My Last Memory!NewYork escrita por Porcelain


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo serve mais como uma introdução aos novos personagens e ao primeiro dia no novo emprego de Lola e Toneide. Pierre também será introduzido neste capítulo apresentando o teatro de seus pais e um pouco da sua infância. Espero que gostem *-*



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Ao amanhecer, o dia já começara corrido. Sophie acordou todos às 7 horas da manhã, pagou todos os gastos do hotel e logo foram até o apartamento, com suas bagagens. Os móveis já tinham sido colocados, já que Sophie comprou-os no dia anterior para receber o mais rápido possível. Tudo o que tinham que fazer agora era aposentar as malas e guardar suas coisas nos respectivos lugares.

— Quem vai ficar no quarto de quem? – Toneide perguntou. – Aqui também só tem três quartos...

— Que tal fazermos um sorteio? – Gee perguntou animado. – Assim ficaria bem mais interessante.

— Sorteio? – Meiko arqueou as sobrancelhas. – Desculpa, prefiro escolher quem vai ficar no MEU quarto do que deixar que um mísero papel escolha por mim.

— Vamos, Meiko-chan! Vai ser divertido! – Lola perguntou. Meiko suspirou irritada, fitando Gegaito segundos depois. Ela aceitaria dividir o quarto até com a Toneide, pra ela poderia ser qualquer coisa menos o “loiro bebedor de chás”.

Gee pegou um papel e anotou o nome de todos. Recortou-o dividindo os nomes e depois amassou-os e colocou dentro de um chapéu de Guii.

— Vamos fazer assim, vamos escolher três pessoas pra sortear duas vezes. Aí as pessoas que ela sorteou ficarão no quarto dela. – Gee disse, e todos assentiram.

— Óbvio que vão ser a Meiko, Sophie e Lola que vão escolher. – Guii revirou os olhos. Sophie primeiramente retirou dois papéis. Neles, estavam escritos “Pierre” e “Gee”.

— O Pierre e o Gee ficarão no meu quarto... Eu não gostaria de ter dois homens no meu quarto, mas já que são as regras... – Sophie suspirou. –... Não posso fazer nada contra elas.

— Que azar. – Guii riu. – Um pra te chamar de pirralha e outro pra sujar seu quarto de comida.

— Calado aí, chocólatra frescurento. – Pierre resmungou. Logo depois, Lola pegou dois papéis.

— Guii-chan e Lucky-san ficarão no meu quarto! – Lola sorriu. – Vai ser divertido!

— De jeito nenhum! – Guii choramingou. – Vou ter que aguentar essa irritante o dia todo?

— Fala direito com ela. – Meiko agarrou o pescoço do garoto e soltou-o assim que percebeu que o mesmo não estava respirando. Logo Meiko percebeu que todos a fitavam tensos. – O que foi?

— Só sobraram dois papéis e não precisa ser nenhum gênio pra saber quem são as pessoas que sobraram. – Pierre disse. Meiko, então, olhou para quais eram os que faltavam.

Toneide e... Gegaito.

Gegaito.

Gegaito.

Gegaito.

— NÃO, EU NÃO VOU FICAR NO MESMO QUARTO QUE ESSES DOIS. – Meiko gritou.

— Vai sim, está nas regras. – Toneide sorriu maliciosa. – E não é novidade pra ninguém que você gosta dele.

— CALADA VADIA, SÓ FALE SE FOR ALGUMA COISA QUE PRESTE. – A morena de olhos vermelhos pigarreou as palavras, fazendo o sorriso de Toneide desaparecer e uma expressão de tédio surgir no rosto da ruiva.

— Também te acho desagradável, mas não acho que isso seja motivo para fazer um escândalo. – Gegaito mexeu seu chá e deu um longo gole. Meiko tinha vontade de enfiar a xícara de porcelana na garganta do loiro e estrangulá-lo até a xícara se partir dentro de seu corpo.

— Vocês só podem estar tirando uma com a minha cara. – Meiko disse, nervosa. – Vocês não vão me obrigar à dividir um quarto com eles.

— Então durma no sofá. – Toneide levantou-se de sua cadeira. – Acho que nenhum de nós dois fazemos questão de você no nosso quarto.

— Ótimo então, também não faço questão de respirar o ar de uma puta o dia inteiro. – A morena também se levantou, porém foi surpreendida pela mão de Sophie segurando-a pelo pulso.

