Contos De Fantasmas escrita por Camille M P Machado


Capítulo 3
A Dor Infernal




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Chamo-me Alícia e hoje tenho dezoito anos, já faz alguns anos que não ouço mais vozes, a última vez foi quando eu tinha quinze anos, um mês antes de meu tio morrer. Entretanto, ainda sinto coisas estranhas, sobretudo no meu quarto. Ainda não consigo ver nada, talvez por causa do meu medo, mas posso sentir alguma coisa perto de mim enquanto tento dormir, não ao meu lado, para meu alívio.

Às vezes tenho a impressão de sentir dedos tocando meu cabelo de leve, meu braço ou minha perna quando estou deitada em minha cama. É uma sensação estranha esta porque não há ninguém por perto nessas horas, nem mesmo um único inseto andando em cima de mim. Tudo o que há no quarto sou eu, os móveis, o ar e o nada. Pergunto-me se essas sensações possuem alguma coisa a ver com o que me aconteceu naquele dia...

A história que lhes contarei hoje é diferente de tudo o que já vivi, após um mês e eu ainda me pergunto como aquilo foi possível, realmente não tenho uma explicação racional para isso. Este é um fato que ocorreu em um dia de meado de janeiro de 2012.

Aquele fora um dia como todos os outros, um dia normal de umas pacatas férias de verão. Até hoje eu não sei como aquela dor surgira... Lembro-me de que passei o dia no computador ou dormindo como de costume e durante a noite eu esperei meu namorado entrar no MSN para falar com ele, não fiz nada fora do meu habitual. O dia fora normal, exceto por aquela dor...

Fora por volta de uma hora da manhã que tudo começou, eu estava vendo um filme na televisão e falando com meu namorado no MSN quando de repente ele ficou off. Eu esperei ele entrar novamente até o filme acabar, mas ele não voltou, sua internet não voltou mais de jeito algum. Enquanto assistia ao filme e o esperava, uma dor de cabeça foi surgindo e aumentando em velocidade recorde, fora apenas questão de pouco tempo até ela estar latejante de tão dolorida.

Lembro-me perfeitamente daquela dor, era uma dor de cabeça de outro mundo, nunca senti algo tão forte e a uma velocidade tão grande na minha vida. O filme acabou pouco menos de uma hora depois de meu namorado ter caído, depois do filme acabar eu fui dormir porque a dor estava realmente muito grande e eu não conseguia mais nem olhar para a tela do computador ou para qualquer outra coisa que emitisse luz.

Eu deitei, mas para minha surpresa e minha infelicidade, não estava resolvendo, pois até deitada estava doendo. A dor era tão grande que apenas encostando no meu rosto já fazia doer muito mais e por mais o travesseiro sendo fofinho, ele também provocava mais dor. Para conseguir dormir, eu levantei e fui à cozinha pegar um remédio para dor de cabeça, tomei o mais forte que tinha - segundo minha mãe, era para enxaqueca – e depois voltei para a cama, deitada de lado no qual doesse menos.

Por volta de cinco horas da manhã, eu acordei preocupada com meu namorado, pois eu havia pegado no sono e se ele tivesse voltado, teria ficado no vácuo. Levantei, olhei rapidamente o computador para ver se ele tinha entrado e depois voltei a dormir. A dor estava bem mais fraca quando acordei naquela hora, mas ela ainda estava lá, para minha alegria, era algo suportável. O resto do dia se seguiu normalmente, sem nenhuma dor, a internet do meu namorado voltou e nós conversamos como costumamos fazer.

Já se passaram alguns meses desde que isso aconteceu, até hoje não sei a causa e a única vez a qual senti uma dor de cabeça tão forte fora nesse dia. Quando contei o fato a minha mãe, ela me disse que eu absorvi uma quantidade muito grande de cargas negativas do meu namorado nesse dia e, por isso, a dor de cabeça infernal. Pergunto-me o que seria essa carga negativa absorvida por mim, sem qualquer resposta, apenas continuei a minha vida.

Se algo parecido já lhe aconteceu ou caso aconteça, tome muito cuidado, pois cargas negativas só atraem mais cargas negativas além de coisas ruins. O acúmulo de muita energia negativa pode fazer sua vida andar para trás, então é bom sempre tomar cuidado. Espero que nunca aconteça isso com você.


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