Past Vs Future escrita por letycia


Capítulo 13
Capítulo 13 - Cicatriz




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Capítulo 13

Cicatriz

– O que foi que disseste? – O olhar de Edward estava fixo nos meus olhos.

Apressei-me a desviá-los e virei a cabeça para o lado contrário. Como é que me lembrei daquilo? Ainda estava a processar o que tinha acontecido. Apenas tinha olhado para ele e sabia que outrora os seus olhos tinham sido verdes. O verde mais lindo que já tinha visto na minha vida. Mas não o consegui associar a nenhuma memória. Edward estava apenas a rir-se para mim enquanto eu o fitava e me perdia na vastidão do seu olhar doce.

– O que foi que disseste? – Voltou a perguntar. Pousou uma mão no meu ombro como que me forçasse a virar para si sem contudo utilizar o mínimo de força.

Não resisti e voltei a encará-lo.

– Como é que sabes? Ou melhor, como é que te lembraste? – Mais uma vez o formigueiro constante!

– Pára com isso! – Disse com um sorriso.

Edward pareceu confuso, por isso espetei-lhe o indicador na testa. Ele não se mexeu, nem sequer recuou ao meu toque.

– Estás a fazer-me cócegas de cada vez que tentas entrar na minha mente. – Soltei uma gargalhada divertida.

Ele fechou os olhos por uns momentos e deixou que um sorriso se esboça-se nos seus lábios. Mas um sorriso de lábios apertados. Pensei que era a força do hábito para não deixar que os humanos vissem as suas presas. Quando os abriu focou algo no meu antebraço direito. Agarrou o meu pulso e inspeccionou-o durante uns momentos. Passou ao de leve o polegar direito por uma cicatriz que ali se encontrava, na parte interior do antebraço em formato de meia-lua.

– O que se passa? – Perguntei curiosa.

– Mordida de um cão! – Exclamou surpreendido.

– Sim. Consegues ver isso pelo formato? – Sorri despreocupada.

– Não. – Fez uma pausa e levantou os olhos na minha direcção. – Eu lembro-me!

Podia jurar que tinha sentido o meu estômago dar uma volta sobre si mesmo, se não soubesse que estava morto. Edward parecia estar a desenterrar uma memória de há muito tempo atrás. Mais uma vez aproveitei o seu próprio poder para poder ver o que ele via.

Estávamos os dois a passear. O meu braço estava elegantemente entrelaçado no braço dele e caminhávamos, a conversar e a sorrir alegremente, rua abaixo num dia de sol. Só conseguia ver as coisas através dos olhos de Edward visto ser uma memória dele. Estava vestida com um vestido cor-de-rosa feito de seda e renda que me assentava que nem uma luva. Era justo ao corpo, sem decote, com mangas compridas mas largas nos punhos. Na cintura tinha uma fita, amarrada atrás com um laço, de um cor-de-rosa mais vivo que o tecido do vestido. A saia caía a direito até à canela, exibindo umas meias finas de cor brancas e uns sapatos da cor do laço. Tinha dispensado o chapéu porque estava com calor, mas levava uma sombrinha aberta que nos protegia aos dois do sol. Íamos descontraídos, quando ao cruzar uma esquina do meu lado assustamos um pastor alemão que saltou na nossa direcção e me apanhou o interior do antebraço. Edward afugentou o cão que desapareceu de imediato a correr enquanto eu agarrava o meu braço tentando estancar o sangue que me manchava o vestido. Ele subiu a manga do meu vestido, expondo a ferida e retirou um lenço do bolso do seu colete que atacou firmemente à volta da mordida.

Quando retomei ao presente, Edward ainda fitava o meu braço, mas ao aperceber-se de que eu também tinha visto largou-o e deixou-me recolhê-lo.

– Acho que essa memória não nos ajuda em muito. – Esbocei um pequeno sorriso desprovido de humor.

– Também não me parece. – Ele imitou o meu sorriso.

Ouvi passos atrás de nós e virei o tronco na sua direcção.

– Não te preocupes, é só o Carlisle. – Tranquilizou-me.

Não estava errado. Carlisle, o patriarca da família Cullen, apareceu pelo meio das árvores. Caminhou a passos humanos até chegar à nossa beira.

– Olá Caroline! – Cumprimentou-me. – A Alice disse que vos encontraria aqui e falou-me da tua razão para cá teres vindo. – O seu sorriso era caloroso e senti-me bem à sua beira. Mas por alguma razão não consegui falar.

– Penso que poderíamos falar todos lá em casa. Talvez se consiga achar algumas respostas. O que me dizes, acompanhas-nos? – Carlisle estendeu uma mão na minha direcção, com a palma virada para cima.

Quase conseguia sentir o seu toque na minha mão e, já me imaginava a ir com eles. Mas como seria quando estivesse com todo o clã Cullen? E se tudo não passasse de uma armadilha para me apanhar. Afinal, Edward já tinha mostrado o seu desdém pelos Volturi. Os outros não sentiriam o mesmo?


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem ;)
Não se esqueçam de favoritar, deixar um review e já agora recomendarem a fic ;)
Twikisses**