The Hunger Games - Peeta P.O.V escrita por Christine Silva


Capítulo 9
Droga! Como eu sou idiota.


Notas iniciais do capítulo

Nome do capitulo nada a ver :/
Eu gostaria de dedicar este capitulo para duas pessoas muito importantes pra mim como escritora dessa fic: Josiel (JHen) & Gustavo (Guh). Muito obrigada por tudo que vocês comentam sobre a fic. Mesmo. Vocês me ajudam bastante.
Eu fico muito feliz em ver que a partir da minha fic, as pessoas estão se interessando à escrever suas próprias histórias.
Enfim, boa leitura.



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Passo o resto da noite em claro. Gale me perturba até em meus sonhos. Não deveria ser assim, porque antes de meu nome ser sorteado naquela colheita, eu nem se quer tinha coragem de falar com Katniss. Gale por outro lado sempre esteve com ela.

Fico imaginando se nem meu nome, nem o de Prim tivesse sido sorteado na colheita, eu teria chance de falar com Katniss, de me aproximar dela? Não, eu acho que não. Eu me conhecia muito bem. Chance eu tive milhares de vezes. No jardim de infância. Na escola. E até mesmo na padaria enquanto ela negociava suas caças com meu pai. Sempre me faltou coragem de dizer um simples 'Oi'. Como eu sou idiota! Eu tive minha vida toda para fazer isso e decido criar coragem quando estamos á caminho de nossa morte.

Era incrível o efeito que Katniss tinha sobre mim. Chegava a ser impossível. Com tantas garotas em meu distrito, porque tinha que me apaixonar logo por ela? Por que não por qualquer outra? A resposta é: Porque nenhuma delas fez os pássaros se calarem com sua voz. Porque nenhuma delas lutou pela sua própria sobrevivência o tempo todo sem precisar de ajuda. Porque nenhuma delas era Katniss.

Pego no sono novamente. Desta vez, não tenho sonho algum.

Acordo com a luz do dia entrando pela minha janela. Levanto da cama sem a mínima vontade e vou para o chuveiro. Não posso dizer que aprendi a mexer em todos os botões do meu quarto, mas já sei diferenciar no painel qual dos botões me deixa com cheiro de rosas. É ele mesmo que eu aperto.

Quando saio do banho, vejo que deixaram algo pra eu vestir em cima da cama. Calças pretas justas, uma túnica lilás de mangas compridas e sapatos de couro. Hoje deve ser o inicio do treinamento dos tributos. Visto minha roupa e penteio os cabelos. Haymitch me chama para o café da manhã. Ele parece sóbrio. Ou só está menos bêbado que de costume.

– Bom dia garoto. - Diz ele com a voz meio rouca. Provavelmente está passando por uma bela ressaca.

– Bom dia Haymitch.

Caminhamos em silencio pelo corredor até a sala de jantar. Katniss já está acordada e se servindo de pães e chocolate quente. Faço o mesmo e sento-me à mesa. Haymitch por outro lado enche seu prato de cozido. Todos comemos em silencio. Logo ele termina e pega a garrafa em seu bolso. Após um longo gole, ele apoia os cotovelos na mesa.

– Vamos começar a trabalhar. Treinamento. Primeira coisa, se vocês concordarem, vou treinar os dois separadamente. Decidam agora.

– Por que nos treinar separadamente? - Pergunta Katniss.

– Digamos que você tenha uma habilidade secreta que não queira que o outro conheça - Diz ele.

Katniss olha pra mim.

– Não tenho nenhuma habilidade secreta - Digo. - E já sei quais são as suas, certo? Quero dizer, já comi muitos dos seus esquilos.

Como eu disse Katniss sempre ia à padaria do meu pai, ela e Gale trocavam seus esquilos por pães. Não era uma troca muito justa, em minha opinião esquilos valem bem mais do que um simples pão.

– Você pode nos treinar juntos - Diz ela a Haymitch.

Balanço a cabeça concordando.

