Alvo Potter E O Medalhão De Prata escrita por Amanda Rocha


Capítulo 22
A chegada dos Aurores


Notas iniciais do capítulo

Ok, vocês não merecem, mas eu resolvi postar o capítulo. O combinado era postar só na segunda, mas resolvi dar esta chance à vocês. Mas gente, não custa nada deixar um review, neh? Eu fico tão feliz quando vejo um... E, ah, leitores novos, sintam-se a vontade (deixando reviews.). E gente, eu não tenho nenhuma recomendação! NENHUMA! Só treze "favoritações"...
Mas também quero agradecer àquelas leitoras fiéis que sempre deixam seus reviews e "favoritações". Podiam deixar uma recomendação também, neh, mas...
Bom, este capítulo é super-bom! Na verdade é um pouco triste até, mas tem bastante "ação" digamos... Bom, aí vai:



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Aqueles primeiros meses depois das férias, foram os que mais demoraram a passar. Os professores não paravam de passar deveres e mais deveres, cada vez exigindo mais centímetros, e sobre coisas que Alvo achava que realmente não importavam, como umas plantas esquisitas e animaizinhos estranhos. Agora em março, segundo os professores, eles dariam uma folguinha em consideração aos jogadores de quadribol que treinavam muito para o campeonato.

 Com tantos deveres e jogos de quadribol, ninguém mais se lembrava de Bob Rondres, da Profecia ou do Medalhão. O bom é que as férias de Páscoa já haviam começado.

 Pedro também começou a marcar quatro treinos de quadribol por semana. Todos estavam exaustos, mas valeu a pena. Eles ganharam os últimos jogos da Lufa-Lufa, da Corvinal, e com muito esforço, da Sonserina.

 Alvo estava no vestiário. Neste sábado já iria ter um novo jogo contra a Sonserina.

-Bem, em geral, estamos com uma boa vantagem. –disse Pedro.

-Mais que boa! –interrompeu Tiago. –Já ganhamos os três últimos jogos deles, por que agora seria diferente? E, ah, Patrícia, o Vultroth joga pior que o Alvo como apanhador.

-Ei! –disse Alvo.

-Foi mal.

-Então vamos indo! –disse Pedro animado. –Mas esse é o espírito da coisa!

 O time foi se posicionando. Dava para ouvir os gritos da arquibancada. Alvo jurou ter ouvido algo relacionado a ele. As portas se abriram, Alvo e os outros montaram nas vassouras e entraram em campo. A arquibancada gritou mais ainda após eles darem várias voltas, desceram e encontram o time da Sonserina. A Prof.ª Filepów estava lá embaixo. Pedro e Edgar apertaram as mãos, e a juíza soltou a goles.

 Alvo voou em sua direção, mas Rogério Crickey a tomou. Patrícia deu um encontrão em Rogério, e este deixou a goles cair. Alvo mergulhou e a agarrou. Saiu voando na direção oposta do campo, onde Roberto Dangers esperava-o com um sorriso maldoso. Alvo continuou voando... Ele tinha uma boa mira, poderia acertar os aros dali...

-Alvo! –disse Pedro. Alvo se virou e viu Pedro fazer um sinal por trás do corpo, Alvo entendeu. Era o sinal que eles combinaram para fazer a jogada especial. Ele encarou Roberto mais uma vez, e quando esticou a mão para lançar a goles, a deixou cair para baixo.

 Roberto ficou olhando para a goles que ia caindo. Patrícia, que era muito rápida, mergulhou numa velocidade incrível, pegou a goles e jogou-a para Pedro, que na mesma rapidez, fingiu que ia fazer o gol, e ao em vez disso, lançou a bola de vota para Alvo, que marcou o primeiro ponto do jogo.

