“–Eu te amo, Edward. Obrigada por me dar isso.

–Isso...? –ele pergunta.

–Uma família. –beijo-o e sorrio contra seus lábios. –Eu te amo.”

POV Bella.

–Acorda, Bella.

Abro os olhos e respiro fundo. Viro meu rosto e encontro Louis parado do meu lado da cama, com seu pijama e com um sorriso enorme. Viro meu rosto para o outro lado e vejo que Edward não está na cama.Ele acordava antes.

Fazia uma semana que eu estava morando com eles e eu não poderia estar mais feliz. Levar Louis para escola era o que eu mais gostava. Louis ainda não sabia como me apresentar a seus amigos, ele somente dizia “Essa é a namorada do meu pai, Bella” e eu sorria. Eu não esperava ser chamada de mãe ou algo assim mas estava feliz por fazer parte da vida dele agora.

–Bella, hoje é sábado, você prometeu me levar pro parque. –Louis diz pulando na cama, passando por cima de mim e se sentando no lugar de Edward.

–Meu Deus, que horas são? –pergunto coçando os olhos. Louis ri.

–07h40min da manhã.

–Louis, está muito cedo. Eu dormi pouco.

–Mas nós subimos 22h. Você dormiu... –ele fecha os olhos e levanta um dedo. –10 horas e está com sono?

–Digamos que não fui dormir as 22h... –digo rolando meu corpo e abraçando o travesseiro.

–Então ficou fazendo o quê? –ele pergunta cruzando os braços. Sorrio contra o travesseiro lembrando das horas em que eu e Edward ficamos fazendo amor.

–Nada, Louis... –derrotada, eu me sento na cama e passo a mão pelo cabelo. Parabéns, Bella, você só dormiu 5 horas e deve estar parecendo a Amanda Bynes em seus piores dias.

–Então vamos ao parque? –ele pergunta animado.

–Primeiro, onde está seu pai? –pergunto saindo da cama. Louis sai também e me segue até o banheiro mas para na porta, sabendo que eu iria fechar.

–Ele teve que sair, resolver uns problemas na empresa, foi o que eu entendi. –ele diz gritando através da porta. Corro para terminar minha higiene pessoal e saio do quarto com Louis me seguindo novamente até o closet.

Quando olho para ele, ele ri e sai do closet. Alguns minutos depois eu saio vestida, um vestido simples e sapatilhas. Tudo na casa já estava preparado para me receber. Edward tinha me dado boa parte de seu closet, no banheiro já havia meus produtos e em seu escritório ele tinha colocado alguns de meus livros favoritos.

–Você disse que queria ir ao parque, por que só eu estou vestida? –digo me abaixando um pouco para olhar nos olhos de Louis. –Anda logo, menino.

Bagunço seu cabelo e ele sorri de orelha a orelha antes de sair correndo do quarto e ir se arrumar.

–Bella. –ouço Dianna me chamar e saio do quarto, desço as escadas e encontro ela na cozinha. A bancada estava cheia de sacolas de compras e ela estava mexendo na geladeira.

–Dianna. –digo me aproximando dela. Ela sorri e continua organizando a geladeira.

–Recebi a mensagem de Edward para abastacer a cozinha, então comprei tudo que vocês precisam e vou arrumar.

Edward e eu entramos num acordo. Dianna só trabalharia para nós durante a semana pois quando Edward e eu chegávamos em casa e ele não queria que eu fizesse nada, apesar de eu insistir para pelo menos preparar o jantar. Mas ele me convenceu e depois de dois dias eu começei a adorar chegar em casa e ver que o jantar já estava pronto.

Dianna disse que qualquer dia estaria disponível para nós, ela e Edward levavam isso a sério, por isso Dianna estava na nossa cozinha num sábado de manhã, organizando as compras da semana. Coitada. Rio fraco e volto minha atenção para ela.

–Obrigada, Dianna. Eu vou sair com Louis agora, ok? Vamos ao parque, vou avisar Edward que estamos saindo mas se ele chegar antes de nós mande ele ficar tranquilo que não iremos demorar.

–Ok, você vai querer comer alguma coisa antes de ir? Posso preparar um café da manhã rapidinho.

–Não, está tudo bem, vou comer em algum lugar com Louis. –digo sorrindo. Ela concorda e anda até a bancada, abrindo algumas sacolas.

Louis aparece na cozinha já vestido para sair. Sorrio para ele e nos despidimos de Dianna.

...

