- Pegou as chaves? – Eu disse olhando ele procurar seu celular.

- Não sei. – Ele disse todo atrapalhado procurando o celular e passando as mãos sobre os bolsos a procura das chaves. Levantei-me do sofá e fui o ajudar a procurar. – Você vai ficar bem? – perguntei sem olhar pra ele.

-aham. – Ele disse ainda distraído a procura de seus pertences.  Subi e deixei-o procurando lá em baixo.

Estendi a mão com o celular, à carteira e as chaves e ao mesmo tempo disse:

-Já sabe o que vai fazer? – falei avaliando sua expressão.

-Seguir minha vida. – Ele disse pegando as coisas e sorrindo. – O que seria de mim sem você?

- Um merda! – Eu disse irônica.

- Um merda viado. – Ele riu e eu balancei a cabeça, revirando os olhos.  Olhei para ele de novo. Eu gostava de fazer isso. Ficar, só olhando ele.

- E pretende fazer isso como? – eu disse fitando seus olhos castanhos que agora estavam colados na tela do celular.

- Primeiramente. – Ele ergueu o olhar até mim e abaixou novamente até a tela, fazendo com que eu olhasse também. – Excluir ela da minha vida e de todo o resto. – Sorri enquanto ele a apagava da sua lista de contatos e excluía todas suas mensagens, inclusive aquela que ela mandara algumas horas atrás e ele não lera. – Depois, vou focar somente na banda e nas minhas fãs, que são as coisas mais preciosas que tenho. – Sorri alegre ao ouvir isso.

-Que bom que você vai ficar bem!

- Pelo menos, tentar... – Ele concluiu.

- E vai conseguir! – Eu disse séria. Ele riu.

- Bom, eu tenho que ir! – Ele disse olhando pra porta.

-Ah, tudo bem. – Eu disse me direcionando até a porta.

- Me desculpe o incomodo, e MUITO, MUITO obrigado por ter cuidado de mim hoje. Eu sei que fui um chato, mas você foi realmente um anjo pra mim. Obrigado, por ter me ajudado e me dado seus bons conselhos. – Eu corei e ele riu. Ele não disse nada. Apenas me olhou com um olhar tipo ‘’você sabe que eu vou tirar onda né?’’. Balancei a cabeça e disse:

-Imagina! Foi bom ficar um pouco contigo e te conhecer melhor. Obrigada você por confiar tanto em mim. – Sorri e ele me deu um daqueles seus beijos calorosos. Ele era sempre quente. E cheiroso.

Ele virou-se para ir em direção ao elevador e voltou rapidamente me fazendo deixar uma fresta da porta aberta.

-E... – ele disse tímido. – A gente se vê? – Eu ri

- Quem sabe? – Eu disse fechando a porta e ouvi-o falar alto ‘’MARRENTA!’’ Sorri.

Foi bom passar algum tempo com Zayn. Conheci melhor quem ele era e um pouco mais sobre a banda.  Mas sei lá. Algo ainda me fazia não gostar deles. Eu ainda tinha uma pontinha de implicância com Zayn. Não sei bem o que era, mas decidi não pensar nisso. Afinal, hoje fora só o dia mais estranho da minha vida, com alguém que eu mal falei na vida e que se tornou muito especial por algumas horas. Nada de mais. 

Olhei o relógio e marcavam 22h23. Nossa! O tempo passou rápido e ao lado dele eu nem percebi.

Subi, tomei um banho e fui ver o que era a novidade que minha irmã citara no bilhete.

- Posso entrar? – Bati na porta novamente. Mas que merda! Porque ela não responde? Entrei de uma vez. Ela estava de fone. Que guria ET. Ela levou um susto quando pulei na cama.

- Credo menina! Pare de ser feia. – Ela disse pondo a mão no coração por conta do susto.

-Ah claro, beleza em pessoa! Recalque mandou lembranças viu? – Ri irônica e ela me ignorou total, estava muito concentrada no not. – Ta, desembucha logo. O que é a novidade?

Ela desviou o olhar do not como se tivesse se lembrado de algo.

-Não, primeiro a senhorita me explica o ocorrido com o Zayn sob meu teto.  – Ela me olhou curiosa. E eu contei algumas partes do ocorrido. Na verdade contei o básico, o móvito de ele estar ali, o porquê das roupas e que ele havia brigado com Perrie, só.  Zayn havia confiado em mim e me contado seus segredos e sentimentos, e eu nunca seria capaz de revelar a mais alguém. Eu realmente sei guardar segredos. Só eu sei quantos segredos eu escondo há alguns anos...