 “Ponto para a Grifinória!” ecoou a voz de Guto. “Ouviram, seus sonserinos? Pontos para a Grifinória! E agora Pedro Lepos com a bola, de Pedro vai para Alvo Potter, e que prodígio este garoto! Agora... Ah, não! Alvo perde a bola para o brutamontes do Patrick Galdevicson! Por que não cria vergonha nessa cara e mexe com alguém do seu tamanho, hein Galdevicson? Por que não faz o mesmo com o Tiago Potter, hein?

-Guto, por favor! –ralhou Neville. Ele, em geral, não era tão severo com relação aos jogos, mas Alvo tinha certeza de que com a nova subdiretora, ele teria que ser mais durão.

 “Tudo bem, professor! Alvo se recupera do encontrão que o bruta... Que o querido Galdevicson lhe deu com o maior carinho, por que tenho certeza de que nenhum sonserino quer ver um grifinório machucado, tenho certeza que o Galdevicson deve ter esbarrado no pobre menino sem querer e...

-Guto!

 Aquele estava sendo um jogo fácil. Pedro esta certo, eles eram muito burros, caíram cinco vezes seguidas no mesmo truque, e Alvo marcara três desses gols. Estava prestes a marcar mais um, quando ouviu um grito. Virou-se imediatamente e viu o irmão parado no ar. Seu rosto estava encharcado de sangue.

-TIAGO! –gritou Alvo desesperado. –O QUE HOUVE?

-ESSE IDIOGA ACERGOU O BEU NARIZ! –gritou Tiago voando em direção ao batedor da Sonserina, Luke Chockie, que estava o admirando rindo.

 Tiago voou para cima de Luke, e quase o derrubou da vassoura, se não fosse por David Jengovull, o outro batedor da Sonserina, ter arrancado Tiago de cima de Luke com o bastão, Tiago com certeza o teria derrubado.

-Você me paga, Potter! –berrou Luke.

-Pode continuar? –perguntou Pedro.

-Acho gue sim. -respondeu Tiago, e saiu voando à procura do pomo.

 “E Sirius Potter se recupera e vai em busca do pomo! Viu isso, Chockie? Seu balaço não pode deter o grande Potter!” disse Guto. “Está no sangue! Os Potter são muito fortes, você não pode atingir nenhum deles!”

 Alvo viu Luke encarar Guto e depois procurar o balaço. Alvo voltou a se concentrar na goles... Estava com Patrick Galdevicson. Alvo se aproximou dele e lhe deu um empurrão.

-Sai fora, Potter! –disse Patrick. E retribuiu o encontrão de Alvo tão forte, que o garoto voou longe.

-CUIDADO, ALVO! –disse a voz de Patrícia.

 Alvo se virou. O balaço estava em sua direção e...

TIPUM!

Alvo abriu os olhos. Viu a imagem embaçada de uma mulher de cabelos ruivos.

-Filho? –disse ela. –Ah, você acordou!

 Ela lhe deu um forte abraço que o deixou sufocado.

-Ai! –gemeu ele, quando a mãe apertou sua cabeça, uma dor terrível se apoderou do seu crânio.

-Ah, me desculpe, querido... –disse a mãe.

 Mal a mãe terminara a frase, e a porta da enfermaria se escancarou. Dela saiu todo o time de quadribol, Rosa, Carlos, Dennis, Jordan, Clívon, Annie, Clarissa, tio Rony, tia Hermione e seu pai.

-O que... O que estão fazendo aqui? –perguntou ele, quando todos entraram.

-Viemos ver você! –disse Carlos.

-Finalmente você acordou! –disse Rosa.

-O que houve? –disse ele confuso. –O jogo já acabou?

-Há dois dias. –respondeu Tiago. Alvo ficou feliz em ver que o nariz do irmão voltara ao normal. –Mas nós ganhamos, eu capturei o pomo. Você levou um balaço do desgraçado do Chockie.

-Tiago, veja como fala! –disse sua mãe num tom severo.

 Tiago olhou bravo para a mãe, depois olhando para o chão disse:

-Desculpe, Al... Se eu não tivesse brigado com ele, talvez ele não teria tentado se vingar.

