Finalmente amanheceu e como sempre Natsu acordou primeiro. Era exatamente 8:00 horas, o mesmo horário de sempre. Lucy ainda permanecia em um sono profundo, enquanto o rosado já havia levantado para ir ao banheiro, tomar banho e arrumar-se. Fazia tudo sem o menor barulho para justamente não acordar a amada.

- Será mesmo que esse plano dará certo ? – perguntou para si mesmo, enquanto vestia-se dentro do banheiro. – Bom, eu espero que sim, já que a Lucy está tão empolgada. Oh! Eu preciso acordá-la.

Olhara-se ao espelho, piscando para o próprio reflexo e logo em seguida fora caminhando até o quarto para acordá-la desta vez. Silenciosamente, o rosado fez tudo para não deixa-la irritada, por isto, lhe deu um longo selinho, o que fez esta, abrir os olhos lentamente e sorridente.

- Bom dia dorminhoca. – mexeu nos cabelos da maga.

- Bom dia Natsu. – espreguiçou-se toda sobre a cama.

- Eita preguiça hein ? – sentou-se sobre a cama.

- Nem fala..Estou morrendo de sono, fomos dormir tarde ontem. – lembrou a loura.

- Verdade.. Mas vamos parar de preguiça ? Levante-se e vá se arrumar. - dizia enquanto acariciava o rosto da maga. – Eu não sei fazer nada na cozinha, estou com fome.

- Ah, então é por isso que você me acordou. – levantou-se devagar e cruzou logo os braços. – Espertinho hein ? – sorriu.

- N-Não é nada disso que você está pensando. – respondeu sem graça.

- Eu sei baka! – gargalhou. – Até que foi fofo ver a sua expressão de preocupado.

- Sempre me pegando hein ? Você vai ver só. – sorriu maliciosamente.

- Nee Natsu, enquanto eu tomo banho, você poderia já escrever as cartas, o que acha ? – sugeriu.

- Eu não sei o que escrever Lucy..

- Ah..Qualquer coisa, Natsu.- disse enquanto caminhava em direção ao banheiro. – Irei tomar banho, vai pensando ai.

Após a loura adentrar ao banheiro, Natsu desesperou-se. Andava por todos os cantos da casa, buscando algum ponto de luz para que pudesse escrever. Nada lhe vinha à cabeça, então, decidiu sentar-se próximo a escrivaninha de Lucy e escrever o que dava vontade.

- Mas que diabos eu irei escrever aqui ? – resmungou sozinho. – Okay, vou começar a pensar..Isso não é pra mim. – pegou uma folha e um lápis. – Vamos lá Natsu.

Levy..Meu coração por ti bate como um metal quente. Seu tamanho é tão estranho, que foi impossível não chamar a minha atenção. Como você pôde gostar de uma cara tão feio e irritante, feito eu ? Eu acho que faríamos um belo par, ora vejamos, eu sou feio e você é bonita, então juntos, seríamos um casal equilibrado. Bom, eu quero dizer que meu coração de lata velha, ainda serve para fazer um carro para ti..Este é o meu presente. Quer ficar comigo ?

                      Metalicamente, Gajeel.

- Bom, acabei de fazer a declaração do Gajeel. – analisou as palavras e logo os olhos brilharam. – Igneel! Olha como ficou lindo ? Eu não sabia que era bom nisso. Ah! Que orgulho de mim, agora estou ficando empolgado. – pegou outra folha e começou a escrever. – Agora é para o Gray.

Juvia, meu coração congela quando estou perto de ti. Um frio toma conta de mim, e quando você passa eu derreto, sim..Pois a água derrete o gelo, já reparou nisto ? Nunca ? Então passe a reparar mais. Eu nunca disse, mas sempre achei que gelo e água se combinam. Sabe o que acho mais lindo em você ? Sim..Essas ondinhas em seu cabelo meu deixam com uma vontade de tocar. Suas chuvas são como águas me abastecendo, tudo bem que eu sou um gelo hentai e que minhas calças vivem caindo..Mas como você por perto eu não me preocupo com isso. Veja, eu preciso de água para formar o gelo, e então..Quer ficar comigo ?

