Past Vs Future escrita por letycia


Capítulo 14
Capítulo 14 - Brainstorming


Notas iniciais do capítulo

1- Brainstorming - "tempestade cerebral" em inglês, é uma técnica de dinâmica de gupo, ou seja, ou é quando num grupo é lançado um assunto e todos os membros do grupo tem que intervir com teorias, ideias criativas. Chegando assim a uma conclusão, ou a várias.



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Capítulo 14

Brainstorming1

–Carlisle – cumprimentei-o com uma pequena vénia, habito que ainda não tinha perdido com o passar dos anos. – Agradeço a ajuda que me está a disponibilizar, a sua e a da sua família – olhei para Edward e fiz um pequeno sorriso de agradecimento – no entanto, não sei se poderei aceitar tal pedido. Não me interpretem mal, simplesmente não quero dar trabalho. Vocês têm o vosso quotidiano e eu não quero, de forma alguma, modifica-lo.

Não podia dizer a Carlisle que sentia um certo receio em ir a sua casa, não só pela minha segurança, mas também pelo confronto com a sua família, principalmente com Bella, mulher de Edward. Não sabia ao certo o que Edward era a mim, provavelmente seriamos apenas bons amigos da altura, ou familiares. Talvez aquele incomodo que sentisse por Bella fosse uma partida da minha mente, pelos momentos em que acreditei que Edward seria o meu noivo de outra Era.

No entanto, também nada garantia que eles confiassem já em mim. Poderiam ainda assimilar a minha presença a uma armadilha montada pelos próprios Volturi. Foi o que Edward pensou quando me viu, momentos atrás.

–Por favor Caroline. É uma honra receber alguém conhecido do meu filho Edward. Não irá, de todo, ser um transtorno para nós.

Carlisle voltou novamente a estender-me a mão e sorriu para mim de uma forma amigável. Era impossível recusar um convite a este homem. Segurei na sua mão firme e dirigimo-nos a casa dos Cullen. No caminho relatei o pouco que sabia sobre a minha vida humana, enquanto Edward relatou o que se teria passado nos minutos que estivemos juntos e as lembranças que lhe assaltaram a memória. Carlisle nada proferia, apenas acenava com a cabeça a tudo que lhe contávamos, parecia assimilar todos os pormenores da minha história.

Finalmente chegamos, a casa dos Cullen nada tinha a ver com o castelo da guarda dos Volturi, apesar de ser relativamente antiga, esta era airosa e apresentava uma cor branca, teria sido pintada à relativamente pouco tempo. Era grande, mesmo para uma família da dimensão dos Cullen, tinha três andares, sendo que o andar de baixo era rodeado por um alpendre.

Faltava cerca de 40 metros para chegar perto da porta da casa quando uma vampira, que aparentava cerca de 18 anos, nos abriu a porta. Todos os vampiros tinham uma beleza extraordinária, no entanto esta era sustentava uma beleza sobrenatural, atrever-me-ia a dizer que ela era a vampira mais bela que existia. Ela era alta, e possui-a um corpo escultural, um rosto belo onde sobressaía os seus longos e ondulados cabelos loiros, tinha uns olhos dourados a condizer com a sua cor de cabelo.

–Rosalie, esta é a Caroline! Ela veio ter connosco, porque acha que a podemos ajudar no assunto do passado dela. Chama os outros e reunimo-nos todos na mesa de jantar dentro de segundos. – Rosalie fulminou-me com o olhar, estava certa que ela me reconheceu da noite com os Volturi, confirmando assim as minhas suspeitas de que eu não iria ser bem-vinda por todos àquela casa.

Após Rosalie se ter ausentado, para chamar os outros moradores, Carlisle indicou-me o caminho para a sala de jantar, onde se encontrava uma grande mesa com várias cadeiras, “onde se realizam as reuniões de família” pressupus eu. Edward continuava ao meu lado, e sempre que eu lhe dirigia o olhar ele respondia-me com um sorriso e um “vai correr bem” mentalmente. Aquilo acabava sempre por me tranquilizar, entretanto começou a chegar os membros da família Cullen. Uma mulher que aparentava ser mais velha um pouco, colocou-se ao lado de Carlisle e entrelaçou o seu braço com o de Carlisle, seguida de Alice com um rapaz de cabelos loiros, esta sorriu-me e piscou-me o olho, por fim entrou Rosalie com um homem grande e forte e com Bella logo atrás.