-Não, a culpa foi minha. –disse Guto. –Eu não devia ter provocado ele.

-A culpa não é de ninguém. –disse Harry.

 Guto abriu um sorriso de orelha a orelha.

-Ah, deu, deu! –resmungou Madame Pomfrey empurrando todo mundo para fora. –Só a família agora, só a família!

 Com muitas reclamações, o resto foi embora, deixando na sala somente sua mãe, seu pai, tio Rony, tia Hermione, Rosa e Tiago.

-Quando vocês chegaram? –perguntou Alvo.

-Harry e eu viemos no dia do jogo, tínhamos um trabalho por aqui. –disse tio Rony. –E a propósito, foi um ótimo jogo! Belos gols, Al! E quando você mergulhou para apanhar o pomo, Tiago, foi demais!

 Eles não paravam de olhar a volta.

-Nada mudou por aqui, não é? –disse tio Rony. –Viram o menino que narra o jogo? É como no nosso tempo! E o zelador? Quase o chamei de Filch! Ele é idêntico ao nosso! Até é chato, não acreditou que a gente estava à trabalho do Ministério.

-Isso é porque ele é irmão do Filch. –disse tia Hermione.

-Mas o nome dele é Guelch.

-É Guelch Filch. –explicou Hermione.

-Que droga de nome é esse? –perguntou Tiago, mas Gina lhe deu um peteleco na orelha.

-E onde está o filho do Malfoy? –perguntou Rony. –Quero dar uma palavrinha com ele...

-Rony, você não vai fazer nada ao menino! –puxou-o Hermione.

-Ah, ele não achou que ia fazer aquilo com a minha filha e sair ileso, achou?

-Rony, não! –disse Hermione. –Eles são crianças, e já passou.

 Alvo e Rosa contaram tudo sobre Draco e suas aulas. Os adultos pareceram perplexos quando falaram do dragão. Depois Alvo contou sobre o amasso, sobre as queimaduras que ficara depois da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, e ainda sobre Tiago ter molhado Scorpius. Foi preciso que o pai de Alvo segurasse tio Rony, quando Alvo contou que Scorpius havia chamado Rosa de Sangue-Ruim.

-Ah, mas aquele moleque me paga! Eu vou ter uma boa conversinha com ele e com o Draco!

-Mas não se preocupe, tio. –disse Tiago. –Scorpius não chega mais perto deles. Não comigo do lado, tinha que ver a cara dele quando o molhei... Chorou mais que o Alvo!

-Ei! –disse Alvo.

-Ah, foi mal. –desculpou-se Tiago. -E falando em choro, Al ganhou o duelo!

-Duelo? –repetiu Gina. –Você andou duelando? Tiago Sirius Potter, se você andou arrumando encrencas para o seu irmão...

-Não, mas eu não arrumei! –defendeu-se Tiago. –Alvo topou, não foi, Al? E venceu! Duelei eu contra o Joshua e o Al contra o Scorpius.

-E lembrou de bater bem naquela cara branca? –perguntou tio Rony. –Da próxima vez, aproveite para quebrar aquele nariz por mim, Alvo.

-Rony!

-Ah, tudo bem, eu poupo o garoto, mas Draco vai se ver comigo. Onde já se viu! Trazendo o dragão! E veja como ficaram as mãos deles!

-Ah, mamãe! –disse Alvo de repente. –Scott Scollman te mandou um abraço.

-Scott Scollman? –repetiu Harry zangado. –O que ele faz aqui em Hogwarts?

-É o marido da Margarete.

-Ah, se vê-lo mande outro, filho... –disse Gina.

-O que está pensando, Gina? –perguntou Harry irritado. –Não mande nada àquele idiota, filho! Se quiser, diga que mandei meus desprezos à ele.

-Ah, Harry ele só quis ser educado...

