O assassino da Lua Cheia escrita por Anny Taisho


Capítulo 16
Recuperação




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Cap. 17 – Recuperação


Ao chegarem ao hospital mais próximo, Riza fora colocada em uma maca.


- Rápido, levem-na para o centro cirúrgico!


- Centro cirúrgico?


Roy estava ficando assustado, mas ninguém parecia querer lhe dar explicações.


- Precisamos estancar essa hemorragia e fechar esse ferimento.


- O senhor sabe qual o tipo sanguíneo dela?


- Er... – Roy tentava se lembrar da ficha dela ,mas nada vinha a sua mente – Não.


- Tudo bem, faremos um exame rápido para descobrir.


Roy seguia os médicos.


- O senhor não pode passar daqui.


- Mas...


- Desculpe, é melhor ir para a sala de espera.


- Mas eu tenho que ficar com ela!! Não posso deixá-la sozinha...


- Faremos todo o possível para salvá-la, mas o senhor precisa nos deixar fazer nosso trabalho.


- Tudo bem...


Muito a contra gosto, Roy solta da mão dela. Estava tão pálida, fora que a queda talvez tivesse fraturado algum osso dela.


Sem prestar muita atenção em Armistrong que já estava na sala de espera acompanhado de Alphonse, Roy deixa o corpo cair sobre o sofá e põe as mãos no rosto.


- Por favor, Kami, não a tire de mim... Não agora!


- O senhor deveria se acalmar, ela é muito forte.


Era a voz grossa de Armistrong que tentava acalmá-lo.


- Tinha muito sangue sobre a colcha e ela veio o caminho inteiro sangrando...


Roy escondia o rosto atrás da mão.


- Calma, desespero não vai adiantar muita coisa.


Agora era uma voz mais suave que lhe falava.


- Alphonse! Desculpe... Estou tão preocupado que nem o vi, como está a Winry?


- Parece que ela levou uma coronhada na nuca que a desacordou e tem um fortíssimo extrato natural paralisando seus sinais vitais, os médicos fizeram uma lavagem estomacal, mas descobriram que seja lá o que foi dado a ela foi aplicado direto na corrente sanguínea... Estão tentando reverter o processo, mas enquanto não conseguem, ela está ligada aparelhos.


- Mil desculpas, eu deveria ter sido mais competente... Eu devia ter pego o Summerland.


- O senhor não tem culpa, ele sabia muito bem o que fazia, não tinha como fazermos alguma coisa.


- Eu quero cuidar de toda uma nação, mas como fazer isso, se nem consigo cuidar das pessoas que estão ao meu redor?


- Todos cometem erros, nada é perfeito...


- Com licença.


Roy deu um pulo quando o médico apareceu na salinha.


- Como ela está??


- Estancamos a hemorragia e fechamos o ferimento, mas...


- Mas??


Ele estava a beira de um ataque. Ela não podia ter morrido...


- O tipo sanguíneo dela é O negativo, não temos aqui no hospital uma quantidade suficiente para suprir a necessidade dela. Ela não tem algum parente... Um pai, irmã...


- Não. Todos os familiares estão mortos.


- Isso é ruim. Ela precisa de muito sangue, só o que temos aqui não vai dar e esse tipo de sangue é muito difícil de achar.


- Em algum hospital aqui perto...


- Não. Já entramos em contato.


- General.


- O que foi?


- O seu tipo de sangue não é O negativo?


- O meu?


- Sim, me lembro de um dia que estávamos atualizando as fichas e o coronel Hughes fez esse comentário.


- Sinceramente não lembro, nunca prestei muita atenção nesses detalhes.


(N/A: Eu também não sei o meu tipo de sangue! Nunca me liguei em saber uma coisa dessas mesmo sabendo que é importante!)


- O senhor pode me acompanhar? Podemos fazer um teste rápido agora mesmo e se o senhor quiser fazer a doação...


- Eu faço! Lógico!


-


-


O quarto ocupado pela Rockbell ficava mais afastado, era na área de tratamento intensivo, já que está estava muito debilitada.


Estava escuro e o único barulho ouvido no aposento era o dos aparelhos e do soro pingando. Edward estava sentado em uma poltrona do lado oposto onde observava a jovem.


- “Vamos, maluca! O que vai ser de mim sem você para consertar meu automaill, discutir comigo, gritar, me chamar de baixinho, mesmo eu sendo mais alto que você...?!”


Ed estava com os dedos das mãos entrelaçados e possuía a mão abaixo do queixo, tendo os cotovelos apoiados nos joelhos.


- Vamos, Winry, por mim.


O desespero era sem tamanho quantificável, vê-la ali prestes a perecer a qualquer momento era demais. Queria tanto ouvir a risada dela de novo.


