Cap. 13 - Lugar errado, hora errada
Winry termina de ajeitar a gola do casaco preto quando seu celular toca.
Ligação on
- Mochi mochi.
- Winry?
- Oi, Scieska...
- Oi, você já está pronta?
- Já. Por quê?
- É que eu queria mudar o nosso ponto de encontro.
- Por quê?
- Eu me esqueci de comprar o presente... Será que dá para a gente se encontrar na porta da Coffe house?
- Claro, aquela cafeteria perto do barzinho, não é?
- Pertinho não é, mas está no caminho.
- Okay. Eu te encontro lá.
- Valeu.
Ligação off
Winry passou um batom rosa nos lábios, deu uma última olhadinha no cabelo e saiu. Caminhou até um ponto de taxi, onde pegou um que a levaria até a porta da coffe house.
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-
Key volta ao balcão com o dinheiro e o frasco no bolso.
- Hey, Key! Onde você estava? Temos pedidos!
- Eu estava resolvendo algumas coisas Angel.
- Então agora que já resolveu faz o chocolate quente com chantilly daquela moça! – ela aponta para Riza –
- Hai.
Antes de começar a fazer o chocolate, Key olha mais uma vez para Riza que parecia abatida. Realmente parecia que ela estava doente.
- Moça de sorte, aquele cara gosta mesmo dela.
Key prepara o chocolate e põe todo o conteúdo do frasco no copo antes de entregar a Angel o pedido.
- Aqui, Angel. Pode entregar!
- Animadinho!! O que aconteceu?
- Nada, agora entrega a bebida da moça antes que ela resolva ir embora.
- Okay, cowboy.
Nesse momento, o sininho da cafeteria tilinta e um homem de terno marrom e chapéu adentra o estabelecimento sentando-se no balcão.
- Boa noite...
- Já fez o que pedi?
- Oh... Sim.
- Muito bom e pode ficar melhor se você esquecer isso.
- Esquecer o que? – o rapaz sorria –
- Muito bom, mas agora me sirva um expresso.
- Hai.
Na mesa, Riza bebia calmamente o chocolate enquanto esperava Winry, essa que já estava atrasada.
- Não acredito que ela se esqueceu...
Os olhos de Riza seguiram para o balcão onde se encontrava o homem de chapéu. Esse que olhou para Riza e sorriu levantando o braço que segurava o copo como se oferecesse um brinde.
- Estranho.
Riza voltou a olhar para o centro da mesa enquanto terminava o chocolate.
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Por causa de um engarrafamento, Winry desce dois quarteirões antes do café.
- Pode ficar com o troco. – ela entrega o dinheiro ao taxista –
As ruas estavam mais ou menos cheias, não estava difícil de caminhar, chegaria rapidamente ao seu destino.
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Assim que percebe que Riza acaba o chocolate Adam retira do bolso uma aliança de ouro.
- Key...
- Sim...
- Será que você poderia entregar isso a minha namorada?
- Vai pedi-la em casamento?
- Vou. – sorri –
- Tudo bem.
Key caminha até a mesa de Riza.
- Senhorita.
- Sim?
- Mandaram-lhe entregar.
Key entrega a aliança de ouro.
- O que? Quem mandou?
O rapaz apenas caminha de volta para o balcão. Curiosa, Riza olha o lado interno da aliança onde encontra uma inscrição.
Kimi e takashi forever
- Oh! Kami-sama...
Aquela era a aliança de uma das vitimas do Assassino da Lua Cheia. E isso significava que ele estava ali. A loira começa a olhar freneticamente para os lados a procura de alguém suspeito.
E seus olhos param sobre o homem no balcão que retira o chapéu. Ela conhecia aquele rosto...
A lembrança do dia do supermercado vem a sua mente. Era lógico que conhecia aquele nome. Era Adam Sumerlland, o Ice alchemist de Ishibal.
Ele era o assassino e isso levava a um segundo ponto... Winry não havia aparecido, a sensação de estar sendo observada...
Ela era a vitima.
- Kami-sama, preciso sair daqui!
Riza deixa uma nota para pagar o chocolate e se encaminha para a saída. Adam já havia saído, mas não deveria estar longe.
O que faria?
Estava sozinha e muito longe de casa...
Casa? Ele devia ter alguém esperando-a lá.
A rua estava quase vazia, nenhuma movimentação estranha, de relance, viu Adam entrar em um beco sozinho.
Não parecia ter ninguém por perto, ela estava sozinha assim como ele. Estava armada e não tinha medo de atirar. Não sabia por que havia sido escolhida, mas ele não teria chance de explicar.
A loira tirou da bolsa sua arma e celular e seguiu para o beco.
- Eu sabia que você me seguiria.
Adam estava escorado na parede com os braços cruzados.
- Eu não sei seus motivos, mas você não vai matar mais ninguém.
