Past Vs Future escrita por letycia


Capítulo 61
Capítulo 59 - O virar de uma página (parte 3)




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Capítulo 59

O virar de uma página

Parte 3

–Olá. – disse Bella calmamente.

–Olá – respondi eu constrangida.

–Não precisas ficar assim comigo Caroline. Sabes o amor tem coisas estranhas, leva-nos à loucura, até chegamos a crer que nada mais existe sem ele. No entanto, quando vi a tua ligação com o Edward, senti que nada do que eu acreditava ser amor o era verdadeiramente. O que quero dizer com esta divagação toda é que por muito que me custe admiti-lo, o Edward é, e sempre foi, teu!

Não conseguíamos olhar uma para a outra, eu observava o chão e ela os convidados que se encontravam no piso inferior.

–Vistas bem as coisas, fui eu que to roubei, não o contrário! – concluiu Bella ao fim de uns segundos.

Abanei a cabeça em negação. Ela não mo roubou, pelo menos não propositadamente, da mesma forma que eu não o roubei a ela propositadamente. Foi algo que simplesmente aconteceu, foi o caminho que traçamos que nos levou uns aos outros.

–Não quero que me interpretes mal – disse Bella encarando-me com um sorriso - o que eu sinto por ele nunca vai mudar, ele fez-me a pessoa mais feliz, deu-me a coisa mais preciosa que eu tenho, a Renesmee. E por tudo isso vou estar-lhe eternamente grata. Infelizmente não vou dividir certas alegrias com ele, ao seu lado, mas valeu a pena. Agora é a vossa vez de viveram aquilo tudo que vos foi privado no último século.

Entretanto ouvimos um barulho, alguém se aproximava, os Cullen tinham tomado a decisão. Ambas nos levantamos e dirigimo-nos para perto dos restantes vampiros que aguardavam a volta de Carlisle para saber a decisão dele.

Como seria de esperar, Carlisle não revelou a ninguém a sua decisão, aguardou apenas que os Volturi regressassem para divulgar o que tinham decidido. Alice tinha previsto que Jayden e a guarda estariam ali no espaço de uma hora, por isso a maioria dos presentes na sala começou a dispersar.

Edward chamou a minha atenção e pediu para eu o seguir.

Dirigimo-nos a um baloiço que se encontrava no exterior da casa. Ao chegar lá Edward pegou em mim pela cintura fazendo-me girar no ar, e em seguida depositou um beijo delicado nos meus lábios.

Quando os nossos lábios se separaram ambos exibíamos um grande sorriso.

–Tens a certeza que é isto que queres? – perguntei apenas para me assegurar de que aquilo era real.

–Não estaria aqui a beijar-te se não quisesse ficar contigo. – disse com o seu sorriso torto. – Pensei bastante, e é a ti quem eu quero Caroline, é contigo que quero passar o resto da minha existência. Vamos viver aquilo que prometemos um ao outro em Illinois, ou quase tudo. Vamos partilhar esta vida juntos. Não pode ter sido uma coincidência o facto de ambos termos sido transformados.

Sorri-lhe, não conseguia evitar, a minha mão entrelaçou-se na dele. Apesar de querer muito estar com Edward naquele momento, ainda não me sentia confortável fazê-lo ali, à frente de tanta gente, da família dele, da filha dele e principalmente em frente a Bella. Se fosse ao contrário também iria apreciar que tivessem respeito por mim naquela hora.

Assim sendo, afastei-me um pouco de Edward, ele pareceu compreender e respeitar a minha decisão. Ambos nos sentamos nos baloiços e começamos a baloiçar devagar.

–Então – começou Edward – para onde vamos a seguir?

Olhei para ele, não sabia para onde queria ir, qualquer sítio me parecia bem ao lado dele.

–Eu estava a pensar em voltarmos a Illinois, sabes onde tudo começou, onde tudo ficou pendente também. Eu ainda mantenho a casa dos meus pais, podemos reformula-la e ficar lá por uns tempos, é inverno, o sol não brilha muito. Aliás, a igreja ainda continua no mesmo local, o padre mudou, mas acho que é melhor assim. Pensei, que talvez, quisesses recomeçar a partir do momento onde ficamos da outra vez, o casamento.

