Cavaleiro De Cristal escrita por LBeyond


Capítulo 3
Na Delegacia


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas a Mamãe me deixou de castigo e sem o chip da internet e não deu pra postar o capitulo antes, só agora.
T.T Mais aqui estou finalmente!
Nesse capitulo o foco muda dos investigadores para as crianças, mas o foco principal é mais os investigadores.
Esse capitulo eu acho que revela um pouco o meu pequeno vicio por CSI.
Esse é um dos mais CSI, misticos e importantes.
Por isso...
ATENÇÃO NELE!!!
Beijos!
Continuem mandando Reviews!
Não parece mais salva vidas.
E ultimamente tenho me sentido meio triste...



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De lá foi para a delegacia onde os adolescentes amigos de Dustin estavam dando seu falso testemunho, contra Joshua que estava sendo acusado de matar Gabriel Bruno também conhecido como GB (afinal era esse o nome do canalha), e de tentativa de assassinato de Dustin Clarent. Dustin com a pancada na cabeça teve um traumatismo craniano e estava em estado grave no hospital, se sobrevivesse ficaria em estado vegetativo.

Vestindo roupas de presidiário (já que suas roupas haviam sido levadas como evidencias), caminhou até a sala de depoimentos, passando por varias pessoas que trabalhavam lá, que nem se quer perceberam a presença do menino com roupas de preso.

Será que ver pessoas trajando essas roupas, todos os dias, já havia virado um costume tão rotineiro, que eles nem percebiam mais a passagem deles?

Joshua foi escoltado por dois policiais tão enormes quanto armários, que dariam medo a qualquer um.

Menos em Joshua.

Não estava com cabeça para isso. Só queria sair de lá e ver Micha e Cristian.

Entrou na sala de depoimentos, ela era fria e cinzenta e tinha um clima mórbido no ar. Acho que até a sala do legista seria mais vivo que aquele lugar.

Logo que entrou Joshua viu um homem negro, cabelos já um tanto grisalhos, barba feita sentado em uma cadeira na sala. Usava um terno cinza, camisa branca, mas não usava gravata.

Que pena uma gravata listrada vermelho e azul acinzentado iria combinar.

Ele gesticulou para que Joshua sentasse na cadeira a frente dele. Ele se sentou calmo e serio, mas não tão serio quanto o homem, com uma seriedade serena e digna de sua idade.

Um dos policiais se retirou da sala e o outro ficou parado de guarda perto da porta. Fez-se um silencio que Joshua utilizou para ver melhor aquele homem. Devia ter uma estatura mediana, Joshua não sabia ao certo, pois ele estava sentado, mas pelos seus cálculos ele não deveria passar de 1,71 de altura.

- O que aconteceu naquela tarde em Joshua? – perguntou o detetive Orlando encaminhado do caso, quebrando o silencio entre os dois, mas Joshua não disse uma palavra, somente cruzou os braços e olhou pro nada, como se aquilo não fosse com ele.

O detetive se esticou e pousou os braços encima da mesa juntando as mãos, esperou um tempo para que Joshua respondesse, mas vendo que o garoto não diria uma palavra, por fim disse:

– Tudo bem não que disser o que aconteceu? Então eu vou disser o que aconteceu: você foi escondido com Micha na festinha que o seu irmão e os amigos dele iam dar naquela tarde, depois de um tempo observando a alegria daqueles adolescentes ficou com inveja, ai você começou a ameaçar seu irmão por inveja dele ter amigos e você não, então você pegou uma barra de ferro bateu com ela na cabeça do seu irmão e matou o melhor amigo dele, sequestrou Micha e a levou para um lugar mais perigoso da floresta O Ninho dos Cavalos Selvagens que todos sabem que lá os cavalos matam qualquer um que entre lá. Não foi isso que aconteceu?

- Não! – disse Joshua arduamente.

- Então como foi Joshua porque você foi lá? Por que você levou Micha? Por que Joshua, por quê? – perguntou com um tom de suplica.

- Se eu contar você não vai acreditar, vai disser que eu sou louco ou que eu estou inventando. – disse frio e convicto.

- Tente talvez eu acredite. – disse em tom de possibilidade.

- Eu não posso.

- Por que Joshua? – Joshua ficou um tempo em silencio olhando para o detetive Orlando e disse:

- Então ta.

