My Last Memory!NewYork escrita por Porcelain


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEM ESSA DEMORA PRA POSTAR, EU REALMENTE SOU MUITO LESADO PRA ESCREVER Ç_____Ç
Enfim, agora vocês descobrem o que a Mitsuki queria que o Guii fizesse, além de muitas outras coisas que vão se desenvolver nos próximos capítulos. Nas notas do capítulo anterior, eu disse que seria mostrado um pouco da história da Lola Bucksworth e do Joseph, mas vou deixar isso pra postar mais futuramente.
Já adianto pra vocês que nesse capítulo tem 3 beijos. ;)
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Ah, obrigado para minha beta MareMichiyo ♥, EU PROMETO QUE VOU PARAR DE ERRAR EM COISAS BOBAS -qq
Boa leitura, espero que ainda gostem da fic -q



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A arma gelada ainda estava apontada para a testa do garoto, mas o mesmo ignorava completamente a existência do objeto. Ele estava mais preocupado com o que teria que fazer para livrar seus amigos de todos os “avisos”. Certamente não seria uma coisa fácil a fazer, e ele sabia disso. Um sorriso sádico se formava nos lábios finos de Mitsuki, que fitava Guii com seus olhos que pareciam arder em um ódio profundo.

— O que você quer que eu faça? – O menor perguntou com um fio de voz, questionando-se se Mitsuki conseguira ouvi-lo.

— Você vai matar meu namorado. Conhece o Brandon? – Mitsuki retirou o revólver da testa de Guii e guardou-o no seu bolso. A loira começou a andar em círculos dentro do quarto.

— Nunca ouvi falar dele. – O moreno suspirou aliviado a se ver livre da arma.

— Ele mora no mesmo prédio que vocês. Acho que o apartamento dele é o 23B. – A garota deu de ombros e voltou a fitar Guii. – Eu vou te dar um prazo de cinco dias.

— SÓ ISSO?

— Calado! – Mitsuki deu outro tapa no rosto do garoto, dessa vez, mais forte. – A cada dia que se passar, eu vou continuar com os avisos. Quando chegar no último dia e você não conseguir matá-lo, quem morre é você.

— Você deve ser retardada pra não perceber que meu pé não vai melhorar em cinco dias. – O garoto arqueou as sobrancelhas, nem se importando que consequentemente levasse outro tapa.

— Ah, então acho que devo te matar agora mesmo. – Mitsuki retirou o revólver do bolso novamente e mirou no rosto de Guii. O garoto suou frio e sentiu suas pernas bambearem.

— O QUE VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FAZENDO? – Chase correu e chutou Mitsuki nas costas, fazendo a garota cair por cima da maca.

— Grande ajuda. – Guii disse ignorando a dor que sentira no pé assim que a loira caiu por cima de si.

— Idiota! – Mitsuki abaixou-se e deu uma rasteira em Chase, fazendo o garoto cair no chão. Levantou-se e pisou na barriga do mesmo, exatamente como fez com Lucky a semanas atrás.

— Cuidado, cabeça de repolho roxo. Da próxima vez eu vou fazer pior do que esmagar todos os sistemas que existem dentro da sua barriga. – Mitsuki tirou o pé de cima do garoto e guardou a arma, caminhando para fora da sala como se nada tivesse acontecido.

— Você tá bem? – Guii perguntou, esticando-se na maca para poder enxergar onde Chase estava.

— Vou ficar. – Ele ofegou e levantou-se do chão. – Fala sério, cabeça de repolho roxo? Que criatividade... Bom, é melhor que garoto beterraba.

— Ainda prefiro garoto beterraba. – Guii riu e Chase fuzilou-o com os olhos. Nicholas entrou na sala.

— Que droga, estou ficando com ciúmes de vocês. – Nicholas olhou para o lado irritado.

— O cabeça de repolho roxo é todo seu. – Guii empurrou Chase, fazendo o garoto corar.

— Ei! – Chase repreendeu-o.

— Guii, como seu pé está? – Nicholas perguntou, aproximando-se da maca.