Tinha tanta coisa para falar para ela e seria capaz de gritar aos quatro ventos e para mais quem quisesse ouvir o que sentia.


- Eu te amo, Winry...


Aquela frase que ficou entalada em sua garganta por tantos anos agora saia como um sussurro.


No final, não era tão difícil dizer aquela frase.


Uma frase.


Três palavras.


Sete letras.


Ali, naquela hora, tudo o que queria gritar era apenas aquilo. Mas queria gritar para ela ouvir.


A vida era muito cheia de artimanhas, quantas vezes pôde dizer e não disse. Quantas vezes podia ter ganho beijos daqueles lábios, mas não os pediu.


Ciúmes...


Tantas vezes quis matar aqueles namoradinhos com quem ela aparecia, saber que ela podia ter sido de outro e que agora podia morrer sem saber que era com ele que sempre poderia ter estado.


Quantos erros!


Podiam ter descobertos juntos a arte de amar!


E tudo no passado, porque o presente era horrível e o futuro parecia tão distante e sem possibilidades.


- Você deveria ir tomar para casa, a senhorita Rockbell não vai a lugar nenhum e também não vai acordar tão cedo. Estamos eliminando a substancia nociva, ela só acordará se reagir bem, dentro de alguns dias.


- Eu não vou sair do lado dela.


- Eu já ouvi isso tantas vezes, vocês não são o primeiro casal de jovens que é separado sem nem terem começado nada.


- Como...


- Eu já estou aqui há alguns anos, aprendi a ver nos olhos das pessoas as tristezas e as dores.


- Sua opinião sincera, você acha que ela vai reagir?


- A senhorita chegou tão debilitada, sua vida estava por um fio, é muito imprevisível ... Mas ela é forte.


- As chances são tão poucas assim?


- Tenha fé, meu rapaz, quem sabe Ele não te concede uma chance.


- Vou tomar um café. Tem certeza de que ela ficará bem?


- Sim.


-


-


Roy voltara a sala de espera, com a manga da camisa dobrada e segurando algodão no lugar que fora tirado sangue.


- Era...?


- Sim. Eles também enfaixaram o meu braço.


Roy se senta no sofá.


- Ela está bem?


- Algumas queimaduras leves, uma fissura em um dos ossos do braço e um corte no tórax... Bem profundo.


- Nii-san!


- Oi, Al. Fagulha...


- Como a nee-chan está...


- Estão tentando tirar do sangue dela aquela coisa...


- É Fullmetal, parece que estamos na mesma situação.


- Mas precisamos acreditar...


- E o que mais podemos fazer?


-


-


Depois de uma madrugada em claro, os médicos tranqüilizaram um pouco Roy, o quadro da loira era estável, apesar de delicado.


- Eu não vou embora.


- Não seja teimoso, general.


- Eu não vou deixá-la sozinha, Havoc!


- Eu e o Fury vamos ficar aqui. Qualquer coisa o senhor nós ligamos.


- Eu. Não. Vou.


- Eu também gosto dela, mas o senhor ficar aqui vendo a vida passar não vai adiantar nada e ela não iria querer isso.


- Isso! Vá para casa, descanse e depois dê uma passadinha no quartel, o Maes está a beira de um ataque.


- Ok... Se eu não for vocês não vão sair do meu pé. Mas vou deixar uma coisa bem clara, mantenham-na sobre total vigilância, não sabemos se tem mais alguém envolvido e ela sabe demais.


- Hai.


Eles batem continência.


- E Roy... – Fury põe a mão no ombro moreno – Ela vai acordar e o senhor vai poder ficar com ela.


- Apenas acordar já me faria feliz, quanto a ficar comigo... Isso é o de menos.


Roy estava um trapo, não havia pregado o olho a noite toda, fora que ele não pôde passar a noite com ela. Diferente de Edward que teve essa permissão, já que o caso de Winry parecia mais sob controle.


Sua cama parecia mesmo muito convidativa.


Ao chegar em casa apagou sobre a cama de casal.


-


-


Ed estava tentando a todo custo voltar para o hospital.


- Iie! Você fica aqui, nii-san!


- Eu quero ficar lá com ela.


- Eu não vou te deixar apodrecendo naquele quarto! A nee-chan não queria que você virasse um zumbi.


- Sai da minha frente, Al! Você não tem mais dois metros de altura, eu posso com você!


- Acorda, nii-san!!!! Ficar lá como um zumbi não vai fazê-la acordar! E também não vai recompensar os anos que você ficou calado!!!


Ed deixou o corpo cair sobre o sofá.


- E o que eu posso fazer?


