Past Vs Future escrita por letycia


Capítulo 57
Capítulo 57 - Amor vs Familia


Notas iniciais do capítulo

Foto do nosso Angel ;)



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Capítulo 57

Amor vs Familia

Encontrava-me sentada na parte de trás do carro dos Cullen, Edward estava ao meu lado.

Emmett e Rosalie continuavam a fazer-nos perguntas sobre o Angel, sobre os Volturi e o que estes poderiam querer agora para virem num grande grupo a Forks.

Pelo retrovisor conseguia ver os olhares de censura que partiam do casal sentado à nossa frente perante a nossa aproximação. Pior do que isso, só mesmo os pensamentos dos mesmos que ecoavam das suas cabeças.

Não, não era certo o que eu e o Edward estávamos a fazer. Para todos os efeitos ele ainda era casado.

Os olhares no carro já eram dolorosos o suficiente, recriminatórios, não iria suportar ver em toda a família Cullen. Ainda por cima eles receberam-me tão bem no passado, não poderia fazer aquilo.

Não sem antes o Edward falar e resolver tudo com a Bella.

«Edward» chamei mentalmente.

Tinha a certeza que ele me estava a ouvir, até porque ele remexeu-se ao meu lado ao som da minha voz na sua mente.

«Isto não está certo. Eu e tu juntos não é certo.» Edward incidiu o seu olhar sobre mim. Parecia confuso e desagradado com o rumo daquela “conversa”.

Caroline, por favor», ouvi-o na minha mente. «Não faças isto. Nós estávamos tão bem».

«Mas estávamos sozinhos Edward, agora tens aqui a tua família. Olha só os teus irmãos aqui no carro, imagina como será em casa, com toda a gente. Imagina como será com a tua filha e a Bella! Elas vão sofrer e tu não queres isso. Eu sei que as amas mais do que tudo.» tentava eu explicar.

Não conseguia olhar para Edward, era demasiado doloroso. Docemente abanei o ombro de forma a que ele retirasse de lá a mão. Não queria dar mais razões a Rosalie para continuar com os seus comentários mentais desagradáveis.

«Isso quer dizer que ontem nada significou para ti?» até em pensamentos a voz de Edward soava triste.

A sua mente recordou ao pormenor a nossa estadia no quarto de hotel.

«Claro que significou, não sejas parvo! Apenas acho que não devemos assumir nada, nem ter nada, até tudo estar resolvido com a Bella e com a tua família. Todos me trataram tão bem quando eu não sabia o que se passava, simplesmente não me parece bem eu retribuir-lhes nesta moeda. Além do que nem tu sabes ao certo ainda o que queres. Ou vais dizer que já não amas a Bella?» como seria de esperar Edward não negou aquela ultima pergunta.

Ele ainda tinha sentimentos pela Bella, como eu já sabia, mas também os tinha por mim. Se queria estar com alguém, primeiro teria que esclarecer aquilo que ele realmente sentia.

«É melhor assim Edward, pelo menos por enquanto!», depois desta frase, o meu muro subiu e Edward deixou de ouvir os meus pensamentos. Achei melhor não o influenciar com a tristeza que estava a sentir por lhe ter dito aquilo.

No entanto, Edward acabou por concordar com aquilo que eu tinha dito. E assim fomos o resto do caminho, sem voltarmos a tocar-nos.

Chegamos finalmente à casa branca, saímos do carro e já ouvimos o alvoroço dentro da casa a correr ao nosso encontro.

Renesmee foi a primeira a aparecer e a lançar-se aos braços de Edward. Estava enorme desde a última vez que a tinha visto, agora aparentava ter cerca de 14 anos.

Todos vieram abraçar e cumprimentar Edward à excepção de Bella, que permaneceu encostada à porta da entrada da casa grande.

O meu olhar cruzou-se com o dela, que me retribuiu com um sorriso tímido.

Os dias seguintes foram uma correria, com alguns vampiros a chegar a Forks. Reconheci quase todos, eram os mesmos que se encontravam do lado dos Cullen da vez que eu vim com os Volturi por causa de uma criança imortal, que afinal era apenas a Renesmee.