— Meiko, por favor, colabora. – A morena de olhos azuis cristalinos pediu. – Se quiser, troco de lugar contigo sem problema algum.

— Não quero você perto desses dois seres repugnantes. – Meiko fitou Toneide e Gegaito com um semblante enojado.

— Repugnantes? Que eu me lembre, é você que come igual uma esganada. – Gegaito disse sério.

— Ah, então me desculpe Rainha Elizabeth, vou me lembrar de comer do jeito que você quer na próxima vez. – Meiko disse irônica.

— Vocês podem, simplesmente, ignorar um ao outro. – Guii disse. – Acho que é melhor do que fazer um escândalo.

— Por acaso alguém te perguntou alguma coisa? – Meiko fuzilou Guii com os olhos. – Eu vou sair um pouco.

A morena pegou sua guitarra e saiu do apartamento, batendo a porta com violência.

— Mandou bem, cabeção! – Guii disse, dando um peteleco na cabeça de Gee. – Seria bem mais fácil se não fizéssemos o sorteio.

— Mas até que foi divertido... – Gee murmurou.


Meiko parou no Central Park. Sentou-se ao banco e começou a tocar sua guitarra em silêncio, chamando a atenção das pessoas pouco à pouco. Sua música era tão calma e lenta, que chegava a ser melancólica. Parecia impossível criar acordes tão harmoniosos com a guitarra. Deu um longo suspiro e começou à cantar.

Na noite escura e fria

Apenas uma luz iluminava

Era a lua, que apesar de tudo, sorria

Esperando por quem a amava

-

A escuridão a abraçava

As estrelas começavam à se afastar

E ela mais se distanciava

Desistindo de esperar.

-

Não ande sob o reflexo da Lua

Ela irá te observar por onde você caminha

Ela não será sua

Assim como também nunca será minha

-

E quando o chão desmoronar

Você olhará para o céu

E tudo o que verá

Será uma Lua Negra de Papel

-

As rosas brancas se desfarão

As pétalas vão se espalhar

E a lua olhará pro chão

Vendo tudo acabar

-

Não, não olhe para o céu

Apenas a deixe sozinha

Lua Negra de Papel

Nunca mais será minha

-

Na noite escura e fria

(E quando o chão desmoronar)

Apenas uma luz iluminava

(Você olhará pro céu)

Era a lua, que apesar de tudo, sorria

(E tudo que verá)

Esperando por quem te amava

(Será uma Lua Negra de Papel)

-

Não, não olhe para o céu

Apenas a deixe sozinha

Lua Negra de Papel

Nunca mais será minha

-

Lua Negra de Papel

Lua Negra de Papel

Não, não olhe para o céu

Lua Negra de Papel...

Quando notou, várias pessoas a cercavam e aplaudiam. Havia dólares no banco em que estava sentada, que foram jogadas pela sua “platéia”. Recostado em uma árvore, um homem a observava coberto pelo capuz de sua jaqueta.


Lola estava se preparando para seu primeiro dia de trabalho. Ainda estava em seu quarto (ou melhor, seu, o do Guii e o do Lucky) vestindo seu “uniforme” e colocando a tiara de orelhas de coelho. Apesar do vestido curto e branco que não chegava nem à tampar sua bunda por inteiro, a bota que chegava ao joelho, as luvas brancas e a gargantilha com um pingente em formato de cenoura, até que era bem confortável.

— Quer carona até o trabalho? – A voz inconfundível de Pierre ecoou por todo o quarto. Lola virou-se para a porta, onde o maior se apoiava na parede. A garota puxou o zíper de sua bota, finalizando assim os preparativos para o trabalho.

— Quero sim, Pierre-kun! – Lola sorriu. – O que achou do meu uniforme?

— Acho que teremos sorte se você não voltar grávida. – Pierre disse num tom sarcástico e revirou os olhos. – Vamos.

Os dois saíram do apartamento e foram em direção ao estacionamento do prédio, que ficava nos fundos. Uma coisa que ninguém, até então sabia, era que os pais de Pierre moravam em Nova York à muito tempo e que o tal teatro que o mesmo estava interessado em usar na sua peça pertencia ao seu pai. O carro que estava na garagem também era do seu pai, que resolveu emprestar ao filho até que o mesmo consiga comprar o seu próprio. Mas até lá, Pierre continuaria calado até que alguém lhe perguntasse algo (típico do mesmo).

