Adam, Agatha, Gabriela e Dustin desembarcam do avião, entrando no aeroporto.

 

Gabriela: - Eu não acredito que nós viemos.

 

Agatha: - Viu? Nem foi tão ruim assim. Você só precisou fechar a janela para não ver as nuvens.

 

Gabriela: - Tens razão! Se eu soubesse, eu não tinha demorado tanto para viajar de avião.

 

Dustin: - Mas qual é a graça de ir de avião? Parece que é a mesma coisa do que andar de carro, só por que quando você olha a janela vê nuvens. Aliás, nem nuvens eu vi. Essa daqui me deu um tapa quando tentei abrir a janela.

 

Gabriela: - Me desculpe... apesar de você ter mesmo merecido.

 

Adam: - Mas você não gostou mesmo? Tipo, vai dizer que não da uma sensação boa estar lá em cima?

 

Dustin: - Eu já tive sensações melhores dentro de um banheiro.

 

Adam: - Pelo menos eu não preciso fazer isso dentro do banheiro. Eu faço em um quarto, em uma cama, com uma mulher...

 

Agatha: - Por que você também não fala para ele quantas revistas pornográficas você tem no banheiro?

 

Dustin: - Parece que eu não sou o único a ter boas sensações por aqui, não?

 

Gabriela: - Bem, como vamos ir lá pra sua casa?

 

Agatha: - Um amigo nosso vai aparecer aqui para nos levar até em casa.

 

Gabriela: - Louis? É o Louis, não é? Meu Deus! É o Louis! O que eu faço? Ele vai querer voltar para mim.

 

Agatha: - Não. Não é o Louis. E mesmo se fosse, por que você acha que ele iria querer voltar para você, depois de tanto tempo?

 

Gabriela: - Por que, hoje, eu estou mais linda do que eu era em 1998 e...

 

Agatha: - Gabriela, o Louis ta namorando.

 

Gabriela: - Na-namorando? Ele está namorando?

 

Agatha: - Sim. Já faz uns 6 meses.

 

Gabriela: - 6 meses? Mas isso é tanto tempo. Em seis meses da para... para... da para fazer tanta coisa.

 

Agatha: - Certamente...

 

Dustin: - 16!

 

Adam: - 23! Ganhei! Tenho mais playboy’s que você! Me deve 50 conto!

 

Agatha e Gabriela os olham, surpresas.

 

Depois de chegaram a casa, Adam e Agatha mostram toda ela para Gabriela e Dustin, que se alojam nos quarto de hóspedes.

 

Agatha e Gabriela estavam na sala conversando, enquanto Dustin estava vendo TV.

Adam saiu do quarto e vai à sala.

 

Adam: - Gabi, o... eu notei que não consigo utilizar esse apelido para te chamar. (pequena pausa) Mas bem, eu te recomendei para alguns amigos meus. Se você tiver disposta, é só falar com eles e eles vão marcando os dias para você ir lá.

 

Gabriela: - Sério?

 

Adam: - Claro!

 

Gabriela: - Não da nem para acreditar! Você ouviu, Dustin? Eu já vou conseguir trabalho.

 

Dustin: - Já conseguimos o que viemos fazer aqui? Agatha tem razão! A cidade grande é bem mais fácil de conseguir as coisas.

 

Adam: - É mesmo! Quando você passa por algumas ruas, é tão fácil ver gente entregando folheto para conseguir sexo fácil. Eu sempre pego os folhetos.

 

Agatha olha para Adam como se esperasse uma explicação do que ele tinha falado.

 

Adam: - Mas eu nunca vou para conseguir sexo fácil, pois eu amo tanto a minha mulher! Só para lembrar: Agatha, eu te amo.

 

Gabriela: - Agora sim, parece que minha vida vai melhorar. Bendita a hora que vocês nos convidaram para ficarem uns tempos por aqui.

 

Agatha: - E a ideia foi minha! Eu sou demais mesmo!

 

Enquanto Agatha e Gabriela estavam sentadas no sofá maior e Dustin em um sofá menor, Adam senta em outro sofá menor.

 

Adam: - E então, Dustin? Ta vendo o que na TV?

Dustin: - Mr. Bean. Já notasse que a tradução de “bean” para português é feijão? Sendo assim, para português o programa se chamaria “Sr. Feijão”. Mas isso é errado. Eles iludem quem está vendo o programa. A pessoa espera ver um feijão, mas descobre que o feijão em si é um cara que só faz confusão. Esse programa poderia ser tão diferente se fosse um feijão.

 

Adam: - Hãn? Er... eu vou pra cozinha. Vocês querem alguma coisa? Um sorvete?

 

Gabriela: - Eu gostaria.

 

Agatha: - A gente poderia fazer compras amanhã. Vamos admitir, você precisa de roupas novas, não achas? Vamos! Vai ser legal.

 

Gabriela: - Certo, então. Já que você insiste. Faz um tempinho que eu não vou às compras. Eu sai daqui para começar uma vida nova, só que eu me provi de tantas coisas que me faziam sentir bem comigo mesma.

