Sombras No Espelho: Parte 1 - Terra escrita por Lucas Iraçabal
Notas iniciais do capítulo
Olá a todos o/
Então, eu queria pedir desculpas por não ter postado ontem... É que eu estava cheio de planilhas e matrículas para fazer no serviço. Mas, postei hoje o/
Pode estar pequeno, mas acho que vão gostar. Vamos descobrir, não é?
― Como assim?! ― perguntou o bruxo desesperado, se levantando num salto, deixando o livro cair sobre o tapete, com um ruído quase inaudível.
― Isso mesmo que você ouviu ― respondeu ela também assustada. ― E eu ainda não tenho certeza se ela está do nosso lado. Tentei tirar essa informação dela, jogando indiretas, mas não consegui nada concreto. Pode ser até perigoso apresentar nosso plano a ela.
O bruxo franziu os lábios e pôs-se a pensar.
― E onde ela está agora? ― perguntou por fim.
― Lá embaixo, me esperando para partir ― respondeu ela.
O bruxo deixou os ombros caírem, tristemente.
― Você não pode afastá-la da cabana? ― perguntou Roberto encarando a Senhora Eterna com um olhar desfocado, graças às Sombras da Ignorância. ― Isso poderia nos dar bastante tempo.
Júlia abaixou o olhar por uns instantes, enquanto um sorriso se formava em seu rosto.
― É, eu acho que posso ― respondeu ela erguendo a cabeça e encarando Rodrigo.
― Ótimo ― disse Rodrigo e expirou aliviado, deixando um sorriso também se formar.
― Agora, eu só preciso fazer mais uma coisinha ― disse Júlia e estendeu as mãos para frente, com as palmas para o alto. ― Mostre-me a Vida e estabeleça uma comunicação.
Naquele exato momento, uma fina e alva nuvem começou a se formar nas mãos da Senhora Eterna. Rodrigo, percebendo o que a namorada fazia, cruzou os braços, ainda sorrindo, e esperou. Logo, a alva nuvem se desprendeu das mãos de Júlia e nela uma imagem se formou. Cabelos ruivos ferrugem; olhos azuis; e um rosto angelical, idêntico ao da Morte.
― Ah, é você ― disse a Vida desanimada, na imagem da nuvem. ― O que você quer, irmã?
― Preciso de um favor seu ― disse Morte com olhinhos pidões.
― Que novidade ― rebateu Vida cruzando os braços. ― Você só me chama para pedir favores.
― É sobre os seus bruxos mais famosos ― Júlia disse com um meio-sorriso malicioso.
E então a nuvem se desfez numa corrente alva, que pairou pelo quarto e se reuniu novamente, próxima à Júlia, formando uma silhueta humana, que logo tomou cor. Vida estava se formando através da nuvem alva. E logo estava presente no quarto.
― O que houve com Luan e Helena? ― perguntou ela preocupada, encarando a irmã de sobrancelhas franzidas.
Só então ela notou a presença do bruxo e do guardião, que a encaravam assustados. Ela os encarou com um sorriso brilhante e colocou as mãos à frente do corpo, de maneira infantil.
Rodrigo, vendo as duas, uma ao lado da outra, não pôde deixar de notar a semelhança entre elas. E as diferenças também. Sim, elas eram gêmeas. Mas a cor do cabelo era bem diferente. Enquanto o de Júlia era negro como a noite, o da Vida era claro e cor de ferrugem. Sem falar dos olhos. Os de Júlia verdes e os da Vida azuis. Só eram semelhantes pelo rosto e pelo formato do corpo. Na verdade, eram idênticas nesses aspectos. O corpo e o rosto das duas eram perfeitamente desenhados e tinham a cor da porcelana.
― Eu só preciso que você fique com eles na minha ausência ― disse Júlia franzindo as sobrancelhas em forma de súplica, retendo novamente a atenção da irmã. ― Vou precisar partir numa missão com a Guerra. E eu sei que a responsabilidade do Rodrigo não é sua, já que ele não é um bruxo seu, mas... Faz essa por mim, por favor?
Vida cruzou os braços e a encarou de olhos estreitados, enquanto Júlia fazia um beicinho e juntava as mãos à frente do rosto.
― Tudo bem ― respondeu a Vida com um meio-sorriso e descruzando os braços. ― E se cuida na missão, está bem?
― Pode deixar ― respondeu Júlia a as duas se abraçaram.
O bruxo achou engraçado os rosto idênticos tão próximos um do outro.
― Agora, vai ― disse Vida sorrindo.
Júlia agradeceu com uma piscadela e estalou os dedos. No mesmo instante, a Senhora Eterna havia mudado as roupas. Agora usava uma couraça negro-metálica sobre uma túnica dourada. Além de ombreiras com o formato da cabeça de um corvo com a boca escancarada, na mesma cor da couraça, porém com olhos verdes-esmeralda. Usava também grevas e coturnos negro-metálicos, além de braceletes da mesma cor. Os cabelos agora estavam presos em tranças duplas que se juntavam na nuca. Rodrigo engolira em seco com a visão da Morte. Nunca a vira tão linda.
― Obrigada ― disse Júlia sorrindo.
― Não tem de quê, mana ― respondeu Vida e sorriu.
A Morte, antes de sair, encarou o bruxo. Este, por sua vez, lhe lançou um olhar de súplica: queria um beijo de despedida. A Senhora Eterna, sem hesitar ou resistir, lhe beijou.
― Se cuida, está bem? ― pediu ele segurando o rosto dela entre as mãos.
― Pode deixar, meu amor ― e saiu pela porta sorrindo.
Vida parecia que ia regurgitar a qualquer momento. Mas saiu atrás de irmã sem dizer uma palavra.
― Ela é estranha ― o bruxo deixou escapar, de sobrancelhas franzidas.
― Ela gosta de você ― disse Roberto sorrindo. ― Vi como ela ficou tensa quando vocês se beijaram.
O bruxo o encarou, ainda de sobrancelhas franzidas.
― Você está maluco? ― perguntou ele quase exasperado. ― É loucura pensar isso!
Roberto não retrucou, só ergueu uma das sobrancelhas e pôs um meio-sorriso malicioso no rosto.
― Ah, é mesmo? ― disse o bruxo de maneira zombeteira, cruzando os braços e estreitando os olhos, também sorrindo. ― E o que é que rola entre você e as guardiãs?
Roberto corou somente com a menção nelas.
― Oras essas, nada ― respondeu envergonhado, entredentes.
― Sei... ― disse o bruxo e estreitou os olhos ainda sorrindo de maneira maliciosa. ― Como se eu não soubesse que você é caidinho pelas três.
― Não pelas três ― disse ele quase num sussurro, virando o rosto e voltando a se sentar sobre o tapete, corado.
― Então, é verdade? ― perguntou o bruxo animado.
O guardião o ignorou, lançando um olhar apreensivo para a porta, que permanecera aberta. O bruxo, entendendo o que Roberto queria dizer, caminhou até ela e a fechou.
― Pode contar ― disse o bruxo amigavelmente, se sentando ao lado do guardião. ― Você sabe que pode me contar qualquer coisa. Sou seu melhor amigo, não é?
O guardião assentiu e respirou fundo, fitando as próprias mãos, enquanto estalava os nós dos dedos.
― É a Juliana ― disse ele de maneira quase inaudível, e pareceu um tomate de tão corado. ― Eu sempre ouvia histórias sobre como ela independente, mesmo estando no grupo das Três Guardiãs. Sem falar que ela caça dragões! ― e deu o sorriso mais sincero que Rodrigo já vira o amigo dar, balançando a cabeça. ― Ela é incrível, mesmo.
Rodrigo sorriu notando a sinceridade no rosto do amigo.
― E porque você ainda não foi falar com ela? ― perguntou o bruxo.
Roberto o encarou como se a resposta fosse óbvia.
― Sério? ― perguntou ele ironicamente. ― Eu acabei de te falar que ela é incrível, que ela poderosa, diva até. Por que ela iria dar bola para um pé-rapado que nem eu?
― Você não é um pé-rapado, Roberto, para com isso ― disse o bruxo seriamente. ― E eu realmente acho que você devia falar com ela. Quem sabe você não é correspondido?
Roberto sorriu e se levantou.
― Tem razão! ― e colocou os punhos fechados na cintura, de forma poderosa. ― Ela pode me amar. ― E saiu do quarto triunfante.
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E então, gostaram? Querem me matar por um capítulo tão pequeno e sem graça? Mande reviews e eu vou tentar postar na sexta o/