Temporada De Tortura escrita por Amethyst


Capítulo 37
Festa Olimpiana




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P.D.V. Ártemis

- Ártemis, por favor, esguia só mais um pouquinho, não custa nada!

Eu vou morrer desse jeito!

Afrodite e Atena faziam de tudo para que o vestido branco entrasse em mim, mas não adiantava, eu estava prendendo a minha respiração e juro que se eu não fosse imortal já estaria mortinha a um tempo.

- Muito bem, agora vai! – Afrodite deu um belo puxão no zíper, eu senti a minhas entranhas sendo esmagadas.

Atena respirou fundo e se jogou na cama com o seu vestido tubinho cinza. Afrodite tomou o lugar no espelho e retocou seu batom cor de boca, logo depois se virou pra mim e estalou os dedos.

COMO É BOM RESPIRAR!

- Árt, já pensou em fazer dieta? Acho que nesse tempo longe de Apolo você engordou uns quilinhos. – Afrodite ajeitou o cabelo roxo (não me perguntem porque merda ela pintou o cabelo de roxo hoje) e jogou um beijo para o espelho logo em seguida.

- Pelos deuses Dite, para de ficar me importunando com a minha abstinência sexual. – Resmunguei passando a mão pelo meu vestido justo.

- É divertido fazer isso, mas veja pelo lado positivo. – Ela olhou para Atena cúmplice. – Agora que ele voltou vocês podem passar altas noites em claro.

- Não sei não, ela logo vai ter que voltar pra caçada. – Atena falou.

Merda, eu tinha me esquecido da caçada.

Logo agora que tudo está bem, aparece essa pedra no meu caminho. Não que eu odiasse as minhas caçadoras, muito pelo contrario, mas eu queria ficar com o meu loiro sexy, e juntar os meus dois amores não ia dar certo.

- Árt, você devia passar mais um pouco de blush. – Dite falou pegando o pó rosado.

- Não, eu to bem, não quero parecer uma palhaça. – Falei sentando na cadeira.

- Então trata de deixar essas preocupações de lado gata. – Afrodite agarrou a mim e a Atena pelos braços e começou a sair do seu quarto. – Hoje o Olimpo vai ferver!

~*~

A decoração da sala de tronos estava impecável como sempre, um dia eu ainda ia saber o que se passa dentro da cabacinha de Afrodite quando ela fazia essas festas, por mais que fosse em cima da hora ela sempre faria uma decoração diferente e extravagante.

A ideia inicial era que a festa seria apenas para os olimpianos, mas Afrodite deu a louca dizendo que tinha que ser uma coisa grandiosa, que não era todos os dias que um dos três grandes ficava solteiro e blá blá blá, não preciso dizer que Atena faltou saltar no pescoço dela.

Muitos deuses entravam na sala radiantes, todas as deusas tinham vestidos diferentes e os homens usavam roupas sociais de diferentes estilos.Nós ficaríamos no tamanho humano, assim teria mais espaço na sala e poderíamos curtir muito mais. Não vou negar que estava procurando meu irmão gêmeo, mas pelo visto ele estava lá dentro, ou ainda estava se arrumando, algum dos dois.

Assim que entramos na sala todos os olhares se viraram para nós, a cara de choque de todos os deuses me deixou bem confusa e constrangida. Eu não sabia se o que eles olhavam era os vestidos justos e curtos que eu e Atena usávamos ou o cabelo roxo e longo de Afrodite.

Quando achei que ia me transformar em cinzas pela temperatura das minhas bochechas, eis que surge Apolo. Pelos deuses, ele tava muito sexy com aquela roupa. Ele caminhou na minha direção sorrindo, ele tava se segurando para não gargalhar ali no meio de todo mundo.

- Gostei do seu cabelo. – Ele falou mexendo na minha franjinha.

Eu tava de franjinha, e com o cabelo na altura dos ombros!

-Hey! Circulando. Parem de olhar para a minha deusa, ela é só minha! – Apolo gritou para as pessoas que nos olhavam. Quando todo mundo tinha deixado de lado a nossa chegada, Apolo me abraçou pela cintura e me deu um selinho. – Também gostei do vestido.

- Mas... – Fiz com que ele continuasse.

- Porque acha que tem um mais? Eu apenas gostei do seu vestido. – Ele fingiu estar ofendido, eu arqueei a sobrancelha e ele riu aproximando sua boca do meu ouvido. – Mas prefiro você sem ele.