Esta última, sorriu-me de uma forma tímida, ao qual eu respondi de uma igual forma, e colocou-se ao lado do seu marido, Edward. Todos nos sentamos, Carlisle indicou-me o local à cabeceira ladeada por ele e Edward.

–Caroline, apresento-te a minha família, a minha mulher Esme, e os meus filhos, Jasper, Alice, Emmett, Rosalie e Bella. – disse apontando para cada membro da sua família, os quais a cada vez que ouvia o seu nome me respondia ou com um acenar de mãos ou um sorriso, à excepção de Rosalie, que continuava desconfiada da minha real ida a casa dos Cullen. Carlisle voltou a dirigir a atenção à sua família enquanto falava. – A Caroline está aqui porque necessita da nossa ajuda, visto não se recordar de nada da sua vida humana, acho que todos nós sabemos um pouco como isso pode ser chato. – Todos olharam para Alice, que por sua vez olhou para mim e sorriu. Carlisle retomou a sua explicação – Aparentemente a Caroline e o Edward partilham esse passado, visto ambos se conhecerem, mas não sabem de onde, nem como, nem o que representam um para o outro. Como tal, ambos vão relatar-nos aquilo que se lembram e talvez cheguemos a alguma conclusão. A ideia é fazer um brainstorming1 com a história de ambos.

Terminado o discurso todos voltaram a atenção para mim, por momentos desejava ter conhecido alguém com o poder de ficar invisível. Odiava este tipo de atenção!

–Bem…a primeira memória que tenho é de mim já vampira, acordei numa cave de uma casa, envergava apenas um vestido de noiva bastante ensanguentado. Aparentemente no momento que fui transformada bati com a cabeça no chão, onde perdi bastante sangue, provavelmente foi aí que eu perdi a memória. Quando acordei não me lembrava de nada, apenas do meu nome. Angel estava lá a tomar conta de mim a mando dos Volturi, foi ele que me levou à presença de Aro, e é ele que me tem vindo a acompanhar ao longo de todos estes anos.

–E esse Angel, não sabe nada sobre ti? Como sabes que não foi ele que te transformou? – Rosalie foi a primeira a interromper-me, ainda não confiava em mim totalmente, conseguia ouvir isso dos pensamentos dela, achava que eu tinha algum truque na manga e estava ali para os matar a todos a mando dos Volturi.

–Angel seria incapaz de me mentir. E não, não foi ele que me transformou. Ele não poderia ter feito tal coisa. – respondi calmamente e da forma mais amigável possível.

–Porquê? – perguntou mais uma vez de uma forma agressiva. Sabia que ela me estava a testar.

–Porque o Angel não pode transformar ninguém em vampiro, visto ele não ser um.

–Então o quê que ele é? – Lançou Rosalie mais uma vez, ela sabia que ele não era vampiro, e estava curiosa para saber o que ele era. Infelizmente eu não poderia revelar tal segredo do meu melhor amigo.

–Desculpa Rosalie, mas não posso responder a tal pergunta. Acho, também, que não é relevante para o caso que temos em mãos, que é o meu passado. – disse-o da forma mais calma e educada que consegui. Tive a certeza que com isto Rosalie me odiou mais um pouco, ou pelo menos ficou um pouco mais reticente comigo.

Prossegui o relato da minha história, a mesma que já tinha contado a Alice e a Edward, sendo substituída por este no final, onde relatou daquilo que se lembrou momentos atrás quando ainda estávamos sós.

Quando terminamos todos olhavam para nós, mas ninguém proferia uma única palavra. Bella mirava a tábua da mesa escura, não conseguia ouvir os seus pensamentos, mas provavelmente estaria a prever o mesmo que por momentos me passou pela cabeça, que Edward seria o meu noivo, parecia desolada. Não a poderia censurar, eu iria sentir-me da mesma forma caso estivesse no lugar dela.

–Ideias? – proferiu Carlisle como o líder que era.

–O Edward não seria o noivo? – questionou Jasper olhando para mim e Edward e logo de seguida para Bella como que pedindo desculpa, esta respondeu com um sorriso forçado.