- Estou esperando.

- Porque Cristian pediu que seguíssemos Dustin.

- Quem é Cristian, Joshua?

- É um cavalo selvagem.

- Tem razão você é louco ou está mentindo. E sinceramente eu acho que você esta mentindo. – porem Joshua não falou mais nada – Vamos Joshua eu quero somente a verdade, nada mais que a verdade, e ai então você não vai levar uma pena tão grande por matar o GB e tentar matar seu irmão. Ou pelo contrario levara uma pena tão grande que vai parar no corredor da morte. – mas novamente Joshua não disse nada – Tudo bem, leve ele.

O policia que estava parado na porta foi até Joshua e o algemou novamente, o que o fez lembra: Por que estava algemado mesmo?.

Deve ter sido algo que disseram sobre ele. Estava sendo tratado como um criminoso usava aquelas roupas laranja que os detentos usavam e estava algemado como se fosse alguém perigoso.

No caminho de volta, passando por um corredor movimentado, ele viu sua mãe e pela primeira vez em muito tempo ficou esperançoso em ver ela.

- Mãe? – perguntou ao ver ela junto de seu pai, ela estava com os olhos inchados como se houvesse chorado muito, ao vê-lo ela foi andando em passos rápidos e apressados em direção ao filho – Mãe! – repetiu ele quando ela se aproximou e lhe lançando um olhar de raiva lhe deu um tapa na cara que o fez baixar a cabeça.

Ele sentiu uma imensa vontade de chorar.

- Seu cretino! – disse gritando e voltando a chorar - Como você pode fazer isso com seu irmão? Agora ele está em uma cama de hospital e talvez nunca mais ele acorde. – ela disse aquelas palavras com um tom de raiva, choro e desgosto e se debulhando em lagrimas pelo filho, não por Joshua, mas por Dustin que o tinha feito tanto mal nesses anos todos, e ele sofreu calado.

 Essas memórias e essas palavras foram o suficiente para que aquela vontade de chorar de Joshua explodisse e ele cai-se lagrimas de seus olhos, ainda de cabeça baixa, pois logo se lembrou de que era um homem e homens não choram, enxugou as lagrimas e levantou a cabeça olhou para a sua mãe com uma cara de desprezo (ou seria de desilusão?) e disse:

- Me levem para longe dessa louca! Para bem longe dela!

- Você não é mais meu filho! – disse com raiva.

Joshua voltou a ser conduzido pelo policial a algum outro lugar, quando passou em frete a uma sala onde Micha estava contando o que havia acontecido (em outras palavras dando depoimento).

- Então Micha o que realmente aconteceu na festinha do seu irmão? – perguntou outro detetive, uma mulher de cabelo curto e roupas casuais, mas antes que Micha pudesse responde rela viu pela janela sendo levado como um prisioneiro e entrou em desespero.

- Bem... Joshua? – disse incrédula - Para onde estão levando o meu irmão?!? Joshua! Joshua! Joshua!!!

- Queridinha responda à detetive. – disse a senhorita do conselho tutelar.

- Não eu não vou responder nada sem meu irmão. – disse revoltada – Joshua!

Ouvindo os gritos de sua irmã tentou se libertar do policial que o segurava, mas não conseguiu, ele era muito maior e muito mais forte que ele, então, tomado por uma onda de adrenalina, ele o empurrou brutalmente e conseguiu se soltar. Foi correndo ao encontro de Micha que se soltando da moça do conselho tutelar, saiu correndo, abriu a porta e também correu na direção dele.

Joshua tentou abraçar sua irmã, mas suas mãos estavam presas para trás. Não demorou muito e dois policiais vieram buscar Joshua que reagiu.

- Me solta! Deixa eu ficar com a minha irmã! – gritava ele enquanto os policiais tentavam arrastá-lo com a mesmo brutalidade.

Micha, vendo aquilo, se desesperou mais ainda e começou a gritar para que soltasse seu irmão, os dois estavam fazendo um escândalo tão grande que estava tumultuando a delegacia e os investigadores encaminhados tiveram que dispersar os curioso que se aproximaram e tentar acalmar a menina, enquanto os policiais tentavam segurar Joshua que tinha, de repente, criado uma coragem e uma força diferente da sua natural.

Tudo por Micha!