                                 Geladamente, Gray.

- De novo, eu arrasei. – segurou as duas folhas e analisou-as com atenção. – Eu acho que a Lucy ficará muito orgulhosa de mim..Pois eu consegui caprichar nisso aqui.  – sorriu.

Após escutar o barulho da porta sendo aberta, Natsu correu em direção à Lucy que havia acabado de sair do banho, com as duas folhas em mãos, ansioso para mostra-la o que havia escrito.

- Quanta euforia. – sorriu. – Conseguiu ?

- Claro! – entregou-lhe as folhas. – Leia.                  

- Esta bem..Deixe-me ler. – começou a ler a declaração de Gajeel.

- Usei muito a cabe... – assustou-se quando percebeu que a loura havia mudado a expressão.

- N-N-Natsu! – gritou. – O que é isto ? Você mais falou mal do Gajeel do que tudo..Como pode chamar isto de declaração ? Francamente. – devolveu-lhe a primeira declaração. – Agora, irei ler a do Gray.

- Poxa..Está bem. – não perdeu as esperanças.

- Da no mesmo! Você mais falou coisas sem noção do que se declarou. Eu fico pensando como seria a sua declaração para mim. – devolveu-lhe a segunda folha.

– Mas tudo bem, pelo menos você tentou, fiquei orgulhosa.

- Mesmo ? – olhos brilhando.

- Bom..Eu acho melhor esquecermos esse plano de escrevermos uma declaração, até porque Gray e Gajeel jamais fariam isso. – disse Lucy enquanto pensando em outro plano.

- Eu concordo..Escrever não é pra eles. Acredito que a Levy logo desconfiaria.  – coçou a cabeça. – Não sei em quê pensar.

- Já sei! – estalou os dedos. – Por que não dizemos que há outras pessoas interessadas nelas ?

- Como assim ? – perguntou Natsu sem entender.

- Simples! Eu falo para o Gray que a Juvia irá ao um encontro com o Lyon e ele irá se declarar. E você faz o mesmo com o Gajeel.

- Ótimo..Mas no meu caso, quem irá se declarar para a Levy ?

- Pode ser o Troy mesmo. – disse enquanto caminhava para cozinha. – Faremos isso hoje.

- Combinado. – acompanhava a mesma até a cozinha. – O que vamos comer ?

- Bolinhos de arroz. – pegou os ingredientes e começou a preparar.

Após um tempo, tudo já estava preparado e ambos foram comer juntos sobre a mesa. Comeram um pouco de pressa, pois já estava quase na hora da peça. Lucy que havia terminado de comer direito, fora ao quarto pegar suas chaves, ao voltar para a mesa, chamou Natsu para ir, já que este também terminou.

- Vamos ? – perguntou a loura enfrente a porta.

- Hai!

Foram caminhando e conversando até o local da apresentação. Ao passar pelo rio, de mãos dadas com Natsu, os barqueiros foram simpáticos e preocupados como sempre.

- Arrumou um namorado né, Lucy ? Cuide dela rosado! – gritou.

- Pode deixar! – sorriu.

Finalmente chegaram ao Teatro Belas Artes. A casa de espetáculo já estava cheia, mas como o casal fora convidado especial de Erza, não precisava enfrentar filas ou comprar ingressos. Por este motivo, os dois puderam entrar e escolher os lugares mais próximos ao palco. Ao entrarem, depararam-se com seus amigos da Guilda, escolheram a segunda fileira, ficando assim bem próximo ao palco, aos seus lados, não havia ainda ninguém ocupando.

- Natsu..Se você ver o Gajeel, pede para ele sentar próximo a você e eu farei o mesmo com o Gray. – cochichou ao sentar.