– Tudo bem, então por que vocês não me dão alguma ideia do que são capazes de fazer? - Diz Haymitch.

– Não sou capaz de fazer nada. A não ser que fazer pães adiante alguma coisa. - Digo sarcasticamente.

– Sinto muito, mas acho que não serve pra muita coisa. - Ele responde com o mesmo tom. - Katniss. Já sei que você tem habilidade com facas.

– Não muita. Mas sei caçar. - Diz ela. É claro que sabe. - Com arco e flecha.

– E você é boa nisso? - Pergunta Haymitch.

Katniss parece pensar no assunto por um minuto.

– Dá pro gasto. - Responde ela.

"Dá pro gasto"? Como assim "Dá pro gasto"? Ela vem alimentando ela mesma, a irmã e a mãe fazem quatro anos. Isso não é pouca coisa. Como ela pode apenas responder "Dá pro gasto”?

– Ela é excelente. - Digo - Meu pai compra os esquilos dela. Ele sempre comenta sobre como as flechas nunca penetram o corpo. Ela atinge todos os bichos nos olhos. É a mesma coisa com os coelhos que ela vende no açougue. Ela consegue abater até gamos.

Ela sabe fazer tudo isso e diz "Dá pro gasto". Queria eu saber metade do que ela sabe.

– O que você está fazendo? - Pergunta ela.

– O que você está fazendo? Se ele vai te ajudar, ele precisa saber do que você é capaz. Não se subestime.

Ela parece estar ficando irritada.

– E você? Já te vi no mercado. Você consegue levantar sacos de farinha de 45 quilos. - Rebate Katniss. Isso é novidade pra mim. Eu não sabia que ela me observava no mercado. - Diga isso a ele. Isso não é pouca coisa.

– Eu sei, e tenho certeza de que na arena vai ter um monte de sacos de farinha pra eu jogar nas pessoas. - Isso não é a mesma coisa que usar uma arma. Você sabe que não. - Ser sarcástico. Aprendi isso lidando com minha mãe por anos. Ela sempre pegou demais no meu pé, então eu aprendi a respondê-la sarcasticamente.

– Ele é bom em luta livre. - Diz ela se dirigindo à Haymitch - Ele ficou em segundo lugar no campeonato da escola ano passado. Só perdeu pro irmão.

Como é que ela sabe tantas coisas sobre mim? Quer dizer então que ela prestava atenção em mim e eu nunca percebi isso? Droga! Como eu sou idiota.

– E pra que serve isso? Quantas vezes você viu alguém matar alguém lutando? - Pergunto. Confesso que também estou ficando irritado com tudo isso. O fato de ela saber coisas sobre mim e o fato de que ela não vê que o que ela sabe, o que ela aprendeu por conta própria é de muita serventia na arena.

– Sempre tem algum combate corpo a corpo. Basta você aparecer com uma faca que já vai ter alguma chance. - Continua ela - Se eu for pega assim estou morta.

Já chega!

– Mas isso não vai acontecer! Você vai estar empoleirada em alguma árvore comendo esquilo cru e acertando as pessoas com suas flechas. - Percebo que estou gritando. - Você sabe o que minha mãe disse pra mim quando veio se despedir? Só pra me dar ânimo? Ela disse que podia ser que o Distrito 12 tivesse finalmente um vencedor dessa vez. Depois percebi que ela não estava se referindo a mim, mas a você!

– Ah, ela estava se referindo a você mesmo.

– Ela disse: "Ela é uma sobrevivente, aquela lá". Ela disse ela.

Finalmente a raiva e a irritação tomou conta de mim. Porque ela tem que ser tão teimosa?

– Mas só porque alguém me ajudou. - Diz ela.

Do que ela pode estar falando? Será...? Ela está mesmo se referindo de quando nós tínhamos onze anos de idade?