 Alvo ficou ali por um bom tempo, conversando, se divertindo e matando a saudades dos pais e dos tios, até que sua mãe e tia Hermione voltaram para casa e seu pai e tio Rony foram ver Neville. Alvo ficou sozinho com Tiago e Rosa. Tiago esperou até o pai e o tio se afastarem e depois voltou correndo:

-Bob Rondres! –exclamou ele.

 Alvo olhou confuso para Rosa e Tiago, que sorriam.

-O que tem ele? –perguntou.

-Ele está de volta. –respondeu Rosa.

–Ontem ele foi visto em Hogsmead! –disse Tiago animado. –Até suspenderam nossas visitas ao povoado. E de repente hoje, papai e o tio Rony vieram para a escola.

-O pai do Dennis e o pai da Eloísa também vieram. –disse Rosa.

-E o que tem isso? –perguntou Alvo ainda sem entender.

-Al, eles são aurores! –disse Tiago.

-É obvio, não é? –disse Rosa. –Estão botando aurores em Hogwarts! Sabem que ele pode vir para cá.

-Então ele...?

-Provavelmente. –respondeu Tiago. –E Rosa me contou sobre o tal túnel e a profecia. Eu acho que consigo uma detenção para semana que vem... –Alvo ficou espantado em ver a naturalidade que o irmão falava aquilo, parecia que estava planejando arranjar um trabalho para a próxima semana. –Posso dar uma olhada. Mas agora temos que ser rápidos... –ele tirou do bolso o Mapa do Maroto e a Capa da Invisibilidade. –Vamos, eles devem estar na sala do Neville!

 Alvo levantou-se depressa, a dor em sua cabeça já nem estava tão forte. Alvo se juntou aos dois e Tiago jogou a capa por cima deles. Eles deixaram a enfermaria e foram até o andar da sala do diretor. Chegaram em frente a gárgula.

-Euachtãnas! –disse Rosa.

 A gárgula se moveu e eles subiram a escada. A porta estava entreaberta. Tiago ficou mais á frente, tirou algo do bolso, que Alvo reconheceu como as Orelhas Extensíveis. Cada um pegou um fio e eles puderam ouvir:

-Malfoy, seu idiota, eu juro que vou matar você! –disse a voz de tio Rony.

-Rony, calma! –disse a voz de Neville.

 Ouviram-se passos pela sala.

-CALMA, RONY, CALMA! –gritou Harry.

-Ah, seu... Por que mandou eles cuidarem do Rabo-Córneo? Está pensando em ajudar seu amiguinho, é? Faça isso com o seu filho, e deixe Rosa e Alvo em paz!

-Eu não fiz nada! –disse Draco, sua voz um pouco tremida. –É uma aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, preciso ensiná-los a se defender de...

-De criaturas inofensivas!

 Alvo sentiu alguém o cutucar. Olhou e viu o irmão abrir um pouco a porta. Os três enfiaram a cabeça para dentro. Tio Rony estava segurando Draco pelo cangote:

-Escute aqui, se trouxer de novo aquele dragão para aula e eu saber que os dedos da minha filha e do meu afilhado e do pobre do Carlos estão torrados novamente, eu juro que quebro toda essa sua cara!

-Rony, calma! –disse Neville, tentando afastá-lo de Draco, mas em vão.

-E o seu filho? –perguntou tio Rony, ele estava tremendo de raiva. –Mandou ele amaldiçoar a minha Rosa, não foi? Se alguma coisa acontecesse a ela, Malfoy... Se alguma coisa acontecer a ela, e eu souber que o seu filho estava por trás disso, pode ter certeza que vão me mandar para Azkaban!

 Tio Rony finalmente soltou Draco, e ele foi embora. Alvo, Tiago e Rosa tiveram muito pouco tempo para vestir a capa, quando Draco passou por ele, Alvo teve certeza que o professor sentiu seu pé. Quando ele já estava a uma boa distância, eles tiraram a capa novamente e pegaram as Orelhas Extensíveis:

-... Ele está tentando atraí-los, Neville! –disse tio Rony. –Rosa me contou que ele a chama de Srta. Granger e chama o amigo deles, Carlos, de Weasley. Ele quer se vingar da gente! Quer fazer isso com eles!

