Daga And Cat Naked - 1 Temporada escrita por Rafma


Capítulo 1
O Capítulo do Quarto de Hóspedes


Notas iniciais do capítulo

O capítulo foi feito sem muita narração, pois assim fica melhor para o leitor, já que o diálogo comanda mais que o narrador.


Boa Leitura ^^



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Adam e Agatha saem do taxi com algumas malas e dão alguns passos até achar a entrada da casa. Adam toca a campainha e Gabriela os atende.

 

Gabriela: - Adam! Agatha! Que bom que vocês chegaram! Eu já estava ficando preocupada.

 

A casa é bem grande até. A sala tinha dois sofás, uma mesa no centro, uma instante com uma TV e alguns vinhos e taças, tinha um ventilador no teto e um piano logo atrás dos sofás, perto das escadas.

 

Agatha: - É que o nosso voo atrasou e tivemos que ficar esperando. Teve uma velhinha que estava sentada do nosso lado que paquerou o tigrão aqui.

 

Gabriela: - Eia! Que pegador!

 

Adam: - Ei! Parem de zuar com ela! Ela já deve ter sido muito bonita nos anos... 60.

 

Agatha: - Bem, tirando o atraso do voo, a viagem foi ótima!

 

Adam: - E a vista então... nem se fala! Tem certeza que os seios daquela aeromoça eram de silicones? Me pareceu tão natural. *Adam olha para Agatha*

 

Gabriela: - Que bom que deu tudo certo, então. Vem! Sentem!

 

Adam e Agatha sentam no sofá maior, enquanto Gabriela senta em outro menor.

 

Gabriela: - Sabe... eu sempre tive medo de viajar de aviões. Por isso eu nunca andei em um.

 

Adam: - Mas por que você tem medo de aviões? É por causa da altura?

 

Gabriela: - Também. Só que o problema é que eu tenho medo de... nuvens.

 

Agatha: - Nuvens? Você se sente ameaçada por nuvens?

 

Gabriela: - Sim. *Respondeu meio envergonhada*

 

Agatha: - Como você pode ter medo de nuvem?

 

Adam: - Agatha! Como você pode dizer uma coisa dessas? Você não percebe como elas são malignas? Elas se uniram, fizeram um complô, só para fazer com que alguns dias da semana chovam. Agora está tudo ficando tão claro!

 

Gabriela: Eu tenho medo de nuvens, pois odeio coisas fofas. Odeio nuvens, odeio algodão-doce, bichos de pelúcias... poodles.

 

Agatha: - Já que você odeia tanto coisas fofas, o melhor a fazer é fechar a janela quando for viajar. Assim você não vê as nuvens fora do avião. Você não pode deixar de viajar de avião por odiar nuvens.

 

Adam: - E o melhor de tudo é quando você fala para seus amigos que nunca viajaram: “Eu andei de avião e vocês, não. Pão na manteiga, manteiga no pão.”

 

 

No dia seguinte...

 

Gabriela estava na cozinha fazendo o almoço, enquanto Adam e Agatha continuavam dormindo no quarto de hóspedes.

Dustin, irmão mais novo de Gabriela, estava no sofá menor, lendo gibi.

Gabriela vai até a sala.

 

Gabriela: - Dustin, eu posso falar com você?

 

Dustin: - Não!

 

Gabriela: - E por que não?

 

Dustin: - Por que você está querendo falar comigo.

 

Gabriela: - Sério! Você pode cortar o tempero enquanto eu cozinho o feijão, para a feijoada?

 

Dustin: - Feijoada?  Vocês sabem quantas calorias tem em uma feijoada?

 

Gabriela: - Não.

 

Dustin: - Nem eu, mas devem ser muitas!

 

Agatha desce as escadas um pouco sonolenta.

 

Agatha: - Oi!

 

Gabriela: - Oi! Dormisse bem?

 

Agatha: - Não muito. Teve um cachorro que me incomodou a noite inteira.

 

Gabriela: - Cachorro? A gente não tem nenhum cachorro. Só um gato.

 

Agatha: - Gato? Não, não, não. Tenho certeza que aquilo era um cachorro.

 

Gabriela: - Ele era cinza, não tinha pelo e é todo magrelo?

 

Agatha: - É!

 

Gabriela: - Então é nosso gato.