Eu gargalhei e passei os braços pelo seu pescoço.

- Se você quiser que eu o tire aqui. – Provoquei, os olhos de Apolo ficaram amarelos.

- É melhor não! – Eu ri um pouco mais e lhe beijei.

Ah, que saudade que eu tava dele.

~*~

Festas Olimpianas são típicas pela abundancia, nunca faltou bebidas, músicas, animação e outras coisas.

Eu estava olhando para a mesa de bebidas. Vinho, whisky, vodca, cerveja, champanhe, e outras bebidas alcoólicas. Também tinha néctar e ambrosia, todos eles depositados em potes dourados. Ah, e é claro, não podia faltar a flor de lótus.

 Já estava meio tarde, acho que já eram mais de duas da manhã, mas os deuses não estavam tão bêbados assim, iria precisar de mais três horas para que eles começassem a ver tudo turvo.

Ai você pergunta, porque Hades você tá falando em terceira pessoa?

Simples, eu não estou bebendo.

- Aí, para de puxar meu cabelo War! – A voz desesperada de Afrodite me fez virar no mesmo instante, aquela doida varrida tava com os dois filhos mais novos no colo.

- Você tá louca Afrodite? Como é que você trás dois recém-nascidos para uma festa dessas? – Repreendi. Ah, pelos deuses, aquilo era muito irresponsável.

- Eles não podiam perder o melhor da festa Árt. – Ela disse sorridente. – Você poderia cuidar deles só um pouquinho?

- Por quê? – Perguntei.

- Eu tenho que ver uma coisa rapidinho, eu já volto. – Tentei protestar, mas no minuto seguinte Love e War já estavam em meus braços.

- O que a maluca da sua mãe vai aprontar dessa vez hein? – Perguntei para os bebes que me olharam como se eu fosse louca.

Ah, até os bebes pensam isso.

- Olha que está aqui! – Atena chegou de mansinho tentando surpreender os bebes, mas eles a viram antes. – Oi meus lindinhos.

Ri quando Apolo me olhou espantado, seus olhos azuis cheios de curiosidade.

- Porque tá com os filhos da maluquinha? – Ele perguntou pegando Love dos meus braços, ela nem se quer chorou.

- Ela falou que ia resolver não sei o que. – Fiz uma careta e Love riu, mas War, que continuava no meu colo, me olhou com seus olhinhos pidões de sempre.

- Morro de medo quando Afrodite diz que vai resolver alguma coisa, é sempre algum plano maligno. – Atena falou.

- Nem sempre. – Meu gêmeo me deu um beijo na bochecha e sorriu para minha irmã.

- É, tenho que concordar.

Nesse momento as luzes se apagaram. Ouvi o choro de Lovely, mas War ficou muito quieto. De repente as luzes se acenderam no palco que Afrodite tinha colocado na frente do trono de Zeus. Poseidon estava lá olhando para todos com cara de nervoso, mas logo começou a gargalhar.

- Há, era só pra dar efeito. – Ele falou quando se recuperou da crise de riso. – Pode ligar de novo Dite.

As luzes voltaram, Love estava soluçando de tanto chorar, Apolo a balançava nos braços e cantava uma musiquinha calma. Acabei sorrindo com aquela cena.

- Bem, eu queria agradecer a todos pela presença. – Poseidon falou sorrindo. – A pouco tempo a maluca da minha tia, me disse que essa festa era pra mim, coisa que eu nem imaginava.

Todos na sala começaram a rir.

- Mas eu não sabia mesmo, soube a menos de meia hora. – Ele falou confuso. Ah Poseidon, sempre lento. – Bem, mas já que a festa é minha, acho que vou fazer o que deveria ter feito a algum tempo.

- Eu realmente agradeço a cada um de vocês pela ajuda que me deram, principalmente a alguns deuses que sabem que estou falando deles. – Ele piscou em nossa direção e voltou a sorrir. – Mas acima de tudo eu queria agradecer a uma pessoa que me deu forças para continuar a tentar, para persistir nessa história toda. Eu nunca imaginei que hoje essa pessoa seria tudo pra mim, na verdade a alguns meses atrás se tivessem me perguntado se eu queria ela ou Anfitrite no tártaro não teria pensado nem duas vezes, escolheria ela. – Todos na sala riram e eu vi uma certa loirinha corando até os fios de cabelo. – Esses foram os melhores meses da minha vida, e eu não posso deixar de agradecer a uma certa deusa do amor por me ajudar a enxergar o que estava escondido esse tempo todo. E eu queria chamar essa pessoa no palco agora, porque a festa pode ser minha, mas quem vai receber o presente é ela.