-Calma, Rony... –disse Neville. –Não podemos fazer nada... Kingsley disse que não devemos fazer nada que...

-Nada? –repetiu tio Rony. –Então se daqui um pouco a minha Rosa sair pela Floresta Proibida com o Alvo e o Carlos, entrarem no túnel e passarem... Passarem por tudo e enfrentar o Rondres, ainda assim não podemos interferir?

-Rony, não tem... –disse Neville. –Não tem como eles saberem do túnel... Não tem...

-Escuta Neville, Harry, Mione e eu descobrimos de tudo sobre a Pedra! No primeiro ano! E se a Trelawney disse que o trio está de volta, então eles podem muito bem descobrir!

 Fez-se um longo silêncio em que Neville parecia procurar uma resposta. Alvo não estava entendendo... Então Draco queria atraí-los... Draco estava o tempo todo querendo leva-los até Bob Rondres... E então... O que tinha o túnel a ver com isso? Talvez... Talvez Bob Rondres estaria no túnel na Floresta Proibida... Ou então...

-... E o Alvo? O que vai acontecer com ele?

A voz de seu pai atrapalhou seus pensamentos.

-Bob Rondres quer o Alvo, Neville! Se o Alvo souber... Se ele fazer o que o Rondres quer, ele vai mata-lo! Agora você me pede para ter calma? Aquele louco pode estar agora mesmo por este castelo e o meu filho, Rosa e Carlos correm grande perigo!

-Harry, vocês estão aqui para isto! –disse Neville. –Para protegê-los! Tem mais de dez aurores pelo castelo, ele não seria louco... Ele...

 Tio Rony sentou-se e escondeu a cara nas mãos. Seu pai começou a andar pela sala, nervoso.

-Fico preocupado com o Al... Tenho medo que ele passe por tudo que eu passei... Não quero isso para ele...

-Calma, Harry... –Neville tentava acalmar.

-Como você quer que eu tenha calma, Neville? Tem um assassino andando por aí e ele está atrás do meu filho! E se ele... E se for como foi comigo? E se ele tiver que... Tiver que se...?

-Harry, você já passou por isso. –disse Neville calmamente. –E você está aí! Sobreviveu!

-Foi diferente! Você sabe por que sobrevivi... Se fosse com o Alvo seria diferente...

 Mais uma vez eles tiveram pouco tempo para vestir a capa. Ouviram passos e Tiago rapidamente jogou a capa por cima de seus ombros, e eles saíram dali. A cabeça de Alvo estava cheia de coisas... Eles corriam perigo... Ele corria perigo... Bob Rondres queria mata-lo... Bob Rondres o queria... Bob Rondres queria mata-lo...

 De repente, como uma luz, uma imagem surgiu na cabeça de Alvo. Ele estava no colo da mãe... Ela chorava... Seu pai também... “Ele vai mata-lo, Harry... Ele vai matar o nosso Alvo...”, sua mãe dizia entre soluços. Agora tudo fazia sentido... Alvo começou a se lembrar de vários pesadelos que tivera... Vários pesadelos em que um homem falava com ele, e dizia que ia mata-lo... Era Bob Rondres o homem...

-Hum... Al...

 Ele olhou para os lados. Já estava na sala comunal da Grifinória. Nem sentira onde estava indo. Na sala só estavam Rosa, Carlos e Tiago. Carlos parecia não saber o que havia acontecido.

-Ele quer me matar. –disse Alvo. Aquelas palavras queimaram em sua garganta quando ele disse isso. –Bob Rondres... Ele quer a mim...

 Ele sentiu seu corpo começar a tremer... Seus olhos esquentaram e ele não pode reprimir as lágrimas... Ele tinha vontade de correr... Ir embora dali... Fugir de Hogwarts e voltar para casa, para os braços da mãe, onde estava seguro...

