O assassino da Lua Cheia escrita por Anny Taisho


Capítulo 17
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Cap. 18 –


Roy olhava para as duas mulheres que não pareciam ter a resposta para suas perguntas.


- Onde está a paciente que estava no centro de tratamento intensivo??


O moreno estava perdendo a paciência.


- O que está acontecendo aqui?


O médico que havia atendido Riza se aproximou da recepção.


- Ele quer saber onde está a paciente do centro de tratamento intensivo.


- A senhorita Elizabeth?


- Sim.


Respondeu rispidamente o general.


- Ela foi transferida para o quarto, por isso o registro dela no CTI foi retirado.


- Ela já acordou?


- Ainda não, mas é só uma questão de tempo. Desculpe pela falta de informação, eu ainda não havia comunicado a mudança dela.


- Não tem problema, eu posso vê-la?


- Ela ainda não está consciente, general.


- Não tem importância.


- Então tudo bem, me acompanhe.


Os dois homens saíram da recepção rapidamente, Roy tinha pressa em ver Riza, já que nas duas semanas anteriores não pudera ficar muito tempo perto dela.


O médico abre a porta do quarto.


- Ela ainda pode demorar algumas horas para acordar.


- Certo.


O quarto de Riza era bem iluminado, perto da cama havia uma mesinha com uma gaveta e do outro lado o suporte para o soro e alguns aparelhos.


Na outra extremidade, existia um guarda-roupa e um sofá, e sobre esse sofá estava uma pequena malinha, provavelmente Scieska já havia estado ali.


Pegou uma cadeira e sentou-se ao lado dela. Paciência nunca fora uma qualidade sua, mas naquele caso não havia o que fazer, teria de esperar que ela abrisse os belos olhos vermelhos, característica marcante em sua família.


Queria falar tantas coisas para aquela loira...


Fechou os olhos e deixou a cabeça pender para trás, tanta coisa tinha acontecido naquele último mês. Trinta dias que poderiam ter acabado tragicamente.


Não sabia o que faria se ela tivesse... Não gostava nem de falar aquilo.


Teria de pedir desculpas, muitas delas e não sabia se ela perdoaria.


Fora o lado prático, como a casa havia queimado, todos os papéis e provas dos planos de Adam haviam virado pó. Não sabiam o motivo da matança, somente a loira ali sabia.


- Mas isso é o de menos, pelo menos aquele lá não fará mais nenhuma vitima.


Dito isso, o general pegou a mão dela e deu beijo.


Ela possuía uma face tão serena.


Suspirou, se levantou e foi para o pequeno sofá, andava trabalhando muito, uns minutinhos de sono não fariam mal já que ela estava desacordada.


Retirou com cuidado a pequena mala do sofá e se deitou. Como o dia estava fresco, não teve problemas em adormecer.


-


-


Ed continuava sentado no sofá com Winry, está que já estava quase adormecendo.


- Me põe na cama, estou com sono.


- Está desconfortável aqui?


- Não.


- Então durma, depois eu te coloco lá.


- Mas...


- Mas nada. Fica quieta e dorme.


- Você anda estranho.


Ela fechou os olhos. Já que ele não a colocaria na cama, não se importava se adormecer ali mesmo, na verdade, Ed parecia ser mais confortável do que qualquer travesseiro.


- Shhhh... Depois a gente discute isso.


Poucos minutos depois ela adormece.


- E ai...


- Cala boca, Al, ela está dormindo.


- E por que ela está no seu colo?


- Porque... Porque me deu na telha!


- Se amor matasse.


- Calado, Al.


- Apaixonadinho da Silva.


- Vai caçar um pau para você subir, vai.


- Só vim avisar que a Riza-san já foi transferida para o quarto.


- E o fagulha deve estar fazendo hora.


- Tão diferente de você, né nii-san!


- Eu não tenho toda uma equipe ao meu comando.


- Como se ele conseguisse fazer alguma coisa sem ela, você viu o estado daquela sala?


- Ela é a única sensata.


- Bem, pode ficar ai admirando a nee-chan dormir, eu vou ver o que tem para eu fazer.


- Vai com Kami!


-


-


A anestesia que mantinha Riza desacordada estava no final, assim a jovem mulher começava a se mexer. Imagens em sua mente começavam a surgir.


O anel na coffe House...


Adam...


A conversa no beco...


A perda dos sentidos...


A dor que não sabia de onde começara...


As chamas...


De uma vez ela acorda levantando o tronco.


- Ah!!!!


Mas o grito não foi de pavor, foi de dor, o ato de levantar repentinamente fez os pontos repuxarem.


