Além das Salvias escrita por AnandaArmstrong


Capítulo 4
Capítulo 4 - "Cala a boca, eu estou grávida!"


Notas iniciais do capítulo

Depois de um século, um post POSKPODK desculpem, eu nem sei essa bagaça ainda tem leitores, mas enfim... Obrigada pela paciência. Esses tempos tem sido bem complicados e a escola ta me sufocando e blablabla. Chega de papo, leiam esse por enquanto que mais tarde tem mais post! Sim, att dupla *-* OISJDOIJ



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Eu estava inerte olhando pra a porta. Ela já havia saído há um tempo, mas eu realmente quis ficar mais um pouco. Essa foi definitivamente uma conversa estranha, ela agiu como se conhecesse o Joseph ou ao menos soubesse de alguma coisa. Quer dizer, eu nunca perguntei a ele onde ele nasceu e esse tipo de coisa. É de fato a obrigação de uma namorada saber sobre isso, mas... Nunca esteve no contexto da relação esse tipo de coisa. Nós sempre tivemos uma relação estranha e todos comentavam sobre isso.

- Ei, Clair. – Ouvi a voz de Tom me acordar de um dos meus devaneios. Dessa vez, com propósitos.

Eu ainda não conseguia deixar de franzir as sobrancelhas, isso me incomoda muito, só não consigo expressar a estranheza dos fatos em pensamentos.

 Deus, eu preciso de um cigarro.

- Olá. – Cumprimentei-o com um aceno desajeitado e sentando no banco alto que estava ao lado de uma mesa cheia de livros recém-chegados.

- Você está bem? Onde está a Louise? – Perguntou cauteloso, como se estivesse temendo algo. Não me espanto, minha cara deve estar péssima.

- Sim, estou. Só que... Aquele furacão loiro é difícil de entender. – Falei dando de ombros e desembaraçando meu cabelo. – Obrigada por perguntar.

- De nada, sempre que precisar. – Deu um sorriso estranho, mas simpático ao seu jeito igualmente estranho de ser. Algo me diz que esse cara é mais velho do que parece. – Furacão loiro, hipster cor-de-rosa, ela tem vários apelidos. Não a julgue nem fique chateada por algo que ela tenha feito. Você acabou de conhecê-la e verá que ela é uma pessoa difícil de lidar e pode ser meio inconveniente ás vezes, mas é maravilhosa.

- É, talvez você esteja certo. Eu acabei de chegar aqui, e estou grávida. Não acho que deva ficar chateada, é hora de recomeçar.  – Tentei sorrir. Esse pessoal daqui é estranho, parece que eles sabem de tudo que acontece. – Vou almoçar, até mais tarde.

Despedi-me com outro aceno discreto, guardei algumas coisas junto com o avental no quartinho, peguei meu celular, identidade, dinheiro e saí. Após algum tempo sentada no banquinho da pracinha, decidi ir à mesma pizzaria que visitei na noite anterior. Não ficava muito longe dali.

Observava o movimento das pessoas indo e vindo, mesmo em uma cidadezinha do interior é possível ver a mesma pressa das pessoas da cidade em cumprir seus compromissos. É engraçado. De todas as pessoas que conheci nessa curta e vivida vida, as daqui são as mais intrigantes. Todas são tão diferentes umas das outras, feições, peles, olhos, cabelos, texturas, estilos e personalidades. Ao mesmo tempo em que você encontra um dono de livraria que mais parece um ex-militar de guerra que amoleceu com o tempo á uma garota louca e estabanada que faz perguntas inconvenientes. É possível encontrar mulheres de cabelos castanhos com vestidos floridos e um sorriso encantador que envolve a todos e também garotos gatos que parecem ter saído da música Paradise City, do Guns’n’Roses, com um olhar desafiador e inconsequente, e garotas de cabelos coloridos em só uma cor ou diferentes tipos de degradê. É tão parecido e ao mesmo tempo tão diferente da minha querida New York, que me deu um aperto no coração.

- Olha só a beleza que os meus olhos veem, Clair Gunhill, a garota mais incrível de Clarent Hill. – Cumprimentou-me Donatello com um sorriso cafajeste.

Bom, ele trabalha na pizzaria da família e é definitivamente louco de pedra. Deve estar lá pelos dezoito anos, terminou o colegial há alguns meses. É bonito, de fato. Do tipo que eu com certeza pegaria se eu... Bom, não estivesse nas circunstâncias atuais. E se ele não fosse quase cinco anos mais novo que eu.