— Do mesmo jeito. Às vezes fico com vontade de morrer. Já estou praticamente morrendo, só que de tédio. O lado bom é que não tem ninguém aqui me obrigando a lavar louça. – Guii disse, referindo-se à Pierre. – Ah, Chase, aqui está o seu bloquinho.

— Nossa. – Chase disse surpreso. – Não sabia que você desenhava tão bem.

— Obrigado. Eu acho... – Guii disse. Mel entrou no quarto.

— Cara, você tá péssimo. – Ela disse. – Tá parecendo um zumbi. Não, pera, um zumbi está bem melhor.

— Obrigado, você também está linda. – Guii revirou os olhos, irônico.

— Não, você entendeu errado. Eu não tava sendo sarcástica. – Mel olhou séria pra ele. Guii riu.

— Para, assim você fica parecendo a Brenda. – Guii virou o rosto fingindo uma irritação.

— Nossa cara, eu tava brincando. Não precisava me xingar. – Mel fez uma voz chorosa, fazendo Guii e Chase rir.

— Guii, eu e o Chase precisamos ir. – Nicholas disse, cutucando Chase para que o mesmo se levantasse. – Temos um trabalho de história pra fazer.

— Tem? Eu não me lembro disso. – Mel apertou os olhos para tentar se lembrar de algo, mas nada vinha à sua mente.

— Você estava dormindo quando a professora passou. – Chase disse, rindo. – Você deveria ficar acordada nas aulas de história, suas notas já estão baixas.

— Foda-se as notas, eu consigo recuperá-las no último segundo. – A morena disse, cruzando os braços fazendo um pequeno bico com seus lábios.

— Desculpe, a hora de visitas acabou. – O médico disse, entrando na sala. Mel suspirou, com preguiça de levantar-se do sofá.

— Ah... Então tchau Guii, melhoras. – Chase acenou antes de sair da sala.

— Até mais. – Nicholas seguiu o garoto.

— Falou, melhoras com esse pé problemático. – Mel saiu e fechou a porta. Guii suspirou e jogou sua cabeça para trás, suspirando com o início de mais algumas longas horas de puro tédio.

Mitsuki percebeu Paul no meio de alguns garotos em uma rua escura, iluminados por um velho poste. Também pode notar que Arya estava junta deles, conversando e rindo alto. Os garotos fumavam cigarros e as fumaças esbranquiçadas subiam até o céu, deixando difícil reconhecer alguém. Um sorriso sacana surgiu nos lábios da loira, não se deixando intimidar por um grupo de gângsteres.

— Oi, pessoal. – A garota aproximou-se, fazendo barulho com o salto absurdo de sua bota. Paul mordeu o lábio inferior ao ver a garota.

— Mitsuki? Você não deveria estar em algum cabaré de Nova York uma hora dessas? – Arya perguntou, dando uma risada no final. Parecia que a fumaça dos cigarros estavam influenciando a garota de algum modo.

— Não, hoje eu saí mais cedo. – A loira respondeu de um jeito sarcástico. – Paul, nós não tínhamos combinado uma coisa no Maid?

— Ah é. Pessoal, vou ter que sair agora. – Paul riu e puxou Mitsuki pela cintura. Arya arqueou uma das sobrancelhas.

— Não se esquece da camisinha, essa coisa aí deve estar cheia de doenças. – A morena cruzou os braços com um sorriso sarcástico no rosto.

— Você aspirando ar de cigarro e eu que estou cheia de doenças. Arya, você não bebeu o leitinho da mamãe ainda? Seu organismo deve estar sentindo falta. – Mitsuki começou a andar, com Paul atrás dela. Os garotos começaram à rir e gritar coisas como “Cuidado pra não ser pai de trigêmeos”, “Tirou uma sorte grande, hein filho da puta!”, e coisas do gênero.