Uma luz cegante veio na nossa direção e parou em Atena, que tentou se esconder atrás de Apolo, mas não adiantou de nada, todos na sala começaram a chama-la, e a sua única saída foi ir até o palco.

- A pessoa que eu falava todo esse tempo era essa loirinha, essa rata da biblioteca, essa nerd, essa comedora de livros, essa menina fogosa que pode parecer santa, mas na cama... – Todos começaram a rir, e Atena deu um belo tapa no braço de Poseidon que não parava de sorrir. – Mas acima de tudo, ela é a minha vida, a garota que me guiou nesses tempos difíceis, e eu sempre vou agradecê-la por isso.

Quando Poseidon se ajoelhou na frente de Atena ela parecia que teria um piripaque.

- Atena, durante todos esses meses eu estava pensando muito em nós dois, pensando muito no que eu vou fazer agora, e eu vi que era o certo, que a minha vida não é nada sem você e que eu te quero pela eternidade, sendo minha mulher. – Poseidon abriu a caixinha acinzentada de veludo e revelou um belo anel de diamantes, que eu não consegui ver direito pela distancia. – Você quer isso? Quer ser minha mulher para sempre?

Tudo ficou silencioso, todos esperando a resposta de Atena, até que depois de se recuperar do susto ela riu.

- Você é um lerdo mesmo! – Poseidon a olhou sem entender. – Como é que eu não aceitaria me casar com você?

A sala se explodiu em palmas quando Poseidon praticamente engoliu Atena na frente de todos.

Perai, ele tá passando a mão na bunda dela?

Olhei para Apolo que morria de dar risada, Love olhava para ele sem entender, talvez achasse que a loucura é de família. Andei até eles e avistei Afrodite se aproximando.

- Ah, muito obrigada por cuidarem dos meus pimpolhos! – Ela pegou os bebes e sorriu para eles, depois olhou para Apolo. – Sua vez.

E foi embora.

Vez de que?

- Apolo... – Tentei falar, mas ele colocou o dedo nos meus lábios.

- Vamos dar uma volta ruiva. – E me puxou pela mão.

A noite hoje estava linda. Completamente iluminada, todas as constelações aparecendo nitidamente e a lua em um tamanho de filme de romance.

Ah, não precisão me agradecer.

- Bom, eu não queria te deixar curiosa. – Ele falou preocupado. Maldita ligação de gêmeos.

- É claro que estou curiosa, odeio quando Afrodite faz esses enigmas. – Falei fazendo cara feia.

- Ah Miss, nem é um enigma. – Ele se ajoelhou e sorriu. – Na verdade tá muito na cara.

- Apolo... – Não acredito que ele tá fazendo isso comigo, acho que vou desmaiar.

- Calma, deixa eu falar! – Ele segurou minhas coxas e suspirou. – Eu sei que fiz essa mesma pergunta que eu vou fazer agora a alguns meses atrás, mas eu vim pesquisando, me disseram diversas coisas, mas o resultado final era sempre que talvez você aceitasse agora. Mas eu não posso mentir que não esteja com muita duvida sobre isso na minha cabeça.

- Apolo... – Tinha que ser agora, ele tinha que saber o que estava acontecendo.

- Miss, eu não quero te pressionar, você aceita se quiser e...

- Apolo... – Porque ele não podia me escutar só uma vez na eternidade?

-... Eu não vou ficar chateado se você disser não, desde que você continue comigo porque eu não sei se suportaria ficar sem você...

- EU TÔ GRAVIDA! – Pronto, falei.

Apolo me olhou assustado, seus olhos estavam frios como o gelo. Será que ele não queria aquilo? Porque merda eu fui falar aquilo?

- Miss... – Ele se levantou e passou as mãos nos meus braços.

- Ah, eu devia saber que você não queria mais filhos, deve estar de saco cheio pelos tantos que tem espalhado pelo mundo. – Resmunguei.

Mas Apolo fez uma coisa que me surpreendeu muito, bem, talvez nem tanto.