 

Agatha: - Sério? Tem certeza? Eu apostava que aquilo era um cachorro.

 

Gabriela: - Ele é da raça Sphinx.

 

Agatha: - Sphinx?

 

Dustin: - Mas conhecido como “gato pelado” ou um verdadeiro “capricho da natureza”. Mas tanto faz. Quando eu o vi pela primeira vez, pensei que era um esquilo.

 

Gabriela: - Ahhh,,, esse é o Dustin, meu irmão mais novo.

 

Agatha: - Oi! Prazer em conhecê-lo.

 

Dustin: - Hum... *Dustin olha para ela desinteressado*... o prazer é todo seu mesmo.

 

Dustin sobe as escadas.

 

Agatha: - Ele é sempre assim?

 

Gabriela: - Não. Ele passou a ser rebelde, depois que nossos pais morreram.

 

Agatha: - Foram tempos difíceis aqueles, né?

 

Gabriela: - É! Ele reclamava comigo por que eu não cuidava dele tão bem como nossos pais, por que eu não conseguia ajudar ele nos deveres de casa tão bem como nossos pais, por que eu não conseguia comprar Kinder ovo pra ele, pois era muito caro. Hoje ele reclama comigo pela existência do NXzero.

 

Agatha: - Como ele pode?

 

Gabriela: - Pois é.

 

Agatha: - Como ele não pode gostar de NXzero? É tão romântico.

 

*Gabriela olha surpresa para Agatha*.

 

 

 

No almoço, todos estavam reunidos na mesa da cozinha...

 

Adam: - E então, como vai, chapinha? *Adam olha para Dustin*

 

*Dustin encara Adam*

 

Dustin: - Quanto tempo eles ainda vão ficar por aqui, mesmo?

 

Gabriela: - Por favor, Dustin. Respeite nossas visitas.

 

Adam: - Calma, Gabriela. Eu também fui um tanto quanto brega. Deixa eu tentar de novo. E aí, irmão? Como é que vão os trutas? O bagulho ta muito louco, por que aqui a chapa está fervendo, ta ligado?

 

Dustin: - É sério! Quando eles vão embora?

 

Gabriela: - Assim que a “chapa” esfriar.

 

Agatha: - Bom... como vai no seu emprego de diarista?

 

Gabriela: - Sabe, está cada vez ficando mais difícil arrumar algum trabalho. As maiorias das minhas patroas me dispensaram, pois falaram que estavam indo a falência e que era a crise atacando o dinheiro delas e da família e etc. Essa semana, só irei ter uma faxina na segunda, outra na terça e depois só lá pra sexta.

 

Agatha: - Ei! Você poderia vir junto com a gente. A gente mora na cidade grande e lá seria bem mais fácil para você achar um emprego do que por aqui. Aqui tem poucas casas e apartamentos. Você é o Dustin poderia passar uns tempos lá até começar a subir de vida. O que vocês acham?

 

Gabriela: - Não sei. O que você acha, Dustin?

 

Dustin: - Eu acho que... essa feijoada tem cebola. Tem! Tem! Essa feijoada tem cebola! Você sabe que eu não gosto de cebola.

 

Gabriela: - Mas Dustin... eu cortei em pedacinhos tão pequeninhos. Eu só botei alguns pedaços, pois você precisa comer alguma salada.

 

Dustin: - Botou pedaços de cebolas escondidos na feijoada para eu comer. Seria o plano perfeito se eu não tivesse uma magnífica visão de águia.  (pequena pausa) Eu não irei comer.

 

Gabriela: Não acredito que você não irá comer feijoada só por causa de alguns pedacinhos de cebola. Por favor, né, Dustin? Você já tem 15 anos, precisa crescer. Pergunta pro Adam se ele não gostou da feijoada.

 

Adam: - Com licença! Sou obrigado a ir ao banheiro. *Se levanta da mesa* O que foi que você botou nessa feijoada? Meu Deus!

 

*Dustin dá um sorriso sarcástico e Gabriela olha para ele*

 

Dustin: - Eu juro que eu ia mesmo perguntar.

 

Agatha: - Não se preocupe, amiga. O Adam sempre foi um pouquinho “enjoada” também.

 

Dustin: - “Enjoada”?

 

Agatha: - Tanto faz! Vocês entenderam.