Sophie estava jogando Monopoly com Lola, Gee, Lucky, Meiko, Toneide e Pierre. A morena estava ganhando, visto que Lola não entendia as regras, Gee e Lucky já não tinham dinheiro pra pagar aluguéis, tendo que hipotecar suas propriedades, Meiko irritava-se com facilidade quando tinha que pagar aluguel para alguém, Toneide jogava os dados mais de quatro vezes para não ter que cair em uma propriedade que já tinha dono e Pierre que não cansava de pegar dinheiro escondido do banco.

— Lola, você tem que pagar 14 dólares de aluguel pra Meiko. – Toneide explicou pela terceira vez.

— Mas por quê? Eu não estou morando na casa dela! – A morena disse com a voz entristecida, com todas as suas propriedades hipotecadas. Sophie estava divertindo-se com a expressão de raiva no rosto de Toneide.

— Paga logo! – Pierre pigarreou, irritado.

— Não grite com ela, seu grotesco! – Meiko socou o braço do moreno com raiva.

— Vamos logo com isso, preciso de mais dinheiro pra pagar os alugueis atrasados. – Gee revirou os olhos.

De repente, a campainha tocou.

— Eu atendo. Se roubarem meu dinheiro de novo eu paro de jogar. – Sophie disse simplesmente, colocando todo seu monte de dinheiro ao lado de todas as suas cartas de propriedades.

— Incrível como ela sabe ser rica até em joguinhos entediantes. – Meiko suspirou, jogando os dados e avançando algumas casas com a pequena limusine.

— Ah, oi Brandon! – Sophie recebeu-o com um grande sorriso. – Pode entrar.

— Desculpa incomodar, já está tarde... – Brandon disse, sentando-se no sofá. – Faz alguns dias que não vejo a Mitsuki.

Sophie iria sussurrar algo como “Sorte a sua”, mas preferiu ficar calada.

— Ela não fica na loja de bonecas? – Sophie sentou-se ao lado do garoto.

— Ela fechou a loja de bonecas faz algumas semanas. Ela me disse que entrou uma garota lá e começou a quebrar as bonecas que ela estava terminando. Como foram muitas bonecas quebradas, ela não conseguiria fazer tudo de novo... Então ela fechou a loja. Desde esse dia eu não falei com ela... – Brandon fitava as próprias mãos.

— Você sente falta dela? – Sophie perguntou, pousando sua mão direita nas costas do garoto. Brandon fitou-a com seus olhos castanho-claros, de um jeito tão profundo como se estivesse tentando ler a alma da garota.

— Exato. Eu fico solitário, só tenho o Snow pra me fazer companhia. – Brandon falou, referindo-se ao seu coelho que ficou muitas vezes nos braços de Lola, procurando alguma maneira de escapar do “sufocamento”, que era o abraço da garota. – Desde que minha mãe morreu, eu tenho ficado mais tempo com a Mitsuki. Mas ela ficava ocupada com a loja... Por isso estou desconfiado, a loja fechou, mas mesmo assim continuo sem vê-la.

A morena já estava sentindo-se constrangida com o tanto de tempo que Brandon a fitava. Ela podia enxergar algo além da cor na íris do garoto. Sophie não conseguia explicar, mas aquilo a deixava com o coração apertado. Ela se perdia na imensidão castanha dos olhos de Brandon, assim como o garoto admirava os seus olhos azuis-turquesa que transpareciam uma grande tranquilidade.

— Ah, me desculpem, eu não queria atrapalhar o casalzinho. – Gegaito disse, abrindo a porta do apartamento. Instantaneamente Sophie corou, olhando para as próprias mãos, envergonhada. Brandon passou a mão no cabelo e virou o rosto, tentando disfarçar um pouco o vermelho de seu rosto.

— Ih, parece que você está com ciúmes. – Meiko sorriu maliciosa com os braços cruzados, saindo do quarto na qual estavam jogando Monopoly. Gegaito arqueou uma sobrancelha.

— Por acaso, eu deveria estar? – O loiro perguntou, irritando-se com o tom debochado que Meiko usou na frase.