-C-Como assim? –perguntou Carlos perplexo.

-Bob Rondres está vindo para cá... –disse Tiago. Alvo se sentiu aliviado de não ter que falar aquilo outra vez. –É por isso que os aurores estão aqui... E Draco está tentando atrair vocês a ele... Bob Rondres quer passar pelo túnel... Onde está o Medalhão de Prata.

-Tiago, nós não temos certeza... –disse Rosa, rouca.

-Rosa, aposto o que você quiser que o Medalhão de Prata está lá nesse túnel, na Floresta Proibida e Bob Rondres o quer. Não sei para quê, mas sei que ele quer... E quer o Al também...

 Alvo não parava de soluçar. Era difícil se controlar, ainda mais sabendo que se vai... Morrer...

-Você não vai morrer, Al... –disse Rosa, como se lesse seus pensamentos. Alvo a olhou, viu que ela também chorava. –Você ouviu... Ele disse que nós três corremos perigo. Estamos nessa juntos...

 Alvo escondeu a cara nas mãos e se apoiou nos joelhos. Como ele poderia estar correndo perigo? Como de uma hora para outra, ele era quem Bob Rondres queria matar? Por que ele?

 Alvo se ajeitou na poltrona... Iria dormir ali mesmo... E quando acordasse, nada teria acontecido e esse seria mais um de seus pesadelos...

-Al... Hum... Acho melhor você acordar...

 Alvo abriu os olhos. Era Annie quem o chamara. Rosa, Clarissa e Carlos estavam atrás dela. Então era um pesadelo! Nada havia acontecido! Ele estava são e salvo!

-Hum... Você estava bem estranho... –disse Annie. –Falava dormindo. Alguma coisa sobre... Alguém querer matar você...

 Ele olhou para Rosa e Carlos, na esperança deles acharem graça daquilo e ele ter certeza que fora só um pesadelo. Mas eles também estavam apreensivos, os olhos de Rosa estavam inchados e vermelhos, ela realmente chorara, e não fora apenas um pesadelo...

-Estou bem... –disse Alvo. Ele sentiu como se algo gelado apertasse seu coração, suas entranhas deram uma reviravolta e ele sentiu-se enjoado.

-Eu quero ver o meu pai. –disse Alvo.

-A gente te leva. –disse Rosa.

 E ele, Rosa e Carlos saíram do salão comunal da Grifinória e foram para o Saguão de Entrada. Alvo ficou feliz por nenhum dos dois falarem enquanto eles caminhavam, mas ele tinha certeza que se falavam por olhares às suas costas.

 Chegaram ao Saguão de Entrada, e viram nas portas que davam para os jardins da escola, cinco homens, entre eles, tio Rony e seu pai.

 Vendo o pai, Alvo saiu correndo e se atirou em seus braços. Precisava daquele refúgio, precisava sentir-se seguro... O pai retribuiu o abraço.

-Ei, o que foi? –perguntou seu pai.

-Fiquei com saudades. –foi só o que ele conseguiu dizer.

-E você é o Carlos, não é? –perguntou seu pai. Carlos assentiu.

-Sou Harry, pai do Alvo. –ele apertou a mão de Carlos.

-E eu sou o pai da Rosa. –disse tio Rony, e também apertou a mãe de Carlos, que o olhou dos pés a cabeça e depois disse:

-Eu não me pareço com o seu pai!

 Tio Rony e seu pai se olharam.

-Ah, eu ouvi dizer que o Draco estava te chamando de Weasley... –disse tio Rony. –Sinta-se honrado!

-Ah, papai, não é por isso... –disse Rosa timidamente. –É que o Draco fica dizendo que... O Carlos é... Hum... Traidor do Sangue.

-Posso garantir que não vai mais falar. –disse tio Rony.