Eu me lembro como se fosse ontem. Estava chovendo. Fazia apenas três meses que o pai de Katniss havia morrido. Eu estava fazendo os pães. Katniss estava no quintal remexendo a lata de lixo em busca de comida, imagino eu. Minha mãe ouviu o barulho e logo foi para a porta. Chegando lá, ela berrou para que Katniss saísse de lá. Ameaçou até chamar os Pacificadores. Logo fui para a porta, estava pensando em uma maneira de ajuda-la. Minha mãe entrou praguejando de todas as formas possível. Katniss parecia fraca. Muito fraca. Voltei correndo para a padaria. Enquanto minha mãe continuava praguejando, eu joguei dois dos pães no fogo de propósito de modo que eles não queimassem completamente. Quando minha mãe voltou e viu o que eu tinha feito, ela pegou uma das formas que segurava em minha direção. A quina da forma acertou meu rosto e me jogou no chão fazendo um barulho imenso. Eu apenas a encarei. Primeiro porque não havia lagrimas em meus olhos, depois porque eu estava com muita raiva dela. Como ela podia ser daquele jeito? Meu pai sempre fez tudo o que ela quis e mesmo assim, ela nunca estava feliz.

Peguei os dois pães e fui para a porta.

– Dê para os porcos, criatura idiota! Por que não? Nenhuma pessoa decente poderia querer um pão queimado! - Gritava ela da padaria.

Eu retirei as partes queimadas dos pães e joguei para os porcos. Minha mãe estava atendendo alguém na padaria. Olhei para Katniss que estava sentada ao pé de uma árvore no quintal, olhei rapidamente para a padaria e joguei os pães para Katniss. Depois fechei a porta e voltei para a padaria. Daquele dia em diante, eu nunca mais fui o mesmo com minha mãe. Comecei a trata-la friamente. E desse jeito que eu a tratava até antes de ser escolhido como tributo.

De qualquer forma, já faz um bom tempo. Além do mais, tenho certeza de que se eu não tivesse queimado aqueles pães e dado para Katniss, ela teria arrumado outra forma de se alimentar, como fez depois que isso aconteceu.

Apenas dou de ombros.

– As pessoas vão te ajudar na arena. Eles vão se degladiar pra te patrocinar. - Digo

– Não mais do que a você. - devolve ela.

Olho para Haymitch

– Ela não faz ideia do efeito que causa. - Recuso-me a encara-la. Não quero mais discutir sobre esse assunto. Desta vez ela não responde com outras mil palavras, apenas olha para o nada, envolta por seus pensamentos.

Depois de um tempo, Haymitch diz:

– Ok, então. Ok, ok, ok. Katniss, não há nenhuma garantia de que haverá arco e flecha na arena, mas durante sua sessão particular com os Idealizadores dos Jogos, mostre a eles o que você é capaz de fazer. Até lá, fique longe dos arcos. Você é boa em armadilhas?

– Sei montar algumas arapucas básicas - diz ela.

– Isso pode ser importante em termos de comida. - Responde Haymitch - E Peeta, ela tem razão, nunca subestime a força de alguém na arena. Com muita frequência, a força física faz a vantagem pender para o lado de determinado competidor. No Centro de Treinamento há halteres, mas não revele quanto você consegue levantar na frente dos outros tributos. O plano é o mesmo para vocês dois. Vocês vão para o treinamento de grupo. Passam o tempo tentando aprender alguma coisa que desconhecem. Arremessar uma lança. Manusear uma clava. Aprender a dar um nó decente. Tudo menos mostrar no que vocês são bons. Até chegarem às sessões particulares. Estamos entendidos? - Nós dois balançamos a cabeça, concordando. - Uma ultima coisa. Em publico, quero vocês um do lado do outro o tempo todo. - Quando tentamos discordar, Haymitch bate a mão sobre a mesa. - O tempo todo! Isso não está aberto à discussão! Vocês dois concordaram em fazer o que eu dissesse! Vocês vão ficar juntos, vão parecer amáveis um com o outro. Agora saiam. Effie estará esperando vocês no elevador às dez horas pra começar o treinamento.


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