— Agora ele está com ciúmes, mas não quer admitir! – Meiko riu, sentando-se no outro sofá que ficava de frente para Gegaito. Lucky, Gee e Toneide (na cadeira de rodas) saíram do quarto para observar o que estava acontecendo.

— Por que você está se preocupando com quem eu tenho ciúmes ou não?

— O idiota acabou de assumir que está com ciúmes. – A morena sorriu maliciosa.

— Mas eu não estou. E você, por acaso está com ciúmes por eu, supostamente, estar com ciúmes?

— O quê? – A garota franziu o cenho, confusa.

— Qual é o problema de eu estar com ciúmes da Sophie? – Gegaito sorriu, divertindo-se da situação. O rosto de Meiko cobriu-se por uma coloração avermelhada, controlando-se para não voar em cima do garoto e decapitá-lo com as próprias mãos.

— UÉ, PROBLEMA NENHUM. POR QUE EU TERIA UM PROBLEMA? ORAS. POR MIM TANTO FAZ VOCÊ SENTIR CIÚMES. – A garota cruzou os braços e afundou seu corpo no sofá com a expressão aborrecida.

— Então tá. – Gegaito riu e entrou no seu quarto (ou melhor, seu quarto e o de Toneide e Meiko).

— A-Acho melhor eu ir... Desculpe o incômodo, Sophie, até amanhã. – Brandon saiu antes que a morena pudesse dizer alguma coisa. Sophie apoiou seu rosto em suas mãos e suspirou.

— Que vergonha.

— Foi mal, eu não podia perder a oportunidade. – Meiko murmurou como se estivesse se desculpando.

— Você perdeu a oportunidade de ficar calada, e não se entregar de bandeja. Isso sim. – Toneide disse com um risinho maldoso no final.

— E você perdeu a oportunidade de continuar com a cabeça. – Meiko sorriu como uma psicopata olhando para Toneide, fazendo a ruiva sentir um frio percorrer-lhe a espinha. Não demorou dois segundos e Toneide já havia desaparecido da sala com sua cadeira de rodas.

Os dias amanheceram bem frios em Manhattan. Passou-se um mês. Guii continuava no hospital, seu pé estava demorando mais que o normal para recuperar-se por completo. Toneide estava perdendo as esperanças em continuar a andar. Mitsuki praticamente sumiu, sem deixar nenhum rastro pra onde ia e sem continuar com nenhum aviso. Lola já estava no seu terceiro aviso de “seja útil, ou seja demitida”. Pierre estava começando a se cansar do musical, mas sabia que não podia desistir. O livro de Gegaito já estava na fase de edição e correção, e, ao que tudo indicava, faltaria pouco para ser publicado.

Nicholas, Chase, Mel, Nathan e Brenda já estavam na Saint Barbra School, começando o dia com uma entediante aula no laboratório de química. Havia uma mesa vaga, a que estava ao lado da de Mel. A mesa era de Guii, que mais uma vez faltavam as aulas. Mel já estava voltando a se acostumar a ficar sozinha. Não fazia muita questão de sentar com alguém, mas adorava manchar as roupas de Guii com líquidos que ela nem sabia o que faziam e se sairiam com bastante sabão.

Nicholas e Chase pareciam se divertir, conversando baixinho para o professor não repreendê-los ou fazer uma pergunta que os dois não estivessem preparados para responder. Ou apenas Chase, já que Nicholas era o aluno mais inteligente da sala e sabia de tudo sem nem ao menos prestar atenção no que o professor dizia. Nathan observava os dois com raiva, ignorando tudo o que Brenda falava.

— Ei, vocês notaram que a Brenda e o Joe não estão mais andando juntos esses dias? – Mel sussurrou a Nicholas e Chase, que sentavam na frente dela. Os dois garotos inclinaram-se um pouco para trás para poderem ouvirem melhor.

— Ah, é por que o Nathan está no colégio agora. A Brenda prefere ficar com o irmão do que com o Joe. – Nicholas deu de ombros.

— Eles não namoravam, antes? – Chase perguntou com a sobrancelha arqueada.