 

Adam: - AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! *Adam corre do banheiro*

 

Agatha: - O que houve?

 

Adam: - Tem uma hiena entalada no vaso sanitário.

 

Agatha: - Hiena?

 

Adam: - Sim! Querida, eu queria saber se trouxemos aquela arma de baginhas? Acho que seria bom contra aquela coisa.

 

Gabriela: - Tem certeza que aquilo não é o nosso gato?

 

Adam: - Aquilo? Não! No mínimo é um esquilo.

 

Dustin: - Foi o que eu disse!

 

Gabriela: - É cinza, não tinha pelo e é todo magrelo?

 

Adam: - É! Meu Deus! Que criatura habita aquele vaso?

 

Gabriela: - É nosso gato. Podre crer, “chapinha”.

 

 

De noite, Adam e Agatha estavam no quarto de hospedes, enquanto Gabriela pediu para Dustin ir ao quarto dela para eles conversarem.

 

Gabriela: - Olha, Dustin, antes eu deixei passar, mas daqui a dois dias eles vão ir, e a ideia da Agatha, de eu ir para lá, parece uma boa. Eu queria saber o que você acha da gente ficar um tempo lá?

 

Dustin: - Eu não sei. É que eu tenho meus amigos aqui. Mudar tudo de uma hora para outra. Sorte que estamos de férias.

 

Gabriela: - Você ia mesmo se não estivesse de férias.

 

Dustin: - Eu sei. Eu sei.

 

Gabriela: - Então, o que você acha?

 

Dustin: - Acho que éa gente tem que fazer o melhor para nós, né? Lá você terá mais chance para descolar um emprego. O que você decidir eu irei te apoiar.

 

Gabriela: - Então a gente vai. *Gabriela abraça Dustin* Que cheiro é esse?

 

Dustin: - Me desculpe, mais acho que soltei gazes no ar.

 

Gabriela: - Dustin!! *Solta Dustin*

 

Dustin: - Culpa sua. Isso é o resultado dos pedaços de cebolas que comi sem saber.

 

Gabriela: Ran! (pequena pausa) Tem razão. *Gabriela abraça Dustin novamente*

 

 

No quarto de hospedes...

 

Adam: - Será que foi uma boa a gente ter convidado eles para ficarem uns tempos lá em casa?

 

Agatha: - Acho que sim. Estaríamos ajudando uma amiga que precisa de nós. Por que não seria uma boa?

 

Adam: - Sei lá! A gente vai ter menos privacidade. Oh, shit! A gente não vai mais poder correr pela casa pelados.

 

Agatha: - A gente não corre pelados pela casa.

 

Adam: - Não quando você não está bêbada. Aliás, você é bem mais engraçada assim. Pensando bem, você fica com um bafo horrível.

 

Agatha: - Bem, eu acho que só iremos ser restrito de fazer algumas coisas, só isso. E não é pra sempre também. Uma hora eles vão ir embora.

 

Adam: - Ok, então. É que tirando você, eu nunca morei com outras pessoas. Eu não sei muito bem como se comportar com isso.

 

Agatha: - Faz o mesmo que a Gabriela. Ela nos tratou muito bem aqui, o quarto de hospedes é tão confortável, de ontem para hoje ela nos levou para conhecer um pouco mais a cidade. Viu? Só pontos positivos.

 

Adam: - Agora vamos para os negativos: Teve a hiena, a feijoada... Ah! O irmão dela.

 

Agatha: - Adam! Só os trate normalmente. Não é tão complicado ter hospedes.

 

Adam: - Tem razão, querida. Me desculpe se fiquei um pouco neurótico. É que não sou muito chegado em mudanças, você sabe, né? *Adam beija Agatha*

 

Agatha: - Querido, eu queria saber uma coisa.

 

Adam: - Claro! Pode mandar.

 

Agatha: - Você me embebeda?

 

Eles ficaram parados por um tempo se olhando.

 

Adam: - Tipo, você desperta um lado selvagem. Grrr... *Adam levanta a mão e finge uma garra de tigre*       Mas... é claro que eu prefiro você sã.    E agora eu vou para o banheiro.

 

 

No dia seguinte...

 

Gabriela: ...então nós decidimos aceitar o seu convite. A gente vai ficar com vocês, se não for incômodo, é claro.

