão grandes desafios, tanto na vida sentimental, quanto na vida profissional.

-Então está tudo explicado – repliquei interrompendo-o.

Angel sorriu e encolheu os ombros.

-É peço desculpa, pensei que me tivesse sido tirado essa parte, mas pelos vistos, acho que ainda ficou um pouco dessa minha influência. – disse sorrindo.

-Então é por tua causa que estou neste triângulo amoroso todo? E a minha vida nos Volturi não foi facilitada por tua causa? Devias ajudar, não é o que os Anjos fazem? – admiti eu na brincadeira.

-Pois, mas também quem é protegido por mim, consegue obter vitórias, e tem uma grande capacidade para amar, e como está sempre disposto a trabalhar e é alegre, tem uma vida financeira estável. – Angel parecia orgulhoso com aquilo que ele conseguia fazer.

-Está bem, mas tenho que descordar da vida financeira estável. Todos os vampiros a têm, isso não foi por influência tua. Mas obrigado por tudo meu anjinho querido. – agradeci a Angel com um abraço e um grande beijo na sua bochecha rosadinha.

-É verdade, como estão as coisas com o Edward e o Jayden? – perguntou o meu anjinho curioso.

Enquanto me deleitei no seu colo, ocorreu-me uma coisa.

-Agora como queres que te chame? Angel ou Laoviah? – perguntei olhando para ele.

-Angel por favor. O Laoviah fica apenas entre nós, pode ser? – pediu sorrindo e dando-me um beijo na testa. – Mas não respondes-te à minha pergunta.

Relatei a minha estadia com Edward enquanto esperávamos pelo avião de regresso a Forks, a conversa com Jayden no dia de hoje e por fim a visão da Alice.

-Será que significa que iremos realmente ficar juntos? – perguntei a Angel. – Será que ele me escolhe a mim? Não quero pensar isso, mas também não consigo tirá-lo da cabeça.

Angel concordou comigo, seria melhor não ter muitas expectativas, podia significar que a Bella e o Edward acabassem por optar viver noutro local longe dos Cullen. Como, por exemplo, se eles se juntassem aos Volturi, não acreditávamos que Bella fosse capaz de separar Nessie de Jacob. Por isso, talvez eles optassem por morar os três num local onde Jacob pudesse estar, e não acreditava que em Volterra isso fosse possível.

-Tens razão. Talvez nada tenha a ver comigo. – não quis admitir a Angel, mas ainda tinha esperança que tivesse.

O tempo tinha passado, e foi realmente bom poder matar saudades do meu melhor amigo, mas estava na hora de voltar e saber a decisão dos Cullen.

-É verdade, disseste que os Anjos queriam falar contigo – falei enquanto nos colocávamos a pé para nos dirigirmos à casa branca. – O que queriam eles afinal?

-Oferecer-me as asas de volta.

Fui surpreendida por aquelas palavras, atrevo-me mesmo a dizer chocada. O Angel ia voltar a ser anjo? Isso significava que nunca mais iria voltar a estar comigo. Aquilo doeu-me mais do que tudo, mais do que a dor insuportável que a Jane conseguia transmitir.

Foi quase como se me retirassem o chão, como se os meus pés já não tivessem qualquer apoio.

-Vais voltar para eles? – consegui dizer a custo. O meu corpo não se movia, estava paralisada com a notícia. Parecia estar em choque.

Angel apercebendo-se do meu estado segurou-me com um abraço, tentando consolar-me.

-Sim Caroline, vou voltar, eu pertenço lá. É a minha casa, a minha família. E eu sinto falta de voar, muita falta. – confessou-me ele.

-E a Jane? Lutas-te tanto por ela, e agora por fim conseguiram ficar juntos. Vais deixa-la? – perguntei com uma voz sufocada.

-Eu amo muito a Jane, e vai doer quando a deixar, mas há coisas que nascem connosco. Vai doer muito deixa-la, acredita, mas é por um bem maior.