 

Agatha: - Podes ter certeza que irei te ajudar a mudar, se revitalizar de novo, se sentir bem consigo mesma. Não se preocupe com isso.

 

Dustin: - Há! Há! Há! Acho que eu estava errado. Um feijão nunca iria ser tão engraçado quanto esse cara!

 

Perto do jantar, na cozinha, Gabriela ajuda Agatha a fazer a comida, até que Adam entra.

 

Adam: - Amor, você notou que Voltro está caminhando esquisito? Acho que ele machucou a pata.

 

Gabriela: - Voltro?

 

Adam: - Sim. Ele é o nosso cachorro.

 

Agatha: - Não reparei, não. Será que ele se machucou quando a gente estava fora?

 

Adam: - Duvido muito. Antes eu tive que separar o Voltro do coala gigante. Eles estavam brigando.

 

Gabriela: - Ta falando do nosso gato?

 

Adam: - Sim! O que tem o seu gato? Ele espantou o nosso cachorro. O nosso cachorro é um dobermann.

 

Gabriela: - E o meu, um Sphinx! *Gabriela da um sorriso debochado para Adam que sai da cozinha*

 

Dustin entra na cozinha.

 

Dustin: - Irmã, eu estava pensando se eu podia dar uma saída. Conhecer mais o bairro.

 

Gabriela: - Que bom que você quer dar uma saída. Você quase nunca saia de casa. Fala com o Adam pra ele te levar para dar uma volta.

 

Dustin: - Pro Adam? Eu só quero dar uma volta para conhecer alguém. Só isso. Vai que eu acho uma guria bonita, perdida por aí, nesse mundo cruel, sem ajuda, necessitando de alguém para protegê-la e guiá-la ao caminho certo.

 

Gabriela: - A guria que se dane! Você só vai sair para passear com o Adam perto de você.

 

Dustin: - Filho da mãe! Eu sabia que Adam só me atrapalharia. Tenho pena de você, Agatha. Poderia ter arranjado coisa melhor.

 

Agatha: - É! Eu não vou dizer que não.

 

No carro...

 

Dustin: - Eu não acredito que estou aqui.

 

Adam: - Não vai ser tão ruim assim, Dustin. Você escolhe o lugar, eu levo. Que tal?

 

Dustin: - Eu quero ir pra zona.

 

Adam: - Zona? Eu não irei te levar pra zona.

 

Dustin: - Então me leva pro inferno. Ahhh, me esqueci. Isso tudo que está acontecendo já é parte dele.

 

Adam: - Caramba! Eu estou querendo ser amigável com você! Será que não da para tentar ser educado, tentar se diverti pelo menos?

 

Dustin: - Estou em um carro com um homem de 30 anos que é inseguro e não sabe o que significa “diversão”. Que noia!

 

Adam: - Ei!    Eu tenho 29 anos!

 

Dustin: - A questão é que você não consegue me fazer sentir bem. *Dustin vira a cara para o lado* Vamos! Eu quero voltar para casa.

 

Adam olha para Dustin, com a expressão nervosa.

 

Adam: - Olha, Dustin. Eu já estou ficando cheio com você reclamando o tempo todo. Eu sei que você tem um enorme vazio pela morte de seus pais, mas eu não ligo e sabe por quê? Por que você não liga para mim. Não liga para meus esforços, para meus métodos de tentar fazer com que isso seja divertido. Você é só um rebelde que não consegue achar uma razão de viver e fica jogando tudo nos outros. Você é tão infeliz que tentar fazer com que os outros também pareçam infelizes. Vê se cresce, garoto.

 

Dustin: - Eu quero ir para alguma lanchonete. Estou com fome.

 

Adam: - Isso quer dizer que você está afim de fazer um programa, só nos dois? Tipo, eu, você, andando em um carro e enfrentando o que aparecer e tal?

 

Dustin: - A gente está rumo a uma lanchonete ou estamos em uma série policial? Aliás, por que em um episódio os detetives nunca falam sobre outras coisas que aconteceram em episódios anteriores? Será que eles são submetidos, subitamente, a algum tipo de lavagem cerebral que a policia não tem sabedoria?

 

Adam: - Que tal você ficar quieto? Aqui é o inferno lembra? E como dizia aquele ditado “Quem brinca com o inferno... no inferno queimará”?

 

Dustin: - Ditado? Que ditado é esse?

 

Adam: - Um que eu acabei de inventar.

 

*Dustin vira para o lado*

 

Na sala, Gabriela estava sentada em um dos dois sofás menores, enquanto Agatha vem já preparando o jantar, para quando Adam e Dustin fossem chegar.

 

Agatha: - O que houve, amiga? *Deixa os pratos em cima da mesa e vai até Gabriela* Você está tão quieta.

 

Gabriela: - Não é nada. Não precisa se preocupar comigo.

 

Agatha: - Claro que eu me preocupo. Se abre comigo. Me diz o que você está pensando?

 

Gabriela: - Sei lá... é que... 6 meses... é muito, não?