-Agora é a sua vez. – Eu disse sem animo algum, colocando uma pipoca na boca e fitando a TV que passava Bob Esponja, eu era apaixonada pelo desenho, tanto quando por The Simpsons.

- Ah é que... – Ela olhou pra mim e eu fiz o mesmo.  – Você sabe que eu já trabalhava aqui e... – interrompi.

- Vá direto ao ponto.

- Eu vou voltar a trabalhar.

- Ótimo. –Sorri.

- Mas, vou ter que viajar muito e você vai ficar sozinha... – Ela fez uma careta.

- Eu me acostumo.  – Falei pensativa. Ia ser horrível ficar sozinha, mas ia ser bom. Sei lá, eu sou confusa assim mesmo.

- Eu não quero isso pra você. – O emprego que minha irmã segurava há três anos era muito bom, era bom pra ela, rendia uma boa grana, dava pra nos sustentar, logo eu começaria a trabalhar também, e eu não queria que ela se prendesse a mim, ela sempre fora livre e pé no chão, eu não queria ser um peso pra ela, por isso sempre dava um jeito de me virar do meu jeito e isso às vezes era bom, pois, assim eu amadureci mais rápido e hoje vejo a vida com outros olhos e sei me virar bem sozinha. Não dependo de ninguém pra nada e eu gosto de ser assim, independente, livre e com minhas próprias vontades sem precisar seguir o pensamente de ninguém.  Eu não poderia segurar minha Irmã num lugar só, ela nunca morou mais de meio ano no mesmo lugar, e eu não gosto deste tipo de coisa, prefiro ficar num lugar só, no caso, o Brasil. Mas eu não era nenhuma criança mimada de 7 anos incapaz de entender a situação, eu sabia exatamente que indiferente das minha vontades, Londres era meu destino agora e eu estava disposta a fazer o que fosse preciso pra me acostumar.  E agora, era minha vez de traçar meu caminho sozinha, ela iria começar a viajar a trabalho e eu começaria minha faculdade e procuraria um emprego. É, seria assim daqui pra frente.

- Isso o que? A realidade? Francamente, eu tenho 17 anos, ano que vem eu já sou maior de idade e já respondo judicialmente, então eu tenho que aprender a lidar com isso desde agora, você não acha? – Eu disse fazendo graça.

- Mas o que você faria de mais para ter que responder em um tribunal, mocinha? – Ela riu.

-Ah, sei lá. Lembra quando eu tinha 13 anos e queria ser criminosa?- Ela assentiu rindo. - Vai que eu sigo essa vida, sei lá né. É melhor eu começar a me preparar desde agora e já ir descobrindo as manhas dos moleques zica daqui. – Nós rimos.

-Mas... – interrompi novamente,

- Mas nada, você vai começar a trabalhar e eu a fazer minha faculdade e aos poucos nós vamos ajeitando as coisas pra que fique bom pras duas.

-Oun... – Ela disse me abraçando. – Esta tão crescida minha menina, olha só, me dando lição de moral, me dizendo o que fazer e sem perder a razão. – nós rimos. – Tudo bem, você esta certa. Temos que seguir nossas vidas aqui em Londres, e Londres é correria. Começo semana que vem a trabalhar, e na semana que vem mesmo já vou para Manchester.

- Hmm. – Fiquei pensativa. Mas logo semana que vem? Tipo, OI? Hoje é sábado. Que saco. Mal cheguei a Londres e já vou ficar sozinha. – E volta quando?

- Depois de uma semana. – Ela fez uma careta. – Mas, se você preferir, eu volto antes, falo com meu chefe.

- não! Se quiser fique mais! – Eu disse forçando o sorriso. Por mais que eu e minha irmã implicássemos uma com a outra eu não sabia viver sem ela, e nesses últimos três anos eu passei muito tempo com ela. Já estava acostuma a sempre te-la por perto e agora ela viajaria por uma semana inteira! O que seria de mim? E o que eu comeria? Oh meu Deus. Sim, eu me preocupo com minha alimentação, ok?! Pare de pensar que sou uma esfomeada, eu só sinto fome em excesso, nada mais.  Minha irmã nunca cozinhara bem, mas de fome eu não morria, e sem ela eu desnutriria de vez. Mas se eu quero ser alguém independente, e para isso no mínimo eu tenho que saber me alimentar certo? Ok! Nessa semana eu vou aprender a cozinhar, palavra de escoteiro.  Vish, essa semana próxima vai ser longa e solitária...  Ou não