Seu beijo ainda tinha aquele gostinho de novo, proibido, uma verdadeira delicia. E eu estava assustada ainda, mas ao sentir seu coração colado no meu peito, batendo feito uma bateria de escola se samba brasileira, eu me derreti. Seus braços me apertaram ainda mais quando sentiu que eu cairia. Aquele negocio era mais viciante que Flor de Lótus, era um perigo, uma delicioso perigo.

- Eu desejo ter muitos filhos com você minha baixinha. Muitos! – Ele falou no meu ouvido. Eu não pude evitar o sorriso.

- Que bom, porque tem dois pequenos deuses na minha barriga. – Falei sorrindo, Apolo arregalou os olhos e olhou na altura do meu umbigo.

- Dois? – Ele perguntou abobado, eu assenti. – Gêmeos?

- Exatamente. – Falei. Apolo me pegou no colo e começou a girar. Mais um pouquinho e eu vomitaria.

- Meus Deuses, esse é o maior presente que eu poderia querer na minha vida. Dois filhos, gêmeos! – Ele falou sorrindo de orelha a orelha. – E a mulher que eu mais amo no mundo, junto comigo, para sempre.

- Mas eu não respondi se eu queria me casar com você. – Falei, o sorriso do meu irmão desapareceu no mesmo instante.

- Tudo bem se você não quiser, eu só te quero perto de mim... – Foi a minha vez de colocar meus dedos sobre seus lábios quentes.

- Mas eu quero. Eu quero muito me casar com você maninho. – Apolo voltou a sorrir e me beijou por todo o rosto, depois se abaixou e alisou minha barriga.

- Viu filhos? A mamãe aceitou se casar com o papai! Ela aceitou! – Eu ri com a cena. Me abaixei também para ficar na altura, ou tentar, de Apolo.

- Eu te amo. – Sussurrei no seu ouvido.

- Eu também, mais do que tudo. – Ele beijou carinhosamente e me puxou mais para perto. Quando o ar faltou é que fui perceber que tinha algo no meu dedo.

Agora sim eu acho que vou desmaiar.

Era um anel lindo de prata, tinha várias pedrinhas, diamantes, que formavam uma espécie de tiara, todas as pedrinhas com uma cor prateada, mas a pedra que estava no topo brilhava em uma bela cor de dourado.

- Espero que tenha gostado, passei semanas tentando achar um perfeito e... – O calei com um selinho.

- É perfeito, outro melhor não existe! – O beijei, muito mesmo, mas de repente ele parou e começou a olhar para o meu decote.

- Você tá grávida?! – Eu assenti. – E grávidas produzem leite?!

Ah, eu não acredito que ele tá pensando nisso!

- É Apolo, grávidas produzem leite. – Revirei os olhos e ele sorriu.

- Acho que vou gostar muito dessa novidade. – Ele sorria malicioso, seus olhos ficaram dourados e eu podia sentir a excitação tomando conta do meu corpo.

Nos olhamos por alguns minutos antes de dizermos.

- Quarto!

E aquela foi a noite mais quente e feliz da minha eternidade. Pelo menos antes de descobrir que teria muitas daquelas a partir de agora.

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Meus olhos não param de mandar lagrima e mais lagrimas para lavar o meu rosto.

Ultima narração da Tia Árt, ultimo capitulo com narração deles, ultimo capitulo na teoria. Vou chorar mais.

Quem gostou? Se vocês acharam que foi muito sem graça e que poderia ser melhor, vocês podem dizer, não tenham pena, me bombardeiem com criticas.

Outra coisa, eu preciso muito que vocês me digam se querem mesmo a continuação dessa fic, mas lembrem-se que ela vai contar a história dos filhos desse povo louco, não é sobre eles. Porque se vocês não quiserem eu vou me dedicar as minhas fanfics que estão ai no ar, eu vou ter que desativar uma por um tempo porque eu fui reparar o quão difícil é escrever uma fic histórica, e eu preciso escrever ela primeiro para depois voltar a postar.

Por favor, me mandem muitos reviews, já tá acabando, o próximo capitulo já é o Epilogo, e lá vão ter umas coisas para esclarecer as ideias de vocês.

Me digam o que foi que vocês ficaram curiosos para saber aqui e eu esqueci de falar, é que é tanta coisa na minha cabeça que eu acabo esquecendo.

Bem, é isso.

Beijinhos para meus moranguinhos.

PS.: Outra surpresita!


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