Past Vs Future escrita por letycia


Capítulo 11
Capítulo 11 - O plano




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Capitulo 11

O plano

Apesar de todo o meu treino me dizer para não confraternizar com o inimigo, aceitei a ajuda de Alice. Apesar de tudo, ela não era bem minha inimiga, foi no passado., agora era mais minha aliada. Ela iria ajudar-me a compreender o meu passado, o que significava Edward para mim, quem ele era afinal.

Angel, amável como sempre ofereceu-se para nos deixar a sós e retirou-se. Eu sabia que ele não estava longe, provavelmente aquela mulher também o sabia. Ao mínimo barulho de apuros Angel viria em meu auxílio, no entanto eu confiava nela. Algo no seu olhar me transmitia confiança.

Estávamos sentadas numa rocha outrora palco para apanhar borboletas.  Alice estava demasiado concentrada e eu não ousava interrompe-la. Não sabia qual seria o plano dela, nem se ela me poderia dizer alguma coisa que eu ainda não soubesse. A cada segundo que passava parecia mais frustrada.

-Não consigo! – disse de modo irritado e esmagando parte da rocha com um delicado murro. – Não consigo ver o futuro, a decisão foi tomada, eu vou ajudar-te, mas não consigo ver nada mais que pequenos flashes de uma visão e não consigo perceber o que vai acontecer. E eu odeio quando isso acontece!

-Desculpa – desviei o meu olhar para o chão, apesar de me sentir segura com ela, ainda não confiava a 100% para baixar as minhas “interferências” perto dela. – O Eleazar deve ter-te informado que a maioria dos puderes não funcionam comigo, pelo menos não com a mesma intensidade. É como se a minha cabeça fosse um telemóvel sem rede, não consegues receber coisas, ou se recebes é com bastantes interferências. Percebes o que quero dizer?

-Sim, percebo. Ele referenciou isso quando o Edward disse que não te tinha ouvido com clareza, foi algo diferente. Disse que não percebia o que estavas a pensar…

-Como se estivesse a falar ao telemóvel com alguém sem rede! – terminei a frase, olhando para ela com um sorriso.

-Sim, isso. Ele também ficou impressionado contigo, ela sabe que te conhece, só não sabe de onde!

-Ele sabe que estou aqui? – saiu-me antes que pudesse pensar em não dizê-lo. Ansiava por tal resposta, ao mesmo tempo que a receava. Parecia que a s borboletas que ali voavam tinham sido ingeridas por mim e agora ansiavam por sair do meu estômago.

-Não! Só tive um vislumbre de ti aqui à minutos atrás, já cá estava com a Nessie. – Franzi o sobrolho, pensava que a criança semi-vampira se dava pelo nome de Renesmee, Alice pareceu compreender a minha dúvida - Renesmee, Nessie é apenas um diminutivo.

Fiquei aliviada, queria estar com ele, perceber o que se passava, mas acho que ainda não estava preparada.

-Então qual é o plano Alice? – lançou-me o seu olhar envergonhado, mesmo assim perfeito. Aqueles olhos, eram diferentes de todos os outros vampiros, como é que eles conseguiam? Ao invés de um vermelho vivo, tinham uma tonalidade dourada, uma mudança diferente, mas que me agradava substancialmente!

-Pois, o plano! Ainda não tenho nenhum, para ser sincera, mas prometi que te vou ajudar, então é o que vou fazer. – exibiu o seu maior sorriso, cheio de confiança. Tentei imitar-lhe o mesmo sorriso, mas não fui capaz, ela não tinha plano nenhum, tinha voltado à estaca zero.

-Para começar, quero que me contes tudo que te lembras da tua vida humana, está claro que se vocês se conhecem é dessa vida. – Alice parecia agora uma detetive, só lhe faltava um bloco de notas para encarnar na perfeição tal papel.

-Essa é fácil, não me lembro de nada! – ela olhou para mim admirada, pensei que ela iria ficar desiludida ou até mesmo chateada por não lhe ter dito nada, nem sequer ter ajudado nas suas investigações.

-Não te lembras mesmo de nada da tua vida humana? – acenei-lhe que não com a cabeça, ela arregalou mais os olhos e juro que conseguia ver aqueles grandes olhos dourados a brilhar quando olhou para mim. Por fim fez um sorriso, não de felicidade, mas de cumplicidade. – Eu também não me lembro de nada da minha vida humana, sei bem como te sentes. É horrível não saber nada sobre nós, de quem éramos, da nossa família, dos nossos amigos, das nossas paixões. Parece que nos falta sempre algo, que temos sempre um vazio dentro de nós.