 

Agatha: - Não, não. É claro que não será incômodo. Até que fim eu irei ter companheira de banheiro.

 

Gabriela: - “Companheira de banheiro”?

 

Agatha: - É... as mulheres vão no banheiro junto, em lugares públicos.

 

*Gabriela olha para Agatha estranhando*

 

Agatha: - Restaurantes, mercados... também vão juntas a provadores.

 

Adam: - Querida, eu acho que ela não se tocou.

 

Agatha: - Que tal a gente só ser companheira, então?

 

Gabriela: - Por mim tudo bem.

 

Agatha: - Caramba! Em que mundo essa mulher vive? *Agatha sussurra no ouvido de Adam*

 

Adam: - Em um mundo onde as mulheres não têm tendências a serem “possíveis” lésbicas.

 

*Adam olha para Dustin*

 

Adam: - E eu vou te levar a muitos lugares. Tem tanto lugares legais lá na cidade.

 

Dustin: - Por favor. Já foi difícil chegar até aqui. Não me faça mudar de ideia.

 

Adam: - Como?

 

Dustin: - É isso mesmo! Não faça eu mudar de ideia.

 

Gabriela: - Dustin! Por que você trata o Adam assim?

 

Adam: - Não da nada, Gabriela. Eu... eu vou... eu vou ficar calado aqui no meu canto.

 

Agatha: - Mas então, está combinado. Amanhã a gente irá viajar para a cidade grande.

 

Gabriela: - E vou poder ir ao cinema. A última vez que eu fui foi em 1995. Que saudade daquela época.

 

Dustin: - Eu nunca fui ao cinema. Eu sempre quis ir. Me falaram que a tela é tão grande que a pessoa tem a impressão que está dentro do filme. Só que como se fosse um mero figurante que nem cheira ou se mexe. Caramba! Qual a graça de ir ao cinema?

 

Adam: - Não é bem assim.  Esse é um dos lugares que eu poderia te levar.

 

Dustin: - Você não sabe mesmo ficar calado, né?

 

*Adam olha meio incomodado para Dustin*

 

Adam: - Me desculpe! Eu não sei o que houve. Parecia que minha língua estava sobre controle. *Adam mostra a língua para Dustin* Viu? Ela está descontrolada.

 

 

No quarto de Gabriela, ela arrumava as roupas, enquanto Agatha entra.

 

Agatha: - E então, como vai à arrumação aí?

 

Gabriela: - Ahh, é que estou meio nervosa. Faz tanto tempo que não viajo mais que nem me lembro como é.

 

Agatha: - Eu vim aqui, pois eu preciso te contar uma coisa.

 

Gabriela: - Que foi? Tem algo errado em eu ir lá?

 

Agatha: - Em ficar lá em casa não, mas talvez o que eu tenho para dizer possa te afetar um pouco.

 

Gabriela: - O que é? Está me deixando preocupada.

 

Agatha: - Eu não queria te contar para você não mudar de ideia, só que eu não ia aguentar não te contar e...

 

Gabriela: - Vai logo, mulher! Eu odeio suspense. Eu transo quando passa filmes de suspense.

 

*Agatha fica quieta até que Gabriela parecesse mais normal*

 

Agatha: - Bem, sua impaciente... o que eu queria te dizer é que Louis é nosso vizinho.

 

Gabriela: - Louis? O Louis por quem eu vim embora?

 

Agatha: - Gabriela, me desculpe, mas você sabe como Adam e Louis eram amigos, antes mesmo de você começar a namorar ele.

 

Gabriela: - Não, eu entendo, só que ele é seu vizinho. Sei lá. Eu só vim para cá para começar uma nova vida e...

 

Agatha: - Eu sei, eu sei. Só que as coisas mudam, Gabriela. As coisas mudam.

 

Gabriela: - É sério, Agatha. Agora eu não sei se irei ir com vocês.

 

Agatha: - Eu deveria ter ficado quieta mesma. (pequena pausa) Eu sou burra.

 

*Gabriela e Agatha se abraçam*


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Notas finais do capítulo

E a raça Sphinx existem mesmo. Se você não conhece a raça, é só procurar no Google que vocês acharam o motivo de piada que virou essa raça aqui na sitcom. ^^


Agradeço a todos o/