— Não. A Brenda sabia da fama de mulherengo do Joe, então não queria se envolver com ele. – Nicholas explicou. – A Brenda já chegou na escola dividindo todos em duas categorias, “Melhores” e “Piores”. Os melhores eram as patricinhas, as garotas gostosas, os garotos gostosos, enfim, todos os populares. Os piores estavam as pessoas gordas, magras demais, nerds, gays, lésbicas, loiros insignificantes que são irmãos de um dos garotos mais populares do colégio, garotos de cabelos roxos e garotas que se vestem como garotos...

— Não precisava desses últimos exemplos. – Mel revirou os olhos. Chase ouvia tudo com atenção.

— O Joe sempre foi o garoto pegador da escola e muito popular. Não demorou muito tempo pra Brenda ser a garota mais popular também. Aos olhos dos “Melhores”, eles eram a melhor dupla que podiam representá-los. Enquanto isso, eles diziam que eu e a Mel podíamos representar os “Piores” de um modo bem natural. – Nicholas deu uma risada sarcástica.

— Que babacas. – Chase murmurou. Mel deu uma risadinha.

Toneide e Patch estavam bebendo um café em uma das lanchonetes próximas a Vogue. Ele estava de folga, e resolveu chamar Toneide para dar uma volta. O lugar estava calmo e com poucas pessoas, o que tornava o momento muito mais agradável para ambos.

— E então, suas pernas estão melhorando? – Patch perguntou, dando grandes goles em seu café fazendo seu pomo-de-adão movimentar para cima e para baixo.

— Não. – Toneide disse sem emoção alguma, apoiando sua cabeça em sua mão enquanto fitava a grande janela de vidro que estava ao lado dos dois, observando o grande número de pessoas apressadas que corriam para todos os lados. Do lado de fora, agitação e correria. Do lado de dentro, silêncio e tranquilidade.

— Você tá indo no hospital fazer o tratamento? – Patch arqueou uma das sobrancelhas – na qual, havia um piercing.

— Claro que vou, mas... Não está tendo resultados. – Toneide fitou seu café com um olhar triste. Patch olhou para o lado tentando disfarçar sua preocupação. O maior estendeu sua mão sobre a mesa e a colocou sobre a mão de Toneide. A ruiva corou instantaneamente.

— Eu acredito que você vai melhorar. – Ele sorriu. – A esperança é a última que morre. Eu aprendi isso com a Ângela.

Patch revirou os olhos involuntariamente ao se lembrar de Ângela repetir isso sempre que os mesmos estavam com alguns problemas. Apesar de tudo, ela estava certa.

— Patch, só você acredita isso. Meus amigos pouco se importam se eu estou melhorado ou não, e eu devo ser um fardo enorme com essa cadeira de rodas. Eu quase estou desistindo de acreditar. Já se passaram um mês e algumas semanas, Patch. E durante esse tempo, eu não senti absolutamente nada. – Toneide ficou em silêncio por alguns instantes tentando ver se a vontade de chorar passava. – Os médicos disseram que não era definitivo, mas...

— Mas nada. – O moreno colocou dois dedos abaixo do queixo de Toneide, levantando o rosto da garota até que seus olhares se encontrarem. – Você precisa, mais do que ninguém, acreditar em si mesma. Não vai adiantar se só eu acreditar, Toneide. E, aliás, não sou só eu. A Ângela, o Louis e até o Luka acreditam que você vai melhorar.

— O-Obrigada. – Toneide gaguejou no começo, sentindo a vontade de chorar vir à tona. Mal podia acreditar que havia pessoas que ainda acreditavam na possibilidade de sua recuperação, e isso a deixava extremamente feliz. Patch debruçou-se sobre a mesa, ainda fitando a ruiva, e aproximou-se. Os olhos azuis da garota se esbugalharam quando sentiu os lábios de Patch tocando os seus suavemente, encaixando-os perfeitamente.

Demoraram-se alguns segundos, e Toneide podia sentir seu coração bater mais rápido. Ela não sabia o que estava acontecendo. A imagem de Gee surgiu em sua mente do começo ao fim, e foi aí que ela se lembrou de uma antiga promessa. Uma antiga promessa que enfim fora quebrada.