-Que não pertencemos a nada, nem nada nos pertence.

Ao fim de um século da minha existência tinha descoberto alguém que se sentia igual a mim, que me compreendia e que eu sabia que me respeitava acima de tudo. Quem sabe, estaria a criar a minha primeira amizade, como se andássemos as duas na escola e formasse-mos uma amizade sem passados, sem nada.

Não conseguia parar de sorrir, apetecia-me abraçar Alice, mas a minha natureza de predador impedia-me de me aproximar dela. Foi então que algo me surpreendeu e senti como um pedra a chocar o meu corpo desequilibrando-me do topo da rocha. Quando reparei já me encontrava deitada sobre a relva com a Alice em cima de mim a simular um abraço agora um pouco torto.

-Desculpa – disse ela entre gargalhadas – entusiasmei-me. E na minha família é muito comuns os abraços! – não pude deixar de rir com ela enquanto nos recompúnhamos e permanecíamos sentadas, agora no relvado.

Até agora, na vida de vampira, apenas Angel me tinha abraçado, mas apenas em situações em que eu estivesse a contar, e eram abraços mais cordeiais. No entanto, tinha que admitir, soube bem o abraço da Alice, apesar das circunstâncias. Tinha a sensação de que Alice iria ser a amiga que eu teria gostado de ter, enquanto humana.

-Na minha nem por isso! Apenas Angel é mais dado a essas coisas.

-Pois, o Eleazar disse que ele era diferente, mas nunca nos disse o porquê. Sei que ele não é vampiro, mas também é imortal, ou não estava com os Volturi à tantos anos, pelo menos parece que ele é mais velho que o próprio Eleazar.

-Sim, ele é bastante antigo. Não sei que idade ele tem, mas penso que seja mais velho que Aro até. E tens razão no que toca a ele não ser vampiro, infelizmente, não posso ser eu a revelar-te o segredo de Angel. Não quero, de maneira nenhuma, que penses que não confio em ti. Estás a ajudar-me e não me conheces de lado nenhum. Agradeço-te do fundo do meu coração, se é que ainda tenho algum. No entanto, o segredo é dele, só ele tem o direito de contar. – estava com receio que ela pensa-se que eu não confiava nela e que decidisse recuar com a palavra dela no que toca a ajudar-me a perceber quem era o Edward.

-Claro que não fico chateada contigo Caroline, eu percebo, era capaz de agir da mesma forma que tu. E sim, tu tens um coração, pode já não bombardear sangue para o resto do teu corpo, mas ele está ai. – riu-se com isso – Agora parecias mesmo o Edward a falar. Vocês por acaso não são irmãos?

Sorri perante tal possibilidade, a ideia não me desagradava, descobrir que tenho um irmão, ainda por cima um irmão semi-vivo. No entanto também me desagradava, porque era sinal que nenhum dos dois se tinha safado daquele destino horrível, de nos tornarmos monstros para o resto da vida.

Não me recordava de ter um irmão, mas também não me recordava de nada daquela vida tão distante. Alice viu que o meu sorriso tinha desaparecido, colocando assim a sua mão sobre a minha.

-Alguma vez te lembras-te de alguma coisa da tua vida Alice? – Perguntei sem nunca desviar o meu olhar de uma abelha que lutava por se livrar de uma teia a todo o custo, mesmo quando a dona da mesma se aproximava.

-Não, nunca me cheguei a lembrar de nada, mas consegui descobrir quem era, e descobri a minha família. Tenho uma irmã que ainda está viva, sobrinhos e assim. E tu também vais descobrir tudo isso, ou eu não me chamo Alice Cullen. Para começar necessito que me contes tudo que já descobris-te sobre ti, onde foste transformada, quem te transformou, essas coisas.

-Não sei quem me transformou, sei que quem me encontrou foi o Angel e ele tomou conta de mim a mando dos Volturi. Fui transformada em 1918 em Illinois, Chicago e envergava um vestido de noiva no momento. Aparentemente quando fui transformada caí e bati com a cabeça, talvez seja devido a isso a minha perda de memória e a “falta de rede” na minha cabeça. – ri-me da minha piada sem piada. – e é tudo que sei do momento. Depois juntei-me aos Volturi e agora aqui estou eu.