Entraram no carro. Pierre girou a chave e ligou o motor, manobrando o carro até o portão que se abriu com o controle automático. Alguns minutos dirigindo pelas ruas, Pierre parou em frente ao Maid.

— Obrigado, Pierre-kun! – Lola o abraçou fortemente, e então entrou no Maid Café saltitante como o coelho que estava vestida. Pierre voltou ao carro e foi embora.

— Quem é aquele homem tesudo de lá fora? – Uma garota de cabelos castanhos com pontas coloridas, que vestia um vestido preto e curto com uma tiara de orelhas de cachorrinho perguntou.

— Hã? Ah, aquele é o Pierre-kun. – Lola disse com um sorriso no rosto. – Ele era meu colega de trabalho, agora ele mora comigo!

— Acha ele tesudo? Ainda não conheceu o Paul, né? – Uma garota de cabelos castanho-chocolate e pele pálida disse sarcástica, revirando os olhos. Ela usava um vestido laranja e uma botinha preta. Havia uma tiara com orelhas de gato em sua cabeça. – Ah, “novata-chan”, sou Arya.

— Ah, esqueci de me apresentar. Sou Luisa. – A garota de cabelos castanhos com as pontas coloridas se aproximou e estendeu a mão. Lola apertou-a delicadamente e sorriu.

Uma garota morena de olhos azuis acinzentado se aproximou lentamente. Ela estava com uma bandeja de chá nas mãos, e tentava se equilibrar. Colocou a bandeja delicadamente em cima da mesa.

— Olá, meu nome é Helena. – Helena sorriu. Ela usava um vestido azul anil com vários babados (mas, do mesmo jeito, não chegava a tampar a bunda inteira), uma botinha branca, luvas e uma tiara com orelhas de urso no mesmo tom do seu cabelo.

— Eu sou a Lola. Espero que possamos ser amigas! – Lola abraçou as três garotas de uma vez, e pode ouvir Luisa dizendo “Ela é tão kawaii!”. – No dia em que vim aqui pela primeira vez, uma garota loira foi nos atender... Onde ela está?

— Mitsuki? – Helena perguntou. – Ela foi despedida, derrubou chá quente nas calças de um cliente. O coitado deve que ir ao hospital por que teve queimaduras de 2º graus naquele lugar.

— Coitado! – Lola parecia espantada. – E coitada da garota loira, ela deve estar desempregada e passando fome, ou... Ou coisa pior!

— Fica fria, ela deve estar trabalhando em algum cabaré por aí agora. – Arya disse, dando de ombros de um jeito tão fofo que Luisa teve um nosebleed e correu para se limpar.

— Vejo que já estão se conhecendo! – Joseph saiu dos fundos da loja com um sorriso radiante no rosto. – Espero que se sinta em casa, Lola. E, aqui, toda Maid tem um apelido que é próprio pra ela. O da Luisa é “Sádica”, o da Arya é “Fofa”, o da Helena é “Dócil” e o seu...

— Kawaii. – Luisa sugeriu.

— Enjoativa. – Arya revirou os olhos.

— Cute-cute? – Helena perguntou.

— Não. A Lola será... LOLITA! – Joseph segurou nas mãos de Lola e rodopiou animado. – Estão prontas para abrir?

— Estamos. – Arya respondeu rapidamente, não dando chance para as outras falarem. – Boa sorte no seu primeiro dia, Lola.

— Obrigada, Fofa-chan. – Lola abraçou-a.

— NÃO ME CHAME DISSO! – Arya resmungou.


Pierre estacionou seu carro na frente do teatro. O letreiro de “Chevalier Theater” estava apagado à essa hora, mas Pierre ainda o admirava. Lembrava vagamente de quando via os espetáculos no teatro de seu pai quando era adolescente. Também se lembrava de seu pai dizendo que seu maior sonho era ter um teatro, quando ainda moravam na França. Sua mãe sempre tivera uma belíssima voz, e até estrelou algumas peças que seu pai produzia quando era mais jovem.

Acordando de seus devaneios, Pierre parou de olhar o letreiro e entrou no grande teatro, que estava vazio. Depois de longas conversas com seu pai, o teatro fora emprestado para ser feito o grande espetáculo. Pierre estava disposto a fazer as luzes do Chevalier Theater brilharem novamente.

