O assassino da Lua Cheia escrita por Anny Taisho


Capítulo 12
Emboscada




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Cap. 12 – Emboscada


Maes conta a Roy tudo o que descobriu, esse que põe sob aviso todo o quartel com ordens expressas de sigilo total. Era crucial que esse assassino e seus comparsas não soubessem que o exército já tinha informações.


Se Luis fosse visto, tinham ordens para segui-lo e descobrir onde estavam escondidos.


Era sexta-feira, dia treze e a noite seria de lua cheia. Apesar de todos estarem sob aviso, não acreditavam que o homem fosse fazer uma vitima nesse dia. Era fato de que todas as outras vitimas desapareciam, no mínimo, dois dias antes da lua.


Roy estava sentado em sua cadeira de couro negra com os dedos entrelaçados.


- O que você acha?


- Que ele está com medo. Depois de ter feito vitimas pelos quatro cantos do país, sabe que o exercito está em cima dele.


- Mas você acha que existe alguma chance dele parar?


- Maes... Algum motivo ele tem, e tenho certeza de que não vai desistir.


- Tantas inocentes...


- Eu sei.


- Mas Roy, você tem alguma noticia da Riza?


- Nada. O celular dela está sempre fora da área, o telefone da casa toca até a ligação cair e toda vez que vou ao prédio dela o porteiro tem uma desculpa na ponta da língua para me botar para correr.


- Ela também não atende a Gracia, nem Scieska, nem ninguém ligado ao quartel.


- Eu não podia ter deixado ela ir a essa altura do campeonato.


- Cá entre nós, você não podia deixá-la ir em hipótese alguma.


- Diga algo que eu não sei...


- Roy, sabe qual seu problema? Você sempre procurou a mulher perfeita, saiu com dezenas delas, e no fim das contas, a mulher que você sempre procurou estava ao seu lado.


- O que? Bebeu, Maes?


- Admita, você começou a tratá-la diferente depois que percebeu que ela estava perto demais, que toda vez que você a via, queria ficar mais perto...


Roy não sabia o que dizer.


- Man, você nunca olhou para ela como olhava para as outras. Você sempre ficou louco quando ela podia estar em perigo. E convenhamos, ela não é sua sombra só porque é uma excelente atiradora, você a mantêm perto porque no fundo você tem um grande instinto de proteção em relação a ela.


- Aonde você quer chegar?


- Você a ama, ama mais do que entende, mais do que podia imaginar e isso te assusta de uma maneira que te leva a fazer burradas.


- Ela é só minha amiga.


- O que você faria se ela chegasse aqui agora e dissesse que vai casar?


- Desejaria boa sorte.


Nem Roy acreditava nas próprias palavras.


- ROY!


- suspira longamente – Eu ficaria louco...


Roy abaixa a cabeça e fica olhando para um ponto muito interessante no chão.


- Amar não é vergonha nenhuma, mas se você se sente envergonhado é melhor deixar as coisas como estão.


Dito isso, Maes sai da sala deixando Roy sozinho com seus pensamentos.


-


-


Luis dava as informações de como estavam as coisas na cidade.


- A coisa está muito feia.


- O que “feia” quer dizer?


- Têm militares, a paisana, por toda a cidade, estão por todas as esquinas, qualquer carro que entre ou saia da cidade é vistoriado...


- Eu preciso pegá-la hoje, mas como?


- Invada o apartamento.


- Não... Tenho que atraí-la para fora de casa.


- Ela está sentindo-se acuada, não vai sair.


- Onde ela foi nesses últimos dias?


- Na casa daqueles irmãos Elric. Já viram ela com a Winry...


- A mocinha daquele dia?


- Hai.


- Então já sei o que vamos fazer...


Um sorriso brota nos lábios do ruivo.


-


-


Winry caminhava de volta para casa, havia sido uma longa manhã de aulas. A loira estava morta de fome e assim louca para chegar em casa e esticar as pernas.


A vida na cidade grande era realmente muito agitada.


- Tomara que ainda tenha lasanha na geladeira... – dito isso a loirinha passou a mexer na bolsa não notando que alguém, de propósito, entrou em sua frente –


Os dois topam.


- Desculpa... – Winry recolhia os livros – Luis?