Olhei para Alice, esta dirigia-me toda a sua atenção, sabia que ela estava a juntar peças, não se pronunciou, não sei se esperava que eu acrescenta-se mais alguma coisa, mas o quê? Nada me vinha à mente naquele momento, não me recordava de nada para além daquilo.

Subitamente, dei com a minha cabeça a recuar uns dias e a voltar aquela caverna onde supostamente eu conheci a “Lilith”, ela falou-me de um noivo que tinha morrido dias antes do casamento. Infelizmente Angel despedaçou-a antes mesmo de ela me dizer o nome desse meu noivo. Se esse noivo fosse Edward, Alice iria saber com certeza.

-Alice, à uns dias atrás fui fazer um serviço, um grupo de vampiros estava a fazer demasiados estragos e a chamar muito à atenção. Acontece, que o poder de umas das vampiras era entrar na cabeça da pessoa e saber certas memórias da mesma. Não me perguntes como, mas ela conseguiu aceder a algumas das minhas memórias e falou-me sobre o meu noivo que morreu dias antes da boda. Aparentemente ele contraiu febre tifóide, ele e os pais dele, morrendo dias depois. Infelizmente, ou felizmente, ainda não decidi bem, Angel matou-a antes de ela me revelar o nome desse meu noivo, em contrapartida salvou-me a vida impedindo que eu confiasse de mais nessa vampira e ela me atacasse. – Alice tinha aqueles olhos arregalados e dourados a mirar-me, continuou sem proferir uma única palavra. Talvez o nome que Denice fosse proferir era Edward e Alice estaria a chegar a essa mesma conclusão. – Achas que é ele Alice? Achas que o Edward é o meu noivo?

Alice continuava a fitar o vazio, não sabia o que dizer, ou estaria apenas a meditar sobre o que eu acabara de lhe contar. Ou, na melhor das hipóteses, estivesse finalmente a traçar um plano para me ajudar. Quando já estava a perder as esperanças que ela me fosse ajudar finalmente suspirou, ainda não me tinha apercebido que ela estava a conter a respiração.

-Não, não creio que seja o Edward, Caroline. Sim de facto ele morou em Illinois e foi transformado em 1918. Mas ele não tinha noiva Caroline, o Carlisle conhecia a história do Edward, conhecia a familia dele e iria conhecer, com certeza, a noiva dele. Aliás, nessa altura houve uma epidemia de febre amarela em Chicago, podia muito bem ser outra pessoa, o mais provável era tu e o Edward terem sido grandes amigos ou ter família em comum. Vocês deviam ser muito chegados, para ao fim de este tempo todo se reconhecerem, quando só tiveram ligação em humanos.

-Pois, tens razão! – algo em mim se desmoronou, descobrir o meu noivo iria ser como descobrir uma agulha num palheiro. Se ao menos a Denice não tivesse morrido naquele momento, eu iria saber o nome dele.

-Mas eu vou-te ajudar. Nós vamos falar com o Edward! Só não sei se te levo assim do nada, ou se falo primeiro com ele para o preparar. A ele e à Bella. – Bella deveria ser a recem nascida que estava com ele, a mulher dele. Aquela que me causou uma ponta de ciúmes. Tentei sorrir para aliviar a tensão que aquele nome me causava.

-Obrigado Alice.

-De nada. É um prazer ajudar. – disse colocando-se em pé ao qual eu imitei o gesto, pois devagar, como quem faz um pequeno sinal  de que me ia abraçar, avançou pausadamente para mim com os braços abertos, abraçando-me. – E Caroline, eu faria o mesmo que tu para descobrir o meu passado.- segredou ao meu ouvido, fazendo o meu coração imóvel palpitar.


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Notas finais do capítulo

Olá a todos....mais uma vez obrigado pelo apoio que me tem demonstrado....
Gostaria de saber o que estão a achar da fic, se estão a gostar, se não estão!!O que mudariam, etc.
É super importante um comentario no final do capitulo. Vocês autores de outras fics sabem isso perfeitamente ;)
E também vejo nos reviews muito gente a dizer que a fic é muito boa, que estão completamente viciadas etc...e que tal recomendarem a fic? XD
Just saying....;)
Twikisses**