Pierre, apesar de sua arrogância e sarcasmo, era uma boa pessoa. Sempre se esforçava para ajudar seus pais no que podia. O homem sempre se lembrava de sua irmã, Mellanie, que foi morta em um acidente de carro assim que olhava pra Lola. O olhar inocente e a personalidade meiga de Lola eram muito similares aos de Mellanie, que tinha 8 anos quando morreu (e Pierre tinha 13). Talvez fosse por isso que ele sempre gostava de irritá-la como se ela fosse sua irmã.

— Com licença. – Pierre imergiu de seus pensamentos quando uma voz feminina ecoou por todo o teatro. Virou-se para a direção de onde vinha a voz, e deparou-se com uma garota loira. Seus cabelos eram cacheados e ela usava bastante lápis de olho. Usava um batom vermelho fortíssimo que deixava todo o destaque de seu rosto na sua boca. Também vestia um casaco preto e uma longa camiseta cinza que ia até o meio das coxas. Calçava uma bota rosa-nude que iam até um pouco abaixo dos joelhos.

— Pois não? – Pierre disse, aproximado-se.

— Eu queria saber se o senhor conhece algum teatro aqui na Broadway que esteja precisando de atrizes. Eu já estrelei bastantes espetáculos, e como estou de férias no meu trabalho, resolvi participar de outra peça para ocupar meu tempo... – A loira disse. – Ah, meu nome é Maddison.

— O meu é Pierre. E eu estou usando esse teatro pra produzir minha primeira peça de teatro. Se tiver interesse, aqui está o roteiro. – Pierre estendeu o braço entregando o roteiro nas mãos de Maddison. A garota abriu e leu algumas páginas em silêncio.

— Gostei. – Ela disse. – Quando posso fazer minha audição?


Era o primeiro dia na nova escola de Guii. Saint Barbra School era uma renomada escola particular de Nova York, responsável por formar os melhores alunos de Manhattan. Ela oferecia diversos clubes extracurriculares e tinha uma estrutura bastante desenvolvida, com direito a ginásio, teatro, jardins, piscinas entre outros. Os professores eram rígidos e sempre cobravam o máximo de rendimento escolar dos alunos.

Guii atravessou o grande corredor que era cercado por armários e adolescentes de todos os tipos. Segurava um papel onde estava anotado o número de seu armário e as aulas que teria que fazer. O garoto nunca esperava fazer o Ensino Médio em Nova York, principalmente em uma escola tão prestigiada como Saint Barbra.

— Não sei o que é mais gay. Essa sua cara ou essas roupas que você está vestindo. – Uma garota de cabelos castanhos e cacheados, com pele clara e olhos castanhos escuros disse. Ela estava junta de um garoto loiro de cabelos curtos e arrepiados, olhos bastante escuros e um corpo atlético.

— Am... Olá pra você também. Você é bastante simpática, sabia? – Guii abriu seu armário e colocou os livros que não usaria dentro do mesmo, esforçando-se ao máximo para não amassar os 12 tabletes de chocolates que estavam lá.

— Eu sou simpática quando quero. E cuidado com essa caria, alguém bastante forte pode deformá-la. – A morena virou-se para o loiro ao lado dela, que sorriu maliciosamente. – Ah, se ouvir o nome “Brenda” circulando por essa escola, saiba que sou eu. Ser bastante famosa e conhecida tem seus lados ruins.

— E ser idiota também, pelo visto. – Guii sussurrou.

— E esse “P” na sua corrente? – Brenda aproximou-se e segurou o pingente com letra P. – É de quê? Passivo, Puto, Piriguete, Prostituto, Porco...?

— Esse P é de Peter. – Guii disse, escondendo o pingente por dentro de seu Cardigan.

— Seu namorado? – Brenda riu e Guii fitou-a com o semblante sério como se fosse o de um psicopata pronto para disparar o primeiro tiro.

— Meu falecido avô que me criou até os seis anos. Depois que morreu fui criado pelos meus pais, mas sempre senti falta dele. E não fala o que você não sabe. – Guii pigarreou. Pegou seu colar de chave-relógio e observou a hora. Ainda faltavam 10 minutos para o primeiro horário.

— Não liga, novato. Ela é idiota assim mesmo. – Uma menina de cabelos castanhos claros e lisos, que usava uma touca preta disse. Ela se aproximou de Guii e ficou ao seu lado. Um garoto loiro de cabelos um pouco longos estava junto dela.