Seguro a mão de Louis enquanto andamos s pelo parque perto da nossa casa. Eu acabei me acostumando a falar “nossa casa”. Eu entrava no escritório de Edward avisando que Louis já estava na nossa casa, que assim que chegássemos em casa eu prepararia a banheiro do jeito que ele gostava.

Eu estava tão feliz com eles.

–Posso dar comida pras pombas? –Louis pergunta puxando a minha mão e aponta para a grama onde há várias pombas.

–Claro. –respondo e entrego 5 dólares para que ele possa comprar a comida para dar as pombas. Uma senhora estava vendendo e alimentando algumas pombas também.

Louis corre até ela e eu ando até o banco próximo dela. Louis estrega o dinheiro e eu me sento ao lado da senhora, observando Louis correr até as pombas.

–O dia está bonito hoje. –ela diz olhando para o céu. Concordo com a cabeça e ela ri fraco. –Parece que todas as mães resolveram trazer seus filhos ao parque hoje, só vejo criança.

–Pois é. –digo olhando ao redor. Ela estava certa, havia várias famílias andando com seus filhos. O que elas não fazim por essas crianças. Aqui estava eu num sábado de manhã observando Louis jogar comida para as pombas.

–Seu filho é uma graça. –a senhora diz olhando para Louis e depois sorri para mim.

–Ele é uma criança adorável mesmo. –murmuro sorrindo.

–Pera... ele não é seu filho? –ela pergunta curiosa. Por algum motivo eu me sinto confortável com ela então sorrio fraco antes de responder sua pergunta.

–Não, ele é filho do meu namorado.

–Então o menino deve adorá-la. Veja como ele olha pra você, -ela aponta para Louis quando ele estava olhando para nós. Assim que nossos olhos se encontram ele sorri abertamente e acena com a mão antes de jogar mais um pouco de comida para as pombas. –Ele te admira.

–Eu o amo. –murmuro olhando para Louis, ele estava concentrado no que estava fazendo, sempre sorrindo e rindo quando alguma pomba voava perto dele. –Eu quero fazer ele feliz, eu sei o que não é ter uma mãe na infância e eu não quero que Louis saiba o que é isso.

–Ele já está bem grandinho, ele deve sentir falta de uma mãe mas você deve ajudar ele a preencher esse espaço nele. E o pai dele deve te amar muito para deixar você entrar na vida deles, pelo menos o ruim ainda não aconteceu, né?

–O ruim? –pergunto olhando curiosa para ela.

–A mãe biológica dele. O que aconteceu com ela? O menino vai querer saber o que aconteceu com ela, se ela morreu...

–Ela não morreu. –digo interrompendo ela. Ela engole em seco e olha para Louis.

–Então pode ser pior.

–Pior como? –pergunto um pouco nervosa.

–A mãe pode aparecer...e atrapalhar tudo.

Engulo em seco e olho para Louis, ele sorri e mostra o saquinho vazio, ele corre até nós e eu me levanto rapidamente.

–Louis estou com fome, que tal irmos comer alguma coisa? –pergunto rapidamente. Ele assente e sorri para a senhora do meu lado. Engulo em seco e sorrio fracamente para ela. –Foi um prazer te conhecer.

–O prazer foi todo meu.

...

–Chegaram rápido. –ouço a voz de Edward quando fecho a porta. Viro meu rosto e vejo Edward andando até nós. Louis o abraça e corre para a sala.

Edward se aproxima de mim e me beija suavamente nos lábios. Sorrio e respiro fundo.

–Você pode mandar a Dianna preparar o almoço hoje? Eu não estou muito bem.

–Hm, claro. –ele responde me olhando com atenção. Saio de seus braços e sorrio levemente.

–Vou me deitar um pouco. –beijo seus lábios rapidamente e subo as escadas até o nosso quarto.

Assim que entro no quarto eu caminho até a cama e me sento. Abraço um travesseiro e olho fixamente para a parede. Toda aquela conversa com a senhora do parque ainda estava na minha cabeça.

“A mãe pode aparecer... e atrapalhar tudo”. Será? Pensei durante todo o caminho o motivo de Edward não deixar a mãe de Louis se aproximar. Será que ela já tentou uma reaproximaçao? Ela pensa no filho que deixou para trás?

–Você está bem? –ouço a voz de Edward na porta e olho para ele. Ele percebe que estou prestes a chorar e caminha até a cama, se sentando na minha frente. –Aconteceu alguma coisa?...

