Sombras No Espelho: Parte 1 - Terra escrita por Lucas Iraçabal


Capítulo 13
A Vida Retorna


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos o/
Então, eu queria pedir desculpas por não ter postado ontem... É que eu estava cheio de planilhas e matrículas para fazer no serviço. Mas, postei hoje o/
Pode estar pequeno, mas acho que vão gostar. Vamos descobrir, não é?



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― Como assim?! ― perguntou o bruxo desesperado, se levantando num salto, deixando o livro cair sobre o tapete, com um ruído quase inaudível.

― Isso mesmo que você ouviu ― respondeu ela também assustada. ― E eu ainda não tenho certeza se ela está do nosso lado. Tentei tirar essa informação dela, jogando indiretas, mas não consegui nada concreto. Pode ser até perigoso apresentar nosso plano a ela.

O bruxo franziu os lábios e pôs-se a pensar.

― E onde ela está agora? ― perguntou por fim.

― Lá embaixo, me esperando para partir ― respondeu ela.

O bruxo deixou os ombros caírem, tristemente.

― Você não pode afastá-la da cabana? ― perguntou Roberto encarando a Senhora Eterna com um olhar desfocado, graças às Sombras da Ignorância. ― Isso poderia nos dar bastante tempo.

Júlia abaixou o olhar por uns instantes, enquanto um sorriso se formava em seu rosto.

― É, eu acho que posso ― respondeu ela erguendo a cabeça e encarando Rodrigo.

― Ótimo ― disse Rodrigo e expirou aliviado, deixando um sorriso também se formar.

― Agora, eu só preciso fazer mais uma coisinha ― disse Júlia e estendeu as mãos para frente, com as palmas para o alto. ― Mostre-me a Vida e estabeleça uma comunicação.

Naquele exato momento, uma fina e alva nuvem começou a se formar nas mãos da Senhora Eterna. Rodrigo, percebendo o que a namorada fazia, cruzou os braços, ainda sorrindo, e esperou. Logo, a alva nuvem se desprendeu das mãos de Júlia e nela uma imagem se formou. Cabelos ruivos ferrugem; olhos azuis; e um rosto angelical, idêntico ao da Morte.

― Ah, é você ― disse a Vida desanimada, na imagem da nuvem. ― O que você quer, irmã?

― Preciso de um favor seu ― disse Morte com olhinhos pidões.

― Que novidade ― rebateu Vida cruzando os braços. ― Você só me chama para pedir favores.

― É sobre os seus bruxos mais famosos ― Júlia disse com um meio-sorriso malicioso.

E então a nuvem se desfez numa corrente alva, que pairou pelo quarto e se reuniu novamente, próxima à Júlia, formando uma silhueta humana, que logo tomou cor. Vida estava se formando através da nuvem alva. E logo estava presente no quarto.

― O que houve com Luan e Helena? ― perguntou ela preocupada, encarando a irmã de sobrancelhas franzidas.

Só então ela notou a presença do bruxo e do guardião, que a encaravam assustados. Ela os encarou com um sorriso brilhante e colocou as mãos à frente do corpo, de maneira infantil.

Rodrigo, vendo as duas, uma ao lado da outra, não pôde deixar de notar a semelhança entre elas. E as diferenças também. Sim, elas eram gêmeas. Mas a cor do cabelo era bem diferente. Enquanto o de Júlia era negro como a noite, o da Vida era claro e cor de ferrugem. Sem falar dos olhos. Os de Júlia verdes e os da Vida azuis. Só eram semelhantes pelo rosto e pelo formato do corpo. Na verdade, eram idênticas nesses aspectos. O corpo e o rosto das duas eram perfeitamente desenhados e tinham a cor da porcelana.

― Eu só preciso que você fique com eles na minha ausência ― disse Júlia franzindo as sobrancelhas em forma de súplica, retendo novamente a atenção da irmã. ― Vou precisar partir numa missão com a Guerra. E eu sei que a responsabilidade do Rodrigo não é sua, já que ele não é um bruxo seu, mas... Faz essa por mim, por favor?

Vida cruzou os braços e a encarou de olhos estreitados, enquanto Júlia fazia um beicinho e juntava as mãos à frente do rosto.

― Tudo bem ― respondeu a Vida com um meio-sorriso e descruzando os braços. ― E se cuida na missão, está bem?