A detetive que estava pegando o depoimento de Micha e a moça do conselho tutelar tentaram acomodar ela.

- Calma menininha vai ficar tudo bem com você. – disse a moça do conselho tutelar.

- É Micha vai ficar tudo bem! – disse a detetive.

- Mas estão batendo no meu irmão. Vão machucá-lo! Joshua!!!

- Calma menininha seu irmão vai ficar bem. – disse novamente a detetive.

- Quem é você pra me dizer se as coisas vão ficar bem ou não?!? – disse Micha, tão desafiadora para a sua idade, que assustou as duas que estavam tentando acalma-lá.

Micha e sua língua afiada!

- Não, ele vai ficar bem. – disse a detetive se recuperando do choque de ver uma menina de cinco anos falar assim – Olha aqui... – disse tentando pegar nas mãozinhas de Micha que afastou as mãos dela com um tapa – Olha aqui! – disse mais firme e segurando as pequeninas mãos dela com mais força – Eu sou Cinde a investigadora encarregada do casso. – disse mais suave – E eu não vou deixar que machuquem seu irmão! Entendeu?

- Então por que você não faz algo? – disse Micha seria, seria por de mais - Estão batendo nele. – afirmou.

Cinde andou em direção aos policiais e a Joshua, fez sinal para que os policiais se afastassem do garoto caído no chão, o ajudou a levantar segurando nos ombros dele.

- Você está bem? – perguntou carinhosamente a ele.

- Me deixa! – bradou Joshua.

- Levem-no sem brutalidade dessa vez, ouviu? – ordenou aos policiais, que concordaram. Ela andou em direção a Micha que a olhava com uma cara fechada.

- Melhorou? – perguntou Cinde.

- Não muito. – disse friamente.

Aquela garotinha que aparentava ser tão doce estava se revelando uma garota fria. Isso assustava Cinde.

 Micha foi levada para continuar o interrogatório. Entraram a menina e a senhorita do conselho tutelar na sala, Cinde foi a ultima a entrar. Mal havia entrado e o detetive Orlando bateu na porta para ver como andava o interrogatório da menina.

- Cinde. Alguma coisa do caso? – perguntou ela a Cinde.

- Não, nada! – disse frustrada – quando íamos começar com ela, a menina viu o irmão sedo levado e entrou em desespero. Não conseguimos ainda nada, estávamos indo recomeçar agora.

- Posso participar? – perguntou ele na esperança de conseguir alguma informação elementar.

- Claro!

Entraram os dois juntos na sala e sentaram em frente à Micha e a moça do conselho tutelar.

- Então Micha... – começou Orlando – O que foi que...?

- Não! – interrompeu Micha friamente cruzando os braços.

- Como? – perguntou confuso Orlando.

- Eu disse: NÃO! – falou mais alto e se inclinando para a frente, ficando mais perto dos dois ainda de braços cruzados.

- O que não Micha? – perguntou Cinde começando a perder a paciência.

- NÃO! – gritou ela explodindo e descruzando os braços de forma bruta e por pouco não bateu sem querer na moça ao seu lado – Eu não falo sem o meu irmão! Eu quero o meu irmão! – gritava mais alto ainda.

- Escuta aqui menina... – disse cinde sem paciência e em um alto tom de voz, pronta para discussão.

- Cinde, posso falar com você? – disse Orlando a interrompendo. Ele se levantou e caminhou em direção a porta abrindo-a e se posicionando ao lado dela pelo lado de dentro. Cinde não viu outra maneira se não se levantar e seguir Orlando.

- Cinde, você tem que manter a calma numa situação dessas. – disse tentando ser compreensivo.

- Não da pra ficar calma assim! Parece que tudo que essa menina quer é me tirar do serio! Você mesmo viu como ela é! Ela é fria e calculista.

- Não é pra tanto! – tentou aliviar os nervos da colega.

- Não, não é não. Se quer minha opinião esse é o caso mais estranho que eu já peguei em toda a minha carreira. É tão... tão simples! Mas eles dois fazem questão complicar tudo! – disse desabafando tudo seguido de um longo suspiro desabou na cadeira que tinha perto da porta.

- Está melhor? – disse Orlando depois de um tempo.

- Sim. – afirmou ela.

