O assassino da Lua Cheia escrita por Anny Taisho


Capítulo 7
Verdades




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Cap.07 - Verdades


Riza ficara treinando por mais de quatro horas, quando terminou estava exausta. Mas não era apenas seu corpo que estava exausto, sua mente também estava. Seu mundo parecia ter desabado sobre os ombros.


Apesar de nunca ter tido uma família normal, sempre pôde contar com o avô e agora ele já não estava mais lá para lhe dar colo e conselhos. Sentia-se culpada por não ter estado no velório. O general havia sido a melhor pessoa e ela não foi capaz de deixar Roy sozinho, no meio de uma investigação, com medo dele fazer algo estúpido.


E agora via que a mesma cortesia não seria estendida a ela.


- respirou fundo – Preciso despachar aquela papelada.


Caminhou pelos corredores, agora com seus dissabores sob controle.


-


Toc Toc


- Entre.


- Com licença, vim buscar a papelada que deixei aqui mais cedo.


- Eu não assinei.


Naquele momento, Roy esperava um repreenção da parte dela. Todo aquele discurso sobre ética e responsabilidades, mas Riza não disse nada. Seu rosto não apresentava a menos expressão.


- Os papéis devem ser despachados até as dez de amanhã no máximo. Com licença.


- Tenente...


- Sim?


- Desculpe por mais cedo, eu não estava com o melhor humor.


- O senhor não me deve desculpas. É meu superior, sabe o que faz. Se chegou onde chegou, deve ter dado motivos para isso. Quem lhe deve desculpas sou eu, não devia ser tão impertinente.


- Muita calma nessa hora, Riza, se você me repreende, tem motivos...


- Eu já disse que não vou fazer outra vez, não são necessárias maiores explicações.


- Para com isso, ta? Eu pedi desculpas...


- Quer saber, eu estou cansada de você. Eu não tenho motivo algum para segui-lo. Nem sei por que raios não sai do exercito após Ishibal! Você não leva nada a sério! Você é desinteressado, preguiçoso, orgulhoso e prepotente! Se acha o centro do mundo porque algumas idiotas caem na sua conversa... Mas agora te pergunto, você acha mesmo que daqui dez anos e estiverem casadas e com uma família vão se lembrar da sua existência? Não. Você será apenas um caso que passou por suas vidas. E tem mais, você acha mesmo que algumas delas ficaria do seu lado e seria tão apaixonada se você não fosse um cão do exercito e general? Ou mesmo ficaria a seu lado durante uma tormenta? Nunca. E sabe por que? Porque você não é nada mais do que um rostinho bonito para elas, da mesma maneira que você as encara como troféus, elas também encaram você. Você sai com uma hoje e ela te persegue por algumas semanas, até que aparece outro... No fim, você não passou de um jogo, invés de jogador.


Roy estava perplexo, não sabia o que dizer e nem tinha. Ela estava certa, mais uma vez. Nenhuma das garotas com quem saia se interessava pelo Roy ou passava tempo suficiente com ele para saber quem ele é. Tudo o que elas queriam era ir para cama com ele. Não se interessavam por sua vida, ou mesmo tinham curiosidade de conhecer o homem por detrás do título.


- Eu quero minhas férias. Estão acumuladas e eu preciso ir para o leste. Trate de arranjar outra para me substituir, porque eu não vou voltar a trabalhar com você. Te desejo sorte, seus ideais são bons e só você pode fazer as mudanças que esse país precisa, mas não vou mais te seguir. Como militar é um grande homem, como homem é um iludido que vai quebrar a cara ao se descobrir sozinho no final de seu caminho. Com licença.


Roy nunca esperou isso dela. Talvez de algum outro, mas a última pessoa que esperava que fosse abandoná-lo era ela e isso parecia uma facada no peito. Estava tão acostumado com sua presença que não lhe parecia possível não tê-la. Riza era seu porto seguro, sabia que podia contar com ela a qualquer hora, não que com Maes não pudesse, mas esse último já tinha uma vida, ela não. Sua vida era totalmente ligado ao que fazia. Riza, se quisesse, já podia estar em um cargo mais alto que o que ocupava atualmente. Mas abdicou disso para estar ao seu lado e o empurrando para cima...


E agora, ela ia embora cuidar da própria vida. Provavelmente, seguir o caminho de Maes e construir uma família na qual ele não estaria incluído.


