Jogos- A Minha Batalha Começa escrita por Fran Marques


Capítulo 1
Tranquilidade do Distrito 11




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O dia começou tranquilo. Aqui no Distrito 11 sempre é tranquilo. Fui para o trabalho esperançosa. Eu colhia nas áreas de frutas, aonde tínhamos que subir em árvores para pega-las, esse trabalho era encarregado para as crianças ou os mais leves, pois assim tínhamos menor chance de que os galhos quebrassem e que nós nos esborrachássemos no chão. Para uma garota de 14 anos, eu era bem leve.

Saí de minha cama,que na realidade era apenas um colchão úmido e frio. Levantei e olhei meus dois irmãos dormindo no chão sobre almofadas, dividindo o mesmo lençol. Observei meus pais dormindo no sofá cinzento e furado. Me vesti para o trabalho com um short e uma blusa branca e saí. Meus pés descalços tocavam o solo úmido enquanto eu passava em frente a cabana de Adam.

Assim que o garoto me viu abriu um sorriso, o mesmo de sempre dês do momento que soube que eu seria apenas dele. Nós dois estávamos namorando a dois meses e 28 dias, e graças a ele, eu tinha decorado isso depois de escutar o garoto repetir isso continuamente.

–Como vai, morena?

–Bem, mas a noite foi terrível.

–Pesadelo?- perguntou ele, e seus olhos castanhos piscaram para mim-

–Poderia ter acontecido outra coisa?

Adam riu e me abraçou, passou a mão em meus cabelos castanhos e os bagunçou, eu tentei fazer o mesmo com seus cabelos morenos, mas era inútil, pois eles eram ralos e você nunca conseguiria perceber se estão em ordem ou não.

–Nem tenta, eu fico bonito de qualquer jeito. - falou ele com seu ego quase o consumindo-

–Claro- falei no meu tom sarcástico diário-

–Foi um pesadelo com a Colheita?

–Sim.- afirmei-

Adam era mais alto que eu, ele era mais forte que eu, mas as vezes parecia ser uma criança. Ele passou metade de sua vida jogando bola na rua com os garotos e quebrando vidros, enquanto eu ficava em casa o observando e saia apenas para ir a escola, com o medo intenso de meus pais por eu ser pega fazendo algo errado. Realmente eles tinham razão, eu não era nem um pouco inocente. Quando conseguia sair escondida, roubava frutas no mercado ou da colheita e se alguém me denunciasse, eu seria morta.

Chegamos nos campos com fileiras de árvores nos cercando e acompanhadas delas, as torres de observação 24 horas, aonde era revezado os dias entre nós, trabalhadores, e se caso alguma coisa não fosse anotada ou entregue por nós, ou algum roubo não acusado, os vigias seriam violentados.

Subi em uma árvore rapidamente e Adam ficou lá em baixo esperando eu entregar as frutas para ele colocar em sua cesta. Lá em cima era o melhor lugar para trabalhar. As árvores eram altas e a vista era perfeita, realmente, além dos muros cinzas do Distrito 11 tinha um horizonte que um dia eu desejaria ver.

–Você acha que eu sobreviveria nos jogos?- Perguntei a Adam, me perturbava o sonho de ser escolhida para tributo-

–Não- falou ele como se não importasse realmente. Aquilo me ferveu a cabeça, não era a primeira vez que fiz me falava isso e eu sentia uma fome intensa de mostrar para ele que eu poderia sobreviver.

–Eu iria fazer uma zarabatana e fugir para bem longe, e você?

–Você iria morrer no banho de sangue tentando pegar uma mochila. - falou ele sem responder minah pergunta-

–Para sobreviver você não precisa ser forte, precisa se adaptar e ser inteligente.

–Se você não é forte, você não sobrevive.

–Peeta e Katniss não eram exatamente fortes e sobreviveram. Haymitch sobreviveu e não matou, Rue ficou entre os nove e Cato morreu, um garoto realmente forte, devo admitir. Eu. Iria. Sobreviver.

–Se você quizer mentir para si mesma, continue assim.

Me irritei e continuei a tacar frutas, até que achei uma maça podre e joguei "acidentalmente" na cabeça de Adam.

Acabei meu turno e fui para casa acompanhada de outras crianças que trabalhavam de manhã. Hoje seria apenas contado o turno da noite e o da manhã, pois agora teriamos a colheita. Nunca tive pavor exatamente, porque meio que sabia que não seria escolhida e seu eu fosse, estaria pronta. Eu sabia exatamente como fazer uma zarabatana com uma casca de árvore e dardos com madeira e se eu os mergulhasse em uma determinada fruta, apenas um tiro e a pessoa estaria morta em menos de três minutos. Eu sabia sobre as plantas, sabia usar a espada muito bem, eu sou super rápida e... teria 0,000000000000000000001% de chanses de sobreviver, mas era melhor que nada.

Me vesti com um belo vstido azul que recaia bem sobre minha pele morena-clara. Saí de casa com minha irmã e meu irmão juntos. Nós três estávamos segurando a mão uns dos outros e vi Adam saído de sua casa. Nós apenas nos cumprimentamos com a cabeça, aquele momento era de temor, era de medo. Eu queria penas que alguém me abraçasse e falasse que tudo ficaria bem, mas na realidade, tudo só poderia piorar. Adam tinha 16 anos, três irmão, duas gêmeas de 14 e um menino de 12. Seu pai e ele cuidavam de todos, pois sua mãe fora morta. Meus pais estavam juntos e nos seguiam vagarosamente.

************************************************

Fizemos o de sempre, furamos nosso dedo e fomos marcados, fomos separados por fileiras e vi o desespero de meus dois irmãos. Era o primeiro ano de minha irmã e o segundo de meu irmão. Nada de mau iria acontecer. Como eu estava errada. Era apenas meu terceiro ano.

Uma mulher de peruca estilo colorida entrou. Sua íris era roxa e grandes cílios azuis marcavam seus olhos.

–Bem vindos....BLABLABLABLA....- me apoiei no ombro de uma garota que estava ao meu lado, eu não a conhecia, mas não me importava. Meu coração batia forte e as coisas ao meu redor começavam a ficar escuras. Era minha baixa pressão novamente, mas não agora. Não poderia estar acontecendo agora!

–Florence Finiggad

Meu coração martelou contra o peito e eu ergui meus olhos para a mulher arco-íris. Ela repetiu meu nome e seu sotaque da Capital ecoou pelo campo mas eu caí no chão. Meus joelhos se sujaram de terra e um soldado de branco veio me carregar.

–Ela está passando mal!!!- berrou minha irmã, sua cabeleira loira se destacava entre a multidão, suas mãos quentes tocaram meu rosto e fizeram eu olhar para seus olhos castanhos.

–Flo!!- gritou minha irmã. Me levantei totalmente tonta enquanto minha irmã era separada de mim-

Me arrastei até o palco e observei todas as crianças. Adam exibia desespero. Adam estava com raiva, até que a mulher tirou o nome do tributo masculino para esta edição dos jogos e meu coração estremeceu.

–Adam Zeander.

Ele mudou sua posição meio corcunda e ergueu a cabeça. Eu teria que matá-lo, ou seria o contrário.


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