-Hum... E eu soube que vocês estão se saindo muito bem nos testes... Aprenderam algum feitiço? –perguntou Harry.

-Bem, acho que não vamos mais nos esquecer do Conjuctivitus... –disse Carlos.

-Ah, não vamos pensar nisso! –disse Harry. –Ah, venha, Alvo... Quero dar uma palavrinha com você.

Alvo já estava acostumado a essas palavrinhas de seu pai. Harry o conduziu pelo ombro até o outro lado do Saguão de Entrada, bem em frente às ampulhetas gigantes, correspondentes aos pontos de cada Casa.

-Vejo que não estão muito bem... –disse seu pai analisando a ampulheta da Grifinória.

-Aposto que fui eu em quem perdeu a maioria desses pontos. –disse Alvo infeliz. –Rosa ganha bastante nas aulas, mas aposto que devo ter perdido tudo com as detenções que peguei...

-Não acredito que tenha sido você sozinho. –disse seu pai, ainda com os olhos nos rubis vermelhos. –Tenho certeza que o seu irmão contribuiu para isso. –Alvo riu. Era bom pensar em outras coisas que não fosse um foragido que queria mata-lo. –Tem usado a Capa?

 Alvo assentiu com a cabeça.

-É, eu também usava bastante... Ela é bem útil, não é? Bem... E sobre o seu professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, ele...

-Ele é um idiota. –disse Alvo sem rodeios, queria extravasar todo o seu desespero. Seu pai riu.

-É... Eu também nunca gostei muito dele.

-Não, é sério. Ele ficou falando de você. Disse que nós três somos como vocês eram... Disse que a Rosa era a tia Hermione, que vivia se exibindo com sua inteligência. Carlos é o tio Rony, que é um... Traidor do Sangue, e que eu era você. Disse que você era um idiota... O... “Eleito”? E sobrevivente...

-Ah, eh... Alvo, primeiro eu quero que saiba que... Um dia... Quando você for maior, eu prometo que vou te contar tudo isso... Mas... Está cedo demais para isso... Agora, só não tente aborrecê-lo, filho... Eu já tive professores ruins... Mas, por favor, não os julgue assim... Tente compreendê-los... Eu sei que é bem difícil para você, mas não quero que se arrependa depois, pois pode ser muito tarde... Agora, eu sei que você se dá bem com o Denóires.

-Ele é legal. –disse Alvo sorrindo. –Bem... Tem andado estranho nos últimos dias...

-Ah, acho que devido aos acontecimentos... –respondeu seu pai. Alvo tinha certeza que ele se referia a Bob Rondres ter sido visto em Hogsmead. Teve uma forte vontade de contar ao pai que sabia que ele corria perigo e que sabia que Bob Rondres queria mata-lo, mas algo o impediu. –Fico muito orgulhoso de você ter ganhado o duelo... Fiquei sabendo também que defendeu sua prima... E que ele pegou pesado com você no trem...

-Tive sorte de o Tiago estar lá. –disse Alvo. –Se não fosse por ele...

-Tenho certeza que você teria se virado sozinho. –disse seu pai com simplicidade. -Escuta, seu irmão é um garoto muito levado, mas sempre esteve com você. Sempre esteve lá quando você precisava...

-Menos naquela vez em que ele estava bravo comigo... Então os garotos me bateram...

-E você se virou sozinho, não foi? –perguntou seu pai, abaixando-se até os seus rostos ficarem da mesma altura.

-Mas tive que usar magia... –disse Alvo lembrando-se. Ele fez os garotos serem arremessados no ar.

-Mas fez isso sozinho. –disse seu pai. –Você nunca precisou do seu irmão. Sempre foi você...

-Você gosta mais de mim do que dele? –Alvo deixou escapar.

 Seu pai o encarou por um tempo e depois o abraçou. Alvo apoiou a cabeça em seu ombro e viu uma coisa que não o agradou. Perto dali, Tiago os observava. Ele não parecia muito feliz. Seus olhos tinham raiva... Ódio. Era o mesmo Tiago que Alvo enfrentara nos últimos dias antes de vir para Hogwarts pela primeira vez. Era como se uma pedra comprimisse seu coração. Ele não gostava de ver o irmão assim...