Todos estavama preparar-se para uma luta que eu ainda não acreditava que se viesse a realizar. Afinal de contas que motivos teriam os Volturi para atacar?

Supostamente este novo grupo que liderava os Volturi queria estabelecer a ordem novamente, defender os ideias com que os Volturi realemtne eram conhecidos.

Alguma coisa não batia certo e eu não conseguia contactá-los, por mais que tentasse.

-Alguma coisa? – perguntou Rosalie, quando se aproximou de mim.

Estava sentada numa pedra perto de rio que se situava na propriedade dos Cullen.

-Não! Ninguém atende. – disse olhando para o telemóvel depositado nas minhas mãos.

Nos últimos dias tentava incessantemente falar com algum membro dos Volturi ou com Angel.

O meu melhor amigo ainda não tinha dado notícias desde o dia que parti de Inglaterra.

Rosalie nada disse, apenas se sentou perto de mim. Desde que ali tínhamos chegado ela pouco falou comigo. Ela culpava-me pelo que tinha acontecido à Bella e ao Edward, e não a podia censurar por isso.

-Não gosto de te ter aqui. – começou ela, não consegui evitar um pequeno sorriso face à frontalidade dela. – Culpo-te por o meu irmão e a Bella se terem separado por tua causa. Ainda por cima porque eles passaram por muita coisa para ficarem juntos e tem uma filha juntos. A Bella quase morreu para ficar com ele, e é assim que ele lhe retribui? Traindo-a contigo?

-Ele não a traiu, tanto quanto sei eles estão separados. E ele também não lhe escondeu nada, ela sabe muito bem o que se passou entre nós. E não te preocupes, não me agrada muito estar aqui neste momento quando não sei o que se passa com o meu melhor amigo, que pode neste exacto momento precisar de mim. – disse eu com seriedade a Rosalie.

Edward tinha contado a verdade a Bella do que tinha acontecido naquele quarto. O que mais me espantou foi a calma com que ela aceitou aquilo, apesar de estar a sofrer. Ela defendia que não o podia censurar porque estavam separados, no entanto, ficou claro que nós as duas nunca poderíamos ser amigas, por isso apenas fazíamos o papel de vampiras bem-educadas e tolerávamo-nos no mesmo espaço.

-Ele está bem, vais ver. – foi a primeira vez que Rosalie foi simpática para comigo desde que regressei ali. – Sei que estás a sofrer e provavelmente te sentes sozinha, mas não é assim. Tu és importante para o Edward e estás aqui para nos ajudar, mesmo que isso signifique lutar contra aqueles que foram a tua família. Isso faz com que sejas uma de nós, e nós defendemos sempre a família, mesmo não concordando sempre com eles.

Tenho que admitir que Rosalie me surpreendeu com aquelas palavras.

-Obrigado! – disse eu com sinceridade. – Mas não me vou afastar do Edward quando isto terminar, se ele escolher ficar comigo, eu vou ficar com ele Rosalie. – disse-lhe respondendo ao seu pensamento.

-Eu sei. Mas precisava ter a certeza. E se essa for a escolha do meu irmão, vou respeitar e aceitar-te como uma irmã.

Depois disto Rosalie levantou-se e voltou para perto de Renesmee que treinava com Jacob e Edward.

Faltava vinte e duas horas para os Volturi chegarem perto de nós e nem eu, nem Alice conseguíamos ver o que realmente eles queriam.

Voltei a olhar para Angel, precisava dele ali. Precisava do meu melhor amigo para me ajudar com os Volturi e com a história do Edward. Será que ele está bem? Como iria eu contar à Jane o que se passava?

Versão do Angel

Encontrava-me numa casa toda ela envidraçada com uma visão para o vasto jardim florido. Toda a decoração na casa era branca e confortável. Era mais como um local de convívio do que propriamente casa, pois não possuía quartos, nem cozinha nem casas de banho, apenas divisões com locais para relaxar e conviver.

Há muitos séculos que não visitava aquela casa. A sensação de paz era a mesma, de sossego, a beleza, tudo era exactamente como me lembrava. Ao fim de tanto tempo senti-me em casa. Cerrei os olhos e inspirei, tentando absorver os aromas para me recordar quando acordasse deste sonho.