–Já tínhamos pensado nisso Jasper, mas a verdade é que o anel de noivado que era da mãe do Edward está no dedo da Bella, e não da Caroline, e se não me engano era tradição o anel passar de geração em geração. Para além disso, o Carlisle não tem conhecimento de nenhuma noiva de Edward.

Era verdade, Bella ostentava um lindo anel no seu dedo. Um anel que não era deste tempo com toda a certeza, era algo antigo. Se o anel estava com ela e não comigo o Edward não era o meu noivo. Mas então o que seria ele? Quem seria ele?

–Tens razão Alice, eu não tive conhecimento de nenhuma noiva de Edward enquanto lá estive, mas não quer dizer que ela não existisse. Eu apenas tinha acesso ao historial clínico de Edward e dos seus pais, as visitas eram durante o dia, e muito restritas, visto ser uma doença contagiosa. Como sabes eu só trabalhava durante a noite. Mas a historia do anel faz sentido, se a Caroline fosse de facto a noiva, teria provavelmente aquele anel com ela, e não a Bella.

Bella relaxou um pouco ao lado de Edward, este olhou para a sua mulher e sorriu, colocando a sua mão sobre a dela e lhe acariciou o anel que ela tinha.

–Podiam ser grandes amigos, quem sabe os melhores amigos. – falou Alice novamente. – Por isso é que se lembrem tão bem um do outro, e se conheçam bem.

–Não me parece, naquela altura os amigos não andavam de braço dado. Seria um escândalo uma moça da idade da Caroline andar de braço dado com alguém que não fosse um familiar ou noivo.

Jasper tinha razão, á um século atrás uma rapariga que andasse de braço dado a um simples amigo em plena praça pública era condenada por terceiros e não iria arranjar noivo naquela cidade.

–Podiam ser familiares. – Rosalie começou finalmente a atenuar a sua desconfiança perante mim.

–Irmãos! – atirou Emmett – Faz sentido, como irmãos andavam a passear nas ruas, o Edward como mais velho estava a conduzir a sua irmã pelas ruas de Illinois. Para a proteger, percebem? – mirou Edward de cimo a baixo, na medida do possível, devido à mesa, e sorriu. “Não que a fosses proteger muito com esse corpinho lingrinhas” ouvi Emmett a pensar. Edward rosnou baixinho e eu apenas sorri, fazendo que toda a gente olhasse para nós e se apercebesse que algo lhes estava a escapar.

–Não pode ser Emmett! Edward e Caroline apresentam a mesma idade. – explicou Carlisle. – Eles não podem ser irmãos com diferença de meros de meses ou dias.

–Podem ser, se forem gémeos. – todos olharam para nós, provavelmente a comparar a nossa estrutura corporal, Emmett torceu o nariz e concluiu com um encolher de ombros – Gémeos falsos?

–Não me parece que isso seja verdade. Estaria no historial clínico. E se fossem irmãos provavelmente a Caroline iria estar também internada na mesma unidade hospitalar que o Edward e os pais. Coisa que eu iria saber se tal fosse verdade.

–Podem ter sido separados à nascença. Raptados ou assim, e encontrarem-se anos mais tarde. E a Caroline depois não queria abandonar os pais adoptivos, por isso só estava com a família biológica por cortesia. Por isso é que eles podiam andar de braço dado, porque eram irmãos gémeos há muito separados e que se voltaram a reunir passados longos anos. Para não serem crucificados pela população, toda a gente conhecia a história de ambos. – Emmett estava determinado a que a sua história dos gémeos fosse avante, mesmo que tal não fizesse o menor sentido. Eu estava preplexa a ouvir a sua teoria, não queria magoa-lo ao rir de tal teoria, ou refutar a mesma, invés disso controlei-me ao máximo para nem um sorriso esboçar. Ao contrário de mim, todos os Cullen explodiram em risos perante tal teoria, o que me ajudou um pouco e me fez sorrir.

–É uma bela teoria Emmett, tenho que admitir, nem eu chegaria a tal conclusão. No entanto não me parece que sejamos irmãos gémeos. Dizem que os gémeos sentem…uma ligação entre eles, e para ser sincera acho que essa ligação não existe entre mim e o Edward. – pobre Emmett, estava desolado por a sua teoria não ser levada a sério. Não queria que ele se sentisse mal por ter dado o seu contributo, apesar de ser um pouco descabido, por isso disse aquilo que me veio à cabeça.

