Alice escrita por Nobuyan


Capítulo 2
Capítulo II - A lebre e o País das Maravilhas


Notas iniciais do capítulo

Não tivemos ideias pra fazer mais de 1000 palavras :/



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 Fim do dia, Amai voltava pra casa logo após o clube de tênis como sempre fazia. Sua mãe fora dormir, pois estava cansada do trabalho e sua irmãzinha caçula, Alice, estava no quarto esperando Amai chegar para lhe contar uma história para dormir.

Geralmente a pequena só dormia ouvindo a mesma história: “Alice no País das Maravilhas”. Na qual a mais velha trocava a pequena princesa da história pela irmã menor. E assim seguia a noite até Alice pegar no sono, pouco antes disso:

– ... E então, fim. Boa noite, Alice – Amai deu um beijo na testa da irmã e se deitou em sua cama, já que dividiam o quarto.

– Boa noite, Nee-san – Alice disse com um sorriso e fechando os olhos, como podia ainda ser tão inocente?

Amai se deitou e memórias tomaram conta de sua mente, memórias nada agradáveis.

“A mãe de ambas se encontrava ajoelhada na beira do caixão, estava inconsolável, Amai segurava o ombro de Alice num gesto de consolo, a mais nova mal sabia o que estava acontecendo.

– Nee-san, para onde o papai foi? – três anos apenas e já falava tudo tão direitinho.

Amai pensou e pensou, não poderia dizer para a pequena que o pai tinha morrido, isso a deixaria de um jeito pior do que já estava.

– Papai foi para o País das Maravilhas, Alice-chan. – Amai disse sorrindo encarando a irmã.

Alice encarou o caixão, o rosto imóvel e sem expressão de seu pai estava lá, a garotinha sorriu.

– Nee-san, um dia eu vou pro País das Maravilhas, lá vou ser rainha e encontrar o papai!

Amai sorriu, talvez agora até pensou em acreditar em sua mentira, sim, seu pai tinha ido ao País das Maravilhas, nada a faria discordar disso agora.

– Claro, Alice-chan”

Amai adormeceu com essa lembrança, agora acreditando realmente que seu pai tinha ido ao País das Maravilhas, como ela e sua irmã podiam ser tão ingênuas?! Elas sabiam a verdade... apenas não queriam acreditar nela.

Acordaram cedo no outro dia, era sábado, porém tinha o que fazer, Amai logo se vestiu e tratou de acordar a irmã.

– Alice, vamos, hoje temos o que fazer! – a pequena abriu os olhos azuis e encontrou o sorriso da irmã.

– Já é de manhã Onee-san? – Alice se sentou e esfregou os olhos como sempre fazia.

– Sim, vai preparando o café enquanto vou lavar as roupas. – Amai saiu prendendo o cabelo em direção a lavanderia.

Enquanto lavava as roupas, Amai pensava “Por que não tornar o sonho de Alice real logo?”, ela observava todos os detalhes, como faria para a irmã ter o País das Maravilhas?

Esfregou um pouco mais a camiseta em sua mão, só então resolveu reparar nela, vermelho. A cor do naipe de copas, rainha de copas... é isso!

Amai sorriu de canto, sonhar talvez não fosse tão mal assim. Os olhos azuis refletindo na água, os cabelos negros caídos sobre a camisa vermelha. Seu rosto ingênuo mirava o nada na varanda. A cidade parecida calma dali: Sem trânsito, um grupo de garotas passava falando um tanto alto e em risadinhas, a lojinha na esquina estava quase vazia exceto por um ou outro garotinho que viria para comprar mangás. Muitas coisas passaram por sua cabeça após a lembrança e a ideia, a garota então resolve deitar-se no sofá.

Adormeceu...

Amai abre os olhos e se vê em um lugar incrível, surreal. Parecia uma floresta feita de ilusões e tudo ali era grande demais, fora do normal. Suas vestes mudaram, estava trajando um terno com estilo feminino e ao invés de calças, meia-calças negra. No bolso do terno havia um velho e louco relógio de bolso, que ainda funcionava corretamente, porém tinha vários ponteiros apontando em direções opostas. Estaria ela sonhando? Talvez sim. Talvez não. Mas antes que pudesse pensar em fazer alguma coisa, uma voz, doce e infantil é falava dentro de sua cabeça: “Traga-me as Alices para que possamos formar o nosso reino, pequena Lebre! Preciso de sacrifícios, afinal, a morte é o caminho para a salvação e para o País das Maravilhas. Está atrasada, está atrasada! Hahahaha!”. Não havia mais ninguém ali, fora sua imaginação?


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