— Melody, ainda com essa inveja? – Brenda sorriu maliciosamente.

— Se me chamar de Melody mais uma vez, vou fazer você engolir seu cabelo cheio de química e morrer intoxicada. – A garota ameaçou, puxando o cabelo de Brenda.

— Larga ela. – O loiro de cabelos arrepiados empurrou Melody, que fitou-o com raiva.

— Não se preocupe, Joe. A Melody gosta de aparecer para os novatos. – Brenda fitou Guii com antipatia.

— Joe, deixe-a em paz. – O garoto loiro que estava com Melody disse.

— Você bem que poderia ser um irmãozinho menos chato, Nicholas. – Joe revirou os olhos.

— E você bem que poderia ser mais decente. – Melody cruzou os braços. – Ah, e menos galinha.

– Joe, vamos logo, não quero deixar meus fãs esperando. E não quero perder meu tempo com os excluídos. – Brenda disse.

— É. Todos gostam de um bom circo com uma palhaça como atração principal. – Melody riu, aplaudindo falsamente. Brenda bufou e atravessou o resto do corredor, com Joe.

— E você, novato fashion, como é seu nome? – Melody apoiou-se no armário ao lado do de Guii.

— Guilherme, mas pode me chamar de Guii. – O moreno disse. – E eu não sou fashion.

— Eu sou Melody, mas se me chamar disso eu quero todos os seus dentes. – Ela disse. – Me chame só de Mel.

— Melody é um nome tão irônico, não combina nada com você. – Nicholas disse, rindo.

— Claaaaro, Nicholas. Eu que escolhi meu nome quando nasci. – Mel revirou os olhos, sarcástica.

— Ah sim, eu sou Nicholas Fernandes. Sou o presidente do grêmio estudantil, mas sou meio excluído aqui. Tive que vir aqui pra ver se sua ficha de inscrição tava tudo certo. – O loiro disse. Ele tinha olhos castanhos claros, diferentes dos de Joe (seu irmão).

— Acho que sim, a diretora disse que estava tudo certo. – Guii disse, quando notou que Melody... Quer dizer, Mel pegou a folha que o mesmo segurava.

— Vamos ter aulas de Música, Artes, Educação Física e Matemática juntos. – Mel disse, entregando o papel de volta para Guii.

— Ah, legal. – O moreno disse, tentando esboçar um sorriso. O sinal bateu e os três foram para suas respectivas salas.

[Roupas de Guii: 1 2 3 4 5 6]


Toneide parou em frente ao imenso prédio espelhado com alguns detalhes em preto. Acima, podia-se ver um grande “V” na cor preta. Toneide usava um suéter preto com um lacinho branco no lado direito. Sua calça era preta e justa. Calçava uma botinha branca com cadarços vermelhos. A ruiva queria ir com um micro vestido vermelho com botas pretas que iam até os joelhos, porém Sophie aconselhou-a à usar uma roupa mais discreta. Até por que não era recomendado ir vestida como uma “puta” ao primeiro dia de trabalho.

Toneide sentiu seu celular vibrar dentro de sua bolsa. Pegou-o rapidamente e viu que tinha uma nova mensagem. “Toneide, boa sorte no primeiro dia de trabalho! J”, estava escrito. Era uma mensagem de Gee. O coração da ruiva começou à bater mais forte, e o rosto da mesma adquirir mais cor. Mal ela sabia que era apenas mais uma pegadinha de Meiko com o celular do irmão.

— Espero que ela não caia nessa mais uma vez. – A morena disse, rindo.

A ruiva entrou no grande prédio confiante, podendo avistar o sorriso de Ângela de longe. A garota correu em direção da ruiva e a abraçou.

— A Annie avaliou sua ficha mais uma vez e disse que se você passar no teste conseguirá o emprego. – Ela disse rapidamente.

— Mas eu já não consegui? – Toneide perguntou entristecida. – Pensei que isso seria mais fácil...

— Antonieta Velluce? – Uma mulher de cabelos grisalhos que estavam trançados de um modo elegante, e que usava um chapéu preto perguntou. Ela usava um terno branco com um salto alto verde limão.