–Podiam ser primos, e devido às suas idades próximas darem-se como irmãos. – proferiu Esme olhando para mim de forma calorosa, esta ideia agradava-me, pelo menos era das poucas que poderiam realmente ser reais.

Concordamos todos, em seguida mais teorias foram dadas, em como poderíamos apenas ser vizinhos, ou sentirmos algo mais forte um pelo outro, ou ex-namorados, ou esmo futuros cunhados. Tudo eram hipóteses que teriam de ser exploradas.

Após a possíveis teorias começaram a traçar um plano de descoberta. Rosalie e Emmett iria começar a pesquisar na internet a ver se encontrava alguma coisa. Alice iria a Illinois com Jasper a ver se descobria alguma coisa em jornais antigos daquela zona. Bella e Edward iriam ter com ela posteriormente, mas iriam infiltrar-se no hospital para pesquisar os relatórios referentes aquele tempo. Eu iria regressar a volterra, para justificar a minha ausência a Aro e iria ter com eles a Illinois posteriormente. Iria ver o registo da igreja, e tentar falar com os habitantes daquela zona para descobrir histórias de 1918. Os restantes iriam continuar a sua vida aqui por Forks sem levantar suspeitas.

Já se fazia tarde para os olhos humanos, Bella já se tinha retirado para tratar da sua filha que até então estava com um tal Jacob. Estava na hora de eu me retirar também, já não me alimentava desde que tinha saído de Volterra, à sensivelmente 5 dias. Parte do meu pensamento estava a percorrer um mapa para saber onde seria o banco de sangue mais perto para ir buscar algum para mim.

–Será um prazer ter-te connosco minha querida, amanhã acompanhámos-te ao aeroporto. – Esme parecia uma verdadeira mãe. Sempre tão amável para com os seus e para com os outros.

–Obrigado Esme, por muito tentador que me pareça, tenho que me ausentar. Já não me alimento à vários dias, terei que o fazer o mais breve possível, estava a pensar a noite de hoje para o fazer e aproveitar para assimilar com calma tudo isso.

–Compreendo minha querida, mas queríamos pedir-te uma coisa. Compreendes que como vivemos aqui, não queremos levantar suspeitas sobre nada. Será que podes caçar fora da nossa cidade?

Esme parecia perturbada ao fazer-me tal pedido. Não pude deixar de sorrir, não sabia como dizer a eles que não matava pessoas, que não o conseguia fazer.

–Não se preocupe, eu não consigo caçar dessa forma. – envergonhada acrescentei. –Não sei porquê, visto ser a nossa natureza, simplesmente eu não consigo matar a presa. Eu costumo roubar sacos de sangue de alguns hospitais.

Todos estavam a olhar para mim pasmados, aos poucos começaram a sorrir.

–Temos mais uma semi-vegetariana. A tua filha que não ouça isto Edward, alguém concretizou os seus maiores sonhos, beber sangue humano sem matar um humano. - desdenhou Emmett.

Não estava a perceber, eu sabia que eles eram diferentes dos restantes vampiros. Só ainda não tinha compreendido o porquê.

Edward levantou-se do piano e veio ter comigo encaminhando-me para o sofá, onde já se encontrava grande parte da família. Todos se sentaram perto de mim e explicaram a razão de os seus olhos serem dourados e não vermelhos. Soube pela primeira vez que havia a opção de me alimentar também de animais invés do sangue humano em sacos. Carlisle explicou-me que esse sangue muitas vezes era necessário para salvar vidas, e por vezes um simples saco poderia fazer a diferença.

–Se quiseres eu, a Alice, o Jasper, o Emmett e a Bella poderemos ir contigo para veres como é. – ofereceu-se Edward.

Parte de mim queria dizer sim, estava a começar a gostar deles, de todos num geral. No entanto, outra parte dizia-me que me devia afastar, que não devia criar laços tão fortes com os Cullen. Afinal de contas eles não eram a minha família.


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Notas finais do capítulo

Oiiii..
Espero que tenham gostado ;)
Não se esqueçam de comentar, de favoritar quem ainda não o fez e claro.....RECOMENDEM :D