- Winry! – o garoto fingia surpresa –


- Nossa! Quanto tempo! Eu te liguei, mas você parece ter me ignorado...


Os dois caminhavam lado a lado e a pequena fazia um biquinho.


- Gomen, é que eu comecei a trabalhar e andei meio afogado nessas semanas.


- Hum... Tudo bem, mas só te perdôo se você me levar para almoçar.


- Eu não deixaria você ir sem almoçar comigo.


O casal se dirige para o Ball’s room, um restaurante de comida contemporânea no centro da cidade.


- Eu estava louca para vir aqui, mas será que tem lugar, aqui está sempre tão cheio.


- Sempre tem um lugarzinho.


- Tomara, estou varada de fome!


Assim que entram no lugar são recebidos pela recepcionista.


- Mesa para dois.


- Desculpe, estamos lotados.


Assim que Winry vira ligeiramente o corpo para ir embora, Luis mostra a recepcionista um pequeno maço com notas altas.


- Tem certeza? – Põe o maço na mão dela –


- Oh... Senhorita! – a recepcionista chama – Que distração, temos uma mesa sim, bem no centro do salão... – Luis balança ligeiramente a cabeça para os lados – Centro... Não, quis dizer no canto.


- estranha as reações da moça – Tudo bem.


A moça os guia para uma mesa, mas reservada no canto do restaurante.


- Logo alguém virá atendê-los.


- Obrigado.


Luis puxa a cadeira para que Winry possa sentar-se.


- Você é muito gentil.


- São seus belos olhos azuis.


- fica levemente corada – E... Que bom que ela se enganou.


- Sem duvidas.


- Mas você não achou estranha maneira dela?


- Estranha? Não.


Luis sabia como ser um excelente ator.


- Deve ter sido impressão.


Nesse momento uma bela moça de cabelos vermelhos chega para atendê-los.


- Boa tarde, sou Kim e vou atender vocês.


A moça sorria abertamente para o casal.


- Para mim, ravióli com cogumelos e você? – ele olha para ela –


- Canelone de presunto e mussarela.


- anota no bloquinho – Certo. E para beber?


- Vinho? – ele olha para Winry esperando uma aceita ou recusa –


- Vinho.


- Tudo bem, a sobremesa vocês pedem depois?


- Sim.


- Agorinha eu trago os pedidos.


A moça sai.


- Então, no que está trabalhando?


- Trabalho para um milionário excêntrico. Faço de tudo um pouco.


Não era mentira o que falava.


- Nossa! Você não tem cara de quem gosta de levar ordens...


- Ele não tem família, então quer formar um sucessor, paga minha faculdade de relações internacionais.


Novamente não era mentira.


- Nossa! Como você o conheceu?


- Eu fazia faculdade, mas não estava mais conseguindo pagar o curso, ele faz grandes doações a faculdade, o reitor viu como estava minha situação e como sou um dos melhores alunos, me indicou para ser beneficiado por uma das bolsas que as doações dele pagam.


A garçonete chega com os pedidos.


- Mais alguma coisa?


- Agora não.


- Hai. – ela se retira –


- Continuando, um dia ele resolveu escolher um aluno para trabalhar com ele, e como ele mexe com relações internacionais...


- Nossa! Que sorte a sua!


- Concordo.


- E qual o nome dele?


Luis faz uma careta.


- Você é muito curiosa.


- Desculpe, é que, aquele dia, conversamos tanto e parece que só falamos de mim.


- Adam Sumerlland.


- Hum...


A loirinha comia seu prato.


Os dois continuaram a conversar trivialidades enquanto comiam.


- Mais vinho?


- Sim, obrigada.


Quando Luis foi servir o liquido rubro, acabou por derrubá-lo na blusa amarelinha dela.


- Nossa! Desculpe, eu me distrai...


- Que isso, eu só preciso me limpar...


Winry se levantou para tentar limpar com o guardanapo a mancha que se formava, com ajuda do rapaz que parecia só piorar a situação.


- Isso não parece estar adiantando.


Nessa hora, a eficiente garçonete apareceu.


- Será que posso ajudar?


- Derrubei vinho nela por acidente...


- Venha comigo a cozinha, lá podemos limpar isso com um pouco de água para que não manche.