- Ir lá todo dia fazer uma visita, deixar flores e não esquecer de viver. Quando a nee-chan abrir os olhos você vai e diz tudo... E ai vemos como vai ser o casamento.


- Ela vai acordar, não vai?


- Se depender do meu pensamento positivo, vai sim.


-


-


Duas semanas depois...


- Vamos senhorita Rockbell...


A enfermeira dobrava a perna da loira.


- Isso dói.


- Mas a senhorita precisa para não ficar com nenhuma seqüela.


Winry havia acordado há dois dias e desde então fazia duas sessões de fisioterapia para reaver os movimentos de seus músculos.


O extrato de ervas havia afetado uma parte de seu sistema nervoso, assim, fazendo a moça precisar fazer fisioterapia para poder voltar a ter uma vida comum.


Apesar de controlado, o extrato ainda permaneceria no corpo de Winry por um bom tempo até ser eliminado completamente, assim, a loirinha teria de ficar de molho de dois a quatro meses de molho, fazendo fisioterapia, comendo bem tomando remédios.


- Nee-chan!!


Winry voltava para o quarto em uma cadeira de rodas.


- Oi, Al!


Ela sorriu.


- Pode deixar que eu a ponho na cama.


- Tudo bem, qualquer coisa é só chamar.


A enfermeira saiu.


- Então, onde quer ficar?


- No sofá.


Al pega a loirinha no colo e a põe sobre o sofá com as pernas esticadas sobre o acento e se senta em uma cadeira.


- Como estamos hoje?


- Bem, ainda não consigo movimentar os braços direito, mexer as pernas nem em sonho... Mas estou bem.


- Deve ser horrível ter de ficar imóvel.


- Muito. Mas hoje eu já consegui levantar a colher.


- Nossa! Que bom!!!


- Não precisa ficar muito animado, eu sei que isso não é um grande progresso.


- Não seja boba! Você só acordou há dois dias...


- E devo estar horrível!


- Você está parecendo um leite desnatado de tão branca, está com algumas olheiras, mais magra...


- Al!!!


- Brincadeira! Mas tenho uma noticia que você vai gostar muito!


- Nada do que você me disser vai me animar!


- O Ed vai contrabandear alguns chocolates para você!


- Chocolates?


- Bem docinhos...


- Eu amo vocês!! Mas não te abraço porque ainda não tenho forças suficientes para levantar os braços, aquela fisioterapia está me matando.


Toc Toc


- E ai, maluquinha!


- Chibi!


- Um e oitenta, mais nada a declarar!


- Não briguem, você não pode se exaltar.


- Certo. Eu trouxe uma caixa de chocolates...


- Vaza, Al! Deixa espaço para o Ed!


- Nossa! Trocado por uma caixa de chocolates! Depois dessa eu vou embora!


- Vai com Deus! E depois volte para ler um livrinho para mim.


- Morgada!


- Eu estou dodói!


Ela faz biquinho.


- Arrumamos uma bela de uma tratante, nii-san!


- Pode deixar comigo!


Winry ficou levemente vermelha.


- Ja ne!


Ed se senta no lugar antes ocupado por Al, mas trazendo a cadeira para mais perto da loira.


- Algum progresso?


- Quase comi toda a minha gelatina sozinha.


- Hum... Então sem chance de você conseguir pegar os bombons?


- Isso.


- Então eu vou ter que te dar na boca?


- Seria bom.


- Não sei não!


- ED!!


- Relaxa, era só brincadeira, mas eu vou precisar ficar mais perto.


Winry não entende o que o loiro queria dizer até que ele se levanta, vai até ela, passa o braço por detrás das costas dela e vai passando o corpo até ficar acomodado atrás da loirinha.


Por fim, Ed acaba com uma perna esticada sobre o sofá, uma perna dobrada com o pé apoiado no chão e com o tronco dela apoiado sobre o seu próprio tronco. E ainda, antes de começar a dar os chocolates a loira, pegou uma das mãos dela e entrelaçou com a própria.


- Isso está estranho.


- Come minha loirinha!


Ed enfiou um chocolate na boca dela.


-


-


Roy caminhava a passos largos pelos corredores do hospital. Estava com uma cara de poucos amigos, na verdade, de amigo nenhum.


- Onde está a paciente que estava no centro de terapia intensiva?


A voz grossa do moreno despertou as recepcionistas que pareciam estar no mundo da lua.


- Que paciente?


- A senhorita Elizabeth!


- Bem...


As duas mulheres se entreolham.


- O que foi??


Continua...


 


 


 


 


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Notas finais do capítulo

Hallo!!!
Como estao meus queridos leitores??
Espero que bem!!!!
Gostaram??
Que tal comentar!!
Kisss



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