–Vamos começar? Damen falou pacientemente, como se lhe restasse todo o tempo do mundo.

Adam se levantou e retirou o sobretudo, ele usava uma cueca branca box que era a única coisa que ocupava seu corpo, inicialmente tinha sido bem estranho ser tocado e ajustado por outras pessoas que não fosse ele mesmo, mas agora era completamente normal, o que era estranho. Era apenas o que era. O garoto se vestiu e Adam fez alguns pontos. Sua roupa era preta e cinza, em um degrade muito belo.

–Achei mais adequado para a ocasião cores mais escuras, para cada família dos distritos e para representar...

Adam sabia qual palavra era, mas não queria escutar, ele queria tapar os ouvidos e chorar como uma criança, mas aquilo não funcionava mais na sua idade. Depois de um tempo você aprende que correr para os braços de sua mãe e fazer com que ela solucione seus problemas não vai ajudar.

– A morte. - Damen falou com a foz quase não presente.

Adam sentiu algumas espetadas desconfortáveis da agulha que amava se intrometer aonde não deveria. No final ela ficou perfeita. O rosto de Adam estava mais magro que o usual, á 14 dias. Ele não tinha vontade de comer, não tinha vontade de caminhar, andar e nem ao menos respirar.

– O que fez com o desenho? - A voz de Damen abriu um buraco em seus pensamentos e fez com que ele se perdesse. O garoto piscou e virou os olhos, agora em tons castanhos, para o estilista.

–Ah...O desenho... - Adam tateou os bolsos mas lembrou que o desenho não o pertencia mais. - A família da Flo...

–Ah sim. - ele falou como se intendesse a situação. - Você fez certo.

Alguém bateu na porta e a abriu imediatamente. Melin entrou seguida por Lírian.

–Me desculpe, Damen... ela disse que precisava ver você.

–Precisava mesmo. - falou Melin emburrada por a maioria das pessoas não a levarem a sério plea sua idade.

–Tudo bem. - Damen falou com o olhar sereno de sempre e com um sorriso fino nos lábios.

–Fale, moça.

–Moça... muito bom, prefiro assim. Então você é o estilista da minha irmã?

Damen confirmou com a cabeça enquanto Adam só os observava, sem ser ao menos presenciado ali.

Melin se aproximou do ouvido de Damen e sussurrou. Era incrível como a pele branca de ambos não poderia ser ao menos diferenciada de tons. Ela passou um papel para ele e o homem guardou em um dos bolsos, Melin abriu a porta e se afastou. Depois disso Damen pediu que Adam retirasse seu casaco para que ele arrumasse o tecido, que estava meio amaçado e saiu procurando Lordis para que o ajudasse.

Adam se sentou sobre a cama e esperou, olhou pro teto e ficou o encarando, como fazia a dias. Como iria fazer nos próximos anos de vida. Ele encostou sua cabeça no travesseiro e caiu em sono.

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Adam estava em uma floresta.

–Vamos, Adam!! Porque demora tanto. Venha me achar.

Flo se escondia com seus cabelos morenos amarados em uma trança com flores e vestia um vestido branco.

–Não consegue? - Ela ria muito e corria para impedir que Adam a encostasse. Adam se esforçava para correr, ele queria alcança-la mas por mais que ele corresse ela se afastava.

–Querido... Vamos...Acorde!!

Adam abriu os olhos e deu a cara em um monte verde de purpurina, a peruca de Horquídia. Ele pediu desculpas a ela e logo depois Damen chegou com seu casaco. Adam se vestiu e Horquídia fez com que ele descesse, seu pai estava lá embaixo e seus irmãos permaneciam na escola. Eles se despediram e Adam foi levado em um carro vermelho em estilo antigo até os trens.