Jogos- A Minha Batalha Começa escrita por Fran Marques


Capítulo 46
Vitorioso




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Piscki foi separado de Adam quando ele voltou da arena. Seu mentor segurava uma faca e se esforçava ao máximo para fazer qualquer dano a seu tributo. Adam parecia assustado e abatido, mas ele não queria saber. Ele queria fazer um corte no garoto por cada vez que ele tinha tentado machucar Florence. 

Piscki tinha apostado na garota, e, além disso, se apegado a ela. Ele viu Flo passar por tudo na arena, ele acompanhava cada transpiração e movimento, para no final não conseguir parabenizá-la por sua vitória. 

Verônica mantinha a se apresenta com seu amigo. Você ainda deve estar curioso para saber a história dos dois, ou até se esqueceu. Deveras, eu os lembrarei. O mentor de Verônica era um idiota, drogado e bêbado morador do Distrito 7. Piscki sabia que ela morreria com a ajuda daquele homem tão repugnante quanto ele que mal se esforçava para tentar a tornar uma vitoriosa. Ele acompanhou a menina dez do primeiro momento que ela se voluntariou. Sua irmã tinha sido escolhida, mas imediatamente que escutou seu nome sair da boca da palhaça colorida que escolhia os tributos, a garota retirou uma arma do bolso e se matou. A irmã de Verônica tinha 17 anos. Era sua única família e depois de ver o que restava dela morrer, depois de observar todos aqueles rostos apavorados, com as mães rezando que seus filhos não fossem escolhidos e todo o amor que poderia ser desmanchado, ela se voluntariou. Piscki optou por salva-la. Seus tributos morreram no banho de sangue, e o que sobrou de opção foi á pobre menininha do Distrito 7, que provou não ser nada fraca como aparentava. Ela devia para ele e com o tempo, a vida sozinha de um mentor tinha juntado os dois e eles viraram amigos. Ele virou um pedaço de uma família que ela própria criou. 

Quando ela viu Adam pensou em Kahinan, como Kahinan também tinha sido um grande amigo para ela e como se sentia bem com ele por perto. Era como se fossem irmãos, agora ela era uma irmã fictícia de um cadáver. Mais um cadáver para sua coleção.

Adam foi vestido com as melhores roupas que a Capital possuía, tudo para se apresentar mais uma vez. Ele presenciou os prédios que faziam parte da grande floresta de árvores metálicas da Capital. Ele não queria ver Caesar Flickerman mais uma vez. Ele não conseguiria fazer aquilo sem lembrar de Flo. O público que parecia um palhaço abanou para ele quando ele desceu do grande automóvel que o levava para a o prédio que ele tinha dividido com os outros tributos, ele retribuiu os cumprimentos, mas sem sorrir como sempre tinha feito. 

Adam entrou no edifício que pareciam um grande monstro de metal. Subiu o elevador, o dividindo com Horquídia e Piscki. Horquídia estava impecável como sempre, abraçou o garoto vencedor e o parabenizou, mas seus olhos provavam a mentira dela. Os olhos mostravam o quanto ela desejava que Florence tivesse voltado viva, exatamente como o mentor. O garoto se dirigiu ao quarto e deitou sobre os lençóis fofos e travesseiros enfeitados, olhou para o teto e ficou ali, encarando o nada como no Distrito 11 quando Flo estava ocupada e não poderia distraí-lo. Tudo que Adam desejava agora era a voz de Flo para consolá-lo, mas ela não tinha mais voz. Ele queria poder caminhar até o Distrito 11, visitar a cabana do Sr. e Sra. Finiggad e perguntar se Florence estaria em casa porque ele queria conversar, mas o sofá em que ela geralmente ficava se encontraria vazio.

Ele sabia o que tinha feito e o que Florence Finnigad tinha passado por ele. Ele queria se matar, mas não encontrava coragem para isso. Eles dois até que formam um belo casal, o menino covarde e a garota morta.

Bateram em sua porta e Adam pediu que entrasse, esperando que Horquídia iniciasse a lista de coisas que ele deveria fazer para estar apresentável a Capital, mas ela Piscki.

Adam o encarou com seus olhos melancólicos.

-Eu não a matei.

-Ah garoto, eu esperava mais de você. Esperava mesmo. Eu sabia que você não a amava como ela te amava, mas achei que você não seria assim tão gélido. – a voz de seu mentor ressonava pela sala. Ele puxou uma cadeira e se sentou.

-Eu. Não. Matei. Ela.

-Se você acha que não a matou então você não sabe o que é matar. Ela se matou, sim, mas ela fez isso porque ela achou uma saída melhor que a sua. As pessoas podem escapar da arena, mas pra você, ela sempre vai ficar flutuando nas lembranças. Florence achou um jeito mais inteligente, quer dizer, ela sempre aparentou sem mais inteligente.

-ELA ESTÁ MORTA!! – Adam berrou furioso com Piscki. Como ele poderia falar assim de sua Florence?

-Eu sei. E você não merecia ela. Qualquer um aqui tem mais direito de falar dela do que você. Você a apodreceu por dentro.

-Eu só estava jogando.

-EXISTIAM VÁRIAS MANEIRAS DE JOGAR! – Piscki berrou as palavras no rosto do menino, que começou a chorar.

-Mas eu amava ela...- ele suspirava e não conseguia completar as palavras. Piscki o deixou ali nas sombras do quarto com as lágrimas caindo pelas bochechas e se chocando contra a cama. 


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