- Sabia que, como seu superior, eu podia te afastar do caso por causa desse seu descontrole? – ela apoiou a cabeça nas mãos e fez que sim – Mas eu não vou! – ela levantou a cabeça confusa – Você pode ser explosiva às vezes, mas você é minha melhor investigadora, e como você mesmo disse esse caso é estranho e eu preciso de você! – disse da forma mais compreensível que podia – E por falar em estranho. Isso é muito estranho.

- Nem me fale. Essa menina é o bicho. – confessou e pegou um chiclete do bolso da calça, e abrindo-o com um movimento o pos pra dentro da boca e começou a mastigar.

- Não, não é isso. É o fato dela não querer falar sem a presença de um parente. Isso me preocupa.

- Não liga não! Você se acostuma. – disse ela mascando o chiclete e em seguida fazendo uma enorme bolha que logo se espocou.

- Não, não é isso. É que as crianças sempre pedem os pais principalmente a mãe, mas... O irmão é a primeira vez, e ela nem citou a mãe ou pai, como se eles não importassem nada perto do irmão.

- Por esse ponto... – começou ela, mas nem precisou terminar a frase para ele saber o que ela queria dizer, que ela acabou por concluir a frase com mais um estouro de uma bolha de chiclete.

O detetive fez uma pausa pensadora avaliando cuidadosamente a situação, eles voltaram para dentro da sala Micha ainda se negava a falar.

-Não vai falar?

- Não! – disse pausadamente e acentuando a negatividade da palavra.

-Então ta! - ele se virou para o policial ali presente e disse - Chamem o garoto. – ele saio da sala, não tardou muito para que voltasse com Joshua.

Estava tão preso quanto da ultima vez.

Na verdade... estava pior!

Tinha ganhado um belo roxo no rosto porque caio (literalmente) de cara no chão, e agora o que estava avermelhado, agora estava ligeiramente roxo. Joshua tomou cuidado pra que a irmã não visse isso.

- Bem Micha conte desde o começo. – disse o detetive, mas ela não falou – O que foi agora? – Micha olhou para a moça do conselho tutelar. Orlando respirou fundo e soltou um longo suspiro, e enfim disse – Você poderia nos dar licença, Srta. Carla? Se quiser pode assistir da sala ao lado. – ela fez que sim e saiu.

Micha, como num passe de mágica, se soltou, descruzou os braços e substituiu a sua cara fechada por uma mais amigável. Parecia uma criança bipolar.

- Eu e o Joshua estávamos indo ver os cavalos selvagens na cerca como sempre...

- Por quê?

- Pra ver se um deles escolhe a gente.

- É uma lenda que diz que todo cavalo selvagem é puro, pois ele é livre, e se você tiver um coração puro ele vai te escolher para fazer parte do seu bando e vai torná-lo um deles, um cavalo selvagem. – Joshua fez uma pausa como se estivese lembrando um momento especial, ele estava lembrando-se do dia em que Cristian os escolheu o momento mágico que ele gostaria que nunca tivesse terminado - Mas Micha continue, eu acho que o detetive vai querer saber o que aconteceu depois.

- O que aconteceu depois Micha? – disse o detetive achando o ato de Joshua inconveniente para o momento.

- Bem nos íamos pra lá como sempre quando vimos um carro se aproximando e um menino da banda do Dustin saiu dele, ai o Dustin foi até ele, lá no meio das arvores – ela disse isso espichando beeeem o “até” e o “lá no meio das arvores” do jeito que só as crianças fazem - e eles estavam dizendo alguma coisa, mas eu não consegui ouvi foi o Joshua que ouviu melhor, porque ele não deixou que a gente ficasse lá por muito tempo.

- O que foi que você ouviu Joshua. – perguntou o detetive, Joshua olhou para irmã como se estivese perguntando algo à ela, é estava, ele usava os mesmos poderes telepáticos que usavam com Cristian:

- Eu falo pra eles? – perguntou Joshua mentalmente à Micha.

- Fale, tenho medo que algo aconteça a você, é melhor que fale tudo a eles - respondeu Micha mentalmente a Joshua.

- Bem eu ouvi Dustin e GB conversando sobre a tal festa.

- E o que eles disseram? – perguntou o detetive.