Era difícil engolir a idéia de que não faria mais parte da vida dela. Pois, até dez minutos atrás, querendo ou não, ela era quase que obrigada a estar constantemente pensando nele.


Um consolo. Alguém que o conhecia como poucos e se preocupava sinceramente.


Ela havia deixado-o sozinho...


-


-


Edward chegava em casa. Depois de mentir um pouquinho para Roy, quanto ao acontecido da noite anterior, havia dado umas voltas no quartel e agora ia assistir um bom jogo de futebol.


Vê Black com no colo de Winry com um lacinho rosa na cabeça.


- Você sabe que esse cachorro é macho, não é?


- Só porque é macho, não quer dizer que ele não goste ficar bonito.


- Solta ele e vê se ele quer ficar com essa coisa na cabeça...


Winry solta o pequeno que ao chegar no chão passa as patinhas na cabeça até o laço ceder, saindo do recinto após isso.


- Eu disse.


- Argh! – cruza os braços –


- Maluca, ele é um cachorro, não uma boneca.


- Como você é chato!


A loira lembra-se da conversa com Riza.


- E a propósito, você não me enganou com aquela história de ontem. E hoje a Riza confirmou minhas suspeitas.


- Er... – sem graça –


- Olha Ed, eu não sou fofoqueira. Você podia ter falado tudo, eu não ia contar para o Roy.


- Desculpe, mas não foi por isso que não contei. Eu só não queria te envolver nessa história. Pode parecer que não me importo, mas não me perdoaria se acontecesse algo com você.


Winry estava chocada. Nunca esperou que Ed fosse tão gentil e viu que ele não mentia. Aqueles olhos eram transparentes para si. Sentiu-se tão bem...


- Eu...


- Não esperava?


- É...


Ed se levanta e senta ao lado dela no outro sofá.


- Às vezes, pode parecer que não me importo e que escondo as coisas de você porque não estou nem ai para seus sentimentos, mas não é isso. Eu só não quero te meter nos meus problemas, não me perdoaria se você se saísse machucada.


Ed tocou com as costas dos dedos a bochecha da loira. Estavam muito próximos e Winry estava sentido-se tão bem. Uma ponta de esperança queria despontar em seu peito, mas ai ela lembrou-se de que não passava da irmãzinha, não iria deixar seu coração se iludir para depois sofrer.


- Se levanta de supetão – Então ta, eu entendi. Desculpe por ter te jogado contra a parede, você tinha seus motivos. Vou ver o Black, acho que tem um jogo passando...


A loira sai da sala o mais rápido que suas pernas permitiram. Não iria se jogar naquele precipício, sabia que não teria forças para sair dele depois.


-


-


Riza entrou na sala como um furacão. Estava com pressa de tirar suas coisa dali. Não queria estar mais do que o necessário ali.


- O que foi, Tenente?


- Vou tirar minhas férias.


- Mas estamos no meio de um caso.


- Não faço mais parte da equipe de Roy Mustang. Depois das férias vou para o Leste.


Ela punha suas coisas dentro de uma caixa.


- O que aconteceu?


- Eu não acho que tenho mais motivos para estar seguindo o general.


- Mas...


- Desculpe, rapazes, mas minha decisão está tomada. Vou sentir falta de vocês e tentem não transformar essa sala em um barzinho de quinta.


A loira lança um sorriso cúmplice e começa a sair, mas antes que passasse pela porta, uma mão segura seu braço.


- Não faça isso. Eu já pedi desculpas... Não há motivos.


A voz de Roy estava sombria e ele olhava para o chão.


- Desculpas... Por favor, você está é com medo de acabar sozinho. Pois, se eu, a última pessoa que você pensava que pudesse te deixar está deixando, por que os outros não deixariam? Mas não se preocupe, eles não vão deixar.


- Riza... Por favor.


- Eu não volto atrás nas minhas decisões.


- Eu preciso de você...


- Não, não precisa. Você tem muitos a sua volta. Eu sou apenas mais uma.


A loira sai deixando Roy ainda a olhar para o chão.


O mundo do moreno havia desabado. E ele não entendia direito porque, o que sentia era bem mais do que a perda de um subordinado. Era como se uma parte de si tivesse sido arrancada.


Continua...


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


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Notas finais do capítulo

Oi pessoas!
Que tal o cap!
Espero que gostem e ...
Como um pode ser tão doce e o outro tão idiota?
Dois extremos!
Vamos ver no que isso vai dar!
Kiss



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