Ainda atônita, apoiando o tronco com uma das mãos e com a outra sobre o ponto de dor, ela olhava para os lados.


Roy com o susto do grito acabou por cair do sofá.


- Riza!


Ele correu até a loira.


- Onde eu estou? Por que estou com uma dor tão grande...?


Ela suspirou.


- Calma...


Ele ajudou-a a se recostar na cabeceira da cama, colocando alguns travesseiros atrás das costas dela.


- Você está no hospital... Conseguimos encontrar o assassino.


- O Adam...


Ela ainda parecia meio confusa.


- Sim, o maldito do Adam... Enfiou um punhal em você.


- Isso explica minha dor, mas por que meu braço está com essa tala?


- Eu te derrubei do alto da escada, o Adam me deu um tiro...


- Você está bem? Não está ferido?


Ele ri.


- Você está em uma cama de hospital e perguntando se eu estou bem?


- É que...


- Você quer alguma coisa?


- Um copo de água seria bom.


- Um minuto.


Roy sai atrás do copo d’água.


A loira tentava se situar, por quanto tempo ficara desacordada?


Horas...


Dias...


Semanas...


Olhou para o braço direito e viu tala azul que mantinha seu pulso imóvel, pelo menos não era um gesso, sinal de que devia ser uma fissura e não um osso quebrado e a pontada no abdome indicava que ficaria de molho.


- Aqui.


Roy entrega o copo.


- Obrigada... Há quanto tempo estou aqui?


- Duas semana.


- DUAS SEMANAS??


Ela se mexe causando outra repuxada nos pontos.


- Calma, se não os pontos vão romper.


- Que dia da semana é hoje?


- Terça.


- E por que você está aqui?


- Vim te ver.


- No meio do expediente?


- Nem de cama você me dá um desconto!


- Mas você deveria estar trabalhando e não aqui comigo desacordada.


- E como eu poderia trabalhar como você aqui desacordada?


- Trabalhando.


- Não...


Roy ergue a mão direita até o rosto dela e com as costas dos dedos acariciou a pele do rosto dela.


- Essas foram as piores semanas da minha vida, eu não conseguia dormir, comer, trabalhar... Sempre com a dúvida de se você acordaria.


- Do que você está falando?


Ela empurrou o braço dele.


- Você sabe.


Antes que pudessem continuar com aquele assunto o médico entrou no quarto.


- Boa tarde! Vim ver como está a paciente.


- Com dor... – ela deu um sorriso chocho –


- Fez algum movimento brusco?


O médico olhava o prontuário.


- Eu acordei assustada e levantei de uma vez.


- Você tem problemas para dormir?


- Não... Ás vezes.


- Hn. Vou indicar um remédio para tornar seu sono mais tranqüilo, junto com o remédio para dor. Está sentindo mais alguma coisa? Tontura? Enjoo? Visão embaçada?


- Não.


- Bom, você bateu a cabeça e isso pode ter efeitos... Qualquer coisa é só chamar a enfermeira.


- Certo. O senhor vai ficar?


- Sim, mas prometo não cansar a paciente.


- Certo. Com licença.


O médico sai voltando a deixar os dois a sós.


- Acho que vou ficar de molho muito tempo... – ela joga a cabeça para trás –


- O pessoal está sentindo sua falta.


- Alguém precisa por ordem no circo. Quem trouxe as flores?


Ela sorri.


- Algumas fui eu, outras os rapazes...


- Você tem ficado muito aqui?


- Tenho. Sempre que posso venho ficar aqui.


- Obrigada, mas não precisava, eu estava desacordada.


- Como se ficar em casa fosse adiantar alguma coisa, eu ficaria louco.


- Por quê? Eu não trabalho mais para você.


- E você acha mesmo que você é só uma subordinada para mim?


- É o que deveria ser.


- Mas não é e por eu ser tão idiota descontei minha confusão sobre você.


- Eu não quero explicações. Assim que me recuperar vou para Leste.


- Não...


- Eu já não trabalho mais para você, preciso cuidar da minha carreira agora.


- Então volta a trabalhar para mim.


- Não. Eu não volto atrás com o que digo.


- Não seja teimosa. Eu estou te pedindo desculpas!


- Dessa vez não, Roy. Dessa vez eu não vou esquecer o que você disse!


- Eu estou aqui te pedindo desculpas e você me trata assim?


- Meu maior erro foi ter escolhido te seguir, eu já sabia o que sentia e mesmo assim ignorei os sinais evidentes.


- O que você está falando?


- Em bom português, eu já sabia que te amava e mesmo assim resolvi estar perto de você. Não vou repetir erros.