A loira levanta a pistola.
- Pode abaixar a pistola, minha cara, eu não vou fugir.
- E vai se entregar assim?
- Eu não disse isso, eu não vou fugir, mas você também não vai sair daqui.
- Não sou eu que estou com uma nove milímetros apontada para minha testa. Basta um telefonema e todas a unidades do exercito estarão aqui.
Riza discava o número do celular de Roy, mas quando estava prestes a fazer a ligação Adam a impede.
- Se você ligar, nunca saberá por que fiz o que fiz...
- Os interrogadores cuidarão disso.
- Eu já fui militar, sei cada técnica de interrogatório, não vão conseguir arrancar nada de mim.
- Não...
- Não pode haver rei sem rainha.
- O que?
A loira estava confusa, o que aquela frase significava?
- Vamos minha cara, pense...
- Você não passa de um louco, um assassino sem escrúpulos.
- Sem escrúpulos? Oh, não! Elas foram infelizes nas escolhas do amor...
- Espere, por que você fala só das militares? E as civis?
- Civis? Elas só estavam no lugar errado na hora errada. Eu precisava desviar o foco das minhas reais vitimas...
- Espere... – as coisas começavam a fazer sentido na cabeça – Todas eram noivas ou namoradas dos seus companheiros de Ishibal, todos eram grandes candidatos a marechal, mas agora não tem a menor condição de...
Ela havia entendido a analogia.
- Parabéns, você descobriu.
- Kami-sama, estava tão evidente. Você sumiu de Ishibal, todos comentavam de sua predileção a loucura...
- Loucura não. Eu simplesmente acho que esse pais precisa de rédeas mais firmes.
- Mas o que eu tenho a ver com isso?
- Você? Oh, você foi a mais infeliz, foi a escolhida do meu maior problema... O Mustang cai assim que você cair!
- Suas fontes estão equivocadas, eu não tenho nada com o general.
- E isso não significa que ele não te ame, em Ishibal você precisava ver a devoção na voz dele ao falar de você... – ele dá uma risada – Aquele lá te ama desde a primeira vez que te viu, só era idiota demais para perceber.
- Você é louco. Nem falando mais com ele eu estou.
- Poético! Imagine o que ele vai sentir ao perceber que a mulher que amou está morta e que ela morreu com raiva dele...
- Você não vai...
A visão de Riza fica turva, estava difícil manter a arma em punho.
- Está tonta, minha cara?
- Não.
As imagens pareciam estar duplicadas.
- Acabou. Você caiu na minha armadilha.....
Riza aperta o send do celular.
- NÃO SE APROXIME OU EU ATIRO!
- Vendo tudo duplicado?
- Roy não atendia o celular – Droga Roy! Atende essa coisa!
-
-
No barzinho, todos se divertiam. Nem se lembravam de que um assassino estava a solta.
- Um brinde para o nosso amigo!!!
Um celular começa a tocar.
- Tem um celular tocando...
Os presentes se entreolham.
- Não é o meu!
- Nem o meu...
Roy que estava distraído olhando para o bar, onde uma senhorita cruzava as pernas nem notava o que os amigos falavam.
- Ei man, acho que é o seu.
- Meu o que?
- Celular! Tocando...
- Há? – percebe a vibração – Meu celular!
- ¬¬’
Roy olha no visor e reconhece o número.
- É a Riza! – ela dá um pulo da cadeira, mas antes que pudesse atender, o celular para de tocar – Parou de tocar.
- Lógico, você demorou um século para atender.
Roy retorna a ligação, mas ela não atende.
- Droga! Parece que ela desistiu de atender...
- Ela deve achar que você não quis atender.
- Kuso!
-
-
Adam ignora a ligação e fecha o celular de Riza, e essa estava em seu colo desacordada.
- Tarde demais, Mustang...
Adam começa a caminhar para o fundo do beco onde havia um carro esperando.
-
-
Winry já estava impaciente, fazia quinze minutos que estava esperando.
- Ela já deve ter ido! Eu é que não vou ficar aqui feito um dois de paus!
A loirinha atravessa a rua para ir para o barzinho. E quando passa pela frente do beco vê uma sombra que parecia carregar alguém no colo para o lado oposto ao da rua principal.
Um raio de luz bate sobre o rosto que estava pendido para trás.
- Riza... – ela sussurra – Oh Kami, o que eu faço?
Winry olhava para os lados a procura de alguém que pudesse ajudá-la, mas não viu ninguém.
- Eu vou descobrir para onde vão levá-la e ligo para o Ed!
A loira entra no beco.
Do outro lado da rua...
- Não minha linda, não faça isso...
Luis queria impedi-la, mas se ela já havia visto alguma coisa, não havia jeito. Ela era um empecilho...
- Lugar errado, hora errada.
Luis atravessa a rua passando a segui-la.