 Tiago espremeu os olhos, como se não acreditasse no que estava acontecendo, e foi embora.

-O que foi? –perguntou seu pai.

-Nada... –mentiu Alvo olhando o irmão ir. Teve um forte impulso de gritar para que ele não o deixasse, que voltasse e ficasse ali, mas por alguma razão, sua voz não saiu.

 Ele simplesmente saiu correndo dali. Seguindo para o salão comunal da Grifinória e rezando para que o irmão estivesse lá. Passou pelas escadas e foi direto ao quadro da Mulher Gorda.

-Seu irmão está furioso. –disse a Mulher Gorda.

-Boa Sorte. –respondeu Alvo ignorando-a. Ele adentrou a sala comunal. Estava cheia de gente, mas ele avistou o irmão parado à janela, encarando o céu lá fora.

-Tiago, eu quero... Você está bem? Eu achei que...

-Vai... Embora... –disse o irmão calmamente, sem desgrudar os olhos da janela.

-Tiago eu acho que você... Você está... Bravo comigo? –perguntou Alvo.

 O irmão desgrudou os olhos da janela e fixou-os no seu. Alvo desejou que ele continuasse a olhar o céu, era agoniante olhar aqueles olhos castanhos que expressavam raiva.

-O que ele disse? –perguntou ele. –Ele gosta mais de você do que de mim?

-Ele não disse...

-Acho que aquele abraço foi um sim. –retrucou Tiago. –O que você tem de especial? Sou muito melhor do que você!

-Eu sei... –disse Alvo olhando para os pés.

-ENTÃO POR QUE ELE PREFERE VOCÊ? –berrou Tiago, esquecendo a calma. Todos os olhares se voltaram para eles.

-Eu não sei... –disse Alvo, sua voz saiu rouca. Era como um pesadelo. Seu irmão voltara a brigar com ele. Alvo sentia que aquilo ia acabar mal... Por que eles sempre brigavam por coisas pequenas e bobas? –Eu não quis...

-POR QUE VOCÊ? VOCÊ NEM MESMO HONRA A UM JURAMENTO!

-Isso já passou... –disse Alvo olhando para baixo, ele não queria olhar para aqueles olhos.

-NÃO PASSOU PARA MIM! NÃO PASSOU!

 E foi embora. Alvo ficou ali, parado, com todas as pessoas o encarando.

-Vem... –disse uma voz às suas costas. Alguém o puxou e o levou para o dormitório. Ele foi até sua cama e afundou a cara no travesseiro. Queria acordar na manhã seguinte e descobrir que tudo isso não passava de um sonho ruim. Que seu irmão ainda estava lá... Que nada aconteceria a ele.

-Ele só está nervoso. –disse a voz de Rosa.

-O que... O que aconteceu? –perguntou Carlos.

-Ele... –disse Alvo, mas não conseguiu terminar. –Eu... Quero ficar... Me deixem... Quero ficar sozinho...

-Se precisar, estamos lá embaixo...


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Notas finais do capítulo

Tadinho do Alvo... E do Tiago também, está com ciúmes do pai com o irmão... Mas e vocês? O que acharam? Não ficou tão ruim assim, neh? Se ficou bom eu quero receber muitos reviews! E se não ficou também!!! OISAOISAOISAOSIAOSI
Mas, enfim! Não esqueçam dos reviews, recomendações e "favoritações", hein?
(para os amantes de dbz, leiam a frase abaixo com a voz do Goku, e os que nem conhecem esta sigla, bom, apenas leiam!!)
" Oi, eu sou a Amandinha!
E o próximo episódio de Alvo Potter e o Medalhão de Prata, será...
O MEDALHÃO DE PRATA..."
Não percam!