— Nem venha com essa cara de safado. – Arya disse, à Paul. – Não acredito que você fez mesmo aquilo com ela! Fala sério, a maior vadia de todas.

— Arya, não é hora de ficar com ciúmes. – Paul disse, ajeitando sua gravata. Eles estavam no Maid Café, na cozinha pra ser mais exato. O maior olhava para o nada como se estivesse se relembrando de algo, e rapidamente um volume notável pode se perceber em sua calça. Arya pousou a mão em seu rosto, constrangida.

— Não é hora pra ficar pensando em safadezas, seu imundo. – A garota abriu a porta da cozinha e saiu bufante, rapidamente sendo abordada por algum cliente. – Pois não, senhor?

— Fofa-chan, a cada dia que passa você fica cada vez mais fofa. – Ele disse. Arya sentiu vontade de dar uma facada no meio da testa do homem e puxá-la até o pescoço, mas controlou-se e formulou um pequeno sorriso em seus lábios.

— Acha mesmo? Parece que não estou agradando tanto assim... Mas muito obrigado pelo elogio! – Arya debruçou-se sobre a mesa deixando seu decote muito mais visível. O homem teve hemorragias nasais ao observar os seios da garota, e cruzou as pernas para disfarçar sua ereção.

— Olha que aberração. – Lola Bucksworth aproximou-se da cozinha onde Paul tentava pensar em outras coisas para ver se o volume, ao menos, diminuísse (já que era impossível sumir por completo). A garota apontou para Luisa, na qual dava chicotadas em um cliente que gemia descontrolado.

— UH, SÁDICA-SAN É TÃO SELVAGEM! – Ele dizia com o rosto corado e um sorriso pervertido nos lábios. Luisa continuava com as chicotadas, como se estivesse domando um leão.

— GEMA COMO UMA VADIA DECENTE! – Luisa gritava, dando chicotadas mais fortes.

Paul não pode deixar de rir ao observar a cena. Lola deu de ombros e entrou na cozinha, colocando algumas bandejas vazias dentro da pia.

— Senhor, essa sua gravata é tão kawaii! – Lola dizia com as mãos no rosto, e seus olhos castanhos brilhavam.

— Você que é kawaii, Lolita-chan! – O cliente falou.

— Aquilo é mais bizarro ainda, parecem duas garotinhas frescas e idiotas. – Lola continuou comentando, fazendo Paul rir mais.

— Você é muito engraçada. – Ele riu. A mulher fitou-o aparentemente irritada e virou-se para a pia, começando a lavar a louça, como um modo de disfarçar o rubor de sua face. Sim, até Lola Bucksworth não conseguiu resistir a um elogio de Paul. O maior saiu da cozinha e logo avistou Meiko e Lucky entrando no Maid Café. Os dois acostumaram a tomar café lá, assim podiam ver Lola em seus trabalhos e Lucky podia ver garotas atraentes com roupas curtas e decotes enormes.

— Bom dia, Meiko. – Paul disse com um tom de voz sensual, fazendo a garota corar logo de início. Meiko continuou com a expressão fria e séria, tentando fazer um sorriso que parecesse simpático e pensando em alguma maneira para disfarçar o seu rubor.

— Bom dia. – Meiko puxou uma cadeira e sentou-se com as pernas cruzadas, apoiando o cotovelo na mesa e o outro braço por cima da cadeira. Lucky se sentou na cadeira ao lado, abrindo ligeiramente as pernas. Meiko notou que o mesmo olhava para a bunda de Arya e tentou controlar a vontade de estapeá-lo na frente de todos.

— O que vão querer? – Paul perguntou educadamente. Rapidamente Arya brotou ao lado do mesmo, com os olhos brilhando ao ver Meiko e Lucky.