 

Agatha: - Você ainda está pensando nisso?

 

Gabriela: - Eu sei que não deveria mais me estressar com isso, só que veio tudo a tona. *Gabriela começa chorar*

 

Agatha: - Parece que você nunca conseguiu tirar ele da cabeça, né?

 

Gabriela: - Ai, amiga! Eu quero tanto que ela morra queimada ou que caia de um prédio.

 

Agatha: - Vem aqui, minha serial killer favorita! *Agatha deu um sorriso e as duas se abraçam*

 

Adam: - Querida, eu voltei do inferno.

 

A porta é aberta e Adam entra em casa, logo atrás vinha Dustin.

 

Agatha: - O que houve?

 

Adam: - Maionese!

 

Agatha: - Maionese?

 

Adam: - Parece que o nosso amigo aqui não gosta de maionese caseira.

 

Dustin: - Mas ela era tão verde e grudenta. Eu acho que estava até se mexendo. *Dustin percebe que Gabriela estava chorando* Irmã, você está chorando. O que foi?

 

Gabriela: - É...é que eu e-estou chorando de a-alegria, pois eu já consegui emprego.

 

Dustin: - E isso é motivo para chorar, irmã? *Dustin vai até Gabriela*

 

Adam: - Ela mente.

 

Agatha: - Adam! *Agatha olhou nervosamente para ele*

 

Adam: - Eu estou falando a verdade. A expressão dela é como se algo tivesse completamente perdido, ela gaguejou ao falar e também não para de chorar. (pequena pausa) Ela mente! Sua mentirosa!

 

Agatha: - Adam! Cala a boca!

 

Adam: - Olha que eu conheço o pessoal do inferno. Posso mandar eles te pegarem.

 

Agatha: - E eu conheço um bom advogado e divorcio.

 

Adam: - Reformulando: Eu posso mandar eles te pegar, mas eu não seria louco para fazer isso, amorzinho.

 

Agatha: - Adam! Vamos deixar a Gabriela e Dustin um pouco a sós. Acho que eles precisam conversar.

 

Adam e Agatha sobem as escadas.

 

Dustin: - Por que você estava chorando, irmã?

 

Gabriela: - Eu disse que estou feliz por ter arrumado emprego.

 

Dustin: - O Adam disse que você mentiu.

 

Gabriela: - Você vai acreditar no Adam?

 

Dustin: - Pior que é. Como vou acreditar no Adam mais do que acreditar em você.

 

Gabriela:- Viu?

 

Dustin: - Só que eu sinto que tem algo errado. Fala o que houve, irmã. Por favor.

 

Gabriela da um beijo na testa de Dustin.

 

Gabriela: - Eu te amo muito.

 

Dustin: - Eu também, minha irmãzinha mentirosa. Eu só quero te ajudar.

 

Gabriela: - Sua força já me ajuda bastante. Obrigada. Agora vamos jantar. Podes chamar o Adam e a Agatha para vir?

 

Adam: - Não precisa! Já estamos descendo. *Adam e Agatha descem a escada*

 

Gabriela: - Vocês estavam ouvindo nossa conversa pela escada?

 

Agatha: - Não! Eu nunca iria fazer isso.

 

Adam: - Até parece que a gente é capaz disso.

 

Dustin: - Vocês dois mostram expressões de que não querem que a gente pense ao contrário, sem dizer que vocês dois parecem ter incerteza do que falam e estão olhando um para o outro como se estivessem atrás de desculpas. (pequena pausa) Vocês mentem, seus bastardos idiotas.

 

Adam: - Ei! Foi ela que começou! *Adam aponta o dedo para Gabriela*

 

No dia seguinte, Agatha e Gabriela acordaram cedo para ir ao mercado que ficava um pouco longe, enquanto Adam e Dustin ainda dormiam.

 

No mercado...

 

Gabriela: - Eu vou pegar sucrilhos pro Dustin. Já volto.

 

Agatha: - Ta! *O celular de Agatha vibra em poucos segundos e ela o tira do bolso* “Você tem uma mensagem”. Que estranho! Receber uma mensagem há essa hora.

 

Agatha clica em ok para ler a mensagem.

 

Agatha: - “Adam tem uma amante e eu tenho como provar. Vá até a Rua Presidente Borger Victor e lá você verá um estacionamento abandonado. Te encontro lá, amanhã, as 14:00”.

 

Agatha ficou perplexa e notou que Gabriela voltava.

 

Agatha: - Ei, Gabriela. Eu quero que você leia essa mensagem. Aqui está dizendo que o Adam tem outra.

 

Gabriela: - O Adam o que? Deixa eu ver isso. *Gabriela lê toda a mensagem*

 

Agatha: - Já lesse toda a mensagem?

 

Gabriela: - Sim!

 

Agatha: - E o que tu acha?

 

Gabriela: - Quem mandou essa mensagem escreveu o nome da rua errado. É Presidente “Borges” Victor. Que gente burra!

 

Agatha da um suspiro e passa as mãos na cabeça.