O olhar dela era sério e o tom calmo.


- Eu...


- Você já deve ter ouvidos milhares de vezes, mas te garanto que nenhuma delas era do mesmo jeito que eu. Eu não te amo somente porque é bonito ou porque ocupa um cargo alto no exercito. Eu te amo porque conheço cada defeito seu, assim como sei de cada qualidade, mas isso não quer dizer que eu vou continuar me machucando. Agradeço que tenha ficado comigo durante minha recuperação, mas agora vá embora.


As palavras dela demoram para serem digeridas.


Ela amava, mas não acreditava num futuro.


Quantas vezes ações que havia tido deviam ter machucado-a...


Mas agora estava ali na beira de uma encruzilhada e tinha optado por retirá-lo de sua vida.


- Eu não vou embora.


- Por quê? Agora que sabe o que sinto vai tentar usar isso para me manter aqui fazendo seu trabalho?


- Não fala assim. Eu nunca me aproveitaria de você... Tudo o que eu quero é uma chance.


- Chance?


- Eu te amo, mais do que entendo... Muito mais! Eu fui tantas vezes atrás de você, tantas!


- Não se engane, amor não nasce de uma hora para outra.


- E quem disse que foi de uma hora para outra? Isso faz muito tempo, eu só fui cego demais para conseguir ver!


- Não pode...


- Eu já passei ciúmes tantas vezes, mas você nunca me olhou diferente. Tudo parecia mais interessante... Eu juro que conscientemente não sabia que fazia isso procurando uma expressão diferente sua, mas eu fiz durante anos.


- E por que agora?


- Só se dá valor ao que se tem, quando não se tem mais... Fica. Eu estou pedindo.


O olhar dele era penetrante.


Como dizer não para aqueles olhos?


-


-


Depois de algum tempo, Ed coloca a loirinha na cama e aproveita que ela estava dormindo para ir para casa tomar uma ducha e comer alguma coisa, não agüentava mais aquelas comidas de cantina de hospital.


- Desgrudou?


Al estava na recepção.


- Vou em casa tomar um banho, a Winry dormiu.


- Hn. Quando você vai contar a ela...


- O que?


- O quanto você a ama.


- Bem... – ele coça a nuca – Assim que der.


- Assim que der quando?


- Quando ela não estiver mais nesse hospital, caso você não tenha notado aqui não é um lugar muito romântico.


- Analisando por esse ângulo... Mas não espera demais.


- Eu sei, agora deixa eu ir lá.


- Vai pela sombra.


-


-


As mãos de Riza estavam afundadas nos fios negros puxando-os levemente, enquanto os dois trocavam um beijo.


- Vamos com calma, não quero que os seus pontos abram.


- Eu sei... – ela se ajeita na cama –


- Cuidado.


- Está tarde, melhor você ir para casa.


- Eu vou dormir aqui com você.


- Não vai não. Eu estou bem e você vai para casa. Não ouse aparecer aqui antes de fazer tudo o que você tem que fazer amanhã.


- Mas...


- Mas nada. Você tem obrigações e eu garanto que não vou fugir.


- Mas eu vou ficar tão carente...


- Você sobrevive.


- Tadinhu de mim.


- Roy!!!


- Certo! Como sempre você manda e eu obedeço caladinho!


- Bom mesmo! Agora vai, não quero você zanzando por ai sozinho!


- Ciumenta?


- Muito!


- Certo, certo... Eu vou, mas não atreva fazer nada idiota.


- E eu vou fazer o que? Nem posso me mexer direito!


- Riz... Eu não queria falar nisso agora...


- O que o Adam pretendia?


- Isso. É que a casa toda pegou fogo e nós acabamos sem saber nada.


- Pode trazer o escrivão amanhã.


- Mas será que eu poderia  saber do que se trata...


- Amanhã.


- Mas...


- Eu estou cansada.


- Certo.


Roy dá um selinho na loira.


- Roy...


- Hn...


Ele que estava na porta vira o rosto.


- Aqui tinha muito sangue O negativo?


- Não.


- Então como?


- Eu doei sangue para você.


- O que??


- Amanhã a gente conversa. Durma bem.


Continua...


 


 


 


 


 


 


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Notas finais do capítulo

Oi geenteeeee!!!
Como vcs vão ???
Estou adorando os reviews!!! Continuaem mandando!!!
O que acharam???
Me comten!!
Ps: Desculpe pelos reviews que não resp ainda1!!
Tem demais e eu não etou conseguindo resp tudo!!!
Mas vou resp viu!!!
Kisss



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