Jogos- A Minha Batalha Começa escrita por Fran Marques


Capítulo 49
Lago espelhado




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A viagem de tren foi tranquila como o esperado. Horquídia adorava comentar quando eles passavam de um distrito para outro ou sobre alguns detalhes especiais sobre cada local. As vezes Adam escutava a voz da mulher arco-íris chamar Florence querendo lhe mostrar alogo novo, porque ela estava sempre disposta a aprender, mas não era assim com ele.

A garrafa da noite passada tinha desaparecido e Adam encarava a sua chícara de café. Tinha prometido as si mesmo que não iria mais tocar em uma qualquer coisa que não o fizesse continuar sóbrio.

O cheiro de café preenchia suas narinas e atrapalhava seus pensamentos. Ele estava centado em uma cadeira de veludo vermelha clara e ali tinha permanecido todo o peso de seu corpo. Seus olhos vagavam para fora das janelas. Eles tinha passado pelos grandes edifícios luxuosos do Distrito 1, as grandes e cinzentas muralhas do Distrito 2 , Os prédios negros do Distrito 3 e o litoral do Distrito 4. Depois disso Adam caiu no sono.

Ele estava em um campo como no Distrito 11. Á sua frente, um lago reluzia como um espelho, uma menina dona de ombros magros, pele branca e cabelos castanhos estava parada com a água protegendo seu preito para cima, completamente nua. Aquele era o lago em que Florence tinha o levado milhares de vezes, era o lago que ela pescava com seu pai. Florence revirou os olhos e sorriu. Adam vestia um paletó de veludo que Damen tinha escolhido especialmente para ele, era de um vermelho vinho e tinha uma calda longa, por baixo se encontrava um colete verde musgo sobre uma blusa amarelo queimado. Ele estava bonito, como quase sempre.

Florence não falou nada, apezar de tentar formar uma frase, nenhuma palavra conseguia sair de sua boca.

–Oi. - Adam falou. Ele queria tocar a pele de Florence, sentir o cheiro dela, escutar sua voz, conseguir abraça-la. Mas ela permaneceu no lago. Ambos ficaram se estudando até que Flo saiu da água. Ela nadou até a beira do lago e encostou na pele de lobo branca como papel. Ela se enroscou ali e virou para o garoto que admirava seu corpo.

–Olá, Adam.

Seus lábios balbuciaram como se fossem feitos de pena, tão leves e puros. Adam queria beija-los novamente.

–Florence. Me Desculpa.

A garota sorriu maliciosamente, com os olhos castanhos brilhantes.

–Não me pessa desculpa, porque a culpa não foi sua.

–Eu queria que você me fizesse acreditar. Aonde eu estou?

–Acho que no que alguém chamaria de paraíso.

–Como assim?

–Eu estou morta. Aqui é o meu ponto de equilíbrio. Eu encontrei a minha avó aqui, e talvez, quando minha mãe e meu pai vierem me visitar eu conheça outras pessoas. Não espero que eles venham tão cedo.

–Eu quero te visitar sempre. Quantas vezes mais eu vou conseguir te ver?

–Nenhuma. Você só conseguiu chegar aqui porque a sua necessidade do meu perdão eram imensas.

–Ou porque meu amor era imenso.

–Se fosse você não teria feito tudo aquilo. - agora os olhos de Flo pareciam arder em fogo.

–Eu achei que você iria jogar como eu joguei.

–Ótimo, seria prudente você ter me perguntado isso antes, não seria?

Adam ficou quieto. Florence se virou para a floresta e começou a caminhar em sua direção. Adam foi atás dela.

****************************

Era um chalé no meio de uma pequena clareira. As árvores eram altas como se tentassem se esforçar para tocar o céu. Florence entrou no chalé e Adam á seguiu. Ele não prestou atenção no comodo, apenas em Flo. Seus olhos estavam filtrados nela, como se estivessem magnetizados pela força inesgotável da atração.

Flo entrou em seu quarto e catou um vestido branco. Adam fechou os olhos no momento em que ela deixou a pele do lobo tocar no chão. Era apenas o respeito que ele tinha por ela, era bem claro que ele queria tocar em seu corpo e sentir a pele lisa novamente, sem os machucados ou ferimentos. Ele ficou ali, centado em uma imensa cama de casal coberta de peles de animais, desejando abrir os olhos, mas não o fez.

–Aonde está sua avó?

–Colhendo. - ela respondeu com poucas palavras. -Preciso que feche.

Adam abriu os olhos, antes cerrados, e encarou as costas de Florence. "O zíper do vestido." ele pensou, e suas mãos rapidamente o fecharam.

Ela virou o rosto para ele e encarou os olhos que agora estavam verdes. Ele levantou a mão para encostar no rosto da garota mas ela o interviu.

–Não me toque.

–Porque? Lembra que um dia você já foi minha namorada?

–Tente me tocar.

Adam levou a mão ao rosto de Florence e sua pele voltou ao mesmo tom de quanto ela tinha morrido. Cortes foram formados em seu rosto , seus lábios pintados de sangue e os olhos ficaram sem vida.

Adam restirou a mão repentimanete do rosto dela, com o medo de reve-la morta.

–Você viu o que?

Adam estava apavorado. Ele caiu na cama centado e encarou o rosto de Florence voltar a ter vida e se realinhar.

–Porque isso acontece?

– Adam, a vida e a morte são duas linhas diferentes com somente um ponto de encontro, elas exitem na mente de cada pessoa e só se chocam uma vez. Eu sou a morte, você é a vida, e ainda não está no momento certo de nos encontrarmos.

Florence sentou ao lado do garoto e suspirou. Ela queria abraça-lo e beija-lo, mas não podia.

–Você vai acordar.

–Eu não quero.

–Isso não depende de mim ou você.

–Mas...

–Cale a boca, Adam. - Falou florence severamente e ele obedeceu.

Os dois ficaram se encarando, sem dizer nenhuma palavra e a visão de Adam ficou turva. Florence começava asumir aos poucos, mas algo o prendia aonde estava.

–Boa sorte nos futuros jogos que vai jogar. - Florence sumiu e tudo se apagou.

Ele a perdeu novamente.


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