- Tudo bem.


Guiada pela ruivinha, Winry se afasta da mesa deixando seus pertences para trás.


- Perfeito.


Luis vai até a bolsa que estava semi-aberta e pega o celular dela.


- Tomara que isso dê certo.


O jovem rapaz digita uma mensagem de texto para Riza marcando um encontro em um café mais tarde, envia e apaga a mensagem da caixa de saída. Sem esquecer-se de ativar o desvio de mensagem com o número de seu celular para o caso de uma resposta.


- Pronto! Agora é só ela morder a isca.


Luis repõe o celular ao seu devido lugar e volta para seu lado da mesa voltando a comer.


- chega com a blusa em perfeito estado – Nossa! Nem parece que estava sujo!


- Aquela garota fez milagre! – Winry riu –


- Vou deixar uma boa gorjeta a ela em agradecimento, não me perdoaria se você tivesse que ir embora suja.


- Você é um doce.


O celular dele toca.


- Uma mensagem, só um minuto.


Okay, ás oito.


Espero que não seja grave.


Riza.


- sorri – Missão completada. – sussurra para si mesmo –


- Noticia boa?


- Sim, mas vamos voltar a conversar. Sobre o que falávamos mesmo?


-


-


Riza estava limpando casa. Esta que estava limpa, mas a loira tinha que fazer alguma coisa antes que pirasse.


Eu gosto tanto de você


Que até prefiro esconder.


Deixa-se ficar, subentendido.


Como uma idéia que existe na cabeça


E não tem a menor pretensão de acontecer.


 


Eu acho isso tão bonito.


De ser abstrato, baby!


 


A beleza é mesmo tão fugaz


É uma idéia que existe na cabeça


E não tem a menor pretensão de acontecer!


 


Pode até parecer fraqueza,


Pois que seja fraqueza então.


A alegria que me dá, isso vai sem eu dizer!


 


E se amanhã não for nada disso,


Caberá só a mim esquecer


E eu vou sobreviver!


 


O que eu ganho e o que eu perco...


Ninguém precisa saber!


 


Eu gosto tanto de você,


Que até prefiro esconder


Deixa-se ficar subentendido


É uma idéia que existe na cabeça


E não tem a menor pretensão de acontecer!


 


Pode até parecer fraqueza,


Pois que seja fraqueza então!


A alegria que me dá, isso vai sem eu dizer.


 


E se amanhã não for nada disso.


Caberá só a mim esquecer...


E eu vou sobreviver!


 


O que eu ganho e o que eu perco...


Ninguém precisa saber!


 


O que eu ganho e o que eu perco...


Ninguém precisa saber!


 


Riza deixa o corpo cair sobre o sofá. Havia limpado cada centímetro quadrado daquele apartamento. Estava exausta, ou melhor, estava mais que isso.


- Mais um dia... – a loira olhava para o teto –


Seus dias estavam terríveis, estava assustada, estava sozinha, estava sentindo falta dele. Como alguém que nunca lhe deu moral podia fazer tanta falta?


Como queria sentir o cheiro dele outra vez, aquele almíscar amadeirado...


Apesar de sempre ter tido consciência de que nunca ficariam juntos, o amor era teimoso, apesar de navegar nas turvas águas da impossibilidade, nunca desistia. Estava sempre ali espreitando uma chance de vir com força total tentar dar esperanças ao coração desesperançado.


- Maldito.


Riza olhou para o relógio, já eram seis horas. Hora de tomar um banho e se arrumar para encontrar Winry. O que será que ela queria conversar? E por que não podia ser no apartamento?


Não sabia por que, mas seu coração estava apertado dentro do peito. Não queria sair de casa, mas não ia se deter por causa de uma sensação ruim, não era uma mulher medrosa. E esse tipo de coisa era irracional, não havia motivos para ter medo.


Um banho quente relaxou seus músculos e deixou sua cabeça mais leve. Colocou meias pretas, uma saia de mesma cor, uma camisa branca, uma cinto por cima, os sapatos eram roxos, e para fim da história, usava um colar de prata com um pingente com um “R” em letra clássica.


Quando terminou, já eram sete e meia, e como não era muito perto o café escolhido, já passava da hora de sair.