–Edward. –digo olhando fixamente em seus olhos. –Por que a mãe biológica de Louis deixou vocês? Eu preciso saber...

–Ela queria aproveitar a vida. –Edward diz me interrompendo. –Éramos novos e ter um filho não estava planejado. No começo achei que ela estava feliz por estar carregando nosso filho mas assim que Louis nasceu eu vi que ela não queria a criança. Ela começou a se cuidar mais, querendo recuperar seu peso rapidamente e culpando a gravidez por um monte de coisa. Depois de um ano ela nos deixou, dizendo que ela não queria essa vida. Louis era pequeno então tive que cuidar dele com a ajuda da minha mãe. Bella, eu não me arrependo de nada. Se não fosse ela, eu não teria Louis hoje, ele é meu maior tesouro.

Mordo o lábio e fecho os olhos.

–Edward, se ela aparecer? Se ela algum dia querer reencontrar o filho?...

–Isso não vai acontecer. –ele me corta novamente, com a voz alterada. Olho para ele e sua expressão está séria. –Por que você está pensando nisso?

–Eu tive uma conversa estranha com uma senhora no parque e isso não sai da minha cabeça. –aperto o travesseiro mais forte e Edward respira fundo.

–Bella, alguns anos atrás ela me procurou. Ela me pediu dinheiro, disse que estava passando por uma fase difícil, algo assim. Eu dei o dinheiro, mas com uma condição. Ela não poderia nem pensar em conhecer Louis, eu não sei como ele pode reagir a isso. Se quando ele for adulto quiser conhecer ela é claro que eu não vou proibir ele, mas agora ele é muito novo para descobrir que a mãe biológica dele não vale nada.

–Você tem razão... –respiro fundo e sinto um pequeno alívio.

–Eu posso entrar? –Edward e eu olhamos para a porta e vemos Louis parado olhando atentamente para nós. Edward assente e Louis caminha até nós e sobe na cama, deitando-se no meu colo. Acaricio seu cabelo e ele se acomoda no travesseiro.

–Eu ouvi a conversa de vocês. –Louis diz depois de alguns segundos. Edward e eu nos olhamos e Louis ri fraco. –Eu acho que agora eu sei a história completa.  

–Filho, eu sin-

–Pai, para. –Louis diz colocando a mão sobre a de Edward. –Eu já sabia que a minha mãe não vale nada, mas acho que ouvir isso de você me fez perceber que eu nunca vou querer ver ela. Nem quando eu for adulto, assim como vocês.

–Ele tem 7 anos mesmo? –murmuro para Edward e ele ri fraco.

–Eu ouvi tá. –Louis ri e eu aperto sua bochecha. –Bella, me larga.

–Não quero. –aperto sua outra bochecha e ele ri alto.

–É sério, eu ainda não terminei de falar. –ele diz rindo e coloca as mãos sobre as minhas. Tiro minhas mãos de seu rosto e ele se ajoelha na cama.

–Bella, você é a minha mãe. Eu gosto muito de você.

–Louis... –abraço ele forte e sinto meus olhos lacrimejarem. –Eu também gosto muito de você, muito mesmo.

–Eu sei. –ele diz rindo. –Se pode me soltar agora, eu não consigo respirar

Rio e Louis respira fundo quando eu o solto. Dramático.

–Eu só queria dizer isso mesmo. –ele sai da cama e abraça Edward. –Vou ficar na sala.

Louis sai do quarto e deixa Edward e eu num silêncio confortável. Eu não esperava essa declaração de Louis.

–Louis te ama, Bella. –Edward diz sorrindo carinhosamente para mim.

–E eu amo vocês. –digo enquanto puxo Edward para um abraço. Ele ri quando seu rosto encosta nos meus seios.

–Acho que eu posso ficar por aqui. –ele diz apertando a minha coxa. Solto ele e ele bufa irritado. –Eu estava falando sério.

–Engraçadinho.

–Que tal termos uma noite só para nós? –ele diz se aproximando de mim.  –Podemos ir no cinema e depois voltamos pra casa. Eu posso te foder em todos os cômodos.

–Edward... –digo tentando afastá-lo.

–Uma noite, Bella. Só nós dois, eu preciso de um tempo só com você. Amanhã podemos fazer qualquer coisa, mas eu quero só essa noite.

–Ok, com uma condição.

–Qual?

–Acho que podemos usar a madrugada também. –beijo seus lábios e ele geme.

–Combinado.