No entanto, tudo ali, apesar de estar igual, parecia-me diferente, como se eu próprio estivesse diferente. Sujo!

Voltei a abrir os olhos, e ainda me encontrava no mesmo local, mas ao contrário dos meus outros sonhos, ali o paraíso parecia mais nítido e vivo, e eu continuava sem as minhas asas e a roupa permanecia a mesma que tinha vestido naquela manhã.

Aquilo não era um sonho. Eu estava em casa.

Olhei em volta, relembrando-me de tudo o que tinha acontecido.

-Mebahel. – disse assim que avistei o Querubim à minha frente.

Mebahel era uns dos meus irmãos, um Anjo da justiça, da verdade e da liberdade. Tinha sido ele e outros Serafins que executaram a minha sentença.

O que não compreendia era o que estava eu ali a fazer ao fim de tantos anos.

-Laoviah – cumprimentou-me ele com o meu verdadeiro nome. Já não o ouvia à séculos, desde que me foi retirado as asas. Nunca o revelei a ninguém, nem quando me baptizaram de Angel. – Como estás meu irmão?

-O que estou eu aqui a fazer? O que se passa? – perguntei-lhe.

-Vamos dar uma volta! – disse calmamente o Querubim indicando-me o jardim. – Deves ter saudades de algumas coisas daqui, e há pessoas ansiosas por te rever.

Segui Mebahel pelos jardins floridos, ao contrário do que acontecia antigamente não me foi possível voar pelos mesmos, o que fez com que o meu peito doesse. Como tinha saudades das minhas asas, de sentir a brisa esbater no meu corpo enquanto voava, de me sentir livre.

Mebahel permaneceu ao meu lado, andando a passo humano. Provavelmente porque sabia o quanto estava a ser difícil para mim estar ali sem as minhas asas.

-Porque apareces-te? Porque me trouxeram para aqui? – perguntei mais uma vez.

Não queria acreditar que fosse para me torturar, eles não o faziam, era contra a natureza dos Anjos. No entanto era exactamente aquilo que eu sentia, tortura por estar num lugar que sentia falta que me fazia feliz e não ter as minhas asas.

Mebahel não me respondeu.

-Diz-me meu irmão, valeu a pena? – perguntou-me ele com um sorriso.

Aquela pergunta surpreendeu-me. Pensei que todos eles me recriminavam por ter sido tolo e abdicar de tudo para seguir uma vampira que nem sequer sabia quem eu era, e provavelmente nunca iria querer nada comigo. Mas isso é o amor, nunca pensamos como deve ser.

Um sorriso começou a formar-se nos meus lábios, um sorriso que se estendeu aos meus olhos.

-Sim, valeu! – disse por fim. – Valeu a pena ver naquilo que ela se transformou, e conhecer a parte mais humana dela. Apesar de quase ninguém ver essa parte, ela é a pessoa mais doce.

-Laoviah, como é o amor? – perguntou-me, ora aí estava uma pergunta matreira.

-Para mim amar é ceder, é comunicar, é não querer vencer uma discussão apenas para ver quem grita mais alto. Amor é sobretudo ouvir e respeitar pontos de vista diferentes. Faz com que queiramos ser pessoas melhores. Agora não penses que é um mar de rosas, porque não é. O verdadeiro amor passa por dificuldades, ora pergunta à Branca de neve, ou à Cinderela ou à Bela se dois anos depois de se casarem com os seus príncipes se realmente foi o “e viveram felizes para sempre”. De certeza que não foi, mas essa parte eles nunca contam. Mas quando há amor…tudo se supera.

-E vocês amam-se? – perguntou Mebahel por fim.

Hesitei na resposta, não sabia o que lhe dizer, sabia a minha resposta, mas não o podia dizer por Jane. Afinal de contas, apenas recentemente ela admitiu à frente de todos que estávamos juntos. O restante tempo era segredo, e nem sempre tinha sido fácil estar com ela.

A verdade é que não sabia se ela realmente me amava ou se apenas gostava de estar comigo.

Mas como tinha dito o “viveram felizes para sempre” não existia. Nós tínhamos os nossos momentos bons e os menos bons.