–Parece-me bem, mas para recomeçar do mesmo sitio tens que sair primeiro do hospital pelo teu próprio pé, saudável e forte. – brinquei eu com o facto de termos parado exactamente na altura em que ele “morreu” no hospital da febre espanhola.

Estava a adorar os planos que Edward tinha para o nosso futuro. Renesmee iria visitar-nos várias vezes, como seria óbvio. Edward e Bella ainda estavam a discutir como seria a guarda partilhada de Renesmee.

Apesar de amar Renesmee do fundo do coração, achei melhor ficar de fora, não queria que Bella sentisse que eu estava também a tentar “roubar-lhe” a filha. A filha era deles, por isso o assunto devia ser tratado apenas por eles. Eu iria concordar com qualquer que fosse o plano.

–Podemos também comprar uma casa em Bristol, para estares perto da tua família, que dizes?

Quando Edward falou na minha família, o meu humor mudou. Não os iria ter durante muito tempo. Teria apenas um ano para os voltar a ver e juntar o maior número de memórias possíveis, a menos que aceitasse a proposta de Angel, mas isso significaria ficar sem o Edward.

–Caroline, o que se passa? – perguntou Edward preocupado.

–Nada! – menti. Ele olhou para mim e incidiu o seu poder sobre mim, claro que aquilo apenas me fez cocegas, e ele nada ouviu dos meus pensamentos. – Edward sabes que não gosto que faças isso. Todos temos direito à nossa privacidade.

–Eu sei, mas tu estás a esconder-me algo, eu conheço-te. Algo que te põe triste, é mais forte do que eu, desculpa! – o olhar estava triste, mas intenso.

Ele não o tinha feito por mal, e eu sabia-o. Estava apenas preocupado.

–Tenho que me afastar deles Edward. – disse por fim – A senhora Caroline desconfia que eu sou a tia-avó desaparecida. Diz que somos iguais, ou pelo menos descendente dessa tia-avó. Quer fazer analises ao sangue e assim. Não posso dar-me ao luxo que isso ocorra, é quebrar as regras. Eu fui uma volturi, está-me no sangue cumprir as regras.

Admito que omiti a parte do Jayden me ter dado apenas um ano para tratar do assunto. Se o tivesse revelado Edward iria levar aquilo como uma ofensa, mas eu sabia-o que não o era. Os Volturi não dão segundas oportunidades e o Jayden tinha-ma dado.

–Compreendo. É difícil estar perto deles e ao mesmo tempo longe. Então esquecemos Bristol, podemos ir para onde quiseres. Estaremos juntos, é o que interessa.

–E a Bella? Ela vai ficar sozinha? – a curiosidade falou mais alto e antes que me pudesse impedir, a pergunta já pairava no ar.

–Não – respondeu o Edward – a minha família nunca o permitiria. Eu não o permitiria. A culpa de ela agora ser vampira foi minha, eu transformei-a. Ela apenas aceitou ser uma de nós porque acreditou, assim como eu, que a eternidade ia ser nossa. Isso não aconteceu, mas ela estará sempre no meu coração, ela é especial para mim, parte de mim vai sempre amar a Bella, a mãe da minha filha.

Eu sabia que ele não ia deixar a Bella desprotegida, Edward era assim, sempre preocupado com aqueles que amava. Era isso que eu mais gostava nele. Foi aquilo que me fez apaixonar por ele enquanto humana, e era aquilo que continuava a amar nele enquanto vampiro.

–Acho que está na hora de irmos – disse quando escutei o reboliço dentro da casa devido à chegada próxima dos Volturi.

Edward acenou e segurou na minha mão enquanto nos encaminhávamos para a frente da casa.

Na frente, tomamos os nossos lugares, Edward perto dos Cullen e eu ao lado de Angel.

Mais uma vez Jayden vinha à frente ladeado por Jane e Alec.

O andar de Jayden era absolutamente mortífero. Em todos os sentidos! Era predatório e mortal. Não conseguia parar de pensar na forma como ele estava diferente.

–Carlisle. – cumprimentou Jayden calmamente, fazendo uma vénia coma cabeça. Carlisle imitou-o. – Presumo que já tenham tomado uma decisão. – continuava Jayden.