- Está bem. – respondeu Natsu fitando os lados. – Gajeel! – gritou ao ver o amigo procurando um lugar para sentar-se. Sua face emburrada e seus braços cruzados não negavam sua irritação.

- O que é ? – perguntou grosseiramente ao aproximar-se do rosado.

- Há um lugar aqui. – disse sorridente.

- Ao seu lado ? Não quero. – virou as costas, procurando outro lugar.

- Maldito. – pensou. – É lugar marcado ou você acha mesmo que eu iria querer sentar próximo a um ferro velho ? Seu lugar é aqui! – tentou dar uma desculpa qualquer, já mostrando uma leve irritação.

- Maldição.. – resmungava enquanto ia sentando.

- Essa foi difícil. – cochichou Natsu a loura. – Mas pelo menos conseguimos mais um.

- Exato. – deu um selinho no mago, por ter concluído uma parte do plano. – Gray já está vindo. – falou em tom baixo.

- Certo. – mostrou-lhe um sorriso.

- Gray! – gritou e acenou ao mesmo tempo. – Senta aqui ao meu lado, guardei um lugar para você. – sorriu.

- Obrigado Lucy! Mas não acha que está muito perto do palco ? – disse enquanto analisava o lugar.

- Assim é melhor! Anda logo. – chamou mais uma vez.

- Pronto Natsu..Nosso plano pode dar certo agora. – comemorou baixinho.

Natsu apenas assentiu.

O mago de gelo fora sentar-se próximo à loura. No momento, tudo ocorria bem conforme o plano. Os demais amigos da Guilda sentaram-se da quarta fileira para trás, apenas os quatro encontravam-se na segunda fileira. Ao longe, na quinta fileira, estava Lisanna com Loki e seus irmãos. Inevitavelmente a albina não disfarçava os olhares para Natsu.

- Lis pare de olhar tanto. – pediu Mirajane ao reparar na irmã ao seu lado.

- Hm ? Está bem. – respondeu entristecida.

- Sua irmã tem razão. Agora eu estou aqui, preste mais atenção em mim. – disse em tom sério, fitando a maga de lado. 

- Desculpe-me Loki. – corou ao ouvir suas palavras.

- Homem que é homem vai ao teatro! – gritou Elfman feliz por conhecer e assistir a uma peça pela primeira vez.

- Cala a boca! – gritou Cana irritada, levantando rapidamente do assento, jogando uma caneca em Elfman. – A peça já vai começar.

- Errou. – mostrou-lhe a língua.

- Filhinha! – advertiu Gildarts, o mesmo encontrava-se sentando ao seu lado.

- Ah! Cala a boca você também. – sentou-se irritada.

------------------------- Camarim -----------------------------------

Frield tentava de todas as maneiras acalmar Juvia e Levy, já que estas tremiam de nervoso, enquanto Erza terminava de se maquiar. O figurino das magas já estava pronto, só faltava vesti-los.

- Eu estou com medo de errar. – desabafou Levy levando as mãos sobre o rosto.

- Acalme-se..Juvia está com você. – tentou tranquiliza-la.

- Eu também. – sorriu Erza.

- Meninas vistam-se agora, já vai começar. – pediu Frield.

E foram então vestir-se. Levy trajava um short jeans rasgado e uma blusa de alça suja até o umbigo e estava descalça. Juvia trajava um vestido tradicional de empregada e sandália preta e Erza trajava uma calça de couro preta, juntamente com uma blusa branca e jaqueta de couro preta com uma caveira atrás, seus cabelos continham gel, luvas pretas de coura nas mãos e calçava boot, sua maquiagem era preta.

- Agora que minhas beldades estão prontas..Vamos arrasar ? – sorriu Friel.

- Mas é claro! – disse Erza entusiasmada.

- Eu as desejo boa merda. – despediu-se.

- Juvia ouviu bem ? Ele nos desejou merda ? – espantou-se.

- Isso quer dizer uma boa peça. – explicou Levy. 

Erza apenas assentiu. – Vamos! – gritou.