Sombras No Espelho: Parte 1 - Terra escrita por Lucas Iraçabal


Capítulo 14
Amor?


Notas iniciais do capítulo

Então, aqui está o prometido... Capítulo mais lindo que eu já escrevi! *OOOOOOOOOOOO*
Espero que gostem ^^



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Juliana e Victória conversavam no quarto da morena, que ficava ao lado do de Roberto. O Sol já se punha lá fora e a luz alaranjada entrava pela janela, invadindo todo o quarto indomitamente.

― Só quero que essa nova Senhora Eterna aí faça alguma coisa boa para nós ― reclamou Juliana, sentada de frente para a amiga, ambas sobre o tapete.

― Podíamos sugerir alguns treinamentos para ela ― concordou Victória dando de ombros, sem tirar os olhos do livro aberto sobre a mesinha de vidro.

Juliana franziu os lábios e assentiu, com um aceno de cabeça. Depois esquadrinhou o quarto da amiga com o olhar e voltou a encarar a morena, que nem a dava atenção. Só quando ela pigarreou, é que Victória a encarou, de sobrancelhas erguidas.

― Aconteceu alguma coisa? ― perguntou a morena pouco preocupada.

Juliana franziu os lábios novamente e balançou a cabeça negativamente.

― Não ― disse por fim e suspirou. A frase a seguir saiu quase inaudível: ― E essa é a pior parte.

Victória franziu as sobrancelhas e pôs um meio-sorriso no rosto, fechando o livro e olhando a ruiva nos olhos.

― Como assim, matadora de dragões? ― perguntou a morena curiosa.

― Nada não, deixa para lá ― e balançou a cabeça, corando um pouco.

― Eu te conheço, Juliana ― repetiu a amiga e se achegou para perto da ruiva com um sorriso quase animado demais. ― Fala... O que está te incomodando?

Juliana franziu as sobrancelhas, pouco confortável e seu rosto ficou mais corado.

― Você já... ― ela hesitou. ― Você... ― e respirou fundo. ― Você já esteve apaixonada? ― perguntou por fim, de sobrancelhas franzidas.

― Já ― respondeu a amiga balançando a cabeça positivamente. ― Por que a pergunta? Juliana, a caçadora de dragões, está apaixonada?

O rosto de Juliana ficara tão vermelho quanto seu cabelo.

― Digamos que sim ― disse ela entre dentes, evidentemente envergonhada.

― Por quem? ― Victória parecia excessivamente animada.

― Isso eu não quero dizer ainda ― respondeu a ruiva com um sorrisinho infantil.

― Ah, você me atiçou, agora termina ― retrucou a morena cruzando os braços.

Juliana mordiscou os lábios, nervosa.

― Eu sei que pode parecer bobo, mas... ― ela sorriu e desviou o olhar para baixo. ― O jeito que ele parece querer proteger o bruxo; o jeito como parece ser um pateta, mas que eu acho muito fofo; o sorriso abobado quando nos viu... Tudo isso influencia.

― Não acredito! ― disse Victória quase gritando, enquanto Juliana a encarava assustada. ― Você gosta do guardião! Do Roberto!

Juliana parecia um pimentão, de tão vermelha.

― É, eu acho que é isso ― um sorriso bobo surgindo no rosto.

― Que lindo! ― e agarrou o pescoço da amiga num abraço sufocante.

― Victória, você está me enforcando ― disse a ruiva como pôde.

― Desculpe ― disse a morena a soltando. ― Mas isso é maravilhoso, Juliana! ― e fez uma pausa. ― Só uma pergunta não cala... Por que você não vai falar com ele?

Juliana piscou. E depois riu.

― Meninas não chegam em meninos, Victória ― disse Juliana entre gargalhadas.

― Nossa, em que século você vive? ― perguntou Victória quase ofendida. ― Isso era muito antigamente, Juliana, pelo amor de Deus. Sem falar que ele parece meio lerdinho e vai demorar a perceber que você também está a fim.

A ruiva franziu as sobrancelhas.

― Tem razão! ― e colocou os punhos fechados na cintura, de forma de forma poderosa. ― Ele pode me amar. ― E se levantou num salto, indo até a porta.

Mas, nesse exato instante, alguém batera. Juliana recuou alguns passos.

― O quarto é seu! ― sussurrou a ruiva para Victória. ― Responde!

― Quem é? ― perguntou a morena finalmente.

― É o Roberto ― respondeu o guardião do outro lado da porta. ― A Juliana está aí?

Nesse instante, o coração da ruiva pareceu que ia sair pela boca. Podia sentir seu rosto corando novamente. Correu para se sentar sobre o tapete novamente, nervosa, sem saber o que fazer.

― É que eu fui ao quarto dela e ela não estava ― completou o guardião do outro lado da porta.

― O que eu respondo? ― perguntou a morena num sussurro.

― Eu não sei ― respondeu Juliana também num sussurro, balançando as mãos e depois abraçando as pernas, nervosa. ― O que eu devo fazer? Nunca estive apaixonada antes!

― Primeiro de tudo, respira! ― sussurrou a morena.

Juliana a obedeceu, mas parecia que o seu estômago queria brincar de se pendurar em elásticos, o que dificultou o processo.

― Já sei o que podemos fazer ― disse a morena. ― Você fica no banheiro e liga o chuveiro. Fica lá até eu mandar você sair, ok?