Carlisle acenou, mas antes de responder olhou de relance para cada um dos Cullen, que lhe responderam com um aceno de cabeça em forma de incentivo e mostrando, assim, que ninguém tinha mudado de ideias.

–Antes de mais queremos agradecer pelo convite e pelo vosso voto de confiança em nós. – começou Carlisle. – É uma honra para mim e para a minha família, saber que somos desejados por tantos para ingressar nos Volturi, no entanto, teremos que recusar.

Começou a ouvir-se um tumulto, ainda que fraco, mas muitos não receberam a notícia muito bem. Uns porque achavam um ultraje ele recusar aquele convite, outros porque agora temiam a pessoa que fosse ocupar o lugar que estava disponível para Carlisle.

–Pedimos imensa desculpa. – continuou Carlisle – Não nos interpretem mal. Não queremos desrespeitar ninguém, apenas achamos que não é o melhor para a nossa família. – depois de dizer isto olhou para os lobos, principalmente para Jacob e Renesmee que permaneciam um ao lado do outro.

Era de esperar que Carlisle não iria permitir afastar-se da sua neta, ou que esta sofresse por se afastar de Jacob. Como Edward tinha dito, a família dele nunca permitiria que Bella ficasse sozinha. Ela era uma Cullen agora.

Alice afastou-se um pouco de Jasper e colocou-se ao lado de Bella com um braço em seu redor, depois segredou qualquer coisa ao ouvido dela, o que fez com que Bella exibisse um sorriso, mesmo que tímido, era um sorriso.

O motim ainda continuava, apesar da explicação de Carlisle. Ninguém sabia o que iria acontecer a seguir, e todos os estavam a temer o pior, mesmo não querendo admitir. Daí todos estarem a revoltarem-se perante a decisão de Carlisle.

Jasper tentou mandar uma onda de calma, começou a surtir algum efeito, mas não um imediato.

–Silêncio. – falou Jayden num tom de comando. Como seria de esperar, todos obedeceram. O silêncio reinava naquela zona.

–Nós compreende-mos Carlisle. É de facto uma pena, os Volturi necessitavam de um líder como tu, mas é compreensível, a família está em primeiro lugar. – Jayden conseguiu surpreender-me mais uma vez. – Estima-a bem, não há muitas famílias como a tua.

–Irei fazê-lo. Obrigado Jayden. – Agradeceu Carlisle. – Alguma coisa que necessites de nós não hesites em pedir. Iremos ajudar, se estiver ao nosso alcance.

–Obrigado Carlisle, irei fazê-lo.

Jayden preparava para se retirar, quando subitamente parou e voltou para olhar para nós.

–Caroline. – disse Jayden incidindo o seu olhar no meu.

Admito que fiquei feliz, estava a ver que o meu amigo iria embora, novamente, sem se despedir.

Dei um passo em frente, não me queria despedir apenas de Jayden, mas de todos eles, Jane, Alec, Demitri, Felix e todos os outros membros da guarda meus amigos.

Jane, Alec, Demitri e Felix sorriram quando Jayden deu um passo na minha direcção. O sorriso de Jayden também apareceu, parecia divertido, um tanto perverso. Fez com que todo o meu muro subisse e que temesse o que dali vinha. Conhecia-os demasiado bem, a todos eles, para saber que algo estava para acontecer.

Gambe in modo che si desidera! – sussurrou Jayden quando chegou perto de mim.

Segundos depois Jayden estava a 1 quilómetro de distância de mim. Não consegui evitar sorrir e corri atrás dele.

Aquilo era um jogo que nós costumávamos fazer, era mais uma forma de treino/ brincadeira. Basicamente o jogo consistia em um fugir e o outro caçá-lo. Claro que nenhum podia facilitar a vida ao outro e aquilo poderia durar horas, senão mesmo dias ou semanas.

Jayden e eu já estávamos no jogo à cerca de 2 horas, ainda não compreendia o porquê de ele se ter lembrado daquilo. Mas gostava de um bom desafio, o problema é que nem um nem o outro poderíamos usar os nossos poderes para obrigar o outro a desistir.

No entanto, queria regressar para perto do Edward e do Angel. Queria aproveitar o tempo que me restava para usufruir da companhia de Angel. Ainda não conseguia acreditar que ele tinha ganho novamente as suas asas.

