Regret escrita por Kaline Bogard


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Não foi betado!

Boa leitura 8D



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Regret

Kaline Bogard

Capítulo 12

A informação desconcertou Marks. O que seu amante poderia ter descoberto? Que pista quente era aquela? E a dúvida que mais o preocupou: Wes não seria idiota de investigar sobre um assassinato sozinho, seria?

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Compreendendo que não adiantava nada ficar ali pelo hotel, Travis deixou um bilhete na recepção e foi embora. Seu recado dizia que Wes deveria entrar em contato urgente, assim que voltasse para o quarto alugado.

Inconformado, o detetive seguiu para o departamento da Roubos e Homicídios, só por garantia. O local estava lotado, como sempre. Fosse no horário comercial ou noturno, Los Angeles era uma cidade que não tirava folga!

Wes não estava por lá, realmente. Travis sentou-se na mesa do amante e fuçou nas coisas dele, tentando encontrar o que poderia ser a tal pista. Tirou alguns papeis do lugar, destruindo a organização metódica.

Sim, Wesley era o tipo de cara que precisava ter o controle sobre todas as situações. Dificilmente ele conseguia, por espontânea vontade, envolver-se em algo que não pudesse calcular todos os riscos. Marks era o imprudente e impulsivo da dupla. As regras da polícia eram claras e o ex-advogado jamais investigaria sozinho qualquer pista, expondo-se ao perigo.

Olhou o grampeador, motivo de muitas brigas entre eles, arrumado no canto da mesa, ao lado de uma caixinha de grampos, enfileirada com uma caixinha de clips. Outra faceta da personalidade do loiro que deveria ser levada em consideração: o cara era obsessivo. Quando uma idéia entrava na mente de Wes, ele não conseguia se livrar fácil. E ia a extremos para defender suas crenças. Tanto que chegara ao cúmulo de abandonar uma carreira de sucesso no Direito, com um gordo salário; para trabalhar como detetive em um dos departamentos mais tumultuados do estado da Califórnia. A cidade dos anjos, onde muitos de seus moradores se pareciam mais com demônios sem coração.

Não adiantava ficar por ali ruminando pensamentos e tentando adivinhar o que acontecera. O celular de Wes ainda caia na caixa postal, ele saira da delegacia, não passara no hotel, e evidentemente, não fora à casa de Alex, os três únicos lugares onde imaginava que o amante poderia estar.

Resignado e preocupado pegou a moto e voltou para casa. Apenas para ser surpreendido da melhor maneira possível: as luzes da residência estavam acesas!

Estacionou de qualquer jeito no gramado da frente e entrou correndo, com o coração aos saltos. Flagrou Wes no momento em que ele voltava para a sala, com uma latinha de cerveja na mão. Ele usava roupas velhas e confortáveis, camisa e calça moletom, o cabelo úmido indicava o banho recente. Cheiro delicioso de jantar pairava no ar. Jazz tocava baixo no aparelho de som.

— Caralho, Wes! O que você está fazendo aqui, cara?!

A pergunta desconcertou o loiro e ele não foi capaz de disfarçar.

— Eu... eu... só achei que... — não terminou a gaguejante explicação. O moreno percorreu a pouca distância que os separava e o puxou para um abraço, foi um gesto meio desajeitado e brusco, que o fez derramar um pouco da cerveja — Travis?

— Passei pelo hotel, mas disseram que você não foi lá. Ouvi a mensagem no celular. Por que desligou o seu telefone?

O ex-advogado conseguiu libertar-se do abraço.

— O que está acontecendo? Acabou a bateria e eu coloquei pra recarregar.

— Fiquei preocupado que fosse investigar uma pista sem mim!

— Eu nunca faria isso, Travis! — o rapaz desdenhou. Era certinho demais para agir fora das regras — Fui à Delegacia, mas não me senti disposto a passar a noite no hotel. Acabei voltando pra cá.

Marks puxou o loiro para sentar-se no sofá.

— Sim, você é o Senhor Pé no Saco, e não aprendeu nada comigo esse tempo todo. Cara, nem um pouquinho do meu charme te contagiou! Mas fico feliz que esteja aqui!

—... você não está fazendo sentido.

— Dá um desconto. Passei um pequeno evento traumático. Ou melhor, dois.

Respirou fundo. Era um inconseqüente e impulsivo. Não sabia fazer as coisas de modo diferente, e tal era a marca registrada de Travis. Por isso não dourou a pílula, revelando de uma vez:

— Fui jantar com Alex. E nós conversamos.

Wes ergueu uma sobrancelha e deu um gole na cerveja, sem parecer alarmado ou preocupado. Sua ex-esposa e seu atual amante tinham uma boa relação, não seria a primeira vez que dividiriam a refeição.

— E contei para ela sobre nós.

O detetive loiro paralisou-se no ato de beber a cerveja, um segundo a tempo de evitar engasgar-se feio com o líquido.

— O quê?! — achou que não tinha ouvido direito.

Marks colocou as mãos sobre os ombros do outro e o olhou com firmeza.

— Você conhece o meu passado. Sabe que pular de um lar provisório para o outro era rotina. Essa tarde, conversando com aquela pobre garota, eu percebi que agia com você como agia com esses pais adotivos: eu não me permitia laços profundos, porque sabia que não ia durar.

— Travis...

— Shhhi. Me deixa falar, okay? Todos os meus relacionamentos foram assim, levianos e supérfluos, para evitar me machucar. Mas antes eu era um moleque, e nada podia fazer para mudar isso. Hoje eu sou um homem, Wes. Eu posso lutar para manter quem vale a pena ao meu lado — respirou fundo — E é o que eu quero fazer com você. Quero que nossa relação não seja passageira. Quero abrir o meu coração e confiar que será pelo resto da vida. Vou fazer ser pelo resto da vida. Não permito que saia do meu lado, ouviu? Amo você.

A declaração pegou Wesley de surpresa. Desconfiava dos sentimentos do amante há algum tempo, mas dava o espaço que ele precisava. Conhecia Travis o bastante para saber que não adiantava pressionar ou cobrar demais. Com o moreno, a melhor política era a de deixar o barco correr. Excelente estratégia que dava bons resultados, afinal.

— Por isso foi falar com a Alex?

— Sim. Ela é importante, para você e para mim. Vamos ter uma relação clara e direita, sem esconder nada de ninguém. Não fique bravo comigo. Não muito.

— Claro — Wes resmungou — Só quero chutar o seu traseiro por fazer coisas sem me avisar!

Os olhos azuis do outro detetive brilharam matreiros.

— Nah! — desdenhou com um gesto de mão — Pensei que já estava acostumado com isso...

— Pois não estou!

— Mas você não me respondeu — cobrou nada discreto.

A frase fez Mitchell sorrir.

— Você é o homem mais inconseqüente, imprudente, desorganizado e folgado que eu conheço. Mas está me ensinando a ver a vida de uma outra forma. Aprendi lições preciosas com você, Travis. Quando percebi já tinha fortes sentimentos...

Travis sufocou uma risada. Seu amante era complicado até pra dizer um “eu te amo”. Mas gostava dele ainda mais por tais melindres.

— Vou entender isso como um “também amo você, Papai Travis” — riu, por fim. Antes que o loiro expressasse indignação segurou-lhe o rosto com as duas mãos e o puxou para um beijo.

Agora sim, tudo estava certo.

continua...


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Notas finais do capítulo

Semana que vem tem mais!

Só acho

8D

Amo vocês, lindos!!



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