Jogos- A Minha Batalha Começa escrita por Fran Marques


Capítulo 2
Visita após a Colheita




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Sempre me imaginei nos jogos. Inúmeras vezes, para falar a verdade, mas nunca com Adam. Agora eu estava sentada em um sofá velho, esperando para receber uma visita, pois eu sabia que meus pais e irmãos viriam. Minha visão estava grudava lá fora, os grupos de pessoas começavam a se dispersar, até que minha atenção foi concentrada na porta que abriu permitindo que toda a minha família caísse em cima de meu corpo magro para me abraçar.

–Você vai ganhar.- falou minha irmãzinha-

–Nós sabemos que você vai, Flo, e vai voltar pra casa. - meu irmão falou, limpando as lágrimas em meu vestido. Eu não podia chorar, mas chorei.

Minha mãe não falava nada, apenas soluçava, até que chegou bem perto de mim e me abraçou, sussurrando em meu ouvido "Nós te amamos, você vai ganhar e vamos estar te esperando aqui. Nós te amamos muito."

Cada um deles foi saindo aos poucos até que restou apenas meu pai e eu. Ele me abraçou e retirou uma corrente do bolso, uma corrente de prata, como o meu anel e o de Adam. Era uma flecha, uma flecha afiada, parecendo os dardos que eu utilizava da zarabatana. Ela era incrustada de pedrinhas azuis, aquele pingente já tinha sido de minha mãe. Tinha muitas fotos que eu vira ela o usando.

–Representa a coragem, e como você deve saber, pertenceu a sua mãe, mas ela pediu que eu desse para você. Ela falou que não teria forças para entregá-lo. Boa sorte minha filha. Eu te amo muito, todos nós te amamos.

Ele me abraçou e saiu. Foram ás únicas visitas que tive, e depois de alguns minutos, homens de branco me levaram para o trem em direção a Capital. Caminhamos até nosso transporte, não olhei para os lados, apenas encarei o chão até avistar os degraus metálicos do trem. Entramos em um vagão completo com cadeiras acolchoadas de vermelho. Da janela eu conseguia ver meus irmãos com olhos vermelhos acenando freneticamente para mim e minha mãe enrolada nos braços de meu pai, chorando.

Eu abanei para eles e tentei sorrir, mas aquilo apenas me fez chorar mais. Vi o trem começar a se mover e desviei o olhar, e em alguns minutos ele atingiu o horizonte. "Feliz garota? Está fora dos perímetros do seu Distrito. Contente?" uma voz irritante tamborilava em minha mente, mas eu só pensava em uma coisa. Agora eu iria morrer e estava com muito medo.



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