-Ela já sabe? – pela hesitação dele, percebi que ela ainda não sabia.

-Não tive coragem, ela tem tantos planos para os nós os dois em Volterra, que ouvi-los partiu-me o coração ouvir e perdi a coragem.

-Oh Angel, lamento. – disse intensificando o abraço - Mas ela tem que saber, não podes simplesmente desaparecer.

-Eu sei, tenho um mês para ficar aqui na terra, acho que o vou aproveitar ao máximo com ela, depois, antes de partir conto-lhe a verdade. Ela irá ficar bem, o Alec vai apoia-la, como sempre tem feito.

Sim, o Alec e todos os amigos dela iriam apoia-la, inclusive eu. Sabemos que ela se faz de demasiado forte, mas no fundo ela é uma menina frágil.

-Eu também a vou apoiar – prometi-lhe, foi então que me ocorreu, e eu? Angel também me ia deixar sozinha. Afastei-me dele e vi as lágrimas que agora habitavam os seus olhos. – E eu? O que vai ser de mim sem ti? O meu melhor amigo? Quem me vai dar os bons concelhos? – disse quando me apercebi que eu ia ficar sozinha.

Angel abraçou-me e juntou os lábios ao meu ouvido depositando lá um beijo.

-Não princesinha, nunca te vou abandonar. Eles disseram que foste tu quem me salvou dum caminho menos correcto nos Volturi, por isso, como presente, tens a possibilidade de voltar à tua forma humana e ter uma vida curta e feliz como uma humana. Se assim o desejares, claro.

A primeira coisa que me ocorreu naquele momento foi o William, poderia viver com eles, ser feliz com a minha família, crescer com eles. Viver com aqueles que me lembravam do David todos os dias.

Queria dizer sim à proposta de Angel, mas subitamente Edward apareceu na minha cabeça. O amor da minha vida, não seria capaz de viver sem ele.

Jayden, apesar de tudo, de ele não ser o amor da minha vida, também sentiria saudades dele, no fundo eu gostava dele. Ele era o meu protegido, o meu aluno.

Até de Jane, Alec, Felix e Demitri eu ia sentir falta. Como humana seria impensável visitá-los, a menos que quisesse cometer suicídio virando almoço de vampiros.

Os Cullen, também iria sentir falta deles.

Mas será que tudo compensaria perder a oportunidade de voltar a ser humana? De poder estar coma  minha família, não apenas por um ano, mas para o resto da minha vida?

E quem sabe construir família? Não, não o conseguia imaginar sem o Edward Massen, o meu noivo que morreu em Illinois à um século atrás. Só com esse rapaz fazia sentido.

Senti o anel de noivado no bolso, e retirei-o, observando-o. Iria sair daquele bolso no dia em que Edward decidisse o que fazer. Se ficasse comigo, o anel voltaria para o meu dedo, se ficasse com a Bella, iria devolve-lo a Edward.

-Se não quiseres, eu compreendo. Acredita em mim que compreendo. – Angel também teve esta difícil decisão, escolher entre Jane e o reino dos Anjos. Ele escolheu os Anjos, deveria eu escolher a humanidade?

Tinha cerca de um mês para tomar tal decisão, por isso fiquei de pensar e depois dar-lhe uma resposta, sem pressas nem pressões.

Regressamos para a casa branca, ainda todos esperavam pelos Cullen. Aparentemente estes ainda não tinham escolhido o futuro deles. Se seria nos Volturi ou fora deles.

Surpreendentemente encontrei a Bella sentada ao cimo das escadas sozinha e seguia-me com o seu olhar. Não sei o que mais me surpreendia, o facto de ela estar ali sem os restantes Cullen ou o facto de me sorrir quando o nosso olhar se cruzou.

O sorriso dela era suave, um pouco tímido, como quando apanhamos uma criança a olhar para nós. Dei por mim a dirigir-me a ela.


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