Regret escrita por Kaline Bogard


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Atrasou dois dias :D

Melhor do que dois anos -q

Não foi betado *cantarolando*

Boa leitura :D



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Regret

Kaline Bogard

Capítulo 11

— Porque eu gosto do Wes.

Alex soltou os talheres sobre o prato, encarando Travis com incredulidade. O clima mudou na mesma hora. Não chegou a ficar pesado ou tenso, só estranho.

— Não tenho certeza do que quer dizer com isso... — ela falou sondando o terreno.

— É exatamente o que está pensando — o rapaz moreno não era de rodeios ou de amenizar o golpe. Os olhos azuis brilhavam decididos — Não vou entrar em detalhes, mas coisas aconteceram. Nós estamos juntos há algum tempo. Agora quero assumir. Por isso estou conversando com você abertamente. Porque a considero uma amiga.

A mulher recostou-se na cadeira. Estava um pouco pálida. Sua expressão exibia o abalo que sentia, mas não revelava traços de nojo ou preconceito. Algo que beirava a uma noticia inesperada, sem envolver sentimentos ruins.

— Não sei o que dizer, Travis — soou sincera.

O rapaz sorriu. Também soltou os talheres, deixando-os ao lado do prato. A situação era delicada.

— Só me diga que não vai surtar — brincou meio falando a sério — Wes não sabe que eu estou aqui. Ele vai me matar quando eu contar.

Em resposta ela pegou a taça de vinho e deu um longo gole. Sua expressão era pensativa, distante. Claramente refletia sobre o que ouvira.

— Você me surpreendeu, admito. Nos anos que estive casada com Wesley não posso dizer que notei indícios de que ele fosse bissexual — respirou fundo — Mas não é como se eu o odiasse ou algo assim. Vivemos juntos, decisões erradas nos separaram. Ainda o amo e desejo o melhor pra ele. Wow, nem sei o que to dizendo.

O detetive sorriu compreensivo. Em momento algum imaginara que seria simples para a ex-esposa de Wes digerir a situação.

— Se você prometer que não vai nos julgar ou se afastar de vez, já considero uma vitória! — gracejou cheio de charme.

— Claro que não. Não cabe a mim julgar Wesley ou você, por suas escolhas — esvaziou a taça e tornou a enchê-la.

— Obrigado, Alex. Você é importante para nós. E pelo menos agora o Wes não vai me matar quando souber. Você me conhece, não é? Sabe que eu nunca fui de levar meus casos a sério. Nunca enganei ninguém, claro. As cartas sempre foram postas a mesa. Mas com o Wesley é diferente. Eu não quero que seja passageiro. Estou jogando com cartas diferentes agora.

— Está apaixonado — ela afirmou.

— Sim, que droga. Papai Travis vai se aposentar. Ainda não conversei com Wes. Mas tenho certeza do que eu sinto. Só quero saber o que ele sente. Vou confessar toda a verdade e parar de agir às escondidas.

A ex-esposa de Mitchell sorriu. Levara um baque e tanto. Nunca desconfiara que aqueles dois estavam envolvidos romanticamente. Eram tão diferentes! E brigavam o tempo todo... como suspeitaria? Porém, por mais inusitada que fora a revelação, podia ver que Marks era sincero em suas palavras. Captava carinho e preocupação em sua fala. Coisas que nunca notara antes, quando o detetive se referia às suas conquistas para se gabar.

Olhou furtiva para Travis, que voltara a comer. Talvez tanta briga entre os dois detetives, até então, fosse um sinal que ignorara. Ambos pareciam gato e rato! Personalidades contrárias e complementares, se analisasse bem. Seu ex-marido era controlador e obsessivo. Marks? Exatamente o oposto! Quem sabe não fosse justamente aquilo que Wesley precisava, afinal de contas?

T&W

— Entendi (...) interessante (...) tem certeza disso? Obrigado.

Wes desligou o telefone e ficou olhando para o papel sobre sua mesa. Anotara as informações que Emerick lhe passara. Algumas conseguidas por meios não tão legais assim, mas que demorariam demais se fossem se prender à burocracia.

Algo grande se desenrolava diante de seus olhos. Parecia justamente o fio da meada. Sentiu empolgação e uma forte intuição de que iam no caminho certo. Se aprendera uma coisa em sua carreira de advogado e detetive, essa coisa era: em mortes causadas por seriais killers não existiam coincidências. O padrão revelava a assinatura e a assinatura indicava o motivo do crime.

Pegou o celular e discou para o amante. Caiu na caixa postal.

— Travis, encontrei uma pista que vale a pena investigar — gravou o aviso após o sinal característico e desligou. Juntou suas coisas e foi embora.

T&W

— Muito obrigado por essa noite, Alex — o detetive agradeceu sentado em sua moto, com o capacete na mão.

— Se cuida — ela respondeu em guisa de despedida e voltou para dentro da casa.

Marks sentiu grande alivio inundá-lo. E forte desejo de encontrar com o outro detetive e contar tudo o que acontecera. Tirou o celular do bolso para ligar para ele. Notou o aviso de uma nova mensagem de voz.

Travis, encontrei uma pista que vale a pena investigar.”

Ficou intrigado com o que poderia ser. Discou rápido os números que sabia de cor. Chamou uma vez e já caiu na caixa postal. Estranhou.

Resolveu ir até o hotel para falar com ele. Tanto sobre sua decisão de revelar o romance que tinham para Alex e a declaração que tinha em mente, quanto sobre o caso de assassinatos e a pista que ele disse ter encontrado.

Foi um choque chegar ao hotel onde descobriu que Wesley não aparecia há alguns dias. Sim, em parte era culpa sua, por sempre convencê-lo a ir para sua própria casa. Mas ele devia estar ali àquela noite.

Ainda no hall do hotel tentou discar novamente. Foi atendido pela caixa postal outra vez. O celular estava desligado ou temporariamente fora de serviço. Maldita gravação automática.

Tendo um insight resolveu ligar para a Homicídios. Discou no ramal direto de Wesley. Tocou, tocou, tocou até cair no sistema de fax. Um tanto nervoso ligou para a telefonista. A funcionaria do turno da noite contou que o detetive Mitchell passara por ali, examinara alguns casos d’O Dentista, mas já saíra algum tempo.

A informação desconcertou Marks. O que seu amante poderia ter descoberto? Que pista quente era aquela? E a dúvida que mais o preocupou: Wes não seria idiota de investigar sobre um assassinato sozinho, seria?

continua...


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Notas finais do capítulo

A gente se vê em 2017!

Ops, to zoando -q

Até semana que vem, na segunda... ou terça... ou quarta... ou quinta-feira... sou má, eu sei '-'



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