— Só faltava o Gee para a banda Blood Demon ficar completa agora! – A morena disse entusiasmada. Meiko se lembrou do irmão, que ainda dormia jogado em sua cama vestindo apenas uma cueca Boxer. Suspirou aliviada em saber que Sophie já tinha acordado, e não teria que se deparar com essa cena (já que a garota dorme no mesmo quarto de Gee, devido ao sorteio de tempos atrás).

— Você é fã da Blood Demon? – Meiko arquiou uma das sobrancelhas, ainda com o olhar sério. Mas, por dentro, queria dar um sorriso glorioso por finalmente ter seu reconhecimento.

— Claro que sim! Vocês são perfeitos! Olha você, Meiko, cabelos lisos e sedosos, lábios carnudos, pele branca, olhos maravilhosamente vermelhos e, principalmente, – Meiko pousou a mão no rosto ao já prever o que Arya falaria. – OLHEM ESSES SEIOS! ELES SÃO TÃO GRANDES QUE É IMPOSSÍVEL ACREDITAR DE QUE SÃO NATURAIS! Eu queria tanto apertá-los...

Meiko olhou para o lado, constrangida. Enquanto isso, Lucky não ouvia nada, apenas olhava para o grande decote do vestido de Arya e babando no canto de sua boca.

— Arya, você não tem outros clientes pra atender, não? – Paul perguntou irritado. Arya deu a volta na cadeira de Meiko a abraçou a garota fortemente por trás.

— PODE IR TIRANDO O CAVALHINHO DA CHUVA, VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR ROUBAR A MEIKO DE MIM. – Ela dizia. Lucky teve uma hemorragia nasal ao ver as duas se abraçando.

— E-Eu não estou tentando roubar ela de ninguém! – O maior respondeu, constrangido. Meiko corou.

— ARYA-SAN, VENHA AQUI AJUDAR A BUCKS À ARRUMAR A COZINHA! – Joseph pediu, gritando do escritório. Arya suspirou e soltou Meiko, indo em direção à cozinha. Bucks era o novo apelido de Lola, e ela simplesmente o odiava por parecer que estavam a chamando de “dólares”.

— ESPERA ARYA, NÃO ME DEIXE AQUI SOZINHO COM ELES! – Lucky pediu, levantando-se da mesa e correndo atrás da garota. – VOCÊ TEM UM CLIENTE, AGORA ME ATENDA.

O garoto se sentou em uma mesa, praticamente obrigando Arya a atendê-lo. A garota aproximou-se dele com seu sorriso tipicamente falso e ergueu um bloquinho de notas do bolso. Meiko não podia deixar de dar algumas olhadas na mesa, para “garantir” que nada estivesse saindo dos limites.

— A Meiko está aqui de novo. – Helena disse, à Lola, sem nenhuma animação. Lola se virou entusiasmada procurando a amiga.

— Vá lá interromper a conversa deles! – Arya pediu, interrompendo sua conversa com Lucky. Quando Lola ia correr, Joseph surgiu na porta da cozinha.

— Lolita-chan, você pode vir aqui arrumar a cozinha com a Bucks? Pelo visto, a Arya está ocupada demais conversan... Quer dizer, entretendo um cliente. – Joseph pediu. Lola assentiu, com um sorriso triste no rosto. Logo, entrou na cozinha. Arya e Helena reviraram os olhos, irritadas.

Diversas vezes Lucky olhava para a mesa de Meiko, notando que ela e Paul conversavam e riam constantemente. Ele sempre teve ciúmes da garota, e isso era óbvio. Lucky se virou para Arya, que o fitava com um sorriso malicioso.

— Está com ciúmes dela? – Arya riu. O rosto do garoto se cobriu por uma coloração avermelhada e seus olhos se esbugalharam.

— EU? N-NÃO! – Ele gaguejou, percebendo que havia se entregado. – Ok. Estou com ciúmes da Meiko.

Lucky passou a mão no bolso e retirou sua carteira, abrindo-a e notando que tinha 200 dólares. Ou melhor, 200 Bucks.

— Arya, eu te dou 200 dólares se você fingir ser minha namorada. – Ele disse, retirando as notas e colocando-as disfarçadamente sobre a mesa.