- Au au au au au!!


Black Haiate estava inquieto, estava na porta e latia sem parar.


- O que foi, bebê?


Até parecia que ele não queria que ela saísse.


- Eu tenho que sair... O que foi?


Black olhava temeroso.


- afaga o cachorrinho – Eu não vou demorar!


Apesar das tentativas de conter a dona, Riza saiu.


Black Hayate apenas deitou-se perto da porta e começou a chorar.


-


-


Edward estava terminando de se arrumar, era aniversário do Havoc e ele comemoraria em um barzinho com os amigos.


Breda, Fallmam, Fury, Roy, Hugues, Ele, Al, Winry, Scieska, Maria Ross, estariam lá. Apesar do clima pesado, todos gostaram da idéia de sair para descontrair.


- Maluca! Vamos!!! – Ed batia na porta –


- Eu não estou pronta!


- Mas vai ficar para trás!!


- E eu pedi para você esperar??


- Então eu vá sozinha!


- Eu não, Vou com a Scieska!!


- Que seja! Mas vá pelo centro!


- Ok, Ok...


Ed vai para a sala onde era esperado por Al.


- Cadê ela?


- Vai com a Scieska!


- Não é perigoso?


- O bar é no centro.


- Se é assim...


- Fora que o celular que eu dei para ela tem rastreador via satélite.


- Isso explica a conta do cartão.


- Ela é teimosa! Melhor temos uma maneira de achá-la em alguma eventualidade.


- Ou no caso dela sair com alguém que não seja você!


- O quê? Eu não me importo com quem ela sai ou deixa de sair...


- Esquece, nii-san.


Os dois loiros saíram para o barzinho.


-


-


O café ficava num canto mais afastado do centro da cidade, bem perto do antigo complexo comercial da cidade.


- A Winry vai ter que me explicar umas coisinhas!


 O sininho avisa a entrada da loura no estabelecimento. O lugar era até aconchegante, e não estava muito cheio, uma coisa boa no atual estado de paranóia que vivia Riza.


- senta-se em uma mesa ao fundo do restaurante – O que vai pedir senhorita?


- Um chocolate quente com chantilly.


- Certo!


A garçonete se dirige para o balcão para passar o pedido ao rapaz que fazia os drinks, mas ele não estava lá.


- Hum!! Cadê o Key?


-


-


Atrás do café, as ruas estavam escuras, apenas a luz da lua iluminava o local.


- Seu nome é Key, estou certo?


- Sim, mas o que o senhor quer comigo?


O rapaz não conseguia ver o rosto do homem que estava a sua frente vestido perfeitamente bem.


- Você está noivo, mas não tem o dinheiro...


- Como...


- Eu posso te conseguir esse dinheiro, basta você me fazer um favor...


- O que? – Desconfiado –


- Coloque isso no pedido dessa senhorita... – O homem retira do bolso uma foto e um vidrinho com um liquido rosa –


- Por quê? O que é isso?


- Ela é minha namorada, está doente, mas não quer tomar os remédios... Eu preciso que você faça isso.


O tom do homem que parecia ser ruivo era muito convincente, não havia como ser mentira. Não podia deixar a moça sem o remédio, faria até de graça, mas já que ele queria pagar.


- Eu faço.


- Obrigado, ela é muito importante para mim.


O homem retira dois maços de notas altas do outro bolso.


- Acho que isso te ajuda, não?


- Muito! Obrigado senhor!


- De nada, mas não se esqueça de fazer isso sem que ninguém perceba.


- Hai.


O jovem volta para dentro do café.


- Ela já chegou?


Luis aparece na ponta da esquina.


- Sim.                                              


- Fique por ai, me avise se algo que possa estragar meus planos aparecer.


- Hai.


O jovem loiro desaparece pela escuridão.


- Lua cheia... Uma semana maravilhosa, todas as noites são clareadas por esse belo astro...


A lua estava no alto do céu, mas esse não estava límpido. Algumas nuvens insistiam em tampar as belas estrelas...


Continua...


 


 


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Notas finais do capítulo

Oi gente que eu adoro!!!!!!!!!!
O que axaram???
Espero que gostem!!!
E comentem...
KIsss
Ate a proxima!!



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