Sem pensar duas vezes usei a bruma de Alec para bloquear os sentidos de Jayden.

–Isso é batota. – acusou-me ele.

Ri-me enquanto cheguei perto dele e o imobilizei, tirando em seguida a bruma de cima dele.

–Também o fizeste no momento em que começas-te a correr sem aviso prévio. Aliás, parece-me que hoje não temos árbitro para decidir quem ganha, ou desqualificar alguém – falei desafiando Jayden.

–Ok, ok eu rendo-me. – disse tentando elevar as mãos á altura da face.

Larguei Jayden e permiti que este se sentasse em cima de um troco tombado no meio daquele mato.

–Então, o que te fez trazer-me aqui? – perguntei enquanto me equilibrava numa pequena pedra apenas com um pé assente nela.

–Queria falar contigo. – revelou ele, algo que eu já estava à espera, confesso.

Olhei para ele em forma de o incentivar a falar, mas não estava a resultar. Abandonei a pequena pedra e sentei-me perto dele.

–Fala Jayden – incentivei-o.

–O Carlisle recusou a proposta de ingressar nos Volturi, e sem ele ficamos à deriva, não sei mais quem chamar para tomar o lugar de Aro. – confidenciou Jayden.

–A mim parece-me que não precisas procurar mais, tens feito um óptimo trabalho pelo que vi. Todos te respeitam, e tens tomado as decisões certas, com calma e de cabeça fria. – disse a verdade. Jayden estava diferente, estava a fazer um óptimo trabalho nos Volturi, e tinha convicções fortes, aliás estava bem mais maduro agora que há uns meses atrás.

Ele riu-se, como que troçando da minha ideia. Não parecia acreditar no que eu tinha dito.

–Sou muito novo Caroline, ainda tenho muito que aprender, não me parece que vá tomar sempre as decisões acertadas. Foi por isso que me lembrei, tu és perfeita para o lugar, tens um século de vida, tens bom coração, e tomas as decisões acertadas.

Nem sempre as tomava acertadas, e por vezes era um pouco egoísta, pensava apenas em mim. Por exemplo, se tomasse o lugar de Jayden, nunca me iria afastar da minha família, ou tão pouco tratar do assunto, apesar de saber que o tinha que fazer, não seria capaz. Ia jogar muito com o coração.

–Por favor Caroline, os Volturi necessitam de alguém como tu. Eu nunca serei aceite pelos mais velhos, os Volturi não terão a mesma credibilidade comigo no poder. Seremos a chacota do mundo dos vampiros. Para sermos aquilo que eramos, e os restantes vampiros obedecerem às regras teremos que ter alguém poderoso como tu no poder. Alguém justo.

O que Jayden me estava a pedir era demasiado difícil, tinha acabado de ter a oportunidade de ter uma vida feliz e sossegada com Edward. Ele nunca iria concordar ir para os Volturi. Sempre foi contra, ele quer ser livre, não ter que ficar num castelo apenas a dar ordens e decidir a vida de outros vampiros.

E tinha também a proposta de Angel, de ficar humana, onde assim, poderia viver sempre com os descendentes de David, a minha família. E quem sabe construir uma família minha, um sonho á muito enterrado.

–Tenho que pensar Jayden. Há muito a acontecer neste momento. – expliquei-lhe.

–Entendo – replicou ele levantou-se e aproximou-se de mim. Passou os seus dedos na minha face, um sorriso formou-se nos seus lábios. Depois encurtou o espaço que nos separava e depositou um beijo na minha testa. – Espero por ti na casa dos Cullen. Até já!

Vi Jayden desaparecer por entre o verde da floresta e fiquei ali, peguei no telemóvel e fui á secção da galeria, lá comecei a ver as recordações fotográficas que tinha captado. Era uma tentativa de me ajudar na decisão que tinha que tomar.

Uma das foto que tinha era lado de Angel, numa gelataria, onde ele se deliciava com o gelado e me sujava o nariz com o mesmo. Outra com o Edward, num jardim qualquer, uma outra com a Jane e outros membros em Volterra. Terminei a ver as últimas fotos que tinha tirado com o telemóvel, as de Bristol, com William e a sua família, a minha família.

E agora? O que fazia?


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