Adam entra em um carro negro, e Winry que estava alguns metros atrás não sabia o que fazer.
- Hora de ligar para o Ed...
Luis põe a mão no ombro dela.
- Luis?? – ela estava assustada – O que você faz aqui?
- Eu estava andando, te entrar aqui... O que houve?
- Minha amiga! Pegaram a Riza! Eu preciso de ajuda!
Não havia escolha para ela.
- Vamos, meu carro está aqui perto, vou te ajudar a segui-la.
- Obrigada, eu não sabia o que fazer... Vou ligar para o Ed, ele...
Luis a interrompe.
- Não. Se muitos carros passarem a segui-lo, ele pode machucá-la. Vamos descobrir aonde vão, aí você liga.
- Certo.
Os dois entram em um carro escuro e passam a seguir o carro negro que is para um lado afastado da cidade.
-
-
Scieska chega ao barzinho sozinha.
- Oi, gente!!
- Yo mina.
- Desculpem o atraso, eu comprei o presente de última hora. – entrega a caixinha a Havoc – Parabéns, espero que goste.
Havoc se levanta para receber um abraço e um beijo no rosto da morena. Coisa que não agradou nada um certo Fury que fechou a cara num canto da mesa.
- Obrigado.
- De nada.
Ela se senta no único lugar vago que era ao lado de Havoc para o terror de Fury que queria estrangular Havoc e o que ele achava que era uma aproximação.
- A maluca não vinha com você?
- A Winry? Ela não apareceu na porta da coffe house, eu me atrasei, então achei que ela já tinha vindo.
- Nii-san...
- Vou ligar para ela. – Ed vê que seu celular estava sem bateria – Kuso, acabou a bateria.
- Pode deixar que eu ligo, nii-san...
Mas antes que Al pudesse ligar, o celular de Roy toca.
- Com licença... – ele atende – O que??? Eu já vou!
- O que foi, man?
- Pegaram o tal Luis... Interrogaram e o Hakuro deu ordens para invadirem o lugar que o cara entregou! Desgraçado!
- Isso é ruim?
Gracie estava confusa.
- Esse caso é do Roy, amor, fora que foi uma atitude precipitada, quem nos garante que esse cara é o tal Luis? Pode ser apenas uma distração.
- Vamos para lá então, general!
- Vamos! E aquele Hakuro me paga!
- Vou levar a Gracie para casa e vou.
- Certo.
- Fury, você vai com a Scieska para o quartel e aguardem ordens.
- Hai.
- Vamos... Essa noite será longa.
-
-
Winry e Luis chegam a mansão que ficava escondida no meio do complexo industrial abandonado.
- Kami, por isso ninguém achou esse cara, olha que lugar para se esconder!
- Hn.
Desde que entraram no carro, Winry notou a mudança de comportamento de Luis. Ele parecia preocupado. Estava distante.
- Aconteceu alguma coisa, Luis?
- Iie. Estou só preocupado em não sermos vistos.
- Ok...
Aquela explicação não havia acontecido, mas ela resolveu não perguntar mais.
Tudo em que Luis conseguia pensar era em como silenciar Winry. Não queria machucá-la, mas sabia que Adam não teria piedade quando descobrisse que ela sabia de alguma coisa.
Ela poderia reconhecê-lo e isso não poderia acontecer, todos os crimes haviam sido feitos de maneira a não poderem ser ligados a ele.
Teria que cuidar dela ele mesmo, caso contrário, Adam faria de forma impiedosa.
- Chegamos.
Os dois pararam um pouco afastados da mansão.
- Vou ligar para o Ed...
Winry desce do carro e se afasta um pouco para fazer a ligação.
- Por que você se meteu nisso... – sussurrou para si mesmo –
O loiro abre o porta luvas e retira uma arma de calibre 38. Suspira e sai do carro. Daquele lado, poderia muito bem atirar, não precisaria de mais do que uma bala.
Esticou o braço, mas não teve coragem.
Caminhou para perto dela, silencioso.
- Kuso seu anão! Isso lá é hora de não atender!? Mas isso não importa, pegaram a Riza, não sei é o tal assassino, mas ela está em perigo, estamos no...
- Gomen...
Luis dá uma coronhada na nuca dela antes que ela pudesse terminar a frase.
Winry cai desacordada no chão.
- Você não deveria ter atravessado aquela rua.
O rapaz a pega nos braços e carrega para dentro da mansão, tinha algum tempo, enquanto Adam estava ocupado com Riza, para decidir o que fazer.
- Quem é essa, Luis-sama?
- Vocês não viram nada, certo?
O olhar de Luis era assustador.
- H... Hai.
As nuvens estavam carregadas, mas ainda não haviam tampado a lua cheia.
Os primeiros raios começavam a iluminar o céu e trovões a cortar o silêncio...
Continua...