— S-Sim, sou eu. – Toneide cobriu o rosto, envergonhada. Detestava quando a chamavam pelo seu nome verdadeiro. Muitos acham Antonieta um nome mais bonito que Toneide, mas a ruiva tinha um carinho especial por esse apelido.

— Vamos começar o teste. Iremos tirar umas fotos suas para usar futuramente em uma coleção de primavera. Claro, se você passar no teste. Se passar, tiraremos as fotos para a Coleção de Inverno e logo após disso veremos o que você pode fazer. – Annie disse seriamente. – Louis.

— Estou aqui, Senhora Annie. – Um homem ruivo com olhos verdes-esmeraldas disse, com algumas pastas em suas mãos. Ele trajava um terno lilás esbranquiçado, com uma gravata borboleta vermelha que contrastava com seus cabelos.

— Dê a ela as imagens de referência para o teste. – Annie disse sem tirar os olhos, por um segundo, de Toneide. Louis abriu uma das pastas e retirou delas algumas fotos variadas, e entregou-as à Toneide.

— Caso for aceita, você trabalhará com eles. – Annie deu um falsa tossida para chamar mais atenção. – A Ângela é a responsável pela organização de tudo aqui na revista. Ela que organiza os horários de todos os que trabalham aqui, desde a sessões de fotos a entrevistas. Todo mês ela atualiza as agendas dos funcionários de acordo com o que foi combinado.

Toneide mal conseguia acreditar que aquela mulher ingênua e meiga fosse responsável por uma coisa tão grande.

— Patch é um dos melhores fotógrafos daqui. Ele é especializado em fotos sombrias, com pouca luminosidade e com bastante cores negras. Caso você passar no teste, fará a sessão de fotos com ele. – Annie disse. Patch continuava recostado na parede.

— Esse é Luka, também um dos melhores fotógrafos daqui. Apesar de eu não gostar da personalidade dele por ser antissocial e muito ignorante, gosto das fotos que ele produz. Óbvio que as opiniões pessoais não importam aqui, e sim a opinião profissional. – Annie aproximou-se de Toneide com um olhar penetrante. – E isso você tem que aprender muito bem.

Luka revirou os olhos.

— Por último, esse é Louis. Ele é meu assistente pessoal e sempre está presente nas sessões de fotos para divulgar alguma coleção ou para supervisionar o que é preciso. Depois de mim, ele é o maior responsável por essa revista. E por último, ele também é estilista e provavelmente produzirá a maioria das suas roupas.

Louis deu um risinho, divertindo-se com o elogio. Toneide olhava para o homem e se perguntava se ele não poderia ser seu irmão por causa de seus cabelos ruivos.

— Entendido? – Annie perguntou firmemente.

— Sim senhora. – Toneide respondeu. Annie simplesmente colocou sua bolsa por cima do ombro e saiu do prédio, com Louis a seguindo.

— Aqui está sua agenda. Tudo que você precisa saber está anotada nela. Ah, também tem o telefone e o e-mail de todos os funcionários daqui e... Eu só organizei a agenda até o horário do teste, porque eu não sei se você vai passar ou não. – Ângela disse, entregando uma agenda branca de matelassê que tinha um lacinho vermelho na parte de cima. Havia o nome “Antonieta” escrito com strass e o logotipo da Vogue na parte inferior.

— Obrigada. – Ela disse, guardando a agenda na bolsa.

— Cuide dessa agenda com a sua vida. Ela tem uma parte com pedaços de tecidos que você pode opinar sobre qual deve ser usado em alguma das produções. Também tem uma parte que você deve colocar anotações pra te auxiliar por aqui. E também tem uma parte que é muito parecida com um álbum. Quando você termina uma sessão de fotos, eles pegam a melhor foto, a redimensionam pra ficarem pequenas, e aí te entregam pra você colar na agenda. Assim você terá registrado todas as sessões de foto que você fez. – Ângela disse. – Se você perder uma agenda dessas vai ser um grande prejuízo.

— T-Tudo bem... Vou me esforçar pra não perdê-la. – Ela disse.

— SE ESFORÇAR NÃO É O SUFICIENTE, MULHER! – Ângela disse, imitando uma criança chorando. – Se perder essa agenda, você é demitida na hora!

Após isso, Toneide engoliu em seco.




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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixe um review ^^
Ah, Lua Negra de Papel é o nome do tumblr da criadora da Meiko, então criei a música baseando-se no nome (: E é também uma música do Soul Eater.