Dor, dor, dor. Dor era tudo o que eu sentia naquele momento. Minha cabeça rodava e a dor aumentava. Já não agüento mais essa dor que me consome cada vez mais. Dor. Essa dor era tudo o que sentia naquele momento.

Não, isso não era por causa do Zayn ou qualquer coisa do tipo. Era por MINHA causa. Eu sabia disso e assim doía mais. 

Minha cabeça rodava e os pulsos jorravam, eram apenas questões de segundos para que tudo se apagasse e ficasse calmo novamente.

X

Mas que merda. Porque ninguém atende essa porra logo? 

Olhei para o relógio que marcava 15h30. Bufei e olhei ao meu redor. Meus pulsos já com curativos ainda estavam doloridos. Minha cabeça estava explodindo. Olhei para o chão e vi o vidrinho de dopante. Aquilo apertou o coração e lembrou toda a dor. 

A campainha tocou mais uma vez, mas dessa vez quem quer que esteja lá fora emperrou o dedo no botão da campainha. MAS QUE MERDA! 

Gritei pela minha irmã e nada. Talvez ela não estivesse em casa. 

Levantei-me e dei um trato no visual rapidamente. Eu estava horrível. Mas era o que tinha pra hoje. Botei um moletom que dava duas de mim e ia até os joelhos. Era do Pedro. Senti seu cheiro e sorri tristonha. Sinto muito a falta dele e dos meus lindos. 

Desci e vi um bilhete em cima do balcão. Peguei e a campainha tocou novamente. Essa pessoa insistia em deixar o dedo pendurado ali, porque né...

- ESPERA CARALHO! - Eu disse gritando irritado. 

Li o bilhete:

'' Ei cachorra, saí para resolver algumas coisas. Vou demorar. Tem comida na geladeira e se prepara que tenho algumas novidades.

xx

   Mana linda que te ama. '' 

Ótimo. 

Abri a porta e fiquei sem reação com o que vi. Partiu-me o coração. Pisquei forte na tentativa de ter visto mal. Mas era isso mesmo. Era ele. Naquele estado. 

- Z- Zayn? - Eu falei sem saber o que fazer. Ele estava aos prantos. Com os cabelos desgrenhados, a roupa completamente amarrotada e a mesma da festa de ontem. Com cara de quem não dormira a três noites. Era realmente de dar o dó o estado em que ele se encontrava. 

Tentei fazê-lo entrar, mas acho que ele não queria falar comigo. Acho que estava procurando minha irmã. Mas na verdade, sua expressão era de quem não fazia idéia do que queria, ele mal devia fazer idéia de onde estava, o que procurava o que fazia. Ele apenas chorava e esbravejava dando alguns socos ao lado da porta. Seu olhar era de completo desespero. 

O abracei e afaguei seus cabelos. Ele era um tanto quanto BEM mais alto que eu, mas do jeito que ele se largou em meus braços, tentei o envolver do jeito mais confortante possível. Fui o puxando para dentro, tranquei a porta e sentei ao seu lado no sofá. Puxei sua cabeça para meu colo e fiquei alisando seus cabelos, macios e cheirosos. Foi nesse momento em que ele LITERALMENTE desabou. Ele virou de frente para minha barriga, ainda deitado em meu colo. Abraçou-me com força e começou a soluçar. Parecia uma criança. E isso era horrível. Quase chorei junto. Mas tentei me manter o mais calma possível para tentar acalmá-lo. 

-Você quer me contar algo? - Perguntei falando num tom de voz baixo e calmo. Na tentativa de fazê-lo para de chorar.

Ele secou as lágrimas, respirou fundo e olhou pela porta da sacada do apartamento que tinha uma vista LINDA de Londres.

Entre alguns soluços ele disse:

- É que...