— Espero que você não esteja achando que sou uma prostituta. – Arya retirou um soco-inglês do bolso e colocou-o em seus dedos, com um olhar aterrorizante.

— Não é isso! – Lucky disse. – Eu quero fazer ciúmes na Meiko. Olha, todos saem ganhando. Se nós conseguirmos separá-la do Paul, você pode ficar com ele todinho pra você.

— Fala sério, você não acha que eu gosto dele, né? – A morena disse, irritada. Mas isso apenas a deixava mais fofa, fazendo Lucky parar alguns segundos para admirá-la. – Alô, planeta chamando o garoto com olhos de cego!

Lucky balançou a cabeça e voltou a fitá-la.

— Ok, se você me ajudar pode ficar contando pra todos que é namorada de um integrante da Blood Demon e que já é praticamente íntima da banda. – O maior suspirou.

— Vai me levar para as gravações de clipes e músicas?

— Sim.

— Feito. – Arya pegou o dinheiro, colocou-o no bolso, e rapidamente puxou Lucky pela nuca fazendo seus lábios se encontrarem. Lucky esbugalhou os olhos e o rubor vermelho voltou ao seu rosto. Quando percebeu que Meiko estava olhando, fechou os olhos e beijou Arya com mais voracidade.

— Sua amiguinha é bem oferecida, não? – Meiko disse, entortando um talher com apenas dois dedos. Paul riu.

— Não se preocupe com eles. – O maior mordeu o lábio inferior sensualmente. – Meiko, tenho que te pedir uma coisa.

Meiko parou de olhar Lucky e Arya se beijando e fitou os olhos verdes de Paul, que parecia tentar enxergar a alma da garota.

— Eu quero que você seja minha namorada. – Paul tirou um anel do bolso, que estava em uma pequena caixinha. O anel era de Arya, que pegou escondido. Antes que pudesse abrir a caixinha, Meiko se debruçou sobre a mesa e puxou-o pela gravata, o beijando profundamente. O maior podia sentir a língua de Meiko vasculhar cada canto de sua boca, assim como a sua fazia com a dela. Levantou-se, ainda beijando Meiko, e puxou-a pela cintura.

Helena saía da cozinha com uma bandeja cheia de xícaras. Ao ver Meiko e Paul se agarrando, deixou a bandeja cair fazendo todas as xícaras se quebrarem. Arya e Lucky interromperam seu beijo (sim, eles ainda estavam se beijando) para observar o que estava acontecendo. Helena olhava perplexa com os olhos lubrificados de lágrimas para Paul. Lucky virou o rosto para saber o que Helena olhava, e quando viu Meiko e Paul aos beijos sentiu seu sangue ferver.

— Desgraçada. – Helena sussurrou, olhando para Meiko com ódio.



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Notas finais do capítulo

"Na noite desta terça-feira, Chloe Nichols foi assassinada. Chloe possuía uma rede de lojas que vendiam roupas de grife por todo o continente Americano. Ela foi encontrada esquartejada em seu quarto hoje de manhã, com um dos olhos arrancados. Seu corpo já foi enviado para análises, para procurarem impressões digitais do assassino. Com certeza este assassino é o mesmo que está espalhando terror por toda a Nova York a um mês".
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E é a partir desse capítulo que a Helena fará de tudo pra separar o Paul da Meiko o/ Agora temos três casais oficiais:
1. Mitsuki e Brandon
2. Meiko e Paul
3. Lucky e Arya (apesar de eles não serem um casal de verdade).
O que vocês acham que a Toneide prometeu? E a Mitsuki, onde ela está? Se vocês acham que o Paul realmente gosta da Meiko, só tenho duas palavras pra falar: SEIOS GIGANTES.
e o Guii, no hospital? Se esqueceram dele? ): -q A Toneide vai se recuperar? A Blood Demon FINALMENTE gravará uma outra música? Vejamos isso nós próximos capítulos.
OBRIGADO POR LEREM, ESPERO VOCÊS LÁ NOS REVIEWS ♥