Tem cabelos castanho-escuros, um corpo aparentemente em forma e... os olhos. Os olhos de Donatello definitivamente são um problema em potencial. Quer dizer, são lindos, azuis claros, hipnotizantes e tal coisa. Mas escondem um leve avermelhado que colírio nenhum nesse mundo consegue tirar das vistas de uma experiente no assunto. O caso não é tão grave assim, nada que precise se preocupar.

É, pra você que não está entendendo lá vem a bomba: O bonitinho atrevido de olhos azuis fuma um baseado ás vezes. Não regularmente pelo que eu pude perceber, só socialmente com alguns amigos. Dado ao fato de que o intervalo dele deve ter acabado há algum tempo, acho que ele teve um encontro com esses amigos.

- Isso costuma funcionar, garoto? – Dei um sorriso de lado, e sentei á mesa observando o confortável ambiente.

- Ás vezes, com as mais idiotas com certeza.  – Deu de ombros e sentou-se á mesa juntamente comigo. – E aí, o que me conta?

- Vou tentar não me sentir ofendida. – Dei um olhar de desdém para Donatello, que me devolveu com um olhar sarcástico. – Uma minipizza havaiana, sim?

- Credo, como você consegue comer aquele negócio com abacaxi? Só gravida mesmo, eu hein. – Exclamou se levantando e fazendo o pedido para alguém que estava lá no balcão.

Ele é engraçado, uma das figuras que você só encontra em Clarent Hill. Sarcástico demais, e é tão bom nisso ao ponto de muita gente (me incluo nessa categoria) não perceber quando ele está sendo sarcástico. E tem (quase) os olhos mais bonitos que eu já vi. Esse moleque...

- Enfim, de qualquer forma, nem grávido eu comeria isso. – Comentou se jogando na cadeira.

- Seria uma cena maravilhosa ver você com uma enorme barriga de grávida. – Gargalhei no meio da pizzaria, que estava vazia.

 Quer dizer, é compreensível estar completamente vazia. Em NY pizzarias e restaurantes vivem cheios no horário de almoço por causa do trânsito e do trabalho, as pessoas costumam morar longe deles. Ao contrário de lá, aqui não tem trânsito e as pessoas tendem a morar perto dos seus trabalhos e almoçarem em suas próprias casas.

- Não é algo que eu queira saber como vai acontecer, o processo, quero dizer. Urgh. – Fez uma cara de nojo. Fresco!

- Certo. Agora me deixe comer a minha pizza em paz. Galãzinho de novela mexicana! – Reclamei abocanhando um pedaço enorme da pizza. Estava uma delícia, o cheiro maravilhoso de queijo mussarela derretido e macio se mesclava com o do presunto assado e o doce sabor do abacaxi. Ah, o abacaxi. Que delicia, me dava água na boca. Os seus gominhos estouravam na minha boca derramando um suco que parecia o néctar dos deuses.

– Meu Deus, isso está tão bom! – Exclamei, intensificando minha fala no tão.

O gosto agridoce da pizza agradava tanto o meu paladar, os gostos eram tão intensos... Um formigamento começou a subir pela minha barriga e senti que a criança também tinha gostado. Levei inconscientemente minha mão para a minha barriga e aproveitei as sensações maravilhosas que vieram de repente.

“Oh, meu bebê. Você também gostou? Mamãe não pode comer muito disso, mas depois eu te dou sim?”

- Você está parecendo uma morta de fome. – O garoto comentou, completamente emborcado no balcão com uma posição de preguiça e um olhar de desprezo.

- Cala a boca, eu estou grávida. – Falei, mesmo de boca cheia. Acho que saiu algo meio ininteligível. Certo, eu sei que não se deve falar de boca cheia. E também que não devo usar isso sempre como desculpa. Sei disso.

- Vai lá, Clair. Só tenta não devorar a minha mesa. E nem as cadeiras. – Saiu com as mãos levantadas em um gesto de reprovação. Eu só bufei e voltei a apreciar minha deliciosa pizza havaiana.


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Notas finais do capítulo

Acho que ficou curtinho, e vocês merecem bem mais, mas eu gostei desse capítulo. Eu precisava apresentar o Donatello, e ele não ficou do jeito que eu queria, mas whatever. Não consegui reescrever esse cap. hmmmm Espero que tenham gostado, COMENTEM *--* NÃO CAI DEDO DE NINGUÉM KKK



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