- Mebahel o que se está a passar aqui? Porque estou aqui? – voltei a perguntar sem lhe responder aquela pergunta.

Em vez de me responder Mabahel levantou voou e desapareceu deixando-me ali sozinho. A vaguear por aquela que noutra época tinha sido a minha casa.

Tirei a camisola e atirei-a ao chão, apesar das minhas cicatrizes nas costas e detestar que as pessoas as vissem, a saudade era mais forte. Descalcei-me para sentir a relva sobre os meus pés e abri os braços, começando a correr pelo jardim, numa tentativa de voltar a sentir a brisa contra o meu corpo.

Á medida que ia correndo as lágrimas deslizavam pela minha face. De repente senti algo segurar-me pelas costelas e os meus pés deixaram de tocar no relvado florido.

Abri os olhos e estava a voar. Um sorriso formou-se na minha face.

-Nenhum Anjo devia ser privado de voar. Nunca! – disse Haziel.

Haziel é o Querubim responsável pela obtenção da graça de Deus, domina a bondade e a reconciliação.

Não falamos mais, apenas desfrutei da viagem que à muito ansiava voltar a fazer.

Demasiado cedo aterramos, olhei em volta e estava rodeado por sete Querubins. Pelos meus sete irmãos, comigo estávamos ali todos, novamente reunidos.

Todos exibiam as suas asas brancas bem abertas e sorriam para mim. Haziel juntou-se a eles, formando assim uma linha recta.

Irreflectidamente a minha mão estendeu-se como que tentasse tocar nas suas asas, mas rapidamente se retraiu.

Desejei ter ali a minha camisa, não queria que eles vissem as minhas cicatrizes. Era como se aquilo fosse a prova que eu os tivesse traído, que tivesse traído o amor do mau Pai.

-Laoviah! – ouvi chamar.

Olhei em frente e uma luz branca brilhava com demasiada intensidade por detrás dos meus irmãos Querubins.

-Nathanael. – disse quando os meus joelhos cederam de encontro ao chão e os meus olhos fixaram o relvado verde.

Os Serafins, são os que estão mais perto da divindade, ou seja, acima deles só Deus. Eles são os responsáveis por manter o equilíbrio da divindade, que nenhuma energia negativa se aproxima e distribuem energias positivas. Quase nenhum ser é permitido a interacção completa com estes seres.

Ouvia as seis asas de Nathanael a agitarem-se. Os meus irmãos permaneciam no mesmo local, de costas para o Serafim, apenas tinham feito um pequeno desvio para este conseguir ver-me.

-A resposta à pergunta que te tens estado a fazer desde que aqui chegas-te é simples. A tua sentença terminou, se assim desejares podes voltar a ter as tuas asas.

A minha reação era olhar para ele e implorar para mas dar, no entanto lembrei-me da Caroline e da Jane. Ambas necessitavam de mim, e não as podia abandonar sem uma explicação.

E será que eu queria abandonar a Jane? Eu tinha prometido que voltava para ela mal Aro tivesse abandonado os Volturi.

-Terás direito a duas horas na terra, poderás falar com quem quiseres e despedires. Depois de voltares, deixas de ter contacto com aqueles seres. No entanto, a tua amiga Caroline, vai ser recompensada por evitar que tu te desencaminhasses. Se aceitares as tuas asas de volta, ela pode voltar a ser humana, caso assim o deseje. A decisão é tua.

E agora? Parte de mim desejava aquelas asas, mas a outra desejava a Jane. E depois tinha a Caroline, poderia proporcionar-lhe uma vida humana com a sua família recém-descoberta.

O que poderia eu fazer? Escolher a mulher que amo ou aqueles que eram semelhantes a mim, a minha família?


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Notas finais do capítulo

Obrigado pelo vosso apoio à fic...espero pelos vossos comentarios...qual acham que deveria ser a decisão do nosso Angel, ou melhor, Laoviah!
Já agora, ansiosas para ver o amanhecer parte 2??? Eu vou ver daqui a 4h e meia :D:D:D
É HOJE GENTEEEEE!!! estou entusiasmada, eheh
Beijinhos***



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