- Bem GB disse: “Lá vai ter bebidas, e umas coisas que vai deixar a gente ligadão, umas paradas lá de cheirar, vai ser o maior barato” e Dustin respondeu: “Ta eu vou, meus pais vão sair amanhã de tarde e so voltam próximo da meia-noite se eu não estiver lá até essa hora eles vão me trancar em casa” e foi so isso que eu consegui ouvir.

- Tudo bem. Micha continue desde a parte em que vocês saem de onde ocorreu a conversa entre GB e Dustin.

- Ta. Ai nos fomos para a cerca, mas os cavalos já tinham ido embora quando nos íamos saindo o Cristian apareceu.

- Desculpe-me, mas quem é Cristian? – perguntou Cinde.

- E o nosso melhor amigo, ele é um cavalo selvagem. Ele nos escolheu. – disse Micha toda alegre e orgulhosa disso.

- E depois disso.

- Bem, no dia seguinte nos fomos ver o Cristian e ele nos pediu para seguirmos o Dustin.

- E vocês os seguiram?

- Nos tentamos, até que conseguimos, mas não como a gente tinha planejado. E eles nos viram e o Dustin parecia um tanto confuso porque a gente estava lá, e o cara que estava dirigindo disse que nos iríamos atrapalhar a diversão deles e mandou nos jogarem no porta-malas do carro e eu fiquei tão assustada. – nesse momento Micha começou a chorar, Joshua sentiu o tempo passar devagar de novo, e novamente ele sentiu aquela sensação de euforia viu a cor do ambiente mudar para um tom azul avermelhado com o aroma do campo depois da chuva e grama molhada no ar, e aquele sussurro feminino quase inaudível voltou dizendo “A segunda benção, A Chave do Coração”, tão rápido como veio se foi novamente sem deixar rastros, parecendo ter passado apenas um segundo e o mais longo de todos, quando tudo parou, ele voltou a si com os soluços de Micha, e como se despertasse de um sono e disse rudemente:

- Espero que esteja feliz por fazer uma criança chorar lembrando-se dos momentos de terror que ela passou naquele lugar, e se me permite disser Detetive Orlando, aqueles adolescentes estavam um tanto bêbados demais pro meu gosto.

- Tire a criança daqui, eu quero falar a sós com o menino espertinho. – e a senhorita do conselho tutelar voltou e levou Micha chorando para fora. – Bem você é muito espertinho para sua idade, e muito falante para quem ainda pouco disse menos de quarenta palavras pra mim. Você tem quantos anos? Treze ou Quatorze?

- Eu tenho doze.

- Bem eu não me lembro de ter falado o meu nome para você. Quem foi que te falou?

- Ninguém.

- Ora vamos Joshua ninguém sabe o nome de uma pessoa sem que ninguém tenha dito a ela.

- Foi o que chamamos de um... palpite de sorte. – disse em um tom muito sarcástico, irronico e desafiador.

- Você falou com muita certeza para ser so um... palpite de sorte. – disse no mesmo tom de ironia - Você é um tanto irônico e sarcástico de mais para sua idade. Não?

- A questão que você quer chegar é detetive Orlando: eu e Micha estamos ou não estamos falando a verdade, porque para você parece impossível, cavalos selvagens falarem. Mas eu sei que lá no fundo o senhor ainda se lembra da sua infância na fazenda do seu avo você ficava horas vendo os cavalos selvagens esperando que um dia um deles viesse ate você – disse num tom um pouco agressivo e depois que viu a cara que o detetive fez completou - sinto muito isso nunca ter acontecido.

Naquele momento o detetive Orlando ficou pasmo e ficava se perguntando: “Como esse garoto sabe tanto de mim se nem ao menos nos conhecíamos à meia hora atrás?” e ficou se lembrando da sua infância quando ficava olhando os cavalos selvagens correndo pela campina.

- Olha aqui garoto eu não sei como você sabe tanto de mim, mas eu vou saber se o que você está dizendo é verdade ou não e vou descobrir como você soube tanta coisa de mim.

- Quer saber como eu sei tanto sobre você é facio é so olhar no seu coração. Ele diz tudo que eu devo saber, era so questão de saber ver, e Detetive Orlando saber como ver cabe a você decidir. – O detetive virou as costas e ia saindo Joshua disse:

- Detetive Orlando.

- Sim, Joshua?

-Primeiro olhe para mim. – então o detetive se virou olhando nos olhos de Joshua, ele não tinha reparado antes que os olhos de Joshua estavam diferente estavam brilhando em um azul cristal.

O ambiente parecia diferente, mesmo estando tudo igual, havia nevoa, mas não havia nevoa, havia uma penumbra iluminada somente pelos olhos do garoto, mas não havia penumbra alguma. O nervosismo que orlando sentia naquela situação estava se transformando em medo, ele mal conseguia respirar, era só impressão sua ou o ar estava ficando rarefeito. Joshua quebrou o silencio dizendo com uma voz diferente como se fosse uma voz do além:

- Lembre-se de buscar a verdade. – depois de disser isso Joshua desmaiou, bateu com a cabeça na mesa e seu nariz começou a sangrando tanto que logo se formou uma poça de sangue na mesa onde a cabeça de Joshua repousou. O detetive percebeu que o ambiente havia voltado ao normal, ele ofegava como se não respirasse a muito tempo, ele ficou paralisado no começo, e depois se desesperou e chamou ajuda.

- Guarda! Chamem um medico! Levem o menino de volta pro hospital.

Joshua foi acordado pelo mesmo enfermeiro de antes quando ele tocou em seu ombro para tentar puxá-lo pra trás e carregá-lo até a maca. Ele se acordou em um susto, levantou a cabeça da mesa como se estivese acordando de um pequeno cochilo em uma aula chata.

- Garoto? Consegue andar? – disse ele.

- Claro! Só foi um pequeno sangramento. – disse calmo.

- Eu não chamaria isso de um pequeno sangramento. – O enfermeiro o levou até uma sala que parecia a enfermaria do posto da delegacia, tinha as paredes cor cinza azulado e pequenas janelas onde o sol entrava preguiçosamente.

- Senta ai. – disse o enfermeiro indicando uma maca onde Joshua se sentou – Eu vou limpar isso aqui – disse pegando uma gaze e soro fisiológico para limpar o sangue -, o sangramento parece que parou, sente alguma dor enquanto eu limpo? – perguntou ele.

- Não sinto nada – respondeu Joshua – Você estuda muito Drake – disse depois de um tempo observando o enfermeiro, acho que vai se sair bem na prova da semana que vem.

- Hey, como sabe meu nome? E como sabe que eu tenho prova semana que vem? – disse surpreso e com um tom de brincadeira enquanto limpava o sangue.

- Tente estudar mais cedo, virar a noite estudando não dá em nada.

- Já me disseram isso. Não funcionou. – admitiu - E você não respondeu minha pergunta! – disse se irritando de brincadeira.

- Tente se focar mais. – ele fez uma pausa – Sabe Drake, eu gosto de você, você é um cara legal, não merece o que ela fez com você, e acho que você vai ser um bom medico quando se formar.

- Ela... Ela me largou por outro so por que ele tinha mais grana. – disse se levantando da cadeira onde estava sentado e jogando fora o soro e as gazes.

- É, eu sei. – Drake se escorou na parede e disse

- Como você sabe isso, sabe essas coisas: meu nome, minha namorada me largou, eu viro a noite estudando, tem prova semana que vem, eu quero ser medico, você é algum tipo de vidente ou coisa parecida.

- Não.

- Então como?

- Só sei que nada sei.

- A usando filosofia pra fugir das minhas perguntas! Né? Assim não vale! – exclamou o que fez Joshua rir – Então ta, não vai me responder mesmo né? Bem não se pode ganhar todas. Vou seguir sua dica, to confiando em você amiguinho. – ele abriu a porta e se inclinou para fora em direção ao policial do lado de fora e disse - Ele ta pronto!

O policial entrou no aposento era alto, musculoso e moreno, tinha a cara amarada como se estivesse sempre de mau humor, bem diferente dos policiais que Joshua via nos filmes que passavam na TV; diferentes dos bobo-alegres e trapalhões dos filmes de comedia e diferente dos sérios e bonzinhos dos de aventura.

- Thau amiguinho. – disse Drake.

- Thau Drake. – disse Joshua com um aceno de adeus.

- Venha comigo! – disse a voz grosa de policial e ele o acompanhou.

Depois de Joshua sair para a enfermaria, o detetive Orlando foi para a sua sala, e ficou refletindo sobre tudo o que Joshua havia dito: “Lembre-se de buscar a verdade”, aquelas palavras martelavam como ferro quente em sua memória.

Mas como um estalo na consciência, decidiu ver as gravações em vídeo da conversa entre ele e Joshua. Ele queria saber o que Joshua quis disser com aquilo. Foi ate a sala do laboratório de informática, onde trabalhava Mille o perito de computação da policia. Mille era um garoto jovem tinha 29 anos, não era alto nem baixo, magro nem gordo, um garoto normal, muito inteligente, para um nerd era bem bonitinho, tinha o cabelo curto e castanho escuro usava óculos estilosos e tinha um gosto de moda mediano.

- Mille? Está ocupado?

- Não detetive Orlando, precisa de algo?

- Sim. Você tem as gravações de hoje da sala de interrogatório 02 disponíveis?

- Sim. – ele foi do computador que estava até um outro maior que parecia ser o central ligado ao sistema da delegacia, ele o ligou, digitou a senha, procurou uma pasta e a abriu com um click – Sim, todas as gravações direto até as... – ele mexeu em algumas teclas abrindo uma pasta de arquivos – 11 horas.

- Abra o depoimento de 10:15 aproximadamente.

- Essa aqui? De Joshua Clarent?

- Essa mesma. Passa desde o começo, antes do garoto chegar.

- 10:16, o depoimento de Micha Clarent começa.

- Passa.

- 10:18 ela sai da sala e fica fora do alcance dessa câmera. 10:19 ela volta pra sala e faz birra por causa do irmão.

- Passa.

- 10:21 o garoto chega.

- Passa.

- 10:27 a menina sai.

- Para. Passa pro final.

- 10:34 o garoto desmaia, acorda ensangüentado, sai da sala e fim, depois disso é so o pessoal da limpeza limpando o sangue dele.

- Volta de novo para 10:26. E deixa passar na velocidade normal. – Mille

“Espero que esteja feliz por fazer uma criança chorar lembrando-se dos momentos de terror que ela passou naquele lugar, e se me permite disser Detetive Orlando, aqueles adolescentes estavam um tanto bêbados demais pro meu gosto.”

“Tire a criança daqui, eu quero falar a sós com o menino espertinho. Bem você é muito espertinho para sua idade, e muito falante para quem ainda pouco disse menos de quarenta palavras pra mim. Você tem quantos anos? Treze ou Quatorze?”

“Eu tenho doze”

“Bem eu não me lembro de ter falado o meu nome para você. Quem foi que te falou?”

“Ninguém”

- Garoto imponente, né? – disse Mille de braços cruzados na sua cadeira.

- Quieto! – bradou o detetive.

- Ta bom.

“Foi o que chamamos de um palpite de sorte

- Sarcástico que é uma beleza.

- Shshsh!

“Você falou com muita certeza para ser so um palpite de sorte. Você é um tanto irônico e sarcástico de mais para sua idade. Não?”

“A questão que você quer chegar é detetive Orlando: eu e Micha estamos ou não estamos falando a verdade, porque para você parece impossível, cavalos selvagens falarem. Mas eu sei que lá no fundo o senhor ainda se lembra da sua infância na fazenda do seu avô você ficava horas vendo os cavalos selvagens esperando que um dia um deles viesse ate você, sinto muito isso nunca ter acontecido”

- Isso é verdade detetive?

- Cale a boca!

“Olha aqui garoto eu não sei como você sabe tanto de mim, mas eu vou saber se o que você está dizendo é verdade ou não e vou descobrir como você soube tanta coisa de mim”

“Quer saber como eu sei tanto sobre você é facio é so olhar no seu coração. Ele diz tudo que eu devo saber, era so questão de saber ver, e Detetive Orlando saber como ver cabe a você decidir”

Mille pausou o vídeo.

- Essas palavras tocam qualquer um... – ele olhou pro detetive – bem quase qualquer um.

- Se concentre em fazer somente o seu trabalho, ou você não vai fazer mais nem isso.

- Desculpe. – ele olhou para o vídeo pausado e deu play nele – bem aqui você já esta indo embora e... – ele pausou o vídeo - acabou – quando ele se preparava para desligar a tela do computador o detetive Orlando segurou a sua mão e disse:

- Espere tem mais, da play no vídeo.

- Sim senhor. – disse se sentando e fazendo o que o detetive mandou.

“Detetive Orlando”

“Sim, Joshua?”

“Primeiro olhe para mim”

“Mais uma coisa, lembre-se de buscar a verdade”

Joshua desmaiou.

- Você viu isso?

- O que? Eu não vi nada.

- Repita a parte que ele diz antes de desmaiar.

“Detetive”

“Sim, Joshua?”

“Primeiro olhe para mim”

“Mais uma coisa, lembre-se de buscar a verdade”

- Pausa!

- O que foi detetive?

- Ali atrás do garoto.

- Não tem nada lá senhor.

Ele viu uma coisa curiosa no vídeo na parte em que Joshua fala para ele buscar a verdade, ele vê um fantasma no vídeo na forma de um cavalo, mas não qualquer cavalo um cavalo que parecia ser feito de cristal com umas tatuagens pelo corpo, não tatuagens feitas a ferro nos cavalos pareciam ser tatuagens de sangue (já deu para perceber que o cavalo que ele viu no vídeo era Cristian) eram como se o cavalo estivese controlando Joshua.

- Grave esse vídeo pra mim desde que eu e o garoto entrou na sala.

- Sim senhor detetive. Ah... Senhor? O que o garoto quis dizer com “buscar a verdade”? – disse ele entregando o CD para o detetive.

- Eu não sei, mas eu vou descobrir. – ele saiu da sala de Mille e foi direto para a sua sala no seu computador e inseriu o CD.

Ficou vendo aquele vídeo varias e varias vezes, tentando entender o que ele quis dizer com aquilo; ele até tinha escrito a mão todo o dialogo do vídeo, palavra por palavra, e via o vídeo com dialogo, as vezes so lendo, as vezes sussurrando e, muitas vezes, até em voz alta, tantas e tantas vezes que até decorado aquilo tinha.

Tinha, também, reparado que o cavalo não aparecia só naquele momento da gravação, mas em quase toda ela, ele estava lá quase o tempo todo atrás das crianças, rondando-as como um anjo da guarda, já era quase 4:30 da tarde quando ele apertou o botão de replay pela trigésima vez reparou em uma coisa que Joshua disse, chamando seu nome, depois que Micha começou a chorar:

“Espero que esteja feliz por fazer uma criança chorar lembrando-se dos momentos de terror que ela passou naquele lugar, e se me permite disser Detetive Orlando, aqueles adolescentes estavam um tanto bêbados demais pro meu gosto.”

Ele pausou o vídeo procurou desesperado aquele trecho no dialogo, finalmente ele teria achado algo para segurar as suas duvidas afim de encontrar respostas para aquele difícil caso. Pegou um marca texto e marcou aquela frase: “...aqueles adolescentes estavam um tanto bêbados demais pro meu gosto”. Ele continuou a ver o vídeo quando ouviu Joshua chamando por seu nome de novo:

 “A questão que você quer chegar é detetive Orlando: eu e Micha estamos ou não estamos falando a verdade”

Pausou o vídeo e pegou novamente seu marca texto e marcou aquela frase: “... eu e Micha estamos ou não falando a verdade...”

Deu play novamente e mais uma vez ouviu o chamado de Joshua:

“... saber como ver cabe a você decidir”

E dando continuidade ao vídeo uma ultima vez ouviu Joshua chamar pelo seu nome dizendo em adeus: “... lembre-se de buscar a verdade”.

Orlando olhou para aqueles quatro trechos marcados com seu marca texto, juntos os quatro diziam:

“Aqueles adolescentes estavam bêbados de mais pro meu gosto, eu e Micha estamos ou não falando a verdade, saber como ver cabe a você decidir, lembre-se de buscar a verdade”

Era aquilo? Será que era realmente aquilo que ele queria dizer? Será que era essa a verdade que ele tanto procurava? Finalmente ele tinha algo!

Infelizmente nada daquilo justificava a ação dele de matar e tentar matar GB e Dustin respectivamente. Mas era porque ele não tinha terminado de pegar o depoimento de Micha e Joshua! Pelo menos soube por onde começar a procurar a verdade.

Do começo de tudo...


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Notas finais do capítulo

Então? Reviews?
Podem criticar e elogiar!
Eu aceito de coração aberto!