― Pode deixar ― respondeu Júlia a as duas se abraçaram.

O bruxo achou engraçado os rosto idênticos tão próximos um do outro.

― Agora, vai ― disse Vida sorrindo.

Júlia agradeceu com uma piscadela e estalou os dedos. No mesmo instante, a Senhora Eterna havia mudado as roupas. Agora usava uma couraça negro-metálica sobre uma túnica dourada. Além de ombreiras com o formato da cabeça de um corvo com a boca escancarada, na mesma cor da couraça, porém com olhos verdes-esmeralda. Usava também grevas e coturnos negro-metálicos, além de braceletes da mesma cor. Os cabelos agora estavam presos em tranças duplas que se juntavam na nuca. Rodrigo engolira em seco com a visão da Morte. Nunca a vira tão linda.

― Obrigada ― disse Júlia sorrindo.

― Não tem de quê, mana ― respondeu Vida e sorriu.

A Morte, antes de sair, encarou o bruxo. Este, por sua vez, lhe lançou um olhar de súplica: queria um beijo de despedida. A Senhora Eterna, sem hesitar ou resistir, lhe beijou.

― Se cuida, está bem? ― pediu ele segurando o rosto dela entre as mãos.

― Pode deixar, meu amor ― e saiu pela porta sorrindo.

Vida parecia que ia regurgitar a qualquer momento. Mas saiu atrás de irmã sem dizer uma palavra.

― Ela é estranha ― o bruxo deixou escapar, de sobrancelhas franzidas.

― Ela gosta de você ― disse Roberto sorrindo. ― Vi como ela ficou tensa quando vocês se beijaram.

O bruxo o encarou, ainda de sobrancelhas franzidas.

― Você está maluco? ― perguntou ele quase exasperado. ― É loucura pensar isso!

Roberto não retrucou, só ergueu uma das sobrancelhas e pôs um meio-sorriso malicioso no rosto.

― Ah, é mesmo? ― disse o bruxo de maneira zombeteira, cruzando os braços e estreitando os olhos, também sorrindo. ― E o que é que rola entre você e as guardiãs?

Roberto corou somente com a menção nelas.

― Oras essas, nada ― respondeu envergonhado, entredentes.

― Sei... ― disse o bruxo e estreitou os olhos ainda sorrindo de maneira maliciosa. ― Como se eu não soubesse que você é caidinho pelas três.

― Não pelas três ― disse ele quase num sussurro, virando o rosto e voltando a se sentar sobre o tapete, corado.

― Então, é verdade? ― perguntou o bruxo animado.

O guardião o ignorou, lançando um olhar apreensivo para a porta, que permanecera aberta. O bruxo, entendendo o que Roberto queria dizer, caminhou até ela e a fechou.

― Pode contar ― disse o bruxo amigavelmente, se sentando ao lado do guardião. ― Você sabe que pode me contar qualquer coisa. Sou seu melhor amigo, não é?

O guardião assentiu e respirou fundo, fitando as próprias mãos, enquanto estalava os nós dos dedos.

― É a Juliana ― disse ele de maneira quase inaudível, e pareceu um tomate de tão corado. ― Eu sempre ouvia histórias sobre como ela independente, mesmo estando no grupo das Três Guardiãs. Sem falar que ela caça dragões! ― e deu o sorriso mais sincero que Rodrigo já vira o amigo dar, balançando a cabeça. ― Ela é incrível, mesmo.

Rodrigo sorriu notando a sinceridade no rosto do amigo.

― E porque você ainda não foi falar com ela? ― perguntou o bruxo.

Roberto o encarou como se a resposta fosse óbvia.

― Sério? ― perguntou ele ironicamente. ― Eu acabei de te falar que ela é incrível, que ela poderosa, diva até. Por que ela iria dar bola para um pé-rapado que nem eu?

― Você não é um pé-rapado, Roberto, para com isso ― disse o bruxo seriamente. ― E eu realmente acho que você devia falar com ela. Quem sabe você não é correspondido?

Roberto sorriu e se levantou.

― Tem razão! ― e colocou os punhos fechados na cintura, de forma poderosa. ― Ela pode me amar. ― E saiu do quarto triunfante.



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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Querem me matar por um capítulo tão pequeno e sem graça? Mande reviews e eu vou tentar postar na sexta o/