Juliana assentiu e correu para o banheiro, fechando a porta e ligando o chuveiro, como mandara a amiga. Depois, na ponta dos pés, caminhou até a porta e encostou a orelha a ela. Victória abriu a porta e encontrou um Roberto corado e ofegante do outro lado.

― E então, ela está aqui? ― perguntou ele. A voz falhando com o nervosismo.

― Bem, ela está no banho ― disse Victória. ― Mas você pode esperar por ela aqui dentro, se quiser.

O guardião assentiu e entrou. Victória acenou para a cama, onde Roberto se sentou.

― Então... ― disse ela se sentando ao lado do guardião. ― Você pode me dizer o que quer com ela?

― O quê? ― se perguntou Juliana num sussurro, ainda dentro do banheiro.

Roberto encarou a guardiã meio tenso.

― Ah, nada demais ― respondeu por fim. ― Só uma coisa que eu devia ter feito há um tempo. ― E apertou um dos botões em seu cinto.

Pulou de lá um cubo negro, que Roberto pegou no ar. Este começou a crescer e logo se transformou numa caixinha de veludo. O guardião a abriu, revelando um par de anéis prateados.

― Você vai pedi-la em casamento? ― perguntou Victória bem alto, para que Juliana escutasse.

― Ahn?! ― se perguntou Juliana.

― Shh... ― fez Roberto com a boca. ― Ela pode escutar e eu quero que seja uma surpresa. ― E respirou fundo. ― E não, não vou pedi-la em casamento, ainda... Só em namoro.

― Hum... ― disse Victória mal conseguindo conter a felicidade.

― Você acha que ela me vê? ― perguntou ele nervoso. ― Quer dizer, você acha que ela gosta de mim?

― Quem sabe, não é... ― respondeu ela franzindo os lábios.

E então um silêncio constrangedor pairou sobre o quarto. Victória, sem conseguir se conter, se levantou da cama rapidamente.

― Acho que vou ver como ela está ― disse a morena com um sorriso amarelo. ― Entrou no banheiro há quase uma hora.

Juliana, ao ouvir isso, se afastou da porta, indo para perto do chuveiro. Victória abriu a porta e entrou, pulando de alegria.

― E aí? ― perguntou a ruiva num sussurro. ― Como assim casar?

― Ele vai te pedir em namoro! ― disse a morena como se fogos de artifício estivessem explodindo dentro dela.

― E o que eu faço? ― perguntou a ruiva nervosa.

― Oras ― disse Victória incrédula. ― Você diz sim ou não. Não é tão difícil.

― Oh, meu Deus ― disse Juliana deixando um sorriso estampar o rosto. ― Ele vai me pedir em namoro!

― Isso mesmo ― disse Victória a empurrando para dentro do chuveiro. ― Mas você precisa parecer que tomou um banho, não é?

― É mesmo ― disse Juliana e molhou os cabelos, desligando o chuveiro em seguida.

― Eu vou sair ― disse a morena. ― Não demore.

A ruiva assentiu enquanto secava os cabelos.

― Ela já está vindo ― disse Victória ao sair do banheiro.

Roberto engoliu em seco nervoso, enquanto sentia como se o seu coração fosse sair voando de seu peito.

E então ela saiu do banheiro, com o rosto corado.

Roberto estava boquiaberto. Ela conseguia ficar mais linda a cada vez que ela a via, isso era possível?

E ele... Com aquela camiseta, deixando os braços fortes aparecerem, a deixavam sem ar. Queria mesmo que eles a envolvessem.

― Oi ― disse ela tentando manter o tom rígido de sempre, sem sucesso.

― O-Oi ― respondeu ele gaguejando.

Um silêncio pairou sobre o quarto novamente.

― E então, o que quer comigo? ― perguntou Juliana sem querer parecer rude.

O guardião, sem pensar, se levantou da cama e começou a caminhar na direção de Juliana. Quando chegou a ela, pôs um dos joelhos no chão e segurou a mão direita dela, tremendo um pouco. Pare de tremer, seu idiota, pensou Roberto. O coração de Juliana não podia esperar mais.

― Eu sei que nós mal nos conhecemos ― começou ele. ― Sei que provavelmente nem me vê como eu te vejo... Mas, eu te acho a menina mais poderosa que eu já conheci.

Juliana corou mais e sorriu envergonhada. Rodrigo entrara no quarto nesse exato momento, para assistir com um sorriso satisfeito.

― Você é, sem sombra de dúvida, a mais linda que eu conheci também ― continuou o guardião. ― E eu sempre te admirei, antes mesmo de te conhecer. ― E pegou a caixinha com a outra mão, a abrindo agilmente. ― Por isso, eu queria te perguntar... Juliana, você quer namorar comigo?

A guardiã estava boquiaberta. Nunca estivera tão feliz na vida.

― Quero, lógico que eu quero! ― respondeu. E ele colocou a aliança em seu dedo anelar. ― Meu namorado. ― E pegou a outra aliança colocando no dedo no guardião, que se pôs de pé e a puxou para si, a beijando.

Rodrigo e Victória começaram a bater palmas e a comemorar. Era realmente uma cena linda e perfeita demais para ser descrita.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Quem shipa Roberto com Juliana? Quem quer me matar? Gostaram do jeito como ele pediu ela em namoro? Mande reviews e eu tento postar domingo ^^