Eu sinceramente não sabia o que fazer, como as coisas poderiam e tão bem em um momento e mudar de repente?

Eu não sabia o que fazer, não sabia se gritava, se chorava.

Chegamos no hospital e fomos ver meu pai, ele estava muito mal, cheio de aparelhos, enfaixado, com tubos em todo canto. Foi muito triste vê meu pai naquele estado.

Minha mãe saiu, foi conversar com o médico do lado de fora da sala. Vi quando uma lágrima rolou em seu rosto, aquilo perfurou o meu coração.

Fiquei sentada, pensando em tudo o que tinha passado com meu pai. E me doeu pensar na hipótese de perdê-lo. Minha mãe interrompeu meus pensamentos, quando ela entra no quarto junto com o médico.

-Doutor, ele vai ficar bem? – Eu perguntei, esperando uma resposta positiva.

- Esperamos que sim, até agora ele esta reagindo aos medicamentos.

Ele falou isso e teve que sair da sala, outro paciente o aguardava.

- Amanda, vá dar uma volta, você deve estar cansada, vá comer algo. – Ela abriu a carteira e tirou 50,00 e me deu.

- Eu não quero, não estou com fome. Irei ficar aqui.

- Mas fique com o dinheiro, se precisar.

Sentei na poltrona e adormeci, acordei no meu quarto. Me levantei, tomei um banho bem demorado, era tudo o que eu precisava. Desci e fui tomar café, minha mãe estava preparando torradas e me ofereceu.

Tomamos café normalmente, mas aquele silêncio me metralhava.

- Mãe, o papai está melhor? – Eu perguntei, esperando quebrar aquele silêncio terrível.

- Está sim minha filha. – Ela respondeu, mas eu sabia que havia algo de errado.

Subi, e me sentei na cama. Fiquei perdida em pensamentos, até que ouço aquele “toc toc” seguido de um : - “Posso entrar?”

Minha mãe entrou e sentou-se na cama ao meu lado, e disse:

- Filha, eu sei que é um momento muito difícil, mas, eu quero que você viaje com a Kauana para Londres...

Eu a interrompi: - Mas mãe, e o papai?

- Filha, eu sei, ele vai melhorar, vai ficar tudo bem. Vá, por mim, eu sei o quanto que você lutou por isso, eu sei o quanto que você ama esses meninos, por isso, quero que vá. Sei que será difícil com tudo o que está acontecendo, mas quero que você faça uma forçinha okay?

Ela falou e saiu rapidamente, mas, ouvi o barulho de seus soluços. Aquilo me destruiu.

Deitei-me na cama e vaguei em meus pensamentos, como tudo aquilo está acontecendo? Por que eu?

~Triiiiiim~ Era a Kakau ligando

CHAMADA ON

-Alô? Mandis?

- Oii Kakau, como está?

- Bem e você minha potato? Como anda o coração?

- Batendo- Respondi com um tom choroso.

- E seu pai? Ele está bem?

- Está sim, mas, eu não sei se tenho coragem de viajar e deixar mainha aqui.

- Eu entendo, e o que ela diz a respeito?

- Ela quer que eu vá, mas eu não sei ainda.

-Amiga apois decida logo, a viagem é amanhã!

- Eu sei... Amanhã falo com você.

Me perdi em pensamentos, o que eu iria fazer? A viagem é amanhã, eu vou ou não?

O que eu faço? Socorrooo alguém me ajuda!

Entre esses pensamentos, ao ver uma foto de meu pai em cima da cômoda, chorei, involuntariamente, mas chorei.

Acabei adormecendo, no outro dia, a pergunta que não queria calar:

Eu vou ou não para Londres? Teria que decidir logo, afinal, em poucas horas o meu vôo